sexta-feira, 4 de junho de 2010

SÁBADO, 5 DE JUNHO DE 2010

NÍVEL CULTURAL: INSTRUÍ-VOS!


Alguns estudiosos da Doutrina Espírita acham que as obras codificadas por Allan Kardec, ou seja, o Pentateuco é erudito demais para o nível cultural existente em nosso País. Será? Ao traduzirem essas obras para um linguajar mais simples e ao alcance da população em geral, não corremos o risco de ver deturpado o sentido de tudo o que ali está inserido?

Temos exemplos históricos de documentos que relatam os ensinamentos de Jesus que foram alterados após a tradução do grego para o latim e que se chamou “Vulgata”. A partir daí, com a desculpa ou sem ela, foram introduzidos muitos dogmas criados no interior de conventos e palácios episcopais e até dentro de castelos de nobres ligados a igreja. Jerônimo, ao cumprir determinação superior, o fez contra sua vontade. Muitos evangelhos, chamados apócrifos foram descartados. Não se discute aqui, a análise feita por esse frade quanto à escolha dos quatro evangelistas para comporem o Novo Testamento, mas sim, a evolução intelectual da época. É certo que poucos tinham acesso aos pergaminhos e isso só veio a acontecer quando Martinho Lutero traduziu a Bíblia para o Alemão.

“Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensino; instruí-vos, eis o segundo”. Esta frase está inserida no Livro dos Médiuns, no Capítulo XXXI, item IX. Essa tradução foi feita por Eliseu Rigonatti, da quarta edição francesa; edição especial da Editora LUMEN-SP em 1966.

Significativa a palavra instruí-vos. Acredito que ela seja de suma importância para que as pessoas possam entender as mensagens cristãs.

Nas décadas anteriores a 1980 (mais ou menos), ou melhor, vamos nos ater na década de 40 e 50. Os garotos de então, ao terminar o primário eram obrigados a frequentar um curso de admissão para serem aceitos no ginásio (hoje da 5ª a 8ª série). O curso era administrado durante as férias escolares entre dezembro e fevereiro. O exame era rigoroso (escrito e oral). Se o aluno conseguisse passar pelas provas, iniciaria em março o curso almejado. As matérias: Português, Latim, Francês, História Geral e do Brasil, Geografia geral e do Brasil, matemática, Trabalhos Manuais, Desenho, etc. Isso no primeiro ano. No segundo era acrescentado o Inglês e Álgebra (e todas suas consequências). Alguns anos antes do término da década de 30, se não me falha a memória, havia também o Grego.

A seguir, vinham os cursos colegiais - Científico, Clássico e outros equivalentes, mas também técnicos – Química industrial, Técnico de Contabilidade, Agrimensura...

Terminado esse ciclo de aprendizado os agora adolescentes estavam prontos para prestarem exames para ingressarem nas faculdades. Não existiam cursinhos, pois não havia necessidade. O ensino do primário ao colegial era forte e disciplinador.

Nos dias de hoje, lamentamos quando vemos os resultados das provas que são apresentadas na internet. Um rapaz ou uma moça, frequentando uma faculdade, não sabe responder quem foi Marechal Deodoro – pergunta feita a uma professora na cidade que leva o nome do Proclamador da República, no Estado de Alagoas, por um repórter da TV Bandeirantes, no dia 15 de novembro.

O problema não é isolado é uma “virose” que se espalhou por todo o Brasil. No antigo ginásio, muitos garotos terminavam o curso recitando Camões entre outros poetas clássicos. A História Antiga e a do Brasil estavam na “ponta da língua” dos ginasianos. Acredito que não é necessário me alongar mais, os resultados ai estão para quem quiser ver e ouvir.

Com esse exemplo pudemos verificar que, ao baixar a categoria de ensino, tivemos enormes prejuízos na evolução intelectual de nossa juventude. É evidente que as exceções existem. Quando as pessoas podem pagar bons colégios (tradicionais e caros) terão uma boa educação cultural, mas, mesmo assim, há ainda os problemas de causa e efeito de cada indivíduo.

