sábado, 21 de março de 2009

AS HISTÓRIAS DAS REDAÇÕES DE JORNAIS

O PRÊMIO ESSO
PARTE V
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RESPOSTAS PARA UM LEITOR
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Edward de Souza - Édison Motta
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O advogado e leitor desse blog - Dirceu H. Matoso - Porto Alegre - na matéria sobre histórias de redações de jornais, capítulo IV, em seu comentário quis saber quando e como o jornalista Édson Motta ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo. Pergunta também como fazer para acessar a página do Jornal Comércio da Franca, onde mantenho uma coluna todas as quintas-feiras. Começamos com as explicações de Édison Motta. No final, acrescento o link de acesso ao jornal.
"O Prêmio Esso Regional de Jornalismo - região Sudeste, que abrange todos os grandes veículos de comunicação do eixo Rio - SP - foi conquistado em 1976 em parceria com Ademir Médici. Resultou de uma série de reportagens publicadas no Diário do Grande ABC naquele ano com o título: "Grande ABC, a metamorfose da industrialização". As reportagens tiveram entre os entrevistados o então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, o atual presidente Lula. Mostravam os contrastes e a falsa impressão de progresso que a industrialização - a partir da instalação das montadoras automobilísticas há menos de 20 anos naqueles tempos - trouxeram à região do grande ABC formada por sete cidades: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Com sua veia natural de excelente historiador e extraordinário talento inato para o jornalismo, Ademir Médici foi a campo e trouxe aos leitores do Diário, saborosas lembranças de como viviam seus ancestrais na região: cidades aprazíveis, com farta natureza, sem poluição, trânsito e nem criminalidade. A partir da industrialização, o chamado ABC paulista se transformou no "eldorado" brasileiro e atraiu milhões de pessoas que deixaram os mais distantes rincões do país em busca de emprego e da felicidade a ser conquistada pelo tal "progresso". Surgiram às primeiras favelas, guetos de migrantes rurais, a poluição das águas e do ar; destruição do meio ambiente. A violência e criminalidade explodiram. Alguns conseguiram melhorar o padrão de vida, em troca de um regime semi-escravagista nas indústrias, atuando como robôs tão bem ilustrados por Charles Chaplin em seus "tempos modernos". Porém, a maioria foi transformada em exército de reserva das indústrias, onde peregrinava, nas madrugadas, em longas filas, que dobravam quarteirões, em busca do sonhado emprego. Massa de manobra que viabilizou a rotatividade da mão de obra e exerceu pressão - por excesso de oferta - sobre os salários dos que estavam empregados.Não sabíamos à época. Mas foi aquele contexto, retratado na série de reportagens, que levou à rebelião dos trabalhadores do ABC em 1978,79 e 80. As greves campais lideradas pelos metalúrgicos - que inauguravam o chamado novo sindicalismo - abalaram as estruturas do regime militar, projetaram Lula e mudaram a história do Brasil."
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