sexta-feira, 30 de abril de 2010

MELINDRE,

FILHO DILETO DO ORGULHO


Sabemos que o ORGULHO é um dos maiores males da humanidade. Desde eras remotas o homem se deixou levar por essa terrível praga moral. Nem mesmo as mais angustiantes e dolorosas doenças, epidemias ou pragas que passaram pela Terra desde a existência do ser humano, mataram tantas pessoas do que as consequências que advierem do orgulho de muitos indivíduos que aniquilaram milhões e milhões ou bilhões de pessoas nas guerras e tramas armadas. Tudo pela ânsia do poder, da ganância ou pelo simples ato de ter. O homem da caverna, já lutava pela fêmea e se sentia ferido em seu orgulho quando se via privado daquilo que queria, seja o que fosse. A luta pela liderança de um grupo ou tribo era uma questão de honra e de orgulho.

No Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa encontramos uma definição bastante extensa para o Orgulho. Há um item denominado Uso Pejorativo que diz: sentimento egoísta, admiração pelo próprio mérito, excesso de amor-próprio; arrogância, soberba, imodéstia. Acrescenta, ainda: atitude prepotente ou de desprezo com relação aos outros; vaidade, insolência. O antônimo para essa palavra é HUMILDADE.

Já a palavra MELINDRE, que consideramos filho dileto do Orgulho, o mesmo dicionário expressa esta definição: disposição para se RESSENTIR DE COISA INSIGNIFICANTE; SUSCETIBILIDADE.

Desta forma, em minha opinião, o Orgulho, na verdade, é o cancro da humanidade e enquanto não nos livrarmos dele ou o erradicarmos, não conseguirá ser promovida de um Mundo de Expiação e Provas para o Mundo em Regeneração.

Os dramas familiares são ocasionados pelo orgulho excessivo. Quando da programação da Reencarnação, promessas de força de vontade e de se regenerarem através do amor são esquecidas, pois basta uma “picada” de orgulho para que as pessoas se percam e se desvairem no mar do desentendimento.

Assim, o MELINDRE, filho dileto do ORGULHO, tem ocasionado muitas e muitas desavenças por esse nosso mundo tão sofrido. Basta que o indivíduo fique ressentido ou magoado por uma palavra insignificante e a vingança e a inveja se fazem presentes em seu âmago.
Nos Centros Espíritas, infelizmente essa terrível praga está presente. Os Espíritos que nos assistem não conseguem erradicar esse mal, pois são obrigados a respeitar o livre-arbítrio de cada um. A falta de estudo, o esforço para uma reforma íntima prometido quando no interior do Centro, principalmente quando estão compenetrados ou concentrados para receber o passe, são esquecidos logo em seguida, quando os apelos do consumismo dos vícios se fazem mais fortes do que os ensinamentos de JESUS.

Mas, o pior é quanto aos trabalhadores da Seara Espírita. A História do Espiritismo no Brasil registra vários fatos de dissidências dentro do movimento. Essas dissidências não serão comentadas aqui nessas linhas, mas idéias diferentes e maneiras de ver a Doutrina e principalmente o MELINDRE ocasionaram esses problemas. Nada disso aconteceria se a leitura de KARDEC estivesse presente em seus mínimos detalhes. O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, cuja primeira edição se deu em 1862, em seu Capítulo VII – BEM AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO, item 11, O Orgulho e a Humildade, traz o seguinte trecho “A humildade é uma virtude bem esquecida entre vós; os grandes exemplos que vos foram dados são bem pouco seguidos e, todavia, sem a humildade, podeis ser caridosos com vosso próximo? Oh! Não, porque esse sentimento nivela os homens; diz-lhes que são irmãos, que devem se entre ajudar e os conduz ao bem. Sem a humildade vos adornais de virtudes que não tendes como se trouxésseis um vestuário para esconder as deformidades de vosso corpo. Recordai “Aquele que vos salva; recordai sua humildade que o fez tão grande, e o colocou acima de todos os profetas.”

