domingo, 31 de janeiro de 2010


AONDE ANDAS, NOÉ?



Os últimos e trágicos acontecimentos envolvendo o meio ambiente e diretamente a humanidade como chuvas, nevascas e incêndios, tem locupletado o noticiário mundial. Nunca, em nenhuma época, o Brasil foi vítima de catástrofes naturais em escala cotidiana como nos últimos dois anos. Os entendidos, e os nem tanto, lançam suposições e palpites sobre as causas do chuvaréu que submerge as regiões Sul e Sudeste do país provocando deslizamentos de terra, enchentes, destruição e, principalmente, mortes.
As inundações que assolam o estado de Santa Catarina, a partir de 2008, e os recentes acontecimentos congêneres no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, antes nunca vistos, certamente indicam que "este país" já não está imune aos espasmos da natureza, muito pelo contrário.

As tragédias nesse sentido ceifam milhares de vidas (humanas, animais e vegetais), destroem propriedades, matam no sertão, na floresta e na cidade, democraticamente, sem distinguir ricos, pobres ou miseráveis.

A chuva, no Brasil, a neve na Europa e na Ásia e as queimadas na Oceania indicam que a Natureza está reivindicando o espaço que lhe foi indevidamente surrupiado pelo Homem e, para tanto, não mede o custo e a intensidade dessa cobrança.

Há poucos dias, o jornalista Juliano Morgado abordou aqui neste mesmo espaço o problema gerado pelos chamados farofeiros, que invadem as praias, infernizam a vida do morador litorâneo e deixam no rastro toneladas de lixo. Os comentários que se seguiram, no blog, demonstram a indignação dos amigos que prestigiam este espaço.

No entanto, os estragos cometidos pelos praianos de última hora são apenas grãos de areia no universo das lambanças que o ser humano impinge à Natureza nos quatro cantos do planeta.

Considerando que o mundo abriga atualmente cerca de 6,5 bilhões de seres humanos, sendo 1,3 bilhão somente na China, o desequilíbrio entre pessoas, animais, vegetais e a natureza é perfeitamente previsível e inevitável. Provavelmente o espaço está pequeno para tanta gente. Mas, ainda há solução.

Os estragos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e as enchentes no Vale do Paraíba, em Atibaia, na Capital paulista e em toda Grande São Paulo, podem ser simples recados do que há por vir. Enquanto os danos ficam restritos à extinção das matas, dos animais e dos peixes, o homem está pouco se lixando, até porque ele conta com a conivência e ouvidos de mercador de algumas autoridades que fazem vistas grossas para construções irregulares de casas, casebres, mansões, hotéis, motéis e clubes de recreação e lazer em áreas aprazíveis, porém de alto risco. As tragédias, anunciadas, somente são notadas quando a água, literalmente, bate no traseiro ou no umbigo do ser humano que, mesmo assim, só lamenta caso ele ou um familiar participem da relação dos mutilados.

Estivesse por aqui, Noé certamente não encontraria meios nem motivação para construir imensa arca e tentar salvar algumas espécies, pois teria que enfrentar a burocracia e destinar propina a alguns fiscais, mesmo com sua intenção cristã de preservar espécies, como já fizera lá, atrás. De mãos atadas o bom homem não teria como poupar a humanidade do Apocalipse que se avizinha.

Caso alguém saiba da existência de um Noé, que faça a ele um apelo para que fique de plantão. Com boa dose de fé, sorte e perseverança, mesmo acreditando que essa espécie está em extinção, quem sabe ainda exista um perdido na mata ou na selva deste mundão. Tudo é possível...

Enquanto escrevo estas linhas, a escuridão em plena tarde, as nuvens carregadas, a ventania, os raios e trovões que rondam o ABC indicam que a tempestade está nas imediações e que logo chegará por aqui, certamente provocando novas tragédias na Grande São Paulo. Aonde andas, Noé ?
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Oswaldo Lavrado é jornalista/radialista radicado no Grande ABC

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010


FLAGRANTES DA VIDA (I)


Pesquisando no arquivo de minhas Memórias, localizei fatos que ainda o tempo não conseguiu deletar. Senti-me afortunado com o rememorar pessoas, amizades, mulheres, amores, mágoas que não chegaram a molhar de lágrimas meu caminho. Se fortes, as perdoei; se brandas, deixei de considerá-las a fim de não se tornarem obstáculo à minha jornada.

Rio de Janeiro, Avenida Rio Branco - antiga Avenida Central, na Cinelândia - Palácio Monroe de saudosa memória, personagem de triste relato e negro crime a lamentar. O fato de citar o Palácio Monroe me permite uma digressão em virtude de nossa tão vergastada história.