Acredito que com esse ligeiro passeio pelo passado, possa eu continuar a indagar sobre minhas dúvidas a respeito de uma tradução mais simples para as OBRAS DA CODIFICAÇÃO ESPÍRITA.

A partir da introdução do Espiritismo no Brasil, em 17 de setembro de 1865 – Salvador, BA – por Luis Olímpio Teles de Meneses (vide História do Espiritismo no Brasil, na Internet), sempre houve quem discordasse disso ou daquilo. O misticismo e o sincretismo religioso e o lançamento dos Quatro Evangelhos por Edmond Roustaing, entre outros acontecimentos, ocasionaram dissidências graves na então nascente Doutrina Espírita no Brasil.

Vejamos um pequeno trecho do Livro dos Espíritos, traduzido por José Herculano Pires (Editora Lumem/1966): “V – PLURARIDADE DOS MUNDOS – item 55. Todos os globos que circulam no espaço são habitados? – Sim, e o homem terreno está bem longe de ser, como acredita, o primeiro em inteligência, bondade e perfeição. Há, entretanto, homens que se julgam espíritos fortes e imaginam que só este pequeno globo tem o privilégio de ser habitado por seres racionais. Orgulho e vaidade! Crêem que Deus criou o universo somente para eles...”.

Qual a dificuldade de se entender essa linguagem que nada tem de erudita? O assunto pode ser um pouco complicado para as cabecinhas menos afeitas a esse tipo de revelação (ainda hoje há pessoas que não acreditam ter o homem chegado à Lua). Com palavras eruditas ou não, as obras que se seguiram e continuam a ser publicadas, enriquecendo a cultura espírita, não são suficientes para esclarecer os espíritas e aqueles que estão se iniciando na Doutrina? Será que a dificuldade não está na vontade de querer ler?

Escrevendo esta matéria tenho em minha frente um exemplar de o Livro dos Espíritos, traduzido por Renata Barboza Fernandes e Simone T. N. da Silva editado pela Petit/1999. Lendo a página 41 lá se encontra “PRINCÍPIOS BÁSICOS”, ou seja, o antigo “PROLEGÔMENOS”. Esta última palavra é exatamente o que diz a frase com dois vocábulos (princípios básicos). Inserido no Dicionário Aurélio Prolegômenos está assim definido: {Do Gr prolegómena, ‘coisas que se dizem antes’.} substantivo masculino plural; 1. Exposição preliminar dos princípios gerais de uma ciência ou arte. 2. Introdução geral de uma obra; 3. Prefácio longo.

Muito bem, mudou-se o subtítulo. Acredito que os tradutores consultaram o dicionário para fazer a alteração de uma palavra já tradicional. Uma atitude que eu e todos aqueles que gostam de ler e escrever o faz com frequência.

Emmanuel e André Luiz entre outros, através de Francisco Cândido Xavier, ditaram tantas obras para quê? Não seria para propagar e elucidar o que está inserido na Codificação? Sendo eles Espíritos inteligentes e lúcidos por que não usaram de uma linguagem mais simples? Aliás, lembro-me de uma frase dita por Emmanuel a Chico, que é mais ou menos isto: “o dia que você perceber que meus ensinamentos ou ditados estão em desacordo com Kardec, deixe-me”. A frase não é exatamente essa, palavra por palavra, mas o sentido é o mesmo. Então, quem somos nós para alterar qualquer obra do Pentateuco?

O indivíduo só se torna espírita verdadeiramente se conseguir entender o “Código Universal” e, a partir daí, começar a se esforçar para arrancar de seu âmago as ervas daninhas que ele mesmo plantou. E para isso o “INSTRUÍ-VOS” é absolutamente necessário.

