quarta-feira, 30 de março de 2011

NOMES DOS LEITORES SORTEADOS QUE IRÃO RECEBER UM EXEMPLAR DO LIVRO "O CONTO BRASILEIRO HOJE", LANÇADO ESTA SEMANA PELA RG EDITORES, DE SÃO PAULO. VANESSA, DE CAMPINAS; GABRIELA, DE SÃO PAULO; PADRE EUVIDEO, DE FRANCA, RENATA DINIZ, AMIGA ESCRITORA E BLOGUISTA DE DIVINÓPOLIS, MINAS GERAIS E BETINHA, AMIGA JORNALISTA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO. PEÇO A TODOS ESSES LEITORES AGRACIADOS COM EXEMPLARES DE "O CONTO BRASILEIRO HOJE", QUE FORNEÇAM O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL SEUS ENDEREÇOS, PARA QUE POSSAMOS ENVIAR SEUS EXEMPLARES, NESTE E-MAIL: EDWARDSOUZA@TERRA.COM.BR

FORTE ABRAÇO!

EDWARD DE SOUZA

A 16ª edição do livro "O Conto Brasileiro Hoje" foi lançada esta semana para todo o País. Como sempre, participo, desta feita com o conto "Laços Eternos", ocupando sete páginas. Começa na 31 e termina na página 37. Um conto com fortes emoções, cuja história de amor começa em Franca e termina de uma maneira triste e surpreendente nos Estados Unidos... "O Conto Brasileiro Hoje" é uma produção da RG Editores de São Paulo. Neste livro, mais uma vez a participação de consagrados escritores de Norte a Sul, Leste e Oeste do País. A jornalista e escritora Lara Fidelis destaca que nesta edição o leitor vai encontrar histórias admiráveis e bem contadas. Há espaço para o amor, o suspense, a crítica social, as memórias, o surreal, enfim, para estilos variados que têm em comum apenas a forma poética e a desenvoltura com as palavras. O sucesso de público e crítica é tão grande, que o próximo volume já está sendo elaborado, com a reunião de novos e saborosos contos, garante Lara Fidelis.

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No próximo domingo a sequência da série "O dia em que Gravei o Jornal Nacional", com a apresentação do quinto capítulo. Nesta sexta-feira o especial quinzenal de J. Morgado, cuja crônica tem este título: "Somos Todos Concupiscentes."

.Vamos sortear cinco exemplares desta 16ª edição entre os leitores que deixarem um alô neste espaço. Nesta quinta-feira, no final da tarde, publico os ganhadores, que receberão os livros em suas casas, sem despesas postais. .

Para ver lePara ler os nomes dos escritores, cliquem sobre o livro para ampliá-lo.

Edward de Souza _______________________________________

domingo, 27 de março de 2011



A passagem pelo Brasil, outro dia, do presidente dos Estados Unidos, Barack Hussein Obama - que detém o comando do maior e mais poderoso país do Planeta - mobilizou forte esquema de segurança, autoridades nacionais e a mídia mundial. Quando subia a rampa do Palácio do Planalto, aos acordes do Hino Nacional e o tremular da nossa Bandeira, mesmo que alheio ao momento, pois tinha sua atenção voltada para a Líbia, Obama, simpático e sorridente, enchia de orgulho o bem intencionado povo brasileiro. Tratava-se de uma viagem de cortesia, antes da ida de Dilma aos EUA, em junho, um sinal de deferência dos norte-americanos em relação ao Brasil, entendem nossos diplomatas.