A construção do Palácio Monroe ocorreu nos EUA, em 1904, projeto do engenheiro militar brasileiro, coronel Francisco Marcelino de Souza Aguiar, para representar o Brasil na exposição Internacional de Saint Louis. Na premiação de arquitetura ganhou medalha de ouro - primeiro prêmio - daquela exposição. Em sua inauguração, Souza Aguiar recebeu a visita de Theodore Roosevelt, presidente americano.

A armação e estrutura de aço do palácio permitiu sua transferência para o Rio de Janeiro, em 1906. Na 3ª Conferência Pan-Americana, o Barão do Rio Branco com apoio vibrante de todos, propôs a mudança de seu nome, homenageando o criador do Pan-Americanismo: Palácio Monroe. Em seguida, tornou-se sede de múltiplos eventos, congressos, comissões e exposições até 1914, quando o Palácio Monroe acolheu a Câmara dos Deputados.

O ano de 1920 marcou recepção com homenagem à visita do Rei da Bélgica, Alberto I. Em 1925 o Monroe passou a ser a sede, por 35 anos, do Senado Federal, até 1960, ao mudar-se para a nova capital, Brasília. Daí em diante foi hóspede do Estado Maior das Forças Armadas até chegar 1974. Neste momento, cuidou-se de urdir sua criminosa demolição em nome do progresso: o metrô carioca.

Das correntes que analisam o nefando crime contra a história do Palácio Monroe, em prejuízo da memória brasileira, uma aponta por mais incrível que possa parecer o laureado profissional Lúcio Costa (F), ainda Roberto Marinho e o Presidente Ernesto Geisel que assinou a autorização para o desmonte, em 1976.

A desculpa ou acusação foram as obras do metrô porém, segundo afirmações de Jorge Rubies, presidente da Associação Preserva São Paulo, não procede, visto o que o projeto do metropolitano naquele local ter previsto uma curva que até hoje prevalece no trajeto.

Voltemos à vaca fria. Minha relembrança estava exatamente em frente ao Palácio Monroe de tanta saudade, no início dos anos 50. O Senado e senadores não eram a excrescência do atual, corruptivo. Eram lindas as mulheres que ganhavam a vida dançando no Salão Avenida Danças, chamados taxgirls, daqueles de picar cartão e pagar por minutos dançados.

Ângela Maria, voz maravilhosa, ali se iniciou cantando, depois sucesso internacional, minha amiga por tantos anos de quem acompanhei frustrados amores. O Salão Avenida funcionava em um subterrâneo e,mais acima, no mesmo prédio, ficava a Executiva Nacional do PTB. Ali conheci e fiz amizade com um grupo macanudo de gaúchos: gauchada boa. Perí Coutinho, Perí Azambuja e João Goulart, entre outros.

Goulart, de presidente da Executiva Nacional do partido, foi guindado a Ministro do Trabalho e nós o acompanhamos para enfrentar de início, a greve dos marítimos, que era prenúncio do que viria mais tarde... (continua)

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Garcia Netto é jornalista, radialista e escritor francano.  Autor do livro "Filhos Deste Solo" - Medicina & Sacerdócio". A série Relembranças será editada em cinco capítulos semanais, em que o profissional revisita, em sua memória privilegiada, flagrantes da vida que fazem parte da história de nosso país.
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

