segunda-feira, 8 de março de 2010


MULHER, UMA HOMENAGEM

8 DE MARÇO:

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Os 100 anos de celebração do Dia Internacional da Mulher são apenas parte da trajetória de uma luta que promete continuar por muito tempo ainda. Elas não se intimidam com as dificuldades que surgem no cotidiano e muitas vezes vivem no anonimato. Mãe, esposa, profissional, amiga. Para ter sucesso e conciliar todas essas funções, é preciso mais que vontade, é necessário talento. Elas são chamadas de mulheres, mas poderiam ser chamadas de “guerreiras”. Mulheres que se tornam exemplos de vida, solidariedade e superação. Seja na liderança de grandes empresas, em instituições de ensino, movimentos sociais ou mesmo em casa, as mulheres têm se destacado em desafios que surgem diariamente. A disputa de espaço próprio deixou de ser exceção para se tornar regra na vida de muitas mulheres, que já não se incomodam com o preconceito e ocupam cargos que antes eram predominantemente masculinos.

Apesar dos avanços, as mulheres continuam sendo discriminadas, recebendo salários inferiores, e sofrendo diversos tipos de violência sendo uma delas a desqualificação da imagem feminina.

Recebo cerca de 200 e-mails por dia de amigos e amigas espalhados por esse Brasil. Alguns chamam a atenção, como esse que recebi da Fabiana, uma jovem de 22 anos que é filha da Janeth Goulart, uma amiga jornalista que mora no Rio de Janeiro. Tenho a certeza que muitos já devem ter recebido esse e-mail, ou parecido com ele, porque tudo que está na rede circula com uma rapidez espantosa. O título, por si só, chama a atenção, vejam: “frases retiradas de revistas femininas das décadas de 50 e 60”. E cita algumas pérolas estampadas em revistas nessas décadas, em que a mulher sofria forte discriminação. Escolhi algumas, para que opinem sobre o assunto, neste Dia Internacional da Mulher. Acompanhem:

“Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas”. (Jornal das Moças, 1957). Tem um amigo meu que iria adorar viver nesses tempos.

“Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu carinho e provas de afeto, sem questioná-lo”. (Revista Claudia, 1962). Esse mesmo amigo certamente iria assinar ou comprar essa revista para a esposa ler.

“A desordem em um banheiro desperta no marido a vontade de ir tomar banho fora de casa”. (Jornal das Moças, 1965). Será que naqueles tempos as mulheres abaixavam as tampas dos vasos sanitários?

Essa que encontrei é inacreditável e o texto era de uma jornalista, pasmem: “A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas, servindo-lhe uma cerveja bem gelada. Nada de incomodá-lo com serviços ou notícias domésticas”. (Jornal das Moças, 1959). É que, em 59, poucos tinham TV em casa, senão esse Jornal das Moças, nome de uma revista, certamente acrescentaria: “sirvam a cerveja em silêncio, para não tirar a atenção do marido no jogo de futebol”.

Para finalizar, essa é de cair o queixo: “O noivado longo é um perigo, mas nunca sugira o matrimônio. Ele é quem decide”. E continua: “Sempre que o homem sair com os amigos e voltar tarde da noite, espere-o”. (Jornal das Moças, 1958). Nos dias de hoje o coitado seria mesmo esperado pela esposa, mas com certeza ela estaria empunhando um pau de macarrão que iria lhe custar uns bons galos na cabeça.

Antes que eu receba severas criticas das mulheres – são muitas as que visitam esse blog – afirmo que não sou machista, apenas mostrei, através do e-mail que recebi com as frases citadas acima, que houve uma revolução das mulheres e não faz muito tempo. Bom que saibam que as frases recebidas eram ilustradas com as páginas das revistas, para provar sua veracidade.

Na verdade, a revolução que as mulheres estão fazendo no planeta me dá mais fé num mundo melhor. Gosto do comportamento das mulheres, da sensibilidade, de como elas conduzem as coisas. Gosto de suas tomadas de posição e da firmeza de propósitos. A doce revolução feminina está clara, não estou escrevendo aqui nenhuma novidade, apenas aplaudindo essa passagem, torcendo para que as mulheres avancem e continuem mais e mais ocupando postos. Hoje, temos brasileiras no Congresso Nacional, no cume de pesquisas científicas, escalões das Forças Armadas, pilotando Boeings, no comando de navios, maestrinas, líderes. São elas, ainda, a fonte do amor, sonhos, enlevo, ternura, cuja presença inspira o desejo da perpetuação.

