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EXPULSA DA UNIVERSIDADE
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"A atitude provocativa da aluna buscou chamar a atenção para si por conta de gestos e modos de se expressar, o que resultou numa reação coletiva de defesa do ambiente escolar."
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. COMO TUDO ACONTECEU
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No dia 22 de outubro, uma quinta-feira, a estudante foi à universidade, localizada em São Bernardo do Campo, no ABC, com um vestido rosa curto. Quando subia uma rampa, alguns alunos começaram a assobiar e cantá-la, mas, em pouco tempo, os gracejos deram lugar a ofensas e palavrões. Ao entrar no banheiro, Geisy relatou que uma roda se formou e ela precisou da ajuda dos colegas para conseguir chegar até a sala de aula. Diversos alunos tiraram fotos e filmaram com o celular. A confusão só acabou por volta das 22h com a chegada da Polícia Militar, que abriu caminho entre os estudantes com ajuda de spray de pimenta e escoltou a jovem até a casa dela. Por cima do vestido, Geisy colocou um jaleco branco fornecido por um professor. No dia seguinte ao fato, o vídeo com os xingamentos já estava no YouTube e contabilizava milhares de acessos.
Em entrevista, a jovem classificou o episódio como "um ato de vandalismo" e disse não ter entendido as reações violentas causadas por sua roupa. "Já havia usado o vestido outras vezes e nunca tinha acontecido nada", disse. Ela também disse ter vivido momentos de "terror" por conta da ação dos colegas. "Fiquei presa na sala de aula junto com os meus colegas e professores, que tentavam me defender. Do lado de fora, o pessoal chutava a porta, dava murros. Eles chegaram até a quebrar a maçaneta. Estavam totalmente possuídos". Geisy deixou de frequentar as aulas desde o ocorrido.
Em entrevista, a jovem classificou o episódio como "um ato de vandalismo" e disse não ter entendido as reações violentas causadas por sua roupa. "Já havia usado o vestido outras vezes e nunca tinha acontecido nada", disse. Ela também disse ter vivido momentos de "terror" por conta da ação dos colegas. "Fiquei presa na sala de aula junto com os meus colegas e professores, que tentavam me defender. Do lado de fora, o pessoal chutava a porta, dava murros. Eles chegaram até a quebrar a maçaneta. Estavam totalmente possuídos". Geisy deixou de frequentar as aulas desde o ocorrido. ESPECIALISTAS CRITICAM A MEDIDA
.O promotor de Justiça Roberto Livianu, do Movimento do Ministério Público Democrático, disse que a decisão é um “exagero” e lembra “posturas fundamentalistas”. O caso, segundo ele, não poderia ser enquadrado como ato obsceno, tanto por não ter ocorrido em lugar público como porque não há norma legal para proibir a mulher “de andar com seu vestido mais para cima ou mais para baixo”. “Isso tudo só mostra como a mulher ainda é vista como objeto por muita gente”, diz.