ARMAZÉM DE AROMAS



Observa o velho homem ali deitado. Fisionomia tranqüila, embora abatida. Está magro, pálido, quase sem cor. Poucos cabelos brancos cobrem-lhe a cabeça, mas reconhece o rosto carinhoso dos bons tempos em que espalhava alegria. Dobra-se sobre ele e respira fundo para constatar se ainda exala aquele perfume tão característico da infância. Não. Não. Não. Agora, o cheiro é frio. Apenas lágrimas, flores e ausência. Não usa mais aquela blusa de lã tão impregnada dele. Está elegante de paletó e gravata, embora sem sapatos. Imagina que anjos flutuam, não precisam de nada nos pés, por isso ele calça somente meias. Fecha os olhos ardidos e ele ressurge, com os cabelos ainda pretos e poucas rugas. Está levantando novamente a antiga porta corrediça de aço. Gesto simples, mas que abre um horizonte mágico. O chão quadriculado de preto e branco, as prateleiras rústicas de madeira rigorosamente arrumadas, cheias de alimentos dispostos de maneira ordenada. Festival de cores, aromas, texturas e sabores que extasia as crianças. O armazém de secos e molhados guarda tesouros mais valiosos que qualquer pirata. Inspira e sente novamente a bruma de produtos diversificados, freguesas que apalpam o queijo faixa azul, feirantes suarentos em busca de mercadorias, dinheiro... Corre até o fundo do empório. Debruça-se sobre os imensos tonéis de madeira, que escondem em água salgada deliciosos petiscos. Azeitonas verdes, pretas, grandes, pequenas, chilenas, portuguesas. Com a grande escumadeira, retira um punhado e começa a devorá-las ali mesmo, ainda na ponta dos pés, sentindo cócegas no nariz pelo excesso de sal. Receia levar bronca se acidentalmente derrubar os caroços dentro de algum barril. E, pior, ser proibida de desfrutar novamente daquele festim. O armazém é um banquete para todos os sentidos. A boca se enche de saliva quando os olhos encontram gelatina colorida, doce de leite, rapadura, maria-mole... Sabores perfumados típicos do interior. Doces simples, com gosto de saudade. Os pelinhos das narinas fazem festa ao respirar aquele ar encantado. As mãos ficam molhadas e lambuzadas. E os ouvidos se alegram ao escutar o plec-plec-trim da máquina registradora. O auge da felicidade é ter permissão para operar o caixa. Apertar os botões, abrir as gavetas, contar notas e moedas. No fim do dia, sorri ao sentir no corpo a fragrância marcante de todos os negócios fechados ao longo do dia, dos queijos, das guloseimas, das brincadeiras, das explorações nos quatro cantos daquele estabelecimento. Uma vez por semana, repete o mesmo ritual: estaciona a antiga kombi azul em frente ao portão da casa cheia de jardins e de sóis. Toca a campainha e entra com passos impacientes, carregando uma sacola branca. Nela, queijos e manteiga fresca, que compra diretamente do produtor em Minas Gerais e entrega pessoalmente aos filhos e netos. Vai embora com a mesma pressa. Outra festa começa: espetar um pedaço de queijo no garfo para derretê-lo na chama do fogão. A cozinha fica impregnada daquela fumaça de felicidade interiorana, que abraça a família toda. Todos o cercam em retribuição ao amor daquele homem simples, nascido em cidade de nome tão apropriado para sua figura – Santo Antonio da Alegria. É o guardião da família, o centro de todas as reuniões e encontros, a força que move todos. Nas férias, o sítio que cultiva no interior é outro espetáculo para olhos, bocas, mãos e narizes, especialmente os infantis, tão ávidos por novas descobertas. O cheiro urbano do armazém se transporta para o mato, transforma-se em aventuras olfativas. Naquela casa rural, mostra outras habilidades, espalha novos aromas com as mãos habilidosas na cozinha. Prepara pão de queijo, assa pernil, frita mandioca, enrola pamonha, estoura pipoca. Adora observá-lo no fundo do quintal, sentado calmamente, debulhando os milhos plantados ali mesmo. No começo, pensa que a palha é um bicho muito feio. Mas ao ver o carinho com que separa as espigas, percebe que é coisa da natureza. Certa vez, nas travessuras com os primos, quase destrói o milharal com uma bombinha de São João. O artefato solta faíscas que, em questão de segundos, se transformam em labaredas. A tragédia é evitada pelos parentes, que apagam o fogo com a água do lago, o mesmo onde ainda percebe o forte odor das brincadeiras, dos mergulhos e do barco a remo, quase sempre rebocado pelo cachorro, para alegria geral. Os peixes – cascudos, bagres, traíras – saltitam felizes, dançando a pororoca com a criançada. Com os olhos ainda ardidos e o nariz entupido pelas lágrimas, percebe que é um bálsamo para a alma lembrar daquele aroma de tantos momentos bons da infância. Brincar com o bravo cão pastor, rodar a manivela da máquina de moer cana e beber garapa fresquinha, colher abacates no pomar, montar cabana de lençóis na cama beliche e criar um mundo à parte, balançar forte na rede, ter medo dos morcegos e dos fantasmas na porteira, ouvir os grilos da madrugada, correr atrás das galinhas e fazer greve de fome quando alguma aparece na panela, despertar com o perfume de café fresco passado em coador de pano, adormecer quentinha pelos cobertores de amor. Sacode a cabeça, como se pudesse espantar aquela triste imagem de sua frente. Não. Não é mais uma menina. E ele continua ali deitado, braços cruzados sobre o peito, terço enrolado nas mãos. Não. Não pode ir embora assim, sem pelo menos guardar numa caixa florida aquela blusa de lã com a qual a cobria quando sentia frio, tão repleta dos aromas alegres de quando era criança. Um armazém de cheiros das peripécias do sítio, das bonecas, dos abraços tímidos, da kombi barulhenta, dos queijos e azeitonas e guloseimas. Esticado no caixão, o avô leva embora sua infância. Resta apenas o perfume da ausência e da enorme saudade coalhada pelo tempo.
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Lara Pezzolo Fidelis é jornalista e escritora. Armazém de Aromas venceu o Mapa Cultural Paulista – Expressão Literatura, na categoria crônica, em 2008. O projeto está vinculado à secretaria de estado da Cultura e visa incentivar e identificar as diversas expressões culturais por todo o Estado de São Paulo. Na categoria crônica, a jornalista Lara Pezzolo Fidelis venceu com o texto Armazém de Aromas, que remete a seus tempos de criança. "É um texto memorialista da minha infância. Fala dos aromas que me lembro do armazém de meu avô", explica a moradora de Santo André, cidade que representou no concurso. Entre outras atividades profissionais, Lara mantém um blog na internet, o Lagarta de Fogo:
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DIVULGAÇÃO DE RESULTADOS