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*J. Morgado é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, para o qual escreve crônicas, artigos, contos e matérias especiais. Contato com o jornalista: jgarcelan@uol.com.br

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26 comentários:

  1. ANA CÉLIA DE FREITAS.sexta-feira, 04 junho, 2010

    Boa tarde a todos.
    J.Morgado, o ensino no Brasil, sem dúvida sofreu inúmeras mudanças,claro que discordo totalmente do ensino elitista que obviamente era seletista,sei que na época as crianças que se mostraram com grandes dificuldades, eram expostas ao ridículo, um absurdo.
    Por outro lado,já disse e vou repetir o "ensino" do momento está apenas deixando as crianças e os adolescentes (me desculpem a palavra)mais burros, a tal progressão continuada é um atraso:deveria se chamar:anda pra frente que atrás vem gente,esta é a meta dos Governantes.
    Quanto as obras de Allan Kardec, sem dúvida é de uma riqueza indiscutível,embora não seja espírita,acompanho assuntos relacionados ao mesmo e admiro bastante as pessoas que fizeram história,como o Chico Xavier,e vou confessar algo:Assim que estreou o filme do Chico Xavier, fui assistir com a certeza que o seu enredo era simplesmente para "atrair" mais pessoas para o espiritismo,quebrei a cara, é um filme muito rico em detalhes,e uma entrega incondicional de amor ao próximo, Chico nos deixou uma linda e humilde história, para ser seguida por todos, se assim fosse o mundo estaria bem melhor.
    Ele realmente seguia:Fazer o bem, sem olhar a quem...
    Parabénssssssssss.
    ANA CÉLIA DE FREITAS.

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  2. Olá Meus amigos Professores


    Capuz de burro na cabeça e ajoelhar sobre grãos de milho e palmatória, não é do meu tempo.
    Na época de meu primário (grupo escolar) era rara a escola que não tinha uma biblioteca infanto-juvenil. Hoje, segundo estatística, apenas 33% dos estabelecimentos de ensino a possuem.
    Meu ginásio foi feito à noite. Tinha eu apenas 11 anos quando comecei. Durante o dia trabalhava em uma farmácia.
    O colégio também foi noturno. Officce-boy em uma empresa no centro de São Paulo. Trabalhava-se de dia para pagar os estudos. E não era só eu!
    Os mais afortunados economicamente estudavam durante o dia e os mais ricos em escolas tradicionais.
    Antigamente, não sei precisar o ano, fazia-se apenas o ginásio (bacharel) e em seguida ingressava-se em uma faculdade. (vejam biografias de Olavo Bilac, Castro Alves, etc. etc...
    Volto mais tarde.

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  3. Olá Morgado, parabéns pela crônica. Adoro seus esclarecimentos. Abraços.

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  4. Boa tarde Juliano!!

    Deus é soberanamente (infinitamente) justo, bom, misericordioso, sabedor de tudo, em qualquer tempo...
    Se ele é infinitamente grandiosos em todas as qualidades que conhecemos, a quem atribuimos a burrice de criar um anjo (perfeito inicialmente), que se revoltaria e seria a causa de todo mal do mundo (imperfeito finalmente)?
    Quem é que criou o senhor dos exercitos, que derruba mil de um lado e cinco mil do outro, todos não são irmãos e todos filhos de Deus???
    Que Pai é esse que criaram, vingativo, rude, punidor??? ou se é infinitamente bom, misericordioso ou é vingativo, carrasco, punidor, etc?
    Se é proibido falar com os espiritos, por que jesus no monte tabor, falou com Elias e com Moises, que estavam mortos a mais de mil anos???
    Por que Jesus evocou os mortos???
    Afinal Jesus é Deus, ou Jesus é filho de Deus??
    Se for Deus ele mesmo não segue suas proprias leis, se ele não for Deus é filho de Deus, então eu também sou irmão dele, e assim como irmão, posso fazer as mesmas coisas que ele fez, pois um pai bondoso e sabio não privilegia um filho em detrimento de outro?

    Amai-vos, instrui-vos, eis a chave da liberdade!!!!

    um abraço.

