domingo, 14 de novembro de 2010

SÁBADO, 13 DE NOVEMBRO DE 2010
Em tempos de ENEM frustrado, Tiririca desletrado e Lula quase desalojado, o Brasil, em pleno terceiro milênio, não avança muito além do caminho retrógado de décadas. Mesmo que em alguns setores as coisas tenham evoluído na velocidade de um Mangalarga, em outros, como a educação, por exemplo, deixam no rastro uma gama de "desafalbetizados" que procura, por seus meios e méritos, lugar ao sol, onde apenas figuram privilegiados de carteirinha.

Nosso presidente, por exemplo, oriundo de paragem pacata onde a mãe nasceu analfabeta (?), passou, talvez, quatro aniversários em bancos escolares. Na sequência, mudando para centro maior, caminhou por outras trilhas que o transformaram, autodidata, em um dos maiores líderes carismático da história contemporânea "deste país". Alavancado pelo apoio popular que o transforma em semideus (ao menos ele acha isso), nomeou assessores em todos os níveis, inclusive ministros e magistrados, que cumprem fielmente o indicado nos garranchos inseridos na cartilha do burgomestre.

O Ministro da Educação, Paulo Haddad, (foto abaixo), por exemplo, e não por acaso, comandante do cargo mais cobrado da Nação, derrapa de forma vergonhosa na produção e execução de dois exames nacionais, cuja falha compromete a seriedade da Pasta e atira no ralo da incompetência um ministério responsável pelo futuro da Nação. Pelo atraso no tempo, o brasileiro não pode perder etapas com heresias de neófitos e despreparados. Mas o burgomestre prefere passar as mãos nos cabelos do ministro-professor em detrimento da educação e, assim, dar preciosos passos na contramão do túnel do tempo.

Enquanto isso, magistrados, togados e a totalidade da mídia nacional focam com veemência os garranchos de Tiririca, o palhaço-deputado mais votado do Brasil. Que lugar é este onde um analfabeto honesto não pode ser deputado, mas o povo, pelo voto, coloca um punhado de larápios em cargos públicos? Certamente o palhaço-deputado não seria mais pernicioso na Câmara Federal do que muitos que lá estão.
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Na questão educação, pelo andar da tartaruga, seria mais coerente o presidente, cuja mãe nasceu analfabeta (ele se orgulha disso), colocar o timão do MEC nas mãos do glorioso Tiririca. Assim, as coisas ficariam igualadas no mesmo patamar, chefe e chefiado, e o País caminharia célere em direção ao futuro. Pelos políticos que possui, o Brasil precisa muito mais do que um Deus brasileiro, mas não há?
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As diferenças de competência em suas respectivas ocupações, presidente, ministro e deputado, não alteram o conteúdo de livros, cadernos, computadores ou uma impressão digital. Para os três, o que funciona é a caneta, mesmo que seja para rabiscos. Vale lembrar que minha saudosa mãe, portuguesa, também não sabia ler, nem escrever, quando veio ao mundo: simples coincidência? Talvez...
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*Oswaldo Lavrado é jornalista/radialista radicado no Grande ABC
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