Bom dia, amigos e amigas do blog!

Com muita satisfação, vamos enviar os dois exemplares do livro O amor nos tempos do cólera, de Gabriel García Márquez, para os amigos

Dalva Regina, de Santo André, São Paulo e
Olavo Cortes Marques, de Londrina, Paraná.

Solicitamos que entrem em contato pelo e-mail niviaandres@gmail.com, enviando seus endereços completos, para que possamos fazer chegar até vocês o nosso presente.

Agradecemos a participação de todos e vamos continuar sugerindo obras literárias aqui neste espaço, com o objetivo de incentivar o saudável hábito da leitura - uma janela aberta para o mundo.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010


O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA



Muito jovem, o telegrafista, violinista e poeta Gabriel Elígio García se apaixonou por Luiza Márquez, mas o romance enfrentou a oposição do pai da moça, coronel Nicolas, que tentou impedir o casamento enviando a filha ao interior, numa viagem de um ano. Para manter seu amor, Gabriel e seus amigos telegrafistas montaram uma rede de comunicação que alcançava Luiza onde ela estivesse. Essa é a história real vivida pelos pais de Gabriel García Márquez e foi ponto de partida de O amor nos tempos do cólera, que conta a paixão do telegrafista, violinista e poeta Florentino Ariza por Fermina Daza.

Há 25 anos, em 1985, época de seu lançamento, editado pela Record, parecia inacreditável, mas era verdade - a história de um amor improvável e impossível entre um homem e uma mulher liderava a lista dos livros de ficção mais vendidos no Brasil. E não se tratava de relação transcendental ou comédia romântica água-com-açúcar, e sim de uma narrativa encantadora, densa, carregada de paixão, ressentimento, mágoa, dor, ciúme e, essencialmente, de esperança, escrita pelo colombiano Gabriel García Márquez.

É nesta obra-prima que se desenha um dos mais espetaculares triângulos amorosos da literatura contemporânea – após um namorico com Florentino Ariza, a forte e sensível Fermina Daza se casa e vive muitos anos com o belo, mas frágil médico, Juvenal Urbino, personalidade respeitada da sociedade local, o bom partido que todas as mães desejam para suas filhas. Florentino, o inconstante, sobrou...Poeta fracassado, homem magro e mal-alimentado, apaixonado, músico, dionisíaco do Canal do Panamá à Terra do Fogo, transbordando de latinidade, vai passar a vida esperando, esperando, esperando...

Graças a esse triângulo desigual, O amor nos tempos do cólera é a parábola perfeita do caminho não trilhado, daquele amor - muitas vezes o primeiro - que não deu certo, mas que sobrevive e se alimenta por meio da esperança de um por-vir incerto, mas intensamente desejado.

Após o casamento de Fermina, por 50 anos, Florentino dedica-se a ser um homem digno do seu amor, trabalha, progride e chega a gerente de uma Companhia Fluvial do Caribe, um cargo muito importante na cidade, mas a sua vida reduz-se a ver de longe as mudanças que a vida produziu em Fermina Daza. Ele troca a sua paixão por relações fogosas e instáveis e a expressar o seu amor febril por meio de cartas que escreve a outras por obrigação. Só um pensamento o alenta e é a certeza de que Juvenal Urbino morrerá um dia e antes dele.