Ao tremular do enorme pavilhão, no ponto mais alto do mastro, recordei que ali estive, em 1986, com o amigo-irmão Edward de Souza. No imenso e vasto gramado onde está fincado o enorme mastro que sustenta a bandeira, ficamos nós dois, por vários minutos, vislumbrando, extasiados, a grandiosidade do pujante pavilhão, que representa a identidade do País. Tremulando lá no alto, imponente, parecia abraçar o Brasil. Um espetáculo silencioso, porém gratificante. Depois de encantados com o panorama, que parecia desenhado exclusivamente para nós, já que não havia viva alma ao redor (fato raro ao local), atravessamos o gramado e nos dirigimos à rampa que leva à porta principal do suntuoso Palácio do Planalto. .Havia ali alguns cadetes que cuidavam da segurança e zelo da passarela que conduzia à entrada do palácio. Nenhum deles (cadetes) nos dirigiu sequer um olhar direto ou uma palavra e, imóveis como estátuas, apenas nos seguiam com os olhos. Fardamento impecavelmente azul e branco, os quatro rapazes ali postados não portavam instrumentos, então não haveria, como não houve, banda de música para entoar o hino pátrio para nossa chegada. .


Pior, no topo da rampa, também não estava o presidente da República, então o festeiro José Sarney, devidamente paramentado para nos receber com a faixa presidencial. Ficamos decepcionados com a falta do hino e a ausência do inquilino do Palácio. De qualquer forma a frustração não foi grande, pois o presidente de plantão não representava, no cargo, diretamente o desejo do povo brasileiro, pois Sarney ocupava a trono em virtude do titular, Tancredo Neves, virtual e legítimo dono da faixa verde, amarela, azul e branca e eleito pela nação ter morrido às vésperas da posse.

Deixamos a convidativa rampa e passamos ao largo do Palácio dos Três Poderes (foto a direita), que, imponente, indicava que dali emanava todas as Leis que regem a vida tupiniquim, seja de tubarão, lambaris ou bagres. Sempre a pé, seguimos em frente. Percorremos a Esplanada dos Ministérios, uma fila indiana de prédios com a mesma altura, comprimento e largura, sugerindo pedras sobre tabuleiro e recebendo gente oriunda de todos os rincões do Brasil e de fora. Não entramos, apenas conferimos a grandiosidade da Esplanada e aquele povo, engravatado, a caminho não se sabe exatamente de onde e pra quê. Também, não interessava.

Escurecia e resolvemos caminhar até a Basílica de Brasília que, pela maravilhosa estrutura, é um dos principais marcos da capital brasileira. Não entramos, até porque no seu interior só havia homens engravatados e madames trajadas a rigor. Nossa vestimenta, minha e do Edward (foto a esquerda), era composta por surradas calças jeans, camisas de magas curtas e que não pegaria bem para dois simples jornalistas se infiltrar entre a elite brasiliense em solenidade que, pelo visual, reunia a nata da cidade. Percorridos os principais logradouros, até porque Brasília não esbanja locais para serem visitados por forasteiros, não restou alternativa a não ser apanhar nossos apetrechos no hotel, ir para a rodoviária e, de ônibus, rumar para Anápolis, onde no dia seguinte, um domingo, fomos transmitir um jogo entre Anapolina e Santo André pela Segunda Divisão do Brasileirão.

A subida da rampa por Barack Obama, a execução do Hino Nacional e a gloriosa Bandeira tremulando ao sabor do vento nos reconduziu a essa viagem, realizada há exatos 25 anos. De Brasília, Obama determinou a ação das tropas aliadas sobre a Líbia, comandada há quase meio século por um ditador. Foi um fato histórico partindo da sede do governo brasileiro e que chamou a atenção do mundo. Em 1986, não havia nenhum presidente estrangeiro em Brasília e muito menos uma guerra em andamento ou para eclodir, por isso eu e o Edward pudemos caminhar tranquilos pela Capital da Esperança.

Ao contrário do espevitado Obama, não fomos recebidos por tropas, ministros, aspones, bandas ou presidente, mas igualmente subimos parte da rampa. Os cadetes, sóbrios e taciturnos, não fizeram continência e nem esboçaram sorriso, não precisava. Voltamos a Brasília outra vezes, mas as visitas aos principais pontos não foram necessárias, porém a de 1986 jamais será esquecida. Certamente para Obama, 2011, a sua primeira, também.