“Herculano Pires em seu livro “O Centro Espírita”, editado pela Livraria Allan Kardec, em sua terceira edição, maio de 1990, traz o seguinte trecho “Sem a humildade que gera e sustenta o amor ao próximo, nem o estudo pode dar frutos”. Por outro lado, sem estudo da humildade não produzem amor, mas fingimento, hipocrisia de maneiras e fala melosa, de voz impostada para imitar anjos.”
Verificamos, então, que o Melindre é um inimigo poderoso da Raça Humana e particularmente, dos trabalhadores dos Centros Espíritas. Basta que alguém se sobressaia com um pouco mais de sabedoria ou se destaque em trabalhos sociais, ou ainda em trabalhos mediúnicos, para que um irmãozinho menos preparado sinta a tal de suscetibilidade, mencionada no Dicionário Houaiss. Se porventura, o dirigente ou outro trabalhador da Seara responsável por qualquer setor da casa chamar a atenção de alguém por algum motivo, é bem possível que o tal de melindre se faça presente, salvo raras exceções, mesmo que o tom de voz e a maneira de falar do dirigente sejam cheias de amor e compreensão.

O que seria preciso fazer então, para ajudar os Guias Espirituais a manterem a Casa Espírita livre, ou quase livre desse terrível mal? Palestras, palestras, palestras, estudos, e correção de posturas. Para isso, basta nos espelharmos em Jesus e num infindável número de Espíritas e não espíritas que passaram por este mundo, nos dando magníficas lições de humildade, coragem e amor. Desde a chegada do Espiritismo no Brasil, que se deu, se não me falha a memória, por volta do ano de 1868, nunca a Doutrina esteve só. Sempre houve alguém se sobressaindo para incentivar e empurrar o Espiritismo para frente e para o alto. Silveira Sampaio, Bezerra de Menezes, Cairbar Schutel, Eurípedes Barsanulfo, Chico Xavier e tantos outros; Irmã Dulce, Tereza de Calcutá, etc. E há ainda os antigos filósofos gregos, chineses, que nos deixaram lições de humildade e razão. Se nos dedicarmos a revê-los de quando em vez, fatalmente muito faremos para diminuirmos esse terrível mal chamado MELINDRE.
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*J. Morgado é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, para o qual escreve crônicas, artigos, contos e matérias especiais. Contato com o jornalista: jgarcelan@uol.com.br
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quarta-feira, 28 de abril de 2010

O ÍNDIO AMA A VIDA SEM TEMER A MORTE


"Aprendi com os índios a me contentar com o estritamente necessário, o amor pela preservação de todo o alimento que representava o sustento e não o acúmulo, o desperdício".


Meses antes de minha viagem a Europa, a Ilca teve um gesto surpreendente, só mesmo uma mulher apaixonada seria capaz de fazer. Isso ocorreu quando eu estava no Parque Nacional do Xingu para gravar as memórias dos irmãos Claudio e Orlando Villas Boas, sertanistas que dedicaram a maior parte de suas vidas em defesa dos índios brasileiros. Acompanhava-me o fotógrafo Gilberto Guimarães, o Guima, um excelente profissional. O trabalho era para a extinta revista Visão.

Fiquei alojado em uma cabana no Posto Leonardo Villas Boas – em homenagem a um dos irmãos, também sertanista, falecido vítima de doenças tropicais. Conhecera os irmãos sertanistas há pouco mais de dois anos, em 1972, quando o jornal O Estado de S. Paulo me destacou para acompanhá-los em uma expedição pelas florestas do Xingu para tentar o contato com os Kranhacãrore, mais conhecidos como índios gigantes, considerados os últimos primitivos a viverem isolados no Brasil. Desci de um Cessna, fretado pelo jornal, diretamente no acampamento aberto às margens do rio Peixoto de Azevedo, já divisa dos estados de Mato Grosso e Pará.
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A série de reportagens que fiz sobre essa expedição mereceu, no ano seguinte, o Prêmio Esso Nacional de Jornalismo, na época a maior láurea concedida anualmente a um jornalista brasileiro. Foi com a passagem aérea incluída nesse prêmio é que fiz a viagem a Europa. Então, numa tarde, caminhava pelo Posto Leonardo, quando Orlando – o irmão mais velho e considerado o diplomata da família - , que estava se comunicando com São Paulo via rádio, me chamou e perguntou: “quanto pesa a sua noiva, a Ilca”?