Afinal, o tão esperado dia chega e Juvenal Urbino morre. Para Florentino Ariza abre-se, enfim, a porta de uma possibilidade - transformado num homem culto, agradável e com brios renovados, retoma o seu amor devoto com cartas ainda mais fervorosas que as da sua juventude e que pretendem chegar ao duro e inflexível coração de Fermina. Uma história belíssima que retrata a perseverança tenaz de um amor que se prolonga até a morte, cheio de esperança. Dono de uma narrativa magistral e envolvente, Gabriel García Márquez nos leva numa viagem mágica à Cartagena do princípio do séc. XX e nos mostra do esplendor à decadência, da juventude à velhice e da nostalgia à realidade, num furor explosivo e pungente, desenhando um interessante percurso pelos recantos da cidade e na alma dos seus habitantes, revelados a partir de seu realismo cruel e poético.

O amor nos tempos do cólera narra, magistralmente, a história de Florentino e Fermina e o seu final até certo ponto insólito para os padrões estéticos de uma sociedade corroída, é inesquecível, por superar todas as barreiras e limites impostos pela hipocrisia e pelo preconceito vigentes. Basta dizer que a espera durou exatos 53 anos, sete meses e 11 dias!

Um incrível e irresistível romance que trata do amor, da velhice e da morte. O sentimento que persiste em todas as fases da vida, que mesmo que esteja destinado à morte, se mantém aceso enquanto a energia vital persistir. Com seu maravilhoso talento e seu estilo próprio de narração que insere o leitor num emaranhado de histórias sem nenhum tipo de sistematização, Gabriel García Márquez fala sobre um amor que desabrocha quando mais nada se espera da vida e, por isso mesmo, é tão intenso.

Esta obra de notável relevância que foi escrita após García Márquez receber o Prêmio Nobel de Literatura, foi levada para o cinema pelo diretor Mike Newel, com Javier Bardem interpretando Florentino; Giovanna Mezzogiorno como Fermina; Benjamin Bratt como Juvenal e a nossa Fernanda Montenegro como Trânsito Ariza, a mãe de Florentino.

Leia o livro, assista ao filme. Eu recomendo.
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*Nivia Andres é jornalista e licenciada em Letras.
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terça-feira, 26 de janeiro de 2010


TODOS OS CLONES DO PRESIDENTE

Certa vez vi uma foto do ex-ditador do Iraque, Saddam Hussein, cercado de sósias, todos fardados, boina preta inclinada na cabeça e bigode, como ele. O terrorista, ou benfeitor da humanidade, depende só do ponto de vista de cada um, que tentasse matá-lo, ficaria atônito, sem saber quem era o verdadeiro Saddam Hussein. Aliás, ninguém garante que tenham enforcado o verdadeiro, pode ter sido um daqueles.

Mesmo detestando a figura, confesso que achei muito divertido e original esse esquema de segurança, que poderia ser adotado por outros ditadores ou mesmo presidentes democraticamente eleitos. Imaginem, por exemplo, o Lula cercado de lulas. Se um Lula falando bobagens já é material para o regozijo de qualquer humorista, imaginem então vários deles. A tática poderia ser adotada também por outros personagens, como o Arruda, do Distrito Federal, como também por deputados e senadores acusados de trambiques, envolvimento em mensalões e outros quetais. Os repórteres chegariam para entrevistar um desses pilantras e ouviriam: “Calma, meu filho, eu sou apenas clone! O verdadeiro Arruda é outro, mas não posso indicar por medida de segurança”.

Políticos clonados às centenas. Seria uma maravilha! Na campanha eleitoral poderiam se dividir, o mesmo candidato estaria ao mesmo tempo em muitos lugares, prometendo as mentiras de sempre e garantindo votos. Enquanto o verdadeiro candidato ficaria em sua mansão, coordenando tudo pelo celular e contando a grana que naquele dia carregou nas cuecas e meias. No fim da campanha se reuniria para comemorar numa pizzaria com sua equipe de clones, com direito a panetone na sobremesa.

No caso do Lula, teria que comprar um segundo avião só para carregar os diversos lulas. Seriam divididos entre as aeronaves, de modo que ninguém jamais saberia em qual delas estava o verdadeiro presidente. Quando cansado dos rapapés oficiais, poderia chamar seu melhor clone e instruir, com aquela voz rouca: “Companheiro, tô de saco cheio, hoje só quero tomar uma lisinha e dormir, vai lá e aguenta o Chaves”.

O Sarney não precisaria explicar as nomeações dos seus clones. Bastaria instruir para que não dessem bandeira em grupo, ninguém notaria. E todos teriam que carregar aquela expressão de eterno indignado, para dissimular sempre.

Outra vantagem dos clones é que haveria muito mais cuecas e meias disponíveis para carregar as doações das empreiteiras. Poderiam até pleitear um reajuste, considerando os novos custos de manutenção do pessoal. Só em ternos e gravatas estariam gastando uma fortuna, sem contar cabeleireiro e manicure.

