domingo, 9 de agosto de 2009

EM NOME DO PAI. E DOS FILHOS.
NIVIA ANDRES
Em nome do Pai, comemoramos o segundo domingo de agosto. Em nome dos filhos, este dia deveria ser festejado sempre. Em nome de pais (incluindo mães) e filhos, todo dia seria de comemoração, porque os vínculos de amor (não os de sangue) precisam ser celebrados infinitamente.
Conceber, ver nascer, criar, proteger e educar para a vida são dádivas divinas. Mais divinos ainda são os dons de acolher, abrigar e reconhecer como parte inseparável de si os nascidos de outros pais que não foram dignos de seus filhos. Essa é a missão inalienável para a qual fomos criados. Uma bendita missão, que precisa ser praticada, exercitada e tratada com zelo perene. Se tal não acontece, vem a dor, o sofrimento, os desencontros, os descaminhos, a separação.
Pai é palavra mágica, fundamental, que expressa sentimentos e sentidos múltiplos, ilimitados, ligações profundas, imortais, inarredáveis, irrenunciáveis.
Pais, amem e respeitem os seus filhos. Filhos, amem e respeitem os seus pais.
Mesmo que haja diferenças de opinião. Mesmo que as crenças sejam diversas. Porque, há um dia, na vida, em que os caminhos de uns e de outros se encontram e daí, cessam as diferenças, acabam as desavenças e só permanece o amor, que a tudo vence, pois é feito de compreensão.
Filhos, cuidem para que esses caminhos se cruzem bem antes da estrada final, aquela que não tem volta. Pais, zelem para que seus filhos nunca trilhem estradas paralelas, impossibilitando um desvio que consinta em convivência.
Nada melhor que um caminho de construção conjunta, onde pedras e tijolos e argamassa se assentem em consenso. É infinita a alegria de construir junto, compartilhando, participando, opinando, desmanchando uma parte se assim necessário for, para manter a harmonia do conjunto.
Pais, sejam esteios para seus filhos. Abriguem, confortem, ensinem a pescar e a andar com as próprias pernas. Filhos sejam esteios para seus pais. Abriguem, confortem, mostrem que a pesca foi farta e os carreguem no colo quando não conseguirem mais andar.
Pais também são filhos de seus filhos. Filhos também são pais de seus pais. Essa deveria ser a lei mais observada – a da reciprocidade.
Pais, agradeçam a bênção de serem pais.
Filhos, curtam a bênção de serem filhos.
Pais e filhos, feitos à semelhança divina de Pai e Filho.
Pais, vocês já foram filhos.
Filhos, vocês serão pais.
Em nome do Pai.
Em nome do Filho.
Em nome da alegria, do amor, da VIDA plena. Amém.
Esta sinfonia de palavras traduzida em prece eu escrevi para meu pai, Luiz Carlos que, mesmo não sendo presença física há 24 anos, vive e se manifesta em nós, seus filhos, através de seus maravilhosos ensinamentos e exemplos, multiplicados pela infinita capacidade de amar, que procuramos exercitar e transmitir por todos os dias de nossa vida.
Um abraço carinhoso a todos os pais que são filhos de seus filhos e a todos os filhos que são pais de seus pais.
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*Nivia Andres, jornalista, graduada em Comunicação Social e Letras pela UFSM, especialista em Educação Política. Atuou, por muitos anos, na gestão de empresa familiar, na área de comércio. De 1993 a 1996 foi chefe de gabinete do Prefeito de Santiago, Rio Grande do Sul. Especificamente, na área de comunicação, como Assessora de Comunicação na Prefeitura Municipal, na Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACIS), no Centro Empresarial de Santiago (CES) e na Felice Automóveis. Na área de jornalismo impresso atuou no jornal Folha Regional (2001-06) e, mais recentemente, na Folha de Santiago, até março de 2008.
Blog da jornalista:
http://niviaandres.blogspot.com/
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