sábado, 23 de outubro de 2010

SEXTA-FEIRA, 22 DE OUTUBRO DE 2010


Graças a uma campanha acirrada atualmente levada a efeito no Brasil, quando os dois candidatos a presidente desfraldam a bandeira em oposição contra o aborto, o assunto finalmente ganha a importância política que merece. Sim, política, afinal o assunto, além de ético, moral e religioso, é também político.

Movimentos mil têm sido levados a efeito, tanto os que são a favor quanto aos que são contra. De um lado, adeptos do feminismo, que se declaram a favor da legalidade do aborto, alegando que cabe a mulher a decisão do que deve ser feito com o próprio corpo. Do outro, os religiosos e também não religiosos que acham que a vida tem início na concepção.

Em alguns países, o aborto é legalizado. Talvez por uma questão de prevenção a explosão demográfica, mas nunca ético ou moral. A Doutrina Espírita trata clara e objetivamente a respeito do abortamento, na questão 358 de sua obra básica O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec: Pergunta – Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?
Resposta – “Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando”.
Sobre os direitos do ser humano, foi categórica a resposta dos Espíritos Superiores a Allan Kardec na questão 880 de O Livro dos Espíritos: “qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem? “O de viver”, foi a resposta. “Por isso é que ninguém tem o direito de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal”.

É do Livro Religião dos Espíritos este parágrafo: “fugi do satânico propósito de sufocar os rebentos do próprio seio, porque os anjos tenros que rechaçais são mensageiros da Providência, assomantes no lar em vosso próprio socorro, e, se não há legislação humana que vos assinale a torpitude do infanticídio nos recintos familiares ou na sombra da noite, os olhos divinos de Nosso Pai vos contemplam do Céu, chamando-vos, em silêncio, as provas de reajuste, a fim de que se vos expurgue da consciência a falta indesculpável que perpetrastes”.

Afinal, eu pergunto: teriam os postulantes ao cargo maior na direção do país, ciência ética, moral e religioso sobre o aborto ou é apenas um interesse momentâneo devido ao um possível interesse político que se poderia traduzir como um ato de fisiologismo? Para os que pensam que a vida termina com a morte física, o aborto é um ato normal e não há razão para remorsos. Mas os que acreditam na vida após a morte, dependendo da crença a que pertençam ou acreditam, sempre há esperança de um “purgatório” ou o perdão concedido pelo padre ou pastor. Os espíritas acreditam na vida eterna do espírito e não do corpo. “Do pó vieste, ao pó voltarás”.

Na revista Informação, de número 304/2002, a resposta a uma pergunta de uma leitora me chamou a atenção: “quando uma mulher sofre um aborto espontâneo ou mesmo uma ameaça de aborto é porque o bebê está em dúvida ou com medo de vir a Terra? Ou porque não gosta dos pais por algum problema em alguma encarnação?”
Resposta – “Em casos assim, não podemos precisar com exatidão a causa que determina o aborto. Se há causas físicas, certamente há causas espirituais ligadas ao Espírito reencarnante, que podem ser várias. Nas obras de André Luiz, pelo médium Francisco Cândido Xavier, especialmente “Os Mensageiros” e “Missionários da Luz”, podemos encontrar referências a respeito. Mas também não podemos descartar a existência de causas relacionadas a ignorância, negligência ou imprudência da mulher e que podem provocar problemas relacionados com o aborto, resultando em reencarnações frustradas. Cada caso é um caso”. O assunto é extenso. Voltaremos em outra ocasião.
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*J. MORGADO é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, para o qual escreve crônicas, artigos, contos e matérias especiais. Contato com o jornalista? Só clicar aqui: jgarcelan@uol.com.br

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