Enquanto muitos amigos amam ficar na cozinha fazendo pratos e comentando sobre futebol, as mulheres ficam na sala, resolvendo as coisas da vida. Que elas possam realmente revolucionar nosso planeta Terra, contagiando com sua peculiar sensibilidade, todos os homens, embrutecidos por um comportamento falido e, praticamente ultrapassados, em suas posturas machistas. (Edward de Souza)

Dizem que por trás de cada homem sempre há ou haverá uma grande mulher! Será que não seria ao contrário? Afinal, é através da mulher que todos nós chegamos ao mundo. E é ela que nos educa, acalenta, amamenta e nos defende... A mulher foi e sempre estará na linha de frente nos acontecimentos do mundo.

Sem a presença da mulher na Terra, o homem careceria de exemplos concretos de sensibilidade humana em alto grau de expressão.

Sem mais me alongar, transcrevo abaixo o que disse Leon Denis:

“(...) Porque, tal seja a mulher, tal é o filho, tal será o homem. É a mulher que, desde o berço, modela a alma das gerações. É ela que faz os heróis, os poetas, os artistas, cujos feitos e obras fulguram através dos séculos. Até aos sete anos o filho permanecia no gineceu sob a direção materna. E sabe-se o que foram as mães gregas, romanas e gaulesas. Para desempenhar, porém, tão sagrada missão educativa, era necessária a iniciação no grande mistério da vida e do destino, o conhecimento da lei das preexistências e das reencarnações; porque só essa lei dá à vida do ser, que vai desabrochar sob a égide materna, sua significação tão bela e tão comovedora (...). Paz. Muita Paz. (J. Morgado)

Veja o amanhecer, a chegada do sol, raios reluzentes sobre mares e montanhas. Depois, o anoitecer, estrelas e o luar que ameniza a escuridão da noite. Imagine o universo, o que há de melhor no infinito. E contemple a mulher, a mais bela flor que brota no jardim da existência. Mulher, sábia, professora, deusa. À semelhança de Deus, eis a mulher e seu poder de gerar, criar, preservar a espécie e iluminar o amanhã. Mulher é tudo na tarefa de se desdobrar: em todos os setores, sempre ativa e desprendida na correria do dia a dia. Está em todos os lugares, seja nas atividades impostas pela sobrevivência, no ambiente familiar, ou nas ruas, nos escritórios, diante das máquinas. Mulher, esplendor, luz, beleza, amor, ternura, esperança. Perfeição da natureza, arte da criação divina, mulher é a vela que impulsiona o barco que conduz a essência da vida no planeta. (Guido Fidelis)

Tributar-lhe homenagem é dever cidadão. Amá-la, respeitá-la, dignificar sua existência: compromisso permanente. Reconhecer-lhe o direito na conquista de independência: obrigação. Rejeitar a degradação imposta por muitos aos encantos e sublimidade femininas: urgente.

Salve o Dia Internacional da Mulher! (Garcia Netto)

Tenho certeza de que todas as mulheres do mundo adorariam receber um olhar de admiração, um carinho, um abraço, sem data marcada, sem horário escolhido. Mas admiração, carinho, afago são expressões de sentimento poucos usuais hoje em dia; mais comuns são olhares duros, gestos bruscos, mãos preparadas para o açoite e o castigo, violência que geralmente descamba para o crime.

Não, não sou feminista! Sim, sou jornalista e preciso traduzir em informação real, todos os dias, o que vejo acontecer em muitas partes do mundo, aqui entre nós, inclusive. Ódio, inveja, ciúme, miséria, ignorância, intolerância, sede de dominação fazem do homem um magistrado que julga segundo os critérios que a barbárie impõe. A ausência de valores e a falta de limites causam violência desmedida, produzindo sofrimento e morte.

Lenta, lentamente, esse quadro de ignomínia está mudando, pelo simples fato de que as mulheres do mundo não aguentam mais. Milênios de dominação, vilipêndio, humilhação, tortura encontram, agora, resistência firme, determinada, porque o sexo feminino, a muito custo, encontrou o seu ponto de equilíbrio – a dignidade que possibilita escolhas e faz das mulheres donas do seu próprio destino.

A veemência em mostrar esse quadro degradante não me faz cega. Existem, sim, e são muitos - homens que entendem que o seu papel nesse mundo é o de caminhar junto com suas mulheres, lado a lado, compartilhando, convivendo harmoniosamente, coabitando, comprazendo, co-lorindo a vida, para que ela seja experimentada plenamente.

Ah...Sim! Como mulher e profissional, sinto-me abençoada. Amo e sou amada. Respeito e sou respeitada. Admiro e recebo um olhar de admiração todos os dias, bem cedinho. Carinho e afago, também, sem data e hora marcada. Mas não posso deixar de olhar para o lado e desejar, ardentemente, que todas as mulheres do mundo também tenham o mesmo e merecido privilégio. (Nivia Andres)


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Edward de Souza, J. Morgado, Guido Fidelis, Garcia Netto e Nivia Andres são articulistas do Blog Crônicas de Edward de Souza e Amigos Jornalistas e, hoje, especialmente, fazem uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher
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