sexta-feira, 6 de agosto de 2010


PENSAMENTOS ADÚLTEROS


Quando Deus, nosso Pai, criou o Universo, o fez de maneira perfeita para que cada coisa acontecesse no seu devido tempo. Assim é que verificamos a movimentação dos planetas, estrelas, cometas, etc. funcionar matematicamente, no tempo correto, como assim constataram os astrônomos e outros cientistas, ao longo dos tempos. Para o homem o “estatuto de bem viver”, ou seja, a Reforma Íntima, para que cada espírito possa, saindo da ignorância, alcançar a luz da sabedoria. Naturalmente esse “estatuto” não precisaria ser usado se a criatura encarnada não tivesse descoberto os prazeres do materialismo, encontrados na Porta Larga, mencionados no Capítulo XVIII, item 3 do Evangelho Segundo o Espiritismo. Porta Estreita - Entrai pela porta estreita, porque a porta da perdição é larga, e o caminho que a ela conduz é espaçoso e há muitos que por ela entram. Como a porta da vida é pequena! Como o caminho que a ela conduz é estreito! E como há poucos que a encontram! (São Mateus, cap. VII, v. 13, 14). Aconselhamos os leitores a lerem com atenção não só esse capítulo como a todo o Evangelho.

O homem com seu livre-arbítrio não segue um rumo matemático como quase todas as criações existentes na Natureza que têm o instinto e as forças naturais que os manipulam; aliás, ele os altera ao seu bel prazer e de acordo com suas necessidades e o estado evolutivo em que se encontra, seja ele positivo ou negativo.

Neste último caso a ganância, o orgulho e todos os seus afins ou mesmo ou o simples instinto de destruir porque algo o incomoda. Seus pensamentos adúlteros constroem as mais diversas perversidades e injustiças. Assim, poderemos ver no Capítulo VIII, item 5 do Evangelho - Pecado por pensamento. Adultério (Bem-Aventurados aqueles que têm puro o Coração); “Aprendestes o que foi dito aos Antigos: Não cometereis adultério. Mas eu vos digo que todo aquele que tiver olhado uma mulher com um mau desejo por ela, já cometeu adultério com ela, em seu coração. (São Mateus, cap. V, v.27 e 28).

O item 6 dá continuidade a esse capítulo: “A palavra adultério não deve ser entendida aqui no sentido exclusivo de sua acepção própria, mas no sentido mais geral; Jesus, frequentemente, a empregou por extensão para designar o mal, o pecado e todo o mau pensamento, como por exemplo, nesta passagem: - Porque se alguém se envergonhar de mim e de minhas palavras entre esta raça adúltera e pecadora, o Filho do homem se envergonhará também dele, quando vier acompanhado dos santos anjos na glória de seu Pai -. “A verdadeira pureza não está somente nos atos, mas também no pensamento, porque aquele que tem o coração puro não pensa mesmo no mal; foi isso que Jesus quis dizer: ele condena o pecado, mesmo em pensamento, porque é um sinal de impureza”. A lição prossegue...

Com tudo o que já foi escrito, podemos fazer uma análise da situação em que vivemos neste mundo de expiação e provas. Em primeiro lugar, fazermos um auto-reconhecimento interior e, depois, vasculhar através da mídia os acontecimentos do mundo e da comunidade que nos rodeia, sem chegar a julgamentos. Depois de tudo isso, podemos pensar ou fazer cálculos se o tal de terceiro milênio tão evocado pelo misticismo, inclusive por alguns confrades atingidos por essa onda do maravilhoso ou catástrofes. Não nos esqueçamos que o futuro a Deus pertence e que somos herdeiros de nós mesmos.

Naturalmente, vamos continuar a ter, como sempre tivemos, terremotos, tornados, vulcões e toda a sorte de acontecimentos naturais e não naturais; guerras, revoluções, povos oprimidos por essa ou aquela doutrina esdrúxula, em razão do poder pelo poder. Assim é o homem na atualidade e não saberemos dizer quanto tempo isso irá durar.

A população mundial aumenta a cada dia. Certamente teremos soluções científicas para resolver o problema, mas, tudo será em vão se o homem não resolver enveredar pela Porta Estreita e seguir o tal “estatuto” mencionado no início deste artigo, a REFORMA INTIMA.

No livro de Léon Denis, “O Problema do Ser, do Destino e da Dor” no item XXIV - A Disciplina do Pensamento e a Reforma do Caráter - (11ª. Edição-FEB), há um trecho que diz: “O estudo silencioso e recolhido é sempre fecundo para o desenvolvimento do pensamento. É no silêncio que se elaboram as obras fortes. A palavra é brilhante, mas degenera demasiadas vezes em conversas estéreis, às vezes maléficas; com isso, o pensamento se enfraquece e a alma esvazia-se. Ao passo que na meditação o Espírito se concentra, volta-se para o lado grave e solene das coisas; a luz do mundo espiritual banha-o com suas ondas. Há em roda do pensador grandes seres invisíveis que só querem inspirá-lo; é à meia-luz das horas tranquilas ou, então, à claridade discreta de uma lâmpada de trabalho que melhor podem entrar em comunhão com ele. Em toda a parte e sempre uma vida oculta mistura-se com a nossa. Evitemos as discussões ruidosas, as palavras vãs, as leituras frívolas. Sejamos sóbrios de jornais. A leitura dos jornais, fazendo-nos passar continuamente de um assunto para outro, torna o Espírito ainda mais instável. Vivemos numa época de anemia intelectual que é causada pela raridade dos estudos sérios, pela procura abusiva da palavra pela palavra, da forma enfeitada e oca, e, principalmente, pela insuficiência dos educadores da mocidade. Apliquemo-nos a obras mais substanciais, a tudo o que pode esclarecer-nos a respeito das leis profundas da vida e facilitar nossa evolução. Pouco a pouco, ir-se-ão edificando em nós uma inteligência e uma consciência mais fortes, e nosso corpo fluídico iluminar-se-á com os reflexos de um pensamento elevado e puro”.

Esse livro foi escrito em 1914 e poderemos verificar e analisar, pelo que está escrito, que não houve grandes mudanças na moral do homem. Cientificamente, tivemos grandes avanços, mas o espiritismo nos ensina que a evolução do homem se dará moral e intelectualmente. Portanto, ORAR E VIGIAR seus pensamentos deverão ser uma constante se quisermos ser promovidos para a etapa seguinte, ou seja, um Mundo em Regeneração.

------------------------------------------------------------------------------------
*J. MORGADO é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, para o qual escreve crônicas, artigos, contos e matérias especiais. Contato com o jornalista: jgarcelan@uol.com.br
-----------------------------------------------------------------------------------