Fica aí a sugestão para os encarregados da segurança das nossas queridas autoridades. E se alguém ler por aí alguma crônica parecida com esta, tenha certeza: é clone. A original é esta!
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*Milton Saldanha, 64 anos, é jornalista e dono de notável memória, que adora manter sempre viva.
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domingo, 24 de janeiro de 2010

DIÁLOGO NACIONAL

Início dos anos 70, uma terça-feira, fui chamado pelo jornalista Fausto Polesi, diretor do Diário do Grande ABC, em sua acanhada sala da "casinha", onde funcionava a redação. Sempre com cara de poucos amigos (assim ainda é o excelente jornalista e sempre companheiro Fausto Polesi, mas coração de gigante), convocou também o chefe de redação - José Louzeiro, hoje presidente da Associação dos Escritores do Rio de Janeiro - fechou a porta e foi dizendo: "o Diário recebeu convite da televisão Record para enviar dois jornalistas para participarem do programa "Diálogo Nacional".
Fiquei surpreso e sem entender bem o que tinha eu a ver com a coisa, uma vez que era apenas um neófito repórter esportivo. "Sim, Dr. Fausto, onde entro na parada, não estou entendendo?", indaguei. Sem levantar os olhos dos convites que estavam sobre sua mesa, o diretor, respondeu: " vamos eu e você", sentenciou. Meio atônito e sem discutir a ordem perguntei que dia era o programa. "A gravação é hoje às 19h e vai ao ar esta noite, às 23h30 ", emendou o chefão e completou: "chamei o José Louzeiro, chefe da redação, para não passar por cima de sua autoridade, certo?" Nada mais foi dito nem perguntado. Fiquei satisfeito, porém apreensivo, com tantos "cobras" no Diário especializados em assuntos polêmicos como Édíson Motta, Aleksandar Jovanovic, Ademir Medici, Hermano Pini Filho e Otto Diringer, além do próprio Zé Louzeiro e outros, o chefão foi logo me escolher. Enfim...
O programa Diálogo Nacional da TV Record marcou época nos anos 70. Era apresentado por Blota Júnior e Murilo Antunes Alves, além da participação de jornalistas da emissora. Blota Júnior já é falecido; Murilo Antunes Alves não sei onde anda, porém lá pelos anos 80 foi chefe do Cerimonial do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
A tônica do programa, em rede nacional era a política, os políticos e a situação da época no Brasil. O regime militar estava em plena vigência. Os entrevistados eram Murilo Macedo, ministro do Trabalho, Tito Costa, prefeito de São Bernardo, e Luiz Inácio da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que não havia, ainda, colocado o apêndice "Lula" agregado oficialmente ao nome.
Botei terno e gravata, apetrechos que sempre abominei, peguei minha Brasília bege e lá fui para a TV Record, então instalada na Avenida Miruna, próximo ao aeroporto de Congonhas.
O misticismo que eu carregava sobre a suntuosidade de um estúdio de televisão foi água abaixo assim que entrei no prédio. Não havia estacionamento para "sapos ", como era meu caso. Encontrei o Fausto e o Tito Costa na porta daquele enorme galpão, que mais parecia uma fábrica em ruínas ou depósito de bebidas abandonado. Passamos por uma meia dúzia de seguranças, que revistaram até as cuecas, e chegamos a um corredor que terminava em pequeno palco.
Nesse espaço, com um telefone na mão esquerda, estava o jornalista Ferreira Neto (falecido aos 64 anos, em 4 de agosto de 2002), gravando seu programa com um tipo de personagem criado por ele, de nome Léo, com qual, via telefone, e com algum cuidado que o tempo exigia, satirizava situações de políticos da época do regime militar. Ferreira Neto, um troglodita de mais de 120 quilos passou por nós no corredor apertado empurrando tudo que encontrava pela frente e, como sua arrogância era proporcional ao seu tamanho e peso, sequer cumprimentou a gente. Estava para começar a gravação do Diálogo Nacional. Na bancada havia também um jornalista da Record: Celso Vernize, filho de Narciso Vernize (também já falecido), o "Homem do Tempo", da Jovem Pan. O ministro Murilo Macedo era o convidado especial pelo óbvio, já que nessa época pululavam veladas greves de trabalhadores em vários segmentos. Tito Costa era o prefeito de São Bernardo, cidade brasileira com o maior número de indústrias de porte, e Lula, presidente dos Metalúrgicos, já então carismático e que havia levado cerca de 70 mil trabalhadores ao estádio de Vila Euclides, o que deixava políticos e milicos, argolados ao governo militar, com a pulga atrás da orelha.