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*OSWALDO LAVRADO É JORNALISTA/RADIALISTA RADICADO NO GRANDE ABC.

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quinta-feira, 24 de março de 2011

QUARTA-FEIRA, 23 DE MARÇO DE 2011


Ao ler o Estadão dia desses, vejo na primeira página o título “Dias de caos em SP. Solução só em longo prazo”! Com revolta, vislumbro, ao ler a matéria, que as autoridades municipais, estaduais e federais, continuam a empurrar com a barriga um problema que se arrasta há muitos anos. Na década de 50 (e seguintes), na época das chuvas que vai de dezembro a março, ou abril (verão), residia eu no bairro do Ipiranga. Todo o dia tinha que me deslocar para o Centro de São Paulo. O trajeto incluía a Avenida do Estado, cruzando o Parque Dom Pedro II até alcançar a então Praça Clovis Beviláqua. Era um caos. O rio Tamanduateí, transbordava e, pobre de nós que tínhamos que usar de subterfúgios para escapar da inundação.

Todos os bairros adjacentes ficavam inundados. Cambuci, Mooca, Várzea do Glicério... Era um sacrifício chegar ao local de nosso emprego em condições minimamente transitável. Época em que terno e gravata eram obrigatórios. Galochas, botas de borrachas, calças arregaçadas... Tudo era válido para nos manter adequadamente vestidos. Um ou outro bairro sofria com o problema do “tempo das águas”. Não se ouvia falar em casas desabadas por causa do excesso de chuvas e não havia problemas com desbarrancamentos.
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Tudo começou com a construção de barracos nas margens do Tietê, do Tamanduateí e outros rios que correm na maior metrópole da América do Sul. Circulava na época, uma historinha interessante e jocosa. Migrantes vindos de todas as partes do Brasil se estabeleciam e construíam, ou alugavam um barraco nas margens dos rios mencionados. O esgoto a céu aberto ali estava. Depois escreviam para seus parentes residentes nas mais diversas regiões do Brasil e diziam que moravam no centro de São Paulo e já tinham um carro. O carro? Um velho “Fusca”, ou um Gordini...

Os políticos, que deveriam impedir que isso acontecesse fizeram vistas grossas. Afinal, os votos futuros eram muito mais importantes do que manter a cidade dentro de um padrão habitávelmente confortável. As ruas e avenidas foram se impermeabilizando. Eram obras visíveis e os votos eram certos. Pode-se dizer que a grande Metrópole foi aos poucos vítima de uma demagogia desenfreada.
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O Tietê e o Tamanduateí que na década de 40 ainda tinham peixes viraram esgoto e depósito de lixo (foto acima). Um caldo fétido corre por esses rios. Quero aqui deixar registrado que, em companhia de um tio residente na época no bairro do Brás, fazia gostosas pescarias no rio que corta o Parque Dom Pedro II. Um parque arborizado com lindas árvores, extenso gramado, bancos e ricamente decorado com estátuas dos mais diversos motivos. A solução para que isso não acontecesse era exatamente: “não deixar acontecer”! Com o correr dos anos, os governos conseguiram grandes financiamentos para resolver o problema causado por negligência, ganância, má administração e falta de uma intensa campanha para que a população entendesse o malefício de jogar lixo nas ruas. As consequências de não manter a Paulicéia dentro de um crescimento ordenado ai está. Incêndios em barracos, assoreamento dos rios, cheias que destroem e matam. E ainda permitir a construção de residências de alvenaria e barracos nas encostas dos morros e várzeas.

As ruas secundárias poderiam ter sido calçadas com paralelepípedos, como mostra a foto acima, ou outra pedra equivalente. O solo não ficaria impermeabilizado e as águas fatalmente iriam para o lençol freático rapidamente. Entretanto, a solução para São Paulo ficar livre de tudo isso, ou pelo menos das enchentes só acontecerá em 2050, segundo notícia inserida no Estadão. Administrações criminosas ocasionaram a “hecatombe” que acontece em São Paulo e cidades vizinhas todos os anos e que ainda segundo promessas só se resolverá na metade do século XXI.

