sábado, 1 de janeiro de 2011

SEXTA-FEIRA, 31 DE DEZEMBRO DE 2010

Escrevi este texto durante a semana que antecede o Dia da Confraternização Universal. Neste Natal, busquei ler as notícias que os órgãos de comunicação nos trazem. Não fiquei surpreso. As mesmas mazelas de sempre. Agressões, desastres ocasionados pelo excesso de bebidas, brigas, e o pior de tudo... Guerras! Além dos vários conflitos existentes no Oriente Médio, novamente no dia em que se comemora o aniversário do Cristo, palestinos e israelitas se agridem atirando bombas uns nos outros. Uma intolerância selvagem!

Também a Terra precisa ser poupada de muitos infortúnios. O ser humano tem provocado danos ao planeta sem se preocupar com as consequências. Por isso, pedimos a todos os leitores que nesse Ano-Novo sejam amigos da Mãe Natureza. Façam a sua parte para que o planeta seja mais vivo e que produza mais frutos para nossa sobrevivência.

As festas que se realizam no dia da passagem de um para o outro ano são de origem muito antiga. Uma data que se consolidou há cerca de 500 anos e que se comemora em quase todo o mundo. Desde os calendários babilônicos (2.800 a.C) até o calendário Gregoriano, o réveillon mudou muito de data. Mas, isso é outra história; mais detalhes, basta acessar a internet.

Tradicionalmente, nesse dia há uma expectativa (vigília) com muitas festas onde o tal de “deus Baco é invocado” e, infelizmente, passa a presidir esse acontecimento que deveria ser de total confraternização. Confraternizar, um verbo transitivo direto que quer dizer ligar, unir como irmãos, irmanar. Foi essa a intenção do Papa Paulo VI, que em 1968 criou o Dia da Confraternização Universal - ou Dia da Paz - para ser comemorado pelos verdadeiros amigos da paz, independente de credo, etnia, posição social ou econômica. Entretanto, o mundo ainda não conseguiu assimilar essa louvável iniciativa. O orgulho excessivo ocasiona atos belicosos. Daí as guerras intermináveis e as brigas domésticas. O excesso de álcool e outras drogas acabam ocasionando desgraças indescritíveis.
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O ser humano que deveria respeitar as leis feitas para disciplinar as atitudes anti-sociais, descumpre-as ao seu bel prazer. Ultrapassam os limites de velocidade nas vias urbanas e rodovias e os acidentes são inevitáveis. Assassinatos em nome da honra ou apenas para roubar crescem exageradamente durante as festividades dedicadas a confraternização. Mal entendidos que poderiam ser resolvidos com um pequeno diálogo, desandam para uma demanda muitas vezes sangrenta. Esse dia acaba por se tornar apenas em um feriadão com muita farra onde uma velha música já tradicional e bastante materialista é cantada em toda a parte. “(...) Muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender...”.

Tradições a parte, como pular ondas, vestir roupas brancas, amarelas, azuis... Para comer, lentilhas, romãs e sei mais lá o que, a passagem de um para o outro ano deveria ser de muita reflexão e paz. Tudo isso demonstra o quanto ainda somos atrasados... Moralmente e também intelectualmente. A vontade maior de Deus, segundo nos ensinou o Messias, é o aprendizado do Amor.

Em mensagem no capítulo 11 do Evangelho Segundo o Espiritismo, Fénelon (François Salignac de La Mothe, orador, escritor e prelado francês do século 17) pede para que não acreditemos na esterilidade e endurecimento do coração humano, pois ao contato com o amor verdadeiro, ele finda por ceder. Assim sendo, A Confraternização Universal representado pelo dia primeiro de janeiro, é o lembrete simbólico que as leis de Deus exigem cumprimento e obediência. E o que hoje é obrigação para nós, tornar-se-á, no futuro, na passividade dos bons sentimentos que haveremos de conquistar, um exercício natural do amor praticado. Para que isso aconteça, é preciso pensar nas crianças, educá-las para que sejam úteis e possam contribuir para o nascimento de um novo mundo, mais justo, sem a ganância dos especuladores, mais voltado para a convivência harmoniosa entre os povos. Que Deus abençoe a todos em 2011. Que assim seja e assim se faça!

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*J. MORGADO é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, para o qual escreve crônicas, artigos, contos e matérias especiais. Contato com o jornalista? Só clicar aqui:
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