quinta-feira, 11 de março de 2010

HOJE É DIA DE FESTA PARA NIVIA ANDRES

A Festa estava cuidadosamente sendo preparada para amanhã, sexta-feira, dia 12 de março. Repentinamente um grito de alerta da Cristina Fonseca quase nos derruba da cadeira. Era o comunicado que hoje, 11 de março, nossa querida amiga, brilhante jornalista, Nivia Andres, apaga velinhas. Uma festa depois da outra. Surpreso, corri ao blog e não pude postar o bolo que ainda estava sendo confeccionado. O que tinha em mãos postei, antes do artigo especial desta quinta de Garcia Netto. Agora, uma hora depois, com a presteza da Cris, nossa diretora de artes, o bolo para a festa de logo mais ficou pronto. Vamos comemorar amigos e amigas. Mais aniversário. Ontem, da Cris Fonseca, hoje, da Nivia. Parabéns, Nivia Andres e que Deus continue lhe abençoando, adoramos você! (Edward de Souza).
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ABAIXO A SÉRIE IMPERDÍVEL DE GARCIA NETTO: RELEMBRANÇAS II
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RÁDIO – PAIXÃO,


ROMANTISMO & REALIDADE(I)

Retornar é missão de quem iniciou alguma coisa e precisa complementá-la para bem cumprir o avençado. Na série anterior, Edward de Souza fez referência a Orlando Dompieri, saudoso ator, produtor de radioteatro, responsável por encenação de peças como produtor, diretor, esperto na arte da culinária. Tudo ele fazia com extremado amor e dedicação, na qualidade de amador. Sua atividade profissional: professor de marcenaria na Escola Profissional Dr. Júlio Cardoso, de Franca. Merece a relembrança por ter sido um iniciador das artes na cidade. Quem, dos mais antigos, não se recorda de sua sensibilidade? No teatro, no rádio e na arte de produzir minúsculas peças em madeira, marcou seu tempo - pequeninas taças de champanha e xícaras que se temia pegá-las por tão delicadas.

A Daniela Fischer que mora na Urca, no Rio de Janeiro, aguça minha saudade e apego à história. Naquele entorno desfrutei ricos momentos da vida. Na Praia Vermelha, Carlos Machado e a Boate Casablanca, a TV Tupi no antigo Cassino da Urca que foi berço do sucesso de Carmem Miranda (E). Locais onde eram pontuais os encontros das elites do mundo e valores artísticos da época. A Urca também me acende a candeia a iluminar lembrança do advogado, político, diplomata, ministro, mestre da soberba oratória, jornalista e companheiro de Vargas: João Neves da Fontoura (D).
O valor dos letristas do passado foi lembrado por Liliana Diniz, a qualidade musical, a descoberta da qualidade interpretativa. Lili, não se pretende anular a TV, entretanto, o seu audiovisual, deixa de escancarar o romântico que o rádio tem: o mistério, a expectativa, a imaginação livre de cada um. O Pedro Veríssimo fala de sua sonata e do ponche. Quantos de nossos leitores sabem o que é? O Miguel Falamansa viu em sua bola de cristal que eu usava roupa de linho 120, pede confirmação: naquele tempo chamavam-no: linho Irlandês York Street, mais tarde passou a ser produzido no Brasil pela Braspérola, como linho 120, com alusão ao número de fios, hoje muito em moda a citação em vários tecidos. Não existe mais. Usava e uso hoje a versão mais próxima. Anote, Miguel, eu não usava compondo o traje sapatos vinho de bico branco, identidade dos chamados malandros cariocas.

Angélica sugere uma conversa minha com seus colegas de classe. Honra-me.

A Bruna, mineira, questiona minha falta de relação com o rádio de Minas Gerais. Trabalhei por curto tempo em emissora de Araguari, uma pioneira. Fui amigo de Januário Carneiro, príncipe da rede Itatiaia, defendendo as mesmas idéias nos congressos da radiodifusão brasileira. Convivi com Céu Azul Soares, grande narrador de partidas de futebol em BH.

Uma encruzilhada na década de 50 apresentou-se em minha vida e provocou mudanças radicais em meu caminho. Uma opção seria ir para o Canadá, apresentar programa em português, em emissora de Ottawa. Outra, era aceitar convite para uma participação no filme Carnaval no Fogo, da Atlântida. Essa realização do cinema viria provocar grande polêmica, com críticas agudas - no entanto, o público adotou-a com boa bilheteria, que lhe sustentou aprovação.

No mesmo período, o falecimento de meu pai, na cidade de minha origem, Franca, por precedência do destino, dando novo rumo ao futuro. Foi o início de minha carreira na lida administrativo-empresarial.

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*José Reynaldo Nascimento Falleiros (Garcia Netto), 81, é jornalista, radialista e escritor francano. Autor dos livros Colonialismo Cultural (1975); participação em Vila Franca dos Italianos (2003); Antologia: Os contistas do Jornal Comércio da Franca (2004); Filhos Deste Solo - Medicina & Sacerdócio (2007) e a novíssima coletânea Seleta XXI - Crônicas, Contos e Poesias, recentemente lançada. Cafeicultor e pecuarista, hoje aposentado. A Série Relembranças II será editada em capítulos semanais, às quintas-feiras - uma revisita do profissional de memória privilegiada, à história do Rádio Brasileiro, que se confunde com a sua própria história.
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