    PS: qualquer resposta ou indagação, o meu amigo Juliano estará a postos, rsrsrsrsrsrrsrsrs.....

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  5. Acho que não devemos nos preocupar com o amanhã espiritual, desde que vivamos na caridade e no amor ao próximo, que não tenhamos orgulho ou inveja e que erradiquemos o rancor de nosso coração. Minha religião é essa e tento aprimorá-la da melhor maneira que consigo.
    Professor, ter dúvidas é normal pois ainda somos imperfeitos e convicção exagerada é fanatismo.
    JMorgado, acho, sim, o Evangelho Segundo o Espiritismo rebuscado não nas mensagens mas em muitos termos que poderiam, facilmente, ser trocados por outros mais compreensíveis e com o mesmo significado. Por exemplo, a palavra "haurido" ali é muito utilizada, tanto no sentido de "sorver" como no de "esgotar". Dependendo da frase, o sentido é diferente e pode confundir os menos cultos.
    Grande abraço
    João Batista Gregório

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Olá Amigos

    Boa noite

    A evolução espiritual se dá quando avançamos intelectualmente e moralmente.
    Não importa a religião como disse a Cristina.
    Já tive a oportunidade de contar aqui a historinha do ateu, o católico e o espírita.
    Apenas o ateu “entrou no céu”, pois foi o único que praticou a caridade desinteressada.

    Volto amanhã

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  8. Boa noite, Senhor J. Morgado, permita-me discordar em parte sobre o assunto que é abordado hoje neste blog. Exatamente sobre o ensino de ontem e o de hoje. Com a idade que tenho não posso discutir sobre o que era ensinado ontem. Porém, é preciso deixar claro que essas baboseiras que saem na internet sobre Enem e semelhantes, não serve como base para se afirmar que todos os estudantes de hoje são analfabetos. Ou será que antigamente todos eram gênios? Meu avô tinha o primeiro ano ginasial e mal sabia assinar o nome, mas venceu a custa do seu esforço braçal, mais tarde montou uma firma que cresceu, prosperou e ficou rico.

    Também não serve de base esse rapaz ou moça, o Senhor não soube explicar, que não sabia quem era o Marechal Deodoro, de Alagoas, desculpem-me os moradores deste Estado, mas um dos mais atrasados do Brasil. Recentemente na Globo foi exibida uma reportagem em que se perguntava quem foi Tiradentes. O entrevistado foi um deputado estadual de São Paulo, com certa idade, que frequentou os bancos escolares naquelas escolas de ontem. Sabe qual foi a resposta? Curto e grosso o nobre parlamentar respondeu que Tiradentes foi um bandeirantes, colonizador de nossas terras.

    Para finalizar, Senhor J. Morgado. É necessário também não se fazer injustiça com nossas Universidades que formam grandes profissionais de medicina, engenharia, odontologia, advocacia, e muitos outros. Creio ser desnecessários mais exemplos. Precisa ficar claro que o Senhor e demais leitores que comentam, destacam o ensino gratuito de antigamente, que segundo vocês, supera o de hoje, posso até acreditar. Mas as grandes universidades, só pesquisar, tem um alto índice de aprovação no quesito educação, principalmente no ensino pago, mesmo com essas piadinhas correndo soltas na internet, que pouco se pode acreditar. Eu não posso me queixar da universidade onde estudo e penso que, tanto ontem, quanto hoje, bons e maus alunos existiram e sempre existirão. Quanto a filosofia espírita, acompanho seu relato, não conheço por isso não posso opinar.

    Um bom final de semana!

