terça-feira, 21 de abril de 2009

FERIADO DE TIRADENTES PÁRA O BRASIL

Edward de Souza

Hoje é feriado no Brasil. É o dia dedicado a Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, considerado o grande mártir da Independência do Brasil. Em respeito a essa data suspendemos nesta terça-feira a série “As Histórias das Redações de Jornais” para falarmos um pouco sobre este homem idealista e sonhador e que, influenciado pelas ideias políticas e filosóficas da Europa, se envolveu de corpo e alma na Inconfidência Mineira, movimento revoltoso ocorrido em 1789, na cidade de Vila Rica, hoje Ouro Preto, a favor da emancipação do Brasil da Corte Portuguesa.
Joaquim José da Silva Xavier nasceu em 1746, na fazenda do Pombal, Minas Gerais. Filho de portugueses ficou órfão aos 11 anos e foi educado pelo padrinho, que lhe ensinou noções práticas de medicina e odontologia, daí seu apelido: Tiradentes. Mas o que poucos sabem, ao contrário do que seu codinome insinua, é que o nosso herói da inconfidência não suportava arrancar dentes. Isso mesmo! Já era um adepto do que se costuma chamar, hoje em dia, de odontologia preventiva. Tiradentes era muito mais a favor de preservar os dentes do que arrancá-los. Além do mais, não se preocupava apenas com os dentes. Preocupava-se também com o resto do corpo, fazendo uso, inclusive, de plantas medicinais, um modismo típico da medicina praticada na Europa do século dezoito. Sua recusa em usar métodos terapêuticos agressivos se deve à influência exercida sobre ele pelo seu primo Frei Veloso, na época um grande botânico, que catalogou mais de 2000 plantas no Vale do Paraíba do Sul e organizou o Jardim Botânico, no Rio. Com mais de 30 anos, Tiradentes assentou praça no regimento dos Dragões de Minas Gerais, sendo nomeado pela rainha dona Maria 1º, em 1871, comandante de patrulha do Caminho Novo, estrada onde eram transportados para o Rio de Janeiro o ouro e os diamantes extraídos na capitania de Minas Gerais. Sonhador e idealista se envolveu profundamente na Inconfidência Mineira. Em 1787 pediu licença ao regimento e foi para o Rio de Janeiro, conhecendo José Álvares Maciel, recém-chegado da Europa com novas idéias políticas e filosóficas. Em 1788, retorna à Vila Rica e divulga publicamente os ideais do movimento. Depois de denunciada a conspiração por Joaquim Silvério dos Reis, em 1789, Tiradentes é preso no Rio de Janeiro. Sua sentença de morte foi lida a 18 de abril de 1789 e três dias depois foi executado em forca erguida no campo da Lampadosa, hoje Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro. Foi também decapitado e esquartejado. Sua cabeça exposta em Vila Rica e o resto do corpo pendurado em postes ao longo do caminho Novo. No período republicano, o dia 21 de abril tornou-se feriado nacional e, pela lei 4.867 de 3 de dezembro de 1865, Tiradentes foi proclamado Patrono Cívico da Nação Brasileira.
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*Edward de Souza é Jornalista e radialista. Trabalhou nos jornais, Correio Metropolitano, Folha Metropolitana, Diário do Grande ABC e O Repórter, da Região do ABC Paulista. Em São Paulo, na Folha da Tarde, Gazeta Esportiva, Sucursal de "O Globo", Diário Popular e Notícias Populares, entre outros. Atuou nas Rádios: Difusora de Franca, Brasiliense de Ribeirão Preto, Rádio Emissora ABC, Diário do Grande ABC, Clube de Santo André, Excelsior, Jovem Pan, Record, Globo–CBN e TV Globo de São Paulo. Participou de diversas antologias de contos e ensaios. Assina atualmente uma coluna no Jornal Comércio da Franca, um dos mais tradicionais do interior de São Paulo.
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