quinta-feira, 10 de junho de 2010

PARABÉNS, JOÃO BATISTA!
Hoje, 10 de junho, é o aniversário de nosso colaborador
e amigo, João Batista Gregório!

A você, JB "Barrios", nosso carinho e desejo de muita saúde, harmonia, sucesso e felicidades, sempre!


D O. A M O R. E. D E. A M A R.

A PRIMEIRA NAMORADA


Conheci Celina, minha primeira namorada, numa quermesse (festa de Igreja) de Santo Antônio. Tínhamos uns 15 anos, só que ela aparentava mais, pois era um mulherão, linda de morrer! Quase não acreditei que estivesse me paquerando. Percebi que ela estava fumando e mandei alguém entregar a ela um maço de cigarros Minister, onde escrevi o número de meu telefone. Ela mandou o maço de volta, com seu número também. Eu era tão tímido que esperei ela ligar primeiro

Além de tímido, era ingênuo também. Antes de nosso primeiro contato intimo, ela me alertou que já não era mais virgem pois, quando pequena, "machucara-se" ao pular uma cerca de bambus. Acreditei piamente e dei graças ao bambu e a partir daí, rolou nossa paixão que durou dois anos.

Não há mal que sempre dure e nem bem que não se acabe... e o meu namoro com a Celina , para minha tristeza, uma noite se acabou e de uma forma cômico/trágica. Como já disse em outra ocasião, sempre gostei de bailes e dançar era a minha diversão preferida.

Os chamados "Bailes Havaianos" de hoje, nem de longe fazem lembrar o charme e a importância que tinham esses eventos para nós, adolescentes dos anos 70.

Eram anuais, sempre em Setembro e a preparação começava semanas antes com a confecção dos colares multicoloridos (de papel crepom) e das roupas que, obrigatoriamente tinham que ser a camisa solta, estampada com calças brancas para os homens e os "sarongs" para as mulheres.

Naquele ano de 1971, o Baile aconteceria na sede social do Palmeiras. Minha prima, costureira, havia confeccionado para mim uma camisa estampada de azul com flores brancas e uma calça de cambraia de linho branca bem apertada e com boca de sino (era moda na época).

Iríamos a pé até ao clube, pois o carro era meu guarda-chuva. Há dias estava com problemas intestinais, uma diarréia que remédio nenhum curava e mesmo assim fui, pois já tínhamos a mesa comprada e roupas prontas.

Saí de minha casa por volta das 22 horas para apanhar a Celina e na subida do morro da Canjica, a vontade apertou: comecei a andar depressa mas não deu para segurar...

Que desespero, meu Deus! Voltar para casa não podia pois já estava longe. Chegar até a casa da namorada, nem pensar!

Lembrei-me que minha prima, a costureira, morava bem perto e corri para lá mas ninguém atendeu à campainha. Pulei o muro e fui até o quintal. Enchi de água o tanque de lavar roupa, tirei a roupa e lavei-me com um sabão de cinzas que encontrei.

A calça branca estava completamente perdida e fiquei ali, pelado, tremendo de frio, esperando ela chegar, o que demorou umas três horas. Levou-me para casa e como já era tarde e nem roupa havaiana tinha mais, fui dormir.


No outro dia soube que a Celina, fula da vida, foi ao baile, com alguns amigos. Dançou a noite toda e lá conheceu aquele que veio a ser seu futuro marido. Até hoje ela não sabe o motivo do meu cano, mas se chegar a ler esta crônica, vai ficar sabendo... quase quarenta anos depois!

Pois é, a primeira namorada a gente nunca se esquece...nem a primeira "dor de barriga"...

Meio difícil associar alguma receita a essa crônica mas vou postar um bolo de fubá delicioso, em homenagem a Santo Antônio.

BOLO DE FUBÁ: 4 ovos; 1 copo grande de leite fervendo; 1 pitada de sal; 2 copos de açúcar; 1/2 copo de óleo; 1 copo de fubá mimoso; 1 copo de farinha de trigo e 1 colher (sopa) de fermento em pó. Bater as claras em neve, misturar as gemas e acrescentar os demais ingredientes, aos poucos, misturando bem. Assar em forma de buraco no meio, untada com margarina e farinha. Depois de assado, espalhar açúcar e canela por cima. Se gostar, acrescentar um pouco de erva-doce na massa.

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*João Batista Gregório, 57, paulista de São João da Boa Vista, é cronista de mão cheia. Publicou, em 2009, suas crônicas reunidas em Crenças e Desavenças e já prepara um novo livro, a ser lançado em breve. Para conhecer a sua produção, acesse o blog do JB, cheio de histórias divertidas, onde cada crônica pitoresca acaba com uma receita culinária especial, testada e aprovada! Clique no endereço abaixo e delicie-se! http://contoscurtosgrandesreceitas.blogspot.com/
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Leiam, a seguir, a crônica de Nivia Andres, especialmente
para a Série D O. A M O R. E. D E. A M A R.

DO AMOR E DE AMAR


Do amor e de amar se fala muito e se faz pouco.

Do amor e de amar se mercantiliza o sentir.

Quando se quer bem o melhor presente é o do apreço, aquele que não tem preço, nem forma, mas é perfeito em sentimento, brilho, luz e cor.

Quando se quer bem o melhor presente é o respeito, o cuidado, a consideração que somados querem dizer amor, significam vida e plenificação do Ser que somos.

Amar pode dar certo, só impõe uma condição essencial – a disponibilidade. Por sermos tão indisponíveis, tão centrados, tão egoístas, jogamos fora oportunidades para conhecer e viver o amor. Podemos até conhecê-lo, mas se continuarmos focados no Eu jamais chegaremos ao Nós, porque desconsideramos o Tu.

Amar é sinônimo de compartilhar, dividir, com-por, com-prazer, com-pactuar, co-habitar, contribuir para a realização do outro, sem cobrar o investimento, que vem em dobro em sentimento.

Amar é uma arte que a poucos é dado saber o segredo. O amor que vive e sobrevive para sempre é acompanhado permanentemente por respeito mútuo, admiração, cordialidade, gentileza, companheirismo, entrega, superação, aceitação. Senão, não é amor.

Por isso, o amor é raro.

Por isso, o amor é caro.

Por isso o amor é tão procurado – tarefa para a vida inteira, porque de construção lenta para ser duradouro. É como uma jóia artesanalmente lapidada, por mãos inspiradas. Mãos que amam tanto quanto a alma e o corpo amam.

Por ser tão raro, o amor dificilmente é reconhecido e facilmente é confundido.

Amar não é ser proprietário de quem se ama. Amar não impõe regras nem proibições. O amor não aprisiona nem acorrenta. Por amar não se manda conta ao parceiro, cobrando pelo sentimento, pela dedicação, pela companhia.

Se a recíproca não existe se desfaz a sociedade. É isso que comumente não aceitamos. Amar não se conjuga no singular. Somente no plural. A rejeição nos faz sofrer e perder as fronteiras da realidade. As tentativas, todas, são vãs quando só um ama. Essa percepção é dolorida mas necessária para que possamos manter a auto-estima, a dignidade e o respeito por nós mesmos, enquanto pessoas.

O Dia dos Namorados está chegando. Que tal reservar alguns momentos para refletirmos um pouquinho sobre a nossa maneira de ser no amor e no amar? Sempre é tempo para buscarmos transformação que qualifique o nosso bem-querer!

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*Nivia Andres é jornalista e licenciada em Letras. Suas opiniões e vivências estão no blog Interface Ativa! Para conhecer o blog da jornalista, acesse http://niviaandres.blogspot.com
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