Enquanto isso recebo pela internet um e-mail mostrando que no Japão o subsolo de Tóquio (foto acima), alberga uma fantástica infraestrutura cujo aspecto se assemelha ao cenário de um jogo de computador ou a um templo de uma civilização remota. Anualmente uns 25 tufões assolam o território japonês. Desses, dois ou três atingem Tóquio em cheio, com chuvas fortíssimas durante várias horas ou até um dia inteiro. Mas nem por isso ocorrem enchentes ou alagamentos na cidade. Por que será? Cinco poços de 32 m de diâmetro por 65 m de profundidade interligada por 64 km de túneis formam um colossal sistema de drenagem de águas pluviais destinado a impedir a inundação da cidade durante a época das chuvas.

A dimensão deste complexo subterrâneo (foto acima), desafia toda a imaginação. É uma obra de engenharia sofisticadíssima realizada em betão, situada 50 m abaixo do solo, fato extraordinário num país constantemente sujeito a abalos sísmicos e onde quase todas as infraestruturas são aéreas. A sua função é não apenas acumular as águas pluviais, como também evacuá-las em direção a um rio, caso seja necessário. Para isso dispõe de 14.000 HP de turbinas capazes de bombear cerca de 200 t de água por segundo para o exterior. Para esse nível de tecnologia japonês, as "enchentezinhas" de São Paulo, Rio, etc., seriam tiradas de letra. Conclusão: não existe problema insolúvel. Basta querer enfrentá-lo.
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*J. MORGADO é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, para o qual escreve crônicas, artigos, contos e matérias especiais. Contato com o jornalista? Só clicar aqui:
jgarcelan@uol.com.br
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quarta-feira, 16 de março de 2011

TERÇA-FEIRA, 15 DE MARÇO DE 2011

O assunto estaria batido e distante do contexto não fosse a maneira repetitiva, enfática, descabida, desonesta e hipócrita com que a TV brasileira catequiza grande parte do povo. A maioria das emissoras agrega competência, técnica, valores profissionais, equipamento e material que as insere entre as melhores do mundo, sem contestação. Todas, abertas ou fechadas, cada uma a sua maneira, quando se dispõe a realizar algo relevante são altamente eficazes e úteis à sociedade, porém não é assim que funciona.
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A TV Globo, por exemplo, espalha constantemente em sua programação, textos que tentam induzir a população a acreditar que a empresa contribui com ações sociais e de cidadania e empurra, goela abaixo do povo, aberrações como o tal de BBB, que está em sua 11ª edição, e programas igualmente indigestos como as indefectíveis, nojentas, pegajosas e imorais novelas. Basta verificar com alguma atenção os jornais informativos da emissora carioca e notar que ela não noticia assunto que possa desnudar os escambos do Poder Central. A programação, de modo geral, gira em torno das próprias atrações globais com artistas da casa. Consta que no nefasto BBB a Globo fatura sobre o pobre telespectador que paga para ser ludibriado.
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Um bando de alienígenas, acobertados pela mídia impressa, desfila em ambiente reservado e repleto de câmeras, inutilidade, ignorância, insinuações da estupidez de nível rasteiro, onde as práticas libidinosas deixariam corados Zéfiros, Pedro Malasartes ou um Calígula. O nível intelectual e cultural dos participantes (se algum deles tiver) fica camuflado e envolto na luxuria da mixórdia e do sexo sugerido como prática natural que alavanca audiência. Mostra, efetivamente, propósito de argolar incautos idiotas que aceitam e até endossam a embromação que enfeita um tipo de reality digno de pocilgas. Um exemplo. Acompanhei pelos jornais e revistas, neste último BBB, que a tal de Ariadna, travesti assumida, não teve tanta sorte na primeira semana. Antes de sair, revelou aos colegas de confinamento: "eu tenho orgulho de ser a primeira transexual do BBB”. Pois é...
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As novelas, cujos autores parecem ser orientados a produzir as pencas folhetins que remetem excelentes atores e atrizes à promiscuidade, com insinuações de sexo escancarado, consumo de drogas e delitos execrados pela sociedade ordeira e que cultiva os bons costumes. Os roteiros, por sua vez, projetam fatos inverossímeis, falsos, contraditórios e igualmente danosos a cidadania. Nenhum mocinho é recompensado e nenhum vilão é condenado. Todos passam incólumes as infrações das leis ou nas ações mais solidárias. Isso coloca em um mesmo cesto ídolos e fãs.