A pergunta me deixou surpreso. Nesses últimos dias, isolado na selva, pensava mais na Eva, com quem era casado desde 1970, nos meus dois cachorros, e quase em nada mais. Tanto que não via a hora de regressar. Mesmo assim, procurei demonstrar tranquilidade. Como ela tinha pouco mais de 1,50 de altura, resolvi arriscar e respondi com firmeza: cinquenta quilos. Orlando, de imediato, repassou ao rádio:
Tire um saco de batatas e coloque-a no avião.
Depois, virando-se para mim:
- Autorizei a vinda de sua noiva, mas uma coisa você tem que me prometer: vai ter que casar com ela.
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Assim, solenemente, garanti ao sertanista que me casaria com a Ilca. A sua vinda ao Posto Leonardo seria uma surpresa que ela preparara para mim, mas frustrara em razão de estar esgotada a capacidade do avião do Correio Aéreo Nacional, um C-47 muito utilizado pelo governo norte-americano durante a Segunda Guerra Mundial, que fazia a rota entre o Parque Nacional do Xingu e outras regiões do país.

Quem se surpreendeu ao descer do avião foi a própria Ilca. Ela desconhecia que o local era densamente povoado por piuns e borrachudos, mosquitos que infernizavam até os próprios índios, e, desprevenida, desceu vestida apenas de short e uma camiseta. Os insetos a atacaram, sem chance de defesa, mas ela suportou as picadas com galhardia. Só se irritou porque, depois, seu corpo ficou todo marcado de picadas.
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Passamos vários dias se divertindo no Xingu. Nadamos no rio Tuatuari, um afluente do Xingu, visitamos as tribos próximas ao Posto Leonardo e, muitas vezes, saímos para passear pela floresta. Num desses passeios, acompanhados de um pequeno índio, fomos até a aldeia dos Kamaiorá, às margens da lagoa Ipavu. Fomos recebidos pelo grande cacique Tacumã que, não fosse o mau tempo, teria nos levado a visita a Lagoa Sagrada – cujo leito é repleto de pedras das mais preciosas, abundantes na região. Numa tarde, antes de nos despedirmos da tribo, a Ilca e eu fomos, sozinhos, para as margens da lagoa, nos despimos e, assim como os índios, ficamos uma longa hora deixando-se levar por todas as seduções do amor. Sua visita ao Posto Leonardo foi, até hoje, um dos grandes presentes que recebi da Ilca em toda a minha vida.
FILÓSOFO DA SELVA

Das minhas idas ao Xingu ficou meu aprendizado com o sertanista Claudio Villas Boas, (foto) a quem eu me referia como o Filósofo da Selva. Ele mantinha uma vasta e selecionada biblioteca na cabana onde morava, junto à aldeia dos Txukarramãe, os índios de botoque, à margem esquerda do rio Xingu. Quando não era encontrado em companhia dos silvícolas, ele geralmente estava sentado à escrivaninha, escrevendo, fazendo anotações. Escreveu vários livros, em parceria com o irmão Orlando, sobre os costumes, os hábitos, a cultura, os mitos e as lendas dessa parte da civilização, que, em plena era da informática, ainda vive isolada do mundo moderno, habitando esse precioso recanto da selva brasileira. Recanto que se transformou no Parque Nacional do Xingu por decreto do então presidente da República Jânio Quadros. Atualmente, nesses primeiros anos do século XXI, esse parque abriga 17 tribos, que falam uma dezena de dialetos, indo do tupi ao grupo linguístico Gê, mais falado entre os Txukarramãe.
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Desses indígenas, alguns se destacaram pela inteligência, pelo espírito de liderança ou pelo porte físico, exibido, principalmente, nas comemorações do Quarup – festa em louvação aos mortos – que tem como um dos pontos altos a luta denominada Uka-Uka, que mede a força física e termina quando um dos índios é derrubado ao chão e imobilizado. O campeão mais conhecido era Aritana, que comandava uma das tribos. Megaron era outro índio que se projetava por entender de radiocomunicação, o único meio de contato entre a selva e as autoridades responsáveis pelo funcionamento do parque, com exceção dos contatos pessoais feitos semanalmente com a chegada de um avião do Correio Aéreo Nacional (CAN), da Força Aérea Brasileira.
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Outro que marcou bastante era Takumã, feiticeiro e cacique dos Kamaiorá, o índio que quis levar eu e a Ilca a conhecer a aldeia sagrada.
Com Cláudio Villas Boas apreendi um pouco da essência da vida, de aceitá-la como ela é, assim como faz o índio, que não projeta o dia de amanhã, mas é alegre. O índio, dizia Cláudio, não espera nada, só vive. O índio ama a vida sem temer a morte. E é nessa filosofia que pretendo me sustentar durante esse tratamento que, penso, deverá ser longo e dolorido.
Cláudio ainda me dizia: não temo a morte. Apenas não a desejo. É difícil, reconheço, não temer a morte, esse final de existência. Não a desejar, ah!, fica bem mais fácil.
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Hoje, olhando para o passado, me vejo navegando pelo rio Xingu, já perto de escoar no rio Amazonas, me extasiando com a fartura de peixes no local. E a advertência de Megaron: Vamos voltar para a aldeia. Meu questionamento: por que, se aqui há tanto peixe. Justificava a volta: já tínhamos pescado o suficiente para alimentar a todos naquele dia. Aprendi a me contentar com o estritamente necessário, o amor pela preservação de todo o alimento que representava o sustento e não o acúmulo, o desperdício.
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Assim como ocorria com os peixes, era com os animais da floresta, como os porcos-do-mato, os macacos e outros pequenos espécimes de carne comestível para os humanos. Assim ocorria com as árvores da floresta, que só eram derrubadas diante de extrema necessidade para a construção de novos alojamentos. Assim ocorria com as águas dos rios, que corriam límpidas e puras, sem receber os dejetos lançados pelos humanos. Assim, ocorria com os índios, que não precisavam de dinheiro para viver. A natureza lhes oferecia tudo de graça e eles retribuíam, protegendo-a. Mas, com o tempo, me parece que esses ensinamentos foram se diluindo em minha mente. Difícil praticá-los vivendo na grande cidade...
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Ficou a saudade dos ensinamentos do filósofo Cláudio Villas Boas, morto antes de realizar o seu sonho de viajar pela América do Sul, e dos índios, que, assim como eu, envelheceram e agora esperam a morte. É o que tento fazer e o caminho para enfrentá-la, acredito, é reviver o passado, usufruindo do momento presente, mas sem almejar nada para o futuro. Assim, espero a morte. Sem temê-la...
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*Na próxima quarta-feira, o quarto capítulo de Memória Terminal, do jornalista José Marqueiz, Prêmio Esso Nacional de Jornalismo, falecido em 29/11/2008. (Edward de Souza / Nivia Andres) Arte: Cris Fonseca.
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terça-feira, 27 de abril de 2010