    Bruna - UFJF - Juiz de Fora/MG

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  9. Aproveitando o gancho da Bruna, coloco meu pai como exemplo. É formado e empresário hoje. Na sua época, já me contou isso várias vezes, nesse curso ginasial que o J. Morgado cita, foi obrigado a estudar francês, latim e inglês. Não aprendeu nenhuma dessas línguas, até porque, segundo ele, nem tinha como aprender. Aulas de 40 minutos, rápidas, mais teóricas do que práticas e os alunos se viravam no final do ano para arrumar uma nota 5, pelo menos, e passar ao ano seguinte. Papai é dos bancos escolares de ontem. Faço uma pergunta a vcs que estudaram nestes que chamam de bons tempos: alguém aprendeu a falar fluentemente o latim, francês, grego, inglês? Eu aprendi a falar o inglês, numa escola particular e paga.

    Abçs

    Juninho - SAMPA

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  10. Nossa! A moçada tá brava!!
    João

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  11. Realmente, houve uma mudança no transcorrer do tempo em matéria de ensino. O que observo, no meio dos que agora começam a participar mais ativamente da vida produtiva, é uma tremenda falta de religiosidade. Se, na atualidade as pessoas respeitassem mais os bons conceitos espirituais, independente da religião que fosse escolhida para seguir, não haveriam tantos desencontros, tanta impaciência e incompreensão. Acho que o caminho é um só, centrar-se em Deus, tentando fazer com que o bem perdure e que se repita, contaminando o ambiente com bondade e afeto, olhando para o outro com compreensão, colocando-se no seu lugar, compartilhando os bons e maus momentos. Para chegar a este ponto a pessoa precisa se instruir, não obrigatoriamente em livros, mas raciocinando sobre o que é a vida, o que representa o nosso planeta no imenso universo, até mesmo aceitando a boa e velha intuição que nos acompanha desde o início dos tempos.

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  12. Bom dia amigos (as) deste blog...
    Amigo-irmão J.Morgado um forte abraço e peço-lhe desculpas pela postagem tardia do meu comentário, só o fazendo agora, madrugada deste sábado, que promete chuvas e muito frio em boa parte deste País. Depois de fuçar em seu texto, literalmente falando, com a sua permissão e também a da Nivia Andres, voltei aos bancos escolares dos anos 60, quando o ensino gratuito tinha realmente qualidade. Lembrei-me que no quarto ano escolar, chamado de primário, fiz também a admissão ao ginasial, conseguindo ser aprovado.

    Antes de prosseguir, destaco que, além da matéria postada em destaque, hoje escrita pelo nosso J. Morgado leio todos os comentários e parei nas observações da Bruna, jovem universitária de futuro brilhante pela frente que nos dá sempre o prazer da visita. Bruna, você cometeu uma pequena injustiça ao afirmar que J. Morgado desprezou as grandes universidades de hoje. Leia com atenção esse trecho que extraí da sua crônica: "É evidente que as exceções existem. Quando as pessoas podem pagar bons colégios (tradicionais e caros) terão uma boa educação cultural, mas, mesmo assim, há ainda os problemas de causa e efeito de cada indivíduo". Creio que nada mais precisa ser dito, não Bruna?

    Continuo para dizer que nos tempos de ginasial também estudei latim, francês e inglês. Era obrigatório. O Juninho, baseando nas histórias que ouviu do pai, até pode ter razão, dificilmente alguém deixava o ginasial falando ou escrevendo fluentemente uma dessas línguas. Mas, aqueles que se esforçavam nos estudos, tinham alicerce suficiente para com facilidade entrar num cursinho de idiomas e aprender rapidamente a língua escolhida. Portanto, tempo perdido se discutir a educação de ontem e de hoje. Comprovadamente o ensino gratuito nas escolas estaduais de antigamente era bem melhor, com bons professores, bem remunerados e consequentemente alunos melhor preparados. Se bem que esse assunto abordado pelo J. Morgado teve um sentido: Instruí-vos, para melhor compreender os ensinamentos cristãos. Concordo!

    Um bom final de semana a todos, agasalhem-se bem. Parabéns pelo texto, querido Morgado!