Provavelmente, sem generalizar, o público que leva essas aberrações aos picos do Ibope é o mesmo, com certeza, que elege políticos inescrupulosos, popularescos, apoiados por uma súcia de mal letrados que sente prazer histérico em ser ludibriada. São adeptos do quanto pior, melhor. Se não bastasse, os programas policiais infestam a telinha e não contribuem, ao contrário, com o lazer, entretenimento ou cultura da população. Os números das pesquisas podem ser manipulados, mas refletem a qualidade do produto e o nível de quem consome. No mercado é assim que funciona. A Globo, por exemplo, e no caso, se ufana de inserir na tela, por auto-valorização, que os seus programas contribuem decisivamente para a prática da cidadania. Quem ousa contestar ?

Certamente os sinos não dobram para a hipocrisia, desserviço, engodo e massificação da televisão brasileira e muito menos aos que aplaudem e fortalecem, por inocência ou conluio, as mazelas televisivas, calcadas em BBBs, Fazendas ou realitys similares, igualmente escabrosos e inúteis à cultura racional. Ao contrário de lazer ou distração, esse tipo de programa, até prova diferenciada, é danoso e lesa incautos. Pobre de uma Nação cujo povo não distingue diferença entre a tênue claridade do candeeiro e o clarão da luz do saber.
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*Oswaldo Lavrado é jornalista/radialista radicado no Grande ABC
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sábado, 12 de março de 2011

SEXTA-FEIRA, 11 DE MARÇO DE 2011
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Vivemos em uma era em que a fome, a peste, a guerra e a morte são uma constante em nossas vidas. A guerra em países africanos e no Oriente Médio entre outros locais, a fome, nesses mesmos países e em nosso rincão brasileiro, a peste representada por muitas doenças, entre elas a AIDS, a sífilis, a febre amarela, dengue, etc., e a morte... Uma certeza!

É certo que desde que o mundo é mundo, essas tragédias sempre estiveram no cotidiano de cada ser humano. A lei do mais forte sempre prevaleceu, continua a prevalecer e salvem-se quem puder! A que se devem todas essas tragédias no reino dos seres humanos? A ignorância e o excesso de materialismo seria a resposta certa. O homem é um fraco. Ainda devemos percorrer centenas ou milhares de anos até que um dia o ser humano se conscientize que todos esses males poderão ser extirpados com a mudança de comportamento individual.

Por não serem religiosos (apesar de dizerem que são), os homens se deixam levar pelos prazeres da carne, da ambição desmedida, da vaidade, dos vícios... É claro que existiram e existem algumas exceções que confirmam a regra. Alguns leitores deste artigo poderão até se rebelar quanto ao que foi escrito no parágrafo anterior e dirão; sou católico, sou evangélico, sou protestante, sou espírita, sou muçulmano, sou budista ou até sou ateu. Mas, se pararem para raciocinar, verão que os códigos religiosos dessas religiões não são seguidos como deveria ser. Os prazeres materialistas sempre falarão mais alto. As reuniões religiosas foram e ainda são simples obrigações sociais. O homem é na realidade, o único ser que pode forjar o seu destino, embora esteja restrito aos ditames da soberana lei da vida. Quando, com o uso indevido do livre arbítrio, ele ameaça a estabilidade geral da obra divina, limites naturais lhe são impostos, a fim de que não interfira negativamente. “A cada um, colher conforme a semeadura”.
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O homem tem menosprezado por séculos ou milhares de anos se preferirem, os apelos que o Alto lhe envia. Em sua ânsia de poder e no orgulho a que se entrega, tem provocado o caos no ambiente em que está situado. Foram muitos os profetas que se referiram sobre os males da humanidade e consequentes malefícios. Entre eles, o próprio Jesus, há mais de dois mil anos. Mas, foi João, um dos apóstolos do Messias quem de maneira terrificante fez previsões sobre os males da guerra, da fome, da peste e da morte. Cada um desses males representado por um cavaleiro alegórico.