PELAS VEREDAS DO BEM


Olá! Eu sou a Strellitziah K. Dent. A sensibilidade permanentemente aflorada me fez, há muitos anos, andar por caminhos e trilhas que a poucos é dado conhecer. Creio que é um dom e uma dádiva. Todavia, não pensem que conheço o porvir, apenas, por uma virtude que desenvolvi, me agrada auxiliar as pessoas a encontrarem a felicidade provocando-as, aconselhando-as, fazendo com que conheçam a si próprias e se permitam construir uma vida produtiva, transformando ações em sucesso! Porque o sucesso é ser feliz, já bem dizia o colega Shinyashiki...

Outra coisa que quero deixar bem clara, transparente, límpida mesmo, como o som de um sino, é que a sorte existe para quem a procura, incessantemente. O mesmo pensamento simétrico aplico para o azar. E bons pensamentos são fundamentais para que se alcance objetivos, sejam quais forem eles (todos voltados para o bem, repiso, porque sou uma fada do bem, tipo a Sininho!).

Mas o que me traz aqui, hoje, para esse primeiro contato com vocês, é uma notícia que está estampada em todos os jornais do dia, aliás, um alerta e uma convocação de um homem que parece saber o que é bom (ahhhhhnnn...adoro esta palavra!) e é responsável pela pasta da Saúde no rol dos ministérios do Lula.

Então, o doutor José Gomes Temporão sugeriu, ontem, aos brasileiros e brasileiras, decerto também aos viventes aquerenciados além-fronteiras, que façam sexo para prevenir problemas de hipertensão.

Confesso que fiquei horrorizada, não com a sugestão do ministro, que é muito boa (hummmm...essa palavra me agrada demais!) mas com o índice crescente de brasileiros que são hipertensos. Em 2006, eram 21,5%; hoje são 24,4%. Isso é assustador, ainda mais se acrescentarmos o agravante de que o aumento do número de hipertensos ocorreu em todas as faixas etárias. Claro que os idosos continuam sendo os mais atingidos pelo mal e o mais curioso – muita gente nem sabe que é hipertensa, até ter um enfarte, derrame ou acidente congênere. Certo é que o stress da modernidade está pegando todo mundo no contrapé, até mesmo os jovenzinhos que, no esplendor da idade e do vigor físico, estão se quedando, inertes, na frente do computador, o dia inteiro, sem tempo para exercitar a musculatura (entendam como quiserem...). Daí ficam gordos, apáticos, sem energia e...hipertensos! Isso é mau (arghhh...palavrinha agourenta!)

