
Este blog, nestes mais de dois anos de atividades, nunca ficou quatro dias sem atualização, como aconteceu agora. Nada que justificasse esta paralisação a não ser a curiosidade. Estaria este espaço sendo frequentado por seres irreais? Como responsável pelo blog procurei ficar distante, pelo menos nestes últimos três dias, para esperar a resposta, curioso com a afirmação feita por um blogueiro que, nas horas vagas, ocupa um cargo de educador numa escola da Região do ABC Paulista. Este cidadão, com pouco mais de um metro de altura, cabeça enorme, olhos estatelados e a semelhança com um sapo boi, lembra, em muito, seres extraterrestres. Comprovado ficou que tem ele fértil imaginação. Continuamos a receber muitas visitas e seguidores, mesmo sem um assunto novo e, clicando nas fotos, percebemos que são seres reais, possuem blogs e se comunicam.
São cinco horas da manhã desta terça-feira. Abro minha janela e vejo, entre as inúmeras árvores seculares que cercam minha casa, o céu azul, pontilhado de estrelas. Fascinado pela beleza do espetáculo que já estou acostumado a ver, mas não me canso de admirar, um risco repentinamente cortou o céu e transportou-me para os anos 60, quando uma febre coletiva tomou conta da população. O assunto naquela época, em todas as rodinhas que se formavam era a aparição de Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs), popularmente chamados de discos voadores. Deixo claro, antes que alguém possa imaginar que estou vendo ufos de madrugada, que o brilho que se arrastou pelo céu e que eu avistei, com certeza foi causado por uma estrela cadente, comum aqui no interior, principalmente à noite. Nunca vi nada que pudesse ter a semelhança de um disco voador, bem que gostaria de ter esta experiência, mas sinto-me recompensado em não ter sido contemplado com a visão de um elefante voando, coisa que já aconteceu com muitos amigos que exageraram na dose.Há adeptos da teoria de que já fomos visitados diversas vezes e que
continuamos a ser observados. Vejo com certa desconfiança essa tese, pois acredito que qualquer espécie com inteligência suficiente para chegar ao planeta Terra teria igualmente a inteligência de procurar um contato, trocar informações ou quem sabe estabelecer pontes. Isso é um ato natural de quem desbrava ou de quem procura novos horizontes. Se eles vieram pacificamente não havia por que se esconderem e se vieram com intenções conquistadoras, já teriam nos aniquilados.
Certo dia pela manhã, como eu sempre fazia quando criança, fui ao
empório do meu “tio Carlinhos” – Carlos Maranha – já falecido. Era irmão de minha avó Anita e cunhado do meu avô Joaquim Follis. Os dois conversavam sobre discos voadores. Sentei-me sobre um saco com milhos, saboreando um gostoso “pé de moleque”, aqueles com amendoins inteiros que não se encontra mais hoje em dia, e fiquei ouvindo o papo entre os dois. “A hipótese de haver vida em outros planetas provoca um verdadeiro fascínio em algumas pessoas, que acabam espalhando mitos e informações inventadas.
A residência onde eu morava com meus pais ficava ao lado da casa dos
meus avós, na Rua General Osório, hoje centro de Franca. Meu pai, Arlindo (foto a direita), ainda mora lá, aos 92 anos de idade. Pela madrugada ouvimos um barulho estranho, forte, um zunido que chegava a assustar. Os minutos se passavam e nada do ruído cessar. Meu pai, ao contrário do meu avô, sempre foi corajoso, saltou da cama e foi ao alpendre de casa ver do que se tratava. Eu o segui, mesmo temeroso, confesso. Também estava impressionado com as histórias sobre discos-voadores contadas pelo “tio Carlinhos”. Papai debruçou-se sobre a sacada do alpendre, colocou seus óculos e exclamou: “bom dia, Carlinhos, o que faz uma hora dessas na rua”?
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*Edward de Souza é radialista e jornalista
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