É verdade que muitas interpretações místicas foram colocadas em torno dessas profecias. Mas, não podemos negar que elas revelam os males da humanidade e são causadas pelos seus indivíduos que ignoram os estatutos de bem viver divulgados pelas religiões entre eles o “Novo Testamento”. Não será Deus que despejará sua pretensa indignação sobre a morada dos homens; o próprio homem que acumulou, em si e no ambiente onde se processa sua evolução, os fluídos mórbidos da guerra, da indisciplina, da maledicência, da sensualidade e de todas as formas de paixões que caracterizam sua inferioridade.
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Allan Kardec afirmou: “Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade”. Pois bem, vamos nos tornar religiosos. Religiosos coerentes e em sintonia com o Criador. Aliás, religião quer dizer ligar-se com a divindade. Os homens estão ligados com a divindade maior? Creio que não! O dia que isso começar a acontecer, certamente o homem finalmente encontrará a paz que tanto almeja.
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*J. MORGADO é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, para o qual escreve crônicas, artigos, contos e matérias especiais. Contato com o jornalista? Só clicar aqui:
jgarcelan@uol.com.br
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quinta-feira, 10 de março de 2011

Prezados amigos e amigas que acompanham este blog. Sérios problemas nos impedem de atualizá-lo, como sempre fazemos. Mesmo com pouco tempo sobrando, nos esforçamos para publicar, nesta sexta-feira, o artigo quinzenal do jornalista J. Morgado. A série que escrevo: "O dia em que gravei o Jornal Nacional", assim que possível terá sequência, comunicaremos isso antecipadamente. No momento acompanhamos, na UTI de um hospital, a recuperação de um ente querido, vítima de um AVC - Acidente Vascular Cerebral - terça-feira de carnaval. Contamos com a compreensão de todos, deixando o convite para que leiam e comentem: "Os Cavaleiros do Apocalipse", nesta sexta-feira.

Um forte abraço!

Edward de Souza
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terça-feira, 8 de março de 2011

Na esteira do artigo publicado ontem, segunda-feira, e assinado pelo escritor e jornalista Guido Fidelis, em plena terça-feira “gorda” de carnaval e quase nas cinzas da quarta-feira, resolvi escrever sobre os bons tempos dos bailes carnavalescos nos salões que reuniam adolescentes, jovens e adultos dos anos 1970, e que a partir da década de 80, foram escasseando até sucumbirem aos desfiles de rua, hoje existentes em cidades grandes, pequenas e nos vilarejos.
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Como hoje é 8 de março, Dia Internacional da Mulher, seria imperdoável caso não deixasse minhas homenagens à grande deusa de nossa existência. A ela a nossa reverência e o preito de gratidão pelo que nos ensina e incentiva, e as palmas mais vibrantes. Ela merece os aplausos. Viva a mulher!
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Corria o ano de 1975 e, como já era tradição, a Rádio Diário do Grande ABC realizava transmissões ao vivo dos principais salões da região. Para tanto, era escalada uma equipe de locutores, operadores, plantonistas e motoristas. Eram quatro noites, todos os profissionais sem dormir, com a atenção voltada exclusivamente ao trabalho de relatar, com o maior número possível de detalhes, o que ocorria de bom e de ruim nos salões onde estava um representante da Diário.