Assim, caros e queridos, creio que a sugestão do Temporão (rimou, mas é bão...) vem em momento oportuno. Para uma vida saudável, distensionada, cheia de energia e bons fluidos, incluam na alimentação diária cinco porções de vegetais e frutas multicoloridos e apetitosos, muita água e sucos, grãos e sementes e, claro, doses desestressantes de sexo seguro com um(a) parceiro(a) a quem se ame, tantas quantas agüentar o esqueleto ou a distribuam em porções semanais! Não há nada melhor! Aconselho com conhecimento de causa.

Não custa lembrar que a pressão arterial normal deve ficar na faixa de 12 x 8. Acima desse patamar já é questão de alerta...14 x 8 é sinal vermelho!

Não me perguntem como sei de certas coisas, porém, como frequento, há bastante tempo este blog, apenas me abstendo de manifestar minhas opiniões, mas adorando essa comunidade, sei que dois dos cronistas tiveram recentes episódios de hipertensão. Por isso decidi bater aqui, sem licença, e fui entrando. Para eles, redobro as sugestões do Temporão e peço providências imediatas, no sentido de que abusem da fórmula já mencionada...

De antemão, aviso que não tenho consultório porque não sou médica, nem médium. Meu lugar é no éter...pairando! Respondo a qualquer indagação bem intencionada e mando pastar (de forma bem gentil) os inconvenientes e os engraçadinhos, porque sou uma pessoa séria, amável, que gosta de compartilhar os seus dons. Tenho bola de cristal, sim, mas como objeto de decoração. Ah...Não sei quem vai ser o novo presidente do Brasil nem quem vai ganhar a Copa do Mundo, muito menos se o Dunga vai convocar o Neimar e o Ronaldinho Gaúcho e nunca ganhei na Megasena...Todavia, podemos averiguar...

Voltarei, quando novo fato relevante acontecer.

Bons augúrios! E lembrem-se, cinco porções por dia!

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*Strellitziah K. Dent é consultora para assuntos sentimentais, vidente, astróloga, guru & assemelhados. Absolutamente do bem.
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ATENÇÃO!

FATO RELEVANTE!

Acompanhem, logo mais, a estreia no blog de uma nova colaboradora especial

Strellitziah K. Dent

Consultora para assuntos sentimentais, vidente, astróloga, guru & assemelhados

segunda-feira, 26 de abril de 2010


A NOEMY


Certa vez, passei temporada em um Hotel de Águas de São Pedro/SP, e a proprietária tornou-se minha amiga. Noemy já era coroa e vestia-se de uma forma bem característica, com longas saias de tecido indiano, muitos colares, pulseiras e sandálias de couro cru. Seus compridos cabelos já estavam começando a branquear e eram amarrados numa espécie de coque, propositalmente mal preso.

Apesar do aparente desleixo, ela era bem perfumada e de maneiras finíssimas. Tinha uma voz doce e melodiosa que encantava a todos. Gostava de organizar, pessoalmente, os entretenimentos para os hóspedes. Cantava, tocava banjo, promovia bailes, jogos e gincanas, principalmente para os grupos com mais idade.

Batíamos longos papos e um dia perguntei-lhe qual o era o segredo para manter tanta vitalidade e entusiamo. Afinal de contas, pensava eu, era viúva e enfrentara uma barra pesada, com duas filhas para criar, além da responsabilidade de manter um hotel.

Era lá pelas quatro horas da tarde, intervalo em que os hóspedes costumavam tirar uma soneca, para alisar as rugas e ela, então, resolveu contar-me sua história. Sentou-se num sofá do hall, ajeitou os fios de cabelos que teimavam em escapar do coque e confidenciou-me: - João, eu não sou viúva... Aliás, não sou viúva, nem casada e nem solteira. Há cerca de vinte anos, meu marido saiu para comprar um quilo de linguiça e não retornou até hoje!

Enquanto ela retirava os enormes brincos indianos das orelhas, pude observar os rasgos ocasionados pelo uso contínuo daqueles pesados balangandãs. Assim, distraído, perguntei-lhe: - Mas, ele largou de você, foi isso?