Antes de começar a agravação, porém, uma mulher - não perguntamos o nome e pouco interessava - chegou a nós (eu e o Fausto) e mostrando um papel datilografado foi determinando: "Olha, as perguntas ao ministro, ao prefeito e ao presidente do sindicato estão neste papel. Não façam nada improvisado". Deu uma cópia para cada um de nós e foi saindo. "Ei, moça, espera um pouco - chamei - pelo que entendemos, nós temos que ler este papel durante a entrevista? "Sim - respondeu a mulher - os censores estão aqui de plantão e a gente não pode facilitar". Olhei para o Fausto, encarei a mulher e devolvi o papel: "Olha, minha senhora, se tivessem avisado que a gente viria aqui para ser marionete pode ter certeza que não iria colocar esta armadura (terno e gravata) e muito menos me deslocar do ABC. Eu vou embora". Rapidinho, já que o pessoal da produção chamava a gente para ocupar a mesa, onde estavam instalados o ministro, o prefeito, o sindicalista, um repórter e os dois âncoras (Blota e Murilo), a mulher das "ordens" me segurou pelo braço e, de novo, rugiu: "Tudo bem, mas veja lá o que vocês irão dizer ou perguntar, principalmente ao ministro. Se for o caso a gente corta a gravação". Pegou o papel de nossas mãos, com as perguntas, e sumiu naquele corredor entupido de tranqueiras.
Com indisfarçável sorriso no canto dos lábios olhei para o Faustão e fomos para a gravação. Correu tudo bem, não fosse pequeno deslize de minha parte. Coloquei a carteira de cigarros Free sobre a bancada ao lado do meu microfone. Em determinado instante ouvimos um berreiro: "corta, corta; pô, seu Lavrado, olha o cigarro", gritava uma voz que vinha do balcão superior onde estavam as câmeras. "Qual é o problema? Não estou fumando e nem seria louco de fumar aqui", berrei também, sabendo que a gravação já estava paralisada. "Não podemos gravar com o seu maço de cigarros aparecendo às câmeras, é propaganda gratuita", justificou o mesmo cara que urrava lá do alto. A entrevista de hora e meia foi até o final, com pequenos cortes em virtude de apimentadas perguntas ao ministro do Trabalho e ao Lula, mas sem maiores consequências.
Tito Costa, na época prefeito de São Bernardo, até por razões naturais foi cuidadosamente poupado.
Nada de muito comprometedor foi lhe dito, nem perguntado. Atualmente Tito Costa está com 87 anos e se recupera de um enfarte.
Voltamos para casa a tempo de ver a gravação, exibida por volta da meia noite. No dia seguinte lá estava eu na redação do Diário, bem cedo como de costume, para minhas matérias esportivas e o Fausto Polesi cuidando do editorial do jornal para aquele dia. O assunto, quase que obviamente, foi o "Diálogo Nacional".
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Oswaldo Lavrado é jornalista/radialista radicado no Grande ABC
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A RELIGIÃO E A CIÊNCIA, UM
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ASSUNTO SEMPRE EM PAUTA
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“A Ciência nos dá o Conhecimento e a religião nos dá o Sentido. Ambos são pré-requisitos para uma existência decente”. Assim se expressou o padre e cosmólogo polonês, além de professor, Michael Heller de 72 anos (em 2008). Esse sábio, que é também filósofo, recebeu o prêmio Templeton, outorgado pela fundação de estudos religiosos que tem o mesmo nome, localizado em Nova Iorque. Ele rejeita a idéia de que religião e ciência são contraditórias. Heller que recebeu o prêmio defendendo a existência de Deus diz: “Invariavelmente eu me pergunto como pessoas educadas podem ser cegas para não ver que a ciência não faz nada além de explorar a criação de Deus”. A notícia sobre essa premiação veio da BBC Brasil.
Desde épocas remotas que existem duas correntes filosóficas, uns tentando provar que Deus não existe e outros, felizmente a maioria, que o Criador do Universo é uma realidade inconteste. Na verdade acredito que a minoria tenta provar para eles mesmos a não existência de um Ser Supremo, tendo em vista a maneira em que vivem e procedem.
Os Dez Mandamentos recebidos por Moisés colocou um freio no povo hebraico que se dividia em praticar a religião emanada de Jeová (Deus) e deuses outros que tudo permitiam de acordo com a vontade de cada uma daquelas almas encarnadas e primitivas na sua evolução.
Séculos se passaram até que Jesus aqui chegasse com o Código Divino e o expôs a todos os que quisessem ouvi-lo. Mesmo com todos os fenômenos que aconteceram (e não foram poucos), os incrédulos de má vontade não desejaram deixar seus “status quo” para apreender a dar a outra face e amar o próximo como a si mesmo. Os acontecimentos que se seguiram são do conhecimento da humanidade.