Nesse ano (1971), o time era comandado pelo locutor Rolando Marques e pelo diretor artístico Paulo César, ambos falecidos. Foram então requisitados sete locutores para cobrir a mesma quantidade de postos de transmissão: Rolando Marques, na Associação dos Funcionários Públicos de São Bernardo, Sidney Lima, no Clube Aramaçan (Santo André), Jurandir Martins, no Volkswagen Clube (São Bernardo), Oswaldo Lavrado, no Clube da General Motors (São Caetano), Márcio Santos, no Meninos FC (São Bernardo), Wilson Nascimento, no Primeiro de Maio. (Santo André) e João Motta, no plantão da rádio, em São Bernardo.

A primeira noite tudo transcorreu normalmente com o trabalho sincronizado entre os experientes locutores. O comando partia de Rolando Marques, que acionava, de acordo com determinado cronograma, os demais integrantes da equipe e cada um executava seu trabalho conforme o andamento do baile no salão onde estava e, claro, como rádio não tem imagem, com cavalar dose de imaginação do colorido das mais esdrúxulas fantasias e estereótipos dos foliões.

Na noite de domingo, no entanto, o panorama se transformou radicalmente. O salão onde eu estava, na GM, na Avenida Goiás, em São Caetano, teve um princípio de incêndio, sem causar vítimas, mas provocou alvoroço e pânico geral. A transmissão da Rádio Diário, naquele instante, estava com Sidney Lima, no Clube Atlético Aramaçan. Do local privilegiado em que eu estava instalado na GM presenciei o início do fogo, originado nas serpentinas que enfeitavam o salão, próximo a uma das portas de saída. De imediato interrompi o companheiro que estava em Santo André e comecei a narrar o incêndio. Estava em pé sobre uma mesa num canto estratégico do salão. O povão, que lotava o clube, entrou em pânico, uma vez que as chamas atingiam algumas cortinas e outros adereços do salão. As pessoas se empurravam, gritavam histericamente e procuravam as portas. Como o estouro de uma boiada, derrubava tudo que encontrava pela frente, a procura do objetivo que era um vão para escapulir do imenso salão e das labaredas que se alastravam.

Eu seguia transmitindo do meu posto até o instante que uma turba, quase tresloucada, arrebatou minha mesa, meus papeis e, claro, fui atirado ao chão segurando apenas o microfone, já fora do ar. O rompimento da linha de transmissão provocou um forte e estranho barulho. Os companheiros ficaram entre apavorados e apreensivos, pois a forma abrupta em que eu havia saído do ar sugeria a todos um desenlace trágico. O chefe, Rolando Marques, na Associação de São Bernardo, chamava aos berros (como se isso fosse necessário) a presença dos bombeiros, ambulância e médicos no Clube da GM. Os demais postos de transmissão da rádio emudeceram, como em solidariedade e apreensão ao que estava ocorrendo em São Caetano.

Acionada, a Brigada de Incêndio da própria General Motors, cuja fábrica ficava cerca de 200 metros do clube, apagou o fogo, molhou alguns foliões, as mesas foram colocadas em seus lugares e a banda seguiu com as velhas e boas marchinhas carnavalescas. De um orelhão, depois de recomposto da queda e do pânico da possibilidade de ser pisoteado, entrei em contato com a rádio, onde o plantonista João Motta se encarregou de acalmar os companheiros e os poucos ouvintes que a transmissão deveria ter, até porque era um domingo de madrugada.