Massageando, delicadamente, os lóbulos vermelhos, ela continuou:

- Não sei te dizer! Era naqueles tempos da ditadura, de prisões e perseguições e um tio meu, que era militar, procurou por ele até nas dependências do DOI-CODI e... nada de encontrar o homem!. Às vezes penso que juntou-se a alguma seita religiosa ou esotérica e deve estar em algum lugar dos Andes, mastigando coca com as lhamas...

Querendo esticar conversa, eu voltei a perguntar: - Mas, por que você pensa assim, ele era espiritualista, hippie?

- Mais do que isso, era completamente doido. Quando a gente começou a namorar, eu era bem novinha e fiquei encantada com as loucuras que ele aprontava. Filho único, seu pai era dono deste hotel, com muito dinheiro. O velho tinha o maior desgosto, já que o filho não assumia responsabilidade alguma. Só queria saber de farras e festas, onde a bebida e maconha rolavam soltas.

Apesar disso tudo, Noemy, definiu-me seu primeiro amor com boas expressões da época: - Era um pão, um verdadeiro pedaço de mau caminho!

- Como nossos parentes não queriam nosso casamento, optamos por fugir. Ele pegou um tanto de dinheiro e a Mercedes novinha do pai e lá fomos nós, estrada afora, rumo a São Tomé das Letras. Pelo meio da noite, paramos para descansar e ali, ele esvaziou uma garrafa de gin e fumou vários cigarros de maconha. Quando amanheceu, lá estava eu, desesperada e ele, em estado letárgico... até que a Polícia mineira chegou e levou-nos para a delegacia.

Acabaram por se casar, mas os pais não compareceram à Igreja. O sogro dela consentiu em deixá-los morar no hotel, em um pequeno apartamento, todo arrebentado, ao lado da cozinha. No mesmo dia do casamento, enquanto realizava-se a cerimônia religiosa, o velho resolveu trocar algumas telhas do apartamento. Quando os noivos e alguns amigos retornaram ao hotel, encontraram aquela balbúrdia...

- Meu sogro escorregou do telhado, caiu e quebrou o pescoço. Morreu na hora e nossa lua de mel foi no velório. Assumimos o controle do hotel, tivemos nossas filhas, vivemos relativamente felizes por oito anos, até que aconteceu o episódio da linguiça.

Muitos anos depois, conheci o Ariel, numa reunião esotérica, e estamos juntos até hoje. Sou vinte anos mais velha do que ele, mas nos amamos demais!

Mais tarde, ela apresentou-me ao Ariel, um rapaz bem alto, com cabelos lisos e compridos. Usava umas roupas esquisitas, com tiras de couro cru, penduradas no peito. Toda romântica ela perguntou-me: - Ele não é lindo? Parece até Jesus Cristo...

Olhando para aquele tipo diferente, eu pensei: "Tá mais pra índio comanche..." Em tom de brincadeira, cochichei para ela: -Esse daí nunca foi ao açougue?

Com uma gostosa gargalhada ela respondeu, orgulhosa: - Que nada! Ele é vegetariano, só come da minha horta...

Falando em horta, vou ensinar como se faz um cabrito assado:

PERNA DE CABRITO ASSADA: 1 pernil de cabrito novo, com ossos; 1 cebola grande; 2 ramos de alecrim; 3 folhas de louro; salsa e cebolinha desidratadas; 8 dentes de alho; 1copo de azeite de oliva, 1 copo de água; meia garrafa de vinho branco, seco; 1 limão grande; 1 vidro de molho inglês; bacon cortado em cubinhos; 3 colheres de manteiga; sal e pimenta do reino.

MODO DE FAZER: Com uma faca larga, faça talhos profundos em todo o pernil. Esfregue por toda a carne, o sal e a pimenta. Bata no liquidificador o suco do limão, a cebola, os dentes de alho, o louro, a água, o molho inglês, a salsa e a cebolinha. Jogue esse tempero batido sobre o pernil. Enfie em cada buraco feito com a faca, um cubo do bacon. Por último, besunte com o azeite e o vinho. Leve ao fogo a manteiga e os raminhos de alecrim e frite rapidamente. Despeje no cabrito e enrole a carne em papel alumínio. Asse por umas duas horas e meia. A cada meia hora, descubra o assado e regue-o com o molho que se forma na assadeira.

Sirva com batatas e brócolis, cozidos e ligeiramente dourados em manteiga. É uma delícia!

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*João Batista Gregório, 57, paulista de São João da Boa Vista, é cronista de mão cheia. Publicou, em 2009, suas