Muitos outros séculos foram necessários para que o Espírito de Verdade prometido pelo Mestre se manifestasse e surgisse assim o LIVRO DOS ESPÍRITOS (1857), O LIVRO DOS MÉDIUNS (1861), O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO (1864), O CÉU E O INFERNO (1865) e A GÊNESE (1868). Allan Kardec (Léon Hippolyte Denizart Rivail), nascido em Lyon (frança), a 3 de outubro de l804, foi o responsável pela codificação do que o mundo conhece hoje como ESPIRITISMO. Essa Doutrina (filosófica, religiosa e científica) esclarece de maneira clara e objetiva a moral cristã e suas relações com a filosofia e a ciência. Aqueles que se propuserem a estudarem (isentos de qualquer paixão) vão verificar que o sábio mencionado no início deste artigo tem toda razão.
Albert Einstein (1879/1955), um dos maiores cientistas de todos os tempos, “Pai da Relatividade”, judeu-alemão e depois americano, além de físico e matemático, era um filósofo e deixou belos e profundos pensamentos: “Deus é a Lei e o Legislador do Universo”; “A Ciência sem a Religião e Paralítica – A Religião sem a Ciência é Cega”; “Há duas coisas infinitas: O Universo e a Tolice dos Homens”. Mas, antes disso, o pensamento: “NÃO HÁ FÉ INABALÁVEL SENÃO AQUELA QUE PODE ENCARAR A RAZÃO FACE A FACE, EM TODAS AS ÉPOCAS DA HUMANIDADE”, inserida por Kardec nas obras da Codificação.
Em “A GÊNESE”, entre os muitos pensamentos e ensinamentos, a um que se liga diretamente ao assunto que estamos ventilando: “Se a religião recusa caminhar com a ciência, a ciência avança sozinha”. O insigne Professor Rivail nos mostra claramente o que quis dizer o Religioso e Cosmólogo premiado por suas afirmações neste ano de 2008.
Apenas cento e cinquenta anos se passaram desde o advento da Codificação. E não foram poucos os cientistas que se dedicaram a provar a comunicação com os espíritos. Ernesto Bozzano (1862/1943), Willian Crookes (1832/1919), Oliver Lodge (1851/1940), Charles Richet (1850/1935), Camille Flamarion, um astrônomo e filósofo renomado (1842/1925) e muitos outros. Recomendo a leitura da biografia de Flamarion na internet e de seus vários livros, entre os quais Urânia, A Morte e seus Mistérios, etc. A vida desse cientista é comovente e serve de exemplo para pessoas que querem atingir um objetivo. Como o leitor poderá verificar, esses nomes e de outros pesquisadores surgiram em meados do século XIX, ou seja, na mesma ocasião em que aconteceu a Codificação. .
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Coincidência?
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O Livro dos Espíritos em – LIVRO PRIMEIRO – AS CAUSAS PRIMÁRIAS – Capítulo Primeiro – DEUS – I – DEUS E O INFINITO (LAKE), Edição Especial, Editora e Encadernadora Lúmen/1966–tradução de J. Herculano Pires, página 63 diz: O que é Deus? – Deus é a Inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. (...). As perguntas e respostas prosseguem e no item II do mesmo capítulo (página 64), parágrafo 4, a pergunta: Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?
– Num axioma que aplicais às vossas ciências: Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem, e vossa razão vos responderá (...).
Foram muitas as revelações antes e depois da Codificação. A mais recente é a transformação dos meios científicos. Sociedades médicas espíritas e intelectuais dos mais diversos setores da sociedade, se organizando no Brasil e em várias partes do mundo visando à propagação e esclarecimento da Doutrina que nos trouxe a TERCEIRA REVELAÇÃO.
O misticismo e a deturpação de fatos religiosos e científicos através dos tempos levaram a essa batalha surda e inútil. O homem se raciocinar matematicamente como o fizeram muitos cientistas e filósofos através dos séculos vão verificar que DEUS NÃO REVOGA SUAS PRÓPRIAS LEIS.
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*J. Morgado é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, escrevendo crônicas, contos, artigos e matérias especiais. Contato com o jornalista pelo e-mail:
jgarcelan@uol.com.br
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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A VIDA ESTÁ SEMPRE NOS ENSINANDO...

 
Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.


E você aprende que amar não significa
apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança.

Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.

Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.

E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam…

E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010