domingo, 19 de dezembro de 2010

SEXTA-FEIRA, 17 DE DEZEMBRO DE 2010
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“Bate o sino, pequenino/sino de Belém/ Já nasceu Deus menino/Para o nosso bem (...). Gostaria que esta crônica começasse tocando esta música tradicionalíssima. Mas, contento-me com os toques que neste momento soam em meu interior. Quanta saudade! Músicas sacras e próprias para a época. "Bate o Sino" é uma das músicas de natal mais conhecidas em todo o mundo. Esta letra foi escrita por James Lord Pierpont, (1822-1893), em 16 de setembro de 1857.
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Tradição? As Compras de Natal... Nozes, avelãs, amêndoas, frutas secas... Pernil, peru ou cabrito... Exagero? Sim. Mas um exagero ingênuo realizado entre as famílias em momentos de paz e até reflexão. Havia mais calor humano. Mais proximidade com o próximo. Cartões de Natal escritos e enviados pelo correio. Era gostoso recebê-los pelas mãos do carteiro ou encontrá-los na caixa apropriada. Um costume que se acaba. Enfim, a tecnologia chegou para facilitar ou esfriar o relacionamento? Com a resposta os possíveis leitores “destas mal traçadas linhas”.
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As visitas entre parentes e amigos na manhã ou tarde do Dia de Natal. Papos longos e cheios de afeto... Enfim, já vai longe tudo isso e muito mais. A ciência avançou. E a moral? A moral não seguiu no mesmo ritmo! Daí, os desacertos que a vida nos apresenta. A expectativa de vida hoje é bem maior do que cinquenta anos atrás. Um tempo ganho que poderia ser usado para aprender a amar o próximo e ser capaz de evitar o consumismo exagerado e tão selvagem nesta época do ano. Milhões de pessoas nas ruas fazendo compras. Futilidades... Empenhos que se arrependerão mais tarde, quando as prestações começarem a vencer.
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Meu tempo aqui na Terra está chegando ao fim. Como será quando eu voltar? A Humanidade terá mudado para melhor? A lógica diz que sim. Mas, como encarar todo esse modernismo? Modernizando-nos seria a resposta. E os valores de hoje? Ficarão apenas no passado, ou gravados e melhorados em nosso íntimo?Perguntas, perguntas... Só o futuro dirá. Uma colheita daquilo que cada um de nós plantar.
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Sei que os tempos atuais me chocam! Tudo se mistura! Tradições, festas religiosas e pagãs. Uma anarquia moral! Bebidas e barulhos! Embriaguês, viciados... Desrespeito total ao semelhante. Chamam a isso de "carnatal"! Uma mistura de natal com carnaval. Pode? Uma micareta nordestina que se espalha rapidamente pelo Brasil. Tudo acontece nessa festa popular, menos momentos de reflexão que a data exige ou oferece para quem quiser aproveitar. Vamos nos distanciando dos valores morais. Isso me faz lembrar a passagem bíblica onde Moisés se afastou das tribos para receber os dez mandamentos. Em sua ausência, estabeleceram-se os festins e orgias pagãs em torno de um ídolo feito de ouro.
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Jesus nasceu em uma manjedoura, rodeado de animais. Em termos simbólicos, a manjedoura revela o caráter humilde e simples daquele que seria o maior revolucionário de todos os tempos, sem que precisasse escrever uma única palavra. Os exemplos de sua simplicidade devem nortear os nossos passos nos dias que correm. De nada adianta dizermo-nos adeptos de Cristo e agirmos de modo contrário aos seus ensinamentos. Até quando vamos adorar o ídolo chamado materialismo?
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Aos meus amigos e a toda a humanidade, um Feliz Natal e um ANO NOVO com muita prosperidade espiritual.
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*J. MORGADO é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, para o qual escreve crônicas, artigos, contos e matérias especiais. Contato com o jornalista? Só clicar aqui: jgarcelan@uol.com.br
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