sexta-feira, 26 de junho de 2009

EU AINDA EXISTO
J. Morgado
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A frase do título eu a extrai de um filme espiritualista intitulado “AMOR ALÉM DA VIDA”. Robin Willians e Cuba Gooding Jr. estão entre os principais atores dessa obra cinematográfica, datada de 1998, da Universal Studios.
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Nos últimos anos, o cinema americano tem produzido muitos filmes abordando o tema “além da morte” e a reencarnação. Alguns deles se aproximando bastante do que a Doutrina Espírita nos ensina. Infelizmente o misticismo e a fantasia ainda prevalecem. A explicação é sempre a mesma, o vil metal. Se assim não fosse, talvez eles não conseguissem atingir os objetivos comerciais almejados. Mas, de qualquer forma, nota-se que naquele país do hemisfério norte os simpatizantes do Espiritismo aumentam. Palestras proferidas por brasileiros que lá vão a convite divulgar a Doutrina dos Espíritos e os filmes produzidos por aquele país comprovam essa realidade. Verifica-se que quase todos eles tiveram suas bases em obras psicografadas por Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco, além de outros de nacionalidades diversas.
No filme que estamos abordando, o umbral nos é mostrado de uma maneira bem interessante. “Nosso Lar”, ditado pelo espírito André Luiz; “Memórias de um Suicida”, de Ivone Amaral Pereira, etc. estão retratados razoavelmente nesse filme.
É evidente que os leitores ficarão curiosos, razão pela qual vamos transcrever a sinopse do filme: “Após a morte de seus dois filhos, Chris e Annie passam por várias dificuldades emocionais. Anos depois, Chris também morre e vai para o Paraíso. Annie acaba se suicidando. Diferente de Chris, ela vai para uma espécie de purgatório onde ficam as almas perturbadas. Quando descobre o destino da mulher, Chris embarca numa jornada em busca da salvação de sua alma, provando que o amor, desafia qualquer infortúnio.” Em nenhum momento se toca o nome de qualquer religião. Fala-se de ir e vir do mundo espiritual e material de uma forma bem natural.
O espírito perturbado do desencarnado assedia a esposa constantemente. A tristeza e o estado de prostração da mulher lamentando a morte do marido fazem com que ele tente consolá-la. Em determinado momento ele diz: “estou aqui amor, continue pensando em mim, eu ainda existo”. Essa frase é repetida várias vezes. A personagem fica desesperada, pois, apesar de sentir a presença do esposo, não acredita no que “está ouvindo” surdamente em seu cérebro. O esposo desesperado, inconscientemente toma a mão da amada e faz com que ela escreva a frase “eu ainda existo” de uma forma forçada. Os olhos reviram-se como se mostrasse uma pessoa em momentos de transe mediúnico. Lentamente, duas mãos percorrem o papel. As letras, deformadas, juntam-se para formar a frase. É uma cena impressionante. A psicografia mecânica ocasionada por um obsessor (no caso, o marido) nos mostra que o autor e o diretor do filme conhecem a ciência espírita. O desespero da mulher faz com que o espírito se afaste em busca de seu destino, pois descobrira que sua presença prejudicava a mulher amada. Outras cenas se seguirão mostrando vários fundamentos da doutrina espírita
Apenas cento e cinqüenta anos são decorridos desde a Codificação. O Espírito de Verdade, prometido por Jesus dezoito séculos antes, se manifestara. O início do movimento no Brasil foi promissor. Figuras de projeção na sociedade se declararam adeptos do Espiritismo. Entre eles, Dr. Bezerra de Menezes (l831/1900), um dos fundadores da FEB (Federação Espírita Brasileira), cognominado “Médico dos Pobres”. Diante de uma platéia de mais de duas mil pessoas, revelou-se espírita. Seu despertar foi o “Livro dos Espíritos” que começou a ler em uma pequena viagem de bonde entre o centro do Rio de Janeiro e o bairro da Tijuca. Destruição de livros na Espanha, perseguições policialescas no Brasil e inúmeras outras dificuldades não impediram a proliferação da Doutrina dos Espíritos.
O Brasil é hoje o centro irradiador da doutrina em seu tríplice aspecto: ciência, filosofia e religião. Nos rincões mais longínquos da Terra o Espiritismo começa a ser conhecido. E é com as revelações do Espírito de Verdade que os seres humanos começam a entender que eles jamais deixarão de existir.
O item 23 do Capítulo IV do Evangelho Segundo o Espiritismo (edição IDE/84) nos diz: “Em resumo, quatro alternativas se apresentam ao homem para seu futuro de além-túmulo; primeira, o nada, de acordo com a doutrina materialista; segunda, a absorção no todo universal, de acordo com a doutrina panteísta; terceira, a individualidade com a fixação definitiva da sua sorte, segundo a doutrina da igreja; e, quarta, a individualidade com progresso indefinido, segundo a Doutrina Espírita. De acordo com as duas primeiras, os laços de família se rompem depois da morte e não há nenhuma esperança de reencontro; com a terceira, há a chance de se rever, contanto que se esteja no mesmo meio, e esse meio pode ser tanto o inferno como o paraíso; com a pluralidade das existências, que é inseparável da progressão gradual, há a certeza na continuidade das relações entre aqueles que se amaram, e está aí o que constituí verdadeira família”.
Meus amigos, um dia a humanidade deixará de olhar para o umbigo e começará a reparar o que existe a sua volta. Verá as árvores mudarem de roupagem todos os anos. A influência das estações em nossas vidas. O sol nascer todos os dias, as fases da lua e sua importância na Natureza. As chuvas, as secas prolongadas... Notará a imensidão do Céu com suas estrelas e começará a imaginar o Universo que já ouviu falar. Descobrirá que se jogar uma pequena bola contra uma parede ela fatalmente voltará. Então... Começando a raciocinar, verá que a vida é muito mais do que pensava ser e descobrirá que como parte da Natureza e sendo um ser pensante e com individualidade própria, ele sempre existirá.
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*J. Morgado é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. Morgado escreve quinzenalmente neste blog, sempre às sextas-feiras. E-mails sobre esse artigo podem ser postados no blog ou enviados para o autor, nesse endereço eletrônico: jgacelan@uol.com.br
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