    Edward de Souza

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  13. Olá Amigos

    Bom dia

    O Edward esclareceu com propriedade o que está escrito na matéria de hoje. Não há muito a acrescentar.
    Transcrevo abaixo parte de um artigo escrito por Felipe Salomão Bacharel em Ciências Sociais e diretor do Instituto de Divulgação Espírita de Franca (IDEFRAN), publicado hoje no Comércio da Franca.

    “E quais são os postulados do Espiritismo? São 6, os principais: Deus, Imortalidade do Espírito, Comunicabilidade dos Espíritos, Reencarnação, Pluralidade dos Mundos Habitados e Moral Evangélica, segundo o que nos ensinou Nosso Mestre Jesus. E, neste último aspecto é que está o grande papel esclarecedor e motivador da Doutrina Espírita. Sim, porque, conforme nos ensina Allan Kardec na Codificação, 'Conhece-se o Verdadeiro Espírita pela sua transformação moral'. Assim, espírita não é o que frequenta o centro, que ouve ou pronuncia palestras, que toma passe, que usufrui da água fluidífica. Espírita, verdadeiramente, é o que aplica em si próprio os princípios redentores da Doutrina. É por isso que vemos muitas pessoas aderindo a alguns postulados da Doutrina, como por exemplo à mediunidade, à reencarnação, e que, contudo, não se podem dizer espíritas”.

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  14. Bom dia, Senhor J. Morgado. Gostaria de fugir um pouco do tema que o Senhor aborda hoje, até porque acredito que tenha ficado clara suas explicações, reforçadas pelo parágrafo final do comentário do jornalista Edward de Souza. Acompanho sempre suas crônicas às sextas-feiras, a cada 15 dias. Não li ainda nada sobre o passe e seu significado na doutrina espírita e tenho enorme curiosidade em saber mais sobre esse assunto. Deixo até uma sugestão para que o Senhor trate desse assunto em uma de suas próximas crônicas, se possível. Mais uma curiosidade que gostaria de ver esclarecida. O espiritismo é uma filosofia ou uma doutrina? Mais, por quê não é chamado de religião?

    Obrigada!

    Carol - Metodista - SBC

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  15. Senhor J. Morgado


    O estudo deve ser uma constante em nossas vidas.
    Só assim seremos donos de nós mesmos.

    Que Deus o abençoe

    Maria Monge

    Marinque - SP

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  16. Por volta do ano 2000 antes de Cristo, um mercador grego, rico, queria dar um banquete com comidas especiais. Chamou seu escravo e ordenou-lhe que fosse ao mercado comprar a melhor iguaria. O escravo voltou com belo prato, coberto com fino pano. O mercado removeu o pano e assustado disse:

    - Língua? Este é o prato mais delicioso?
    O escravo sem levantar a cabeça, respondeu:
    - A língua é o prato mais delicioso, sim senhor. É com a língua que você pede água, diz “mamãe”, faz amizades, conhece pessoas, distribui seus bens, perdoa. Com a língua, você conquista, reúne as pessoas, se comunica, diz “meu Deus”, ora, canta, conta histórias, guarda a memória do passado, faz negócios, diz “eu te amo”.

    O mercador, não muito convencido, quis testar a sabedoria do seu escravo e o enviou novamente ao mercado, ordenando-lhe que trouxesse o pior dos alimentos. Voltou o escravo com lindo prato, coberto por fino tecido, que o mercador retirou, ansioso, para conhecer o alimento mais repugnante.

    - Língua, outra vez! Diz o mercador, espantado.
    - Sim, língua, diz o escravo, agora mais altivo. É a língua que condena, separa, provoca intrigas e ciúmes. É com ela que você blasfema e manda para o inferno. A língua expulsa, isola, engana o irmão, responde para a mãe, xinga o pai...
    A língua declara guerra! É com ela que você pronuncia a sentença de morte.
    Não há nada pior que a língua, não há nada melhor que a língua. Depende do uso que se faz dela.

    Um linda semana a todos!