A Telefônica restabeleceu a nossa linha no salão da GM e o nosso trabalho prosseguiu, sem as preocupantes interrupções. Na pista, os foliões, felizes, cantavam: Lencinho Branco, Lata d'Água na Cabeça, Bandeira Branca, Jardineira, Máscara Negra, Me dá um dinheiro aí, Cabeleira do Zezé e outros inocentes e agitados acordes carnavalescos da época, até o amanhecer da segunda-feira. As cenas de pânico na GM foram, naturalmente, por mim relatadas inúmeras vezes aos companheiros, à direção da Rádio e para alguns ouvintes pessoalmente, nos dias posteriores. Um tanto assustado, mas seguro retornei ao Clube da GM nas noites seguintes (segunda e terça), afinal o samba e nosso trabalho não poderiam parar.

Os bailes realizados nos salões praticamente sucumbiram, mas a Rádio Diário prosseguiu com sua equipe transmitindo os desfiles de rua nas principais cidades do Grande ABC e, especialmente, na Capital Paulista. E assim foi durante muitos anos, também com fatos inusitados, hilários e pitorescos que poderão ser relatados neste espaço mais à frente. Afinal, a imortal marchinha: “Ô abre alas, que eu quero passar" ainda está sendo executada nas ruas ou mesmo nos simplórios salões de periferia.
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*Oswaldo Lavrado é jornalista/radialista radicado no Grande ABC
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segunda-feira, 7 de março de 2011


Jarbas era um homem sério. Compenetrado em suas atividades profissionais. Orgulhava-se de jamais ter perdido dia de trabalho. E de se dedicar com afinco. Um funcionário exemplar, como dizia o chefe.
Muitas vezes dobrava o expediente. Horas extras que complementavam o orçamento. Nada faltava em casa. Atendia todas as vontades da mulher. E dos filhos, fascinados com as novidades do mundo virtual. Viciados em vasculhar os meandros da internet.

Naquela manhã de segunda-feira acordou preocupado. Passara a noite de domingo acompanhando, pela televisão, o desfile das escolas de samba. Encantara-se com o espetáculo. Carros alegóricos, fantasias, alegria. E os aplausos do público. Lembrou-se, ainda, dos antigos bailes. Quando jovem, pisara em alguns salões. Pulava-se ao som de marchinhas. Sozinho ou acompanhado. Pouco importava. Valia a folia. Bem comportada, apesar das brincadeiras de lançar perfume. Prática proibida. Ficaram as drogas.
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Durante o café, na conversa com a mulher, lastimou-se.
- Pois é, meu bem, o chefe não deu trégua. Diz que preciso executar um serviço especial. Tenho de terminar ainda hoje. Resultado: vou entrar noite adentro. Ele é crente, detesta este período. Diz que folga somente no sétimo dia, quando Deus descansou.
A mulher apenas balançou a cabeça. Não chegava a ser um drama. A recompensa vinha no final do mês. Salário mais gordo.

Despediu-se com um beijo. Durante a tarde ligou duas vezes para informar que estava envolvido com números. Todas as operações a fim de deixar os balanços concluídos. Trabalheira dos diabos. Concentração total.

A noite chegou e as estrelas cobriram o céu de beleza. A mulher preparou um prato especial para o marido. Deixou no micro ondas. Quando chegasse bastava aquecer. Os filhos foram para o escritório, entretidos com a navegação.
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Súbito, um deles gritou:
- Mãe, corre aqui.
Assustada, ela se apressa:
- O que foi?
Desapontados, os garotos indicam:
- Veja o que achamos. Olha. Transmissão ao vivo. Papai na folia. Fantasiado de Madonna. Num baile gay.
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*Guido Fidelis é advogado e jornalista, dedica-se às letras.
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Nesta Terça-feira o jornalista e radialista Oswaldo Lavrado escreve um fato real, ocorrido num carnaval dos anos 70, no ABC Paulista, quando estava em ação a equipe esportiva dos "Craques do Rádio", da Diário, transmitindo os bailes carnavalescos dos clubes da região. Lavrado cobria o carnaval da GM, de São Caetano. A folia corria solta, até que... "Pegou fogo no salão". Na quarta-feira de cinzas, conforme anunciado, o quinto capítulo da série "O dia em que gravei o Jornal Nacional". Acompanhe!
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