sexta-feira, 2 de outubro de 2009

UMA VACINA CONTRA O SOFRIMENTO


“Desventurados aqueles que não seguem o Mestre que encontraram, porque conhecer Jesus Cristo em espírito e viver longe dele será espalhar a destruição em torno de nossos passos, e conservar a miséria dentro de nós mesmos.” O que está ai é o último parágrafo de “DESTRUIÇÃO E MISÉRIA”. De Emmanuel e psicografia de Francisco Cândido Xavier, está inserida no livro Fonte Viva – edição FEB/1986.
Comecei este artigo ao lembrar-me de um fato sobre a vida de Eurípedes Barsanulfo. Parece que foi em uma de suas biografias... Em um sonho ou desprendimento, o Apóstolo de Sacramento (cidade de nascimento de Eurípedes) se vê em um local paradisíaco. Ao longe, avista um vulto sentado em uma pedra. Aproxima-se. Reconhece Jesus. O mestre verte lágrimas sentidamente. Eurípedes pergunta: - porque choras Mestre? Jesus responde: "choro por aqueles que conhecendo o Evangelho não o praticam".
Acredito que Jesus, em sua eterna bondade, continua a chorar e a pedir ao Pai para que nos perdoe porque não sabemos o que fazemos, apesar dos dois mil anos decorridos.
O orgulho e todos os seus tentáculos ai estão. O homem parece que aprendeu ou se acostumou a viver com o sofrimento. Sabe que existe uma vacina, mas recusa-se a tomá-la! Ao contrário dos remédios materiais, o remédio espiritual não é obrigatório. Depende do livre-arbítrio de cada um.
Em 1904 a cidade do Rio de Janeiro tinha problemas graves de estrutura urbana. Apesar de ser a Capital do País, a rede de esgoto e água era insuficiente, a coleta de lixo, precária. Os cortiços proliferavam. Em razão disso, doenças como a tuberculose, a peste bubônica, a hanseníase, o tifo e a febre amarela etc. ali se instalaram.
Foi então que o Dr. Oswaldo Cruz, a mando do prefeito Pereira Passos, organizou as Brigadas Mata Mosquitos. Os mosquitos transmissores da febre amarela, os ratos causadores da peste bubônica, etc. começaram a ser exterminados. Foi necessária força policial para invadir as residências e aplicar o remédio salutar. Essa medida profilática, tão necessária, não foi compreendida pela população e certos setores das elites da época. O episódio ficou conhecido como a “Revolta da Vacina”.
Mortes, prisões, exílios! Tudo isso foi necessário para vencer a resistência de uma comunidade ignorante. O resultado foi que a varíola, em pouco tempo, foi erradicada. Outras doenças tiveram seu índice de infecção diminuída drasticamente.
Meus amigos, até hoje, com todo o esclarecimento que o povo recebe através de uma mídia moderna, ainda há aqueles que resistem a se vacinarem contra as doenças periodicamente, por ignorância ou irresponsabilidade.
O breve relato sobre a “Revolta da Vacina” é apenas um exemplo do que aconteceu e acontece no Brasil e no mundo quando se quer fazer algo que beneficie a população.
Quarentenas, internação de leprosos, tuberculosos etc. O homem buscava defender-se, usando a força se necessário. Hoje se usam métodos mais sutis. Determinados tipos de documentos não são fornecidos se fulano não tiver atestado de vacinação desta ou daquela doença. Pelo que podemos notar e já foi dito acima, o homem usa dos meios necessários para defender-se e preservar a sociedade. Mas o sofrimento físico e espiritual continua... Será que o ser humano se pergunta qual a razão? Muitas doenças foram erradicadas, outras novas (ou descobertas) aparecem. E o homem continua a ignorar o melhor remédio do Universo chamado de “Boa Nova ou “Estatuto Moral Universal”, que nos foi revelado por Jesus.
Deixando se levar pelos prazeres proporcionados pela Porta Larga, o indivíduo, vai tropeçando pelo caminho traçado por ele mesmo. Nesse caminho semeia sementes. Essas sementes frutificarão. Serão frutos doces ou amargos? A resposta é óbvia.
“Entrai pela porta estreita, porque a porta da perdição e o caminho que a ela conduz é espaçoso, e há muitos que por ela entram. Como a porta da vida é pequena! Como o caminho que a ela conduz é estreito! E como há poucos que a encontram! (São Mateus, capítulo VII, v. 13, 14)”.
É no cap.XVIII do “Evangelho Segundo o Espiritismo” (edição IDE/84), que está inserido esse capítulo do Novo Testamento. O título “PORTA ESTREITA” prossegue com valiosas lições de como vacinar-se contra os males materiais e espirituais.
“Felizes são aqueles que levam consigo uma parte das dores do mundo. Durante a longa caminhada, eles saberão mais coisas sobre a felicidade do que aqueles que a evitam” (frase atribuída a Jesus Cristo). A campanha de vacinação está aberta permanentemente. Quem se habilita?
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*J. Morgado é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, escrevendo crônicas, contos, artigos e matérias especiais. Contato com o jornalista:
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