    Birola - Votuporonga - São Paulo

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  17. Bom dia, Senhor J. Morgado! Gostaria de falar sobre o artigo de Felipe Salomão, que acabei de ler agora no Jornal "O Comércio da Franca", cujo trecho o Senhor publica num dos seus últimos comentários. Felipe fala sobre a televisão Globo, que está apresentando a novela "Escrito nas Estrelas", que tem uma temática declaradamente espiritualista e explora veios relacionados com a Doutrina Espírita, como a imortalidade, comunicação dos espíritos( mediunidade) e reencarnação (texto de Felipe). Toquei no assunto porque vejo essa novela e sei que muitas amiguinhas deste blog também estão acompanhando.

    Em seu texto no jornal aqui de Franca, que está a minha frente, Felipe continua: " É evidente que estes temas não são criação do Espiritismo. Já eram do conhecimento da humanidade antes que a Doutrina Espírita fosse codificada. Entretanto, somente com o advento do Espiritismo é que as leis inerentes a estes temas foram reveladas e devidamente entendidas".

    Dando um salto no texto, destaco o parágrafo final: " É bom que a TV mostre cenas do mundo espiritual alertando sobre a sobrevivência do espírito, acordando o homem para a outra dimensão da vida. Assim, quem sabe, acordando da letargia em que se encontra, possa construir um mundo melhor, segundo o desejo do Senhor. Um mundo de irmãos, governado pela fraternidade".

    Achei maravilhoso esse texto e bom para todas as amiguinhas e amiguinhos que estão assistindo essa novela da Globo, por sinal, excelente ao tocar neste tema espiritual. Está na página dois do caderno A do jornal. Parabéns pela sua crônica desta sexta, Sr. J. Morgado.

    Bjos,

    Giovanna - Unifran - Franca - SP.

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  18. Bom dia, amigos e amigas!

    Olá, Juliano!

    Aprecio demais os seus artigos porque podemos comentar os vários viéses de suas observações, sempre muito pertinentes.

    O "INSTRUÍ-VOS" é fator fundamental para a nossa vida. Sem educação não somos nada nem temos elementos necessários para enfrentá-la de maneira produtiva.

    É sempre polêmica a tese sobre a qualidade do ensino, seja aquele do passado, seja o da contemporaneidade. Lembremos que há tempos atrás não dispunhamos de uma série de ferramentas interessantíssimas, hoje disponíveis a qualquer cidadão.

    Assim como o Edward, sou da época em que havia o exame de admissão ao ginásio. E como ele, "pulei" o quinto ano, prestei o exame e fui direto para a 1ª série ginasial. Creio que os conteúdos eram mais completos - não cheguei a estudar latim, mas tinha inglês e francês. Nossa vida se resumia ao estudo - não havia televisão e muito menos internet. Éramos mais dedicados, havia muito respeito entre mestres e alunos - o ambiente escolar era saudável.

    Na Universidade, continuei a estudar Inglês e Francês nos quatro primeiros semestres do curso de Jornalismo e, depois, no de Letras. Falo fluentemente as duas línguas sem qualquer curso extra. Na verdade, o que realmente faz a diferença é a vontade da pessoa, seu interesse em adquirir competências e qualificar-se, cada vez mais na área que escolheu. E nem sempre a cultura e o conhecimento advêm do ensino regular. Basta que a pessoa tenha interesse em instruir-se e adquirir novos conhecimentos.

    Se todos pensassem em aperfeiçoar-se, todos os dias, o mundo seria diferente.

    Um abraço a todos e aproveitem o final de semana!

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  19. Senhor J. Morgado voltei apenas para dizer que o Edward deveria ser o homem do tempo deste blog. Além de extraordinário jornalista, fiquei ainda mais sua fã depois de uma palestra que ministrou em nossa faculdade, fazendo prevalecer sua voz maravilhosa. Eu estive presente e tirei até fotos ao lado dele, junto com outras amigas. O Edward acertou em cheio a temperatura, pelo menos aqui em Franca, onde chove, céu totalmente encoberto e 15 graus logo pela manhã. Está mesmo frio de doer.

