quinta-feira, 4 de novembro de 2010

QUARTA-FEIRA, 3 DE NOVEMBRO DE 2010
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A partir da próxima semana, você vai acompanhar outra série inédita neste blog. "Histórias de Adhemar", de Carlos Laranjeira. O jornalista e escritor teve acesso exclusivo ao acervo do ex-governador de São Paulo, colhendo dados importantes e inéditos sobre a carreira deste que foi um dos políticos mais polêmicos do Brasil. Nesta série, Laranjeira conta muitas histórias engraçadas de Adhemar de Barros.
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Entre os relatos, você vai saber sobre o dia em que Adhemar foi ao Rio de Janeiro na companhia de Mario Beni, seu correligionário. À noite, decide fazer uma visita a Getulio Vargas, no Palácio Rio Negro, em Petrópolis. Após o jantar, Getulio é o primeiro a levantar-se e, acompanhado dos convidados, dirige-se para o salão de recepção com um charuto, na mão direita, acesso.
Nesse instante, entre aflito e irritado, surge um velho amigo de Vargas:
- Veja, Presidente, o despacho que o Oswaldo deu neste processo sobre a reorganização dos serviços administrativos dos Ministérios.
Dizia o despacho:
- Tchê, vá à merda...
Deliciando-se com o que lera, Getulio solta estrepitosa gargalhada.
Inquieto, o portador do processo pergunta:
- Que devo fazer, Presidente?
Amigo também do autor do despacho irreverente, Vargas responde:
- Olha, tchê, se eu fosse tú, não iria...
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Adhemar era imprevisível e aprontava quando menos se esperava. Acompanhem essa:
Uma noite, Adhemar oferece jantar em palácio para condecorar várias personalidades. Uma delas: Carlos Rizzini, diretor do Departamento Estadual e Informações. Mal acaba de receber a honraria, Rizzini é informado que a Rádio Tupi acabara de divulgar a notícia de sua exoneração.
- Não é possível! Só pode ser brincadeira. Em todo caso, vou telefonar.
Telefona para Corifeu de Azevedo Marques, diretor do Grande Jornal Falado Tupi. Este confirma a informação:
- Foi transmitida, pelo palácio, por ordem do próprio governador.
Carlos Rizzini quase desmaia.
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Nossos leitores também irão se deliciar com a briga política entre Adhemar de Barros e Jânio Quadros. Vou relatar mais essa e paro, do contrário estrago a série que irão seguir.
Num comício, logo depois que Adhemar foi acusado de suposto crime de peculato na compra de veículos Chevrolet, quando era governador, Jânio Quadros anuncia ao público que trouxera seu adversário com ele e que iria exibí-lo, ali mesmo. E, depois de algum suspense, Jânio ergue uma gaiola com um rato.
- Ei-lo, senhores. Ei-lo, o rato Adhemar.
No dia seguinte, Adhemar, candidato do PSP também anuncia que conseguira trazer, ao comício, o seu contendor e que ia mostrá-lo ao povo. E, erguendo uma gaiola surpreende a todos. Dentro, havia um gambá.
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Aguardem para a próxima semana, neste blog, o primeiro capítulo de "Histórias de Adhemar", de Carlos Laranjeira.
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Abraços...
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Edward de Souza