    Bjos a todos!

    Giovanna - Franca - SP.

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  20. Olá Carol

    Bom dia

    O Espiritismo é baseado no tripé – filosofia, moral e religião.
    Religião por quê? A credulidade nas leis naturais do Criador e na doutrina de Jesus, nosso Mestre.
    Há um pensamento (de poucos) que o espiritismo não deveria ser visto como religião. Entretanto, se nos ligamos na Divindade Deus é absolutamente natural que o terceiro item do tripé seja uma realidade.
    Religião quer dizer ligar-se com a divindade.
    As definições abaixo foram encontradas na internet – autoria desconhecida.

    “Seita (< latim secta = "seguidor", proveniente de sequi = "seguir") é conceito originariamente sociológico e é utilizado para designar, em princípio, simplesmente qualquer doutrina, ideologia ou sistema que divirja da correspondente doutrina ou sistema dominante (ou mais de um, quando for o caso), bem como também para designar o próprio conjunto de pessoas (o grupo organizado ou movimento aderente a tal doutrina, ideologia ou sistema), os quais, conquanto divergentes da opinião geral, apresentam significância social.

    A Religião pode ser definida como um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que a humanidade considera como sobrenatural, divino, sagrado e transcendental, bem como o conjunto de rituais e códigos morais que derivam dessas crenças.


    Filosofia (do grego Φιλοσοφία: philos - amor, amizade + sophia - sabedoria) modernamente é uma disciplina, ou uma área de estudos, que envolve a investigação, análise, discussão, formação e reflexão de idéias (ou visões de mundo) em uma situação geral, abstrata ou fundamental”.

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  21. Obrigada pelos esclarecimentos, Sr. J. Morgado!

    Bom fim de semana!

    Carol - SBC

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  22. Ariovaldo Moreira Cavalcantisábado, 05 junho, 2010

    Senhor J. Morgado, estou numa dúvida. Se entendi bem sua crônica, pessoas não esclarecidas não podem ser espíritas, seria isso? O entendimento desta doutrina está condicionado ao nível cultural de cada um, correto? Porque o espiritismo é assim tão complexo? Entendi suas explicações, quando mostrou que a deturpação de palavras podem mudar o significado de uma frase, mas deveriam tentar facilitar, torná-las mais simples, dando oportunidade ao menos esclarecidos de conhecer um pouco desta doutrina. Egoísmo demais ter um grupo de privilegiados, negando o conhecimento à grande maioria.

    Um abraço e me desculpe pela intromissão!

    Ariovaldo Moreira Cavalcanti - Betim - MG

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  23. Esclarecimento perfeito, JMorgado.
    Temos, pois, no espiritismo sério, muita investigação e análises dos ensinamentos de Allan Kardec e do Mestre Jesus (Filosofia); Tem-se tb os rituais e as crenças (Religião)e mais fortemente, o amor inconteste a Deus e ao próximo, sem preconceitos ou distinção de crenças. Completa-se com o forte dever da caridade e da moral.
    João Batista

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  24. Caro JMorgado, concordo com você em alguns aspectos, mas infelizmente, temos nos adaptar aos dias de hoje. Bom domingo.

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  25. Morgado, infelizmente temos que viver a realidade de nosso país. Com relação a tradução dos livros codificados por ALLAN KARDEC, do Francês para a LINGUA PORTUGUESA, temos vários tradutores: temos o intelectuais que escrevem para os intelectuais e temos os tradutores que escrevem para o brasileiro que não estudou ou não teve a oportunidade como muitos neste país injusto. Como poderia evoluir a Doutrina Espírita num país se não fosse os intelectuais que compreendem as reais necessidades da maioria esmagadora do povo brasileiro que também tem vontade de ler e aprender sobre o ESPÍRITISMO?

    Um brasileiro – Chapada dos Veadeiros – Alto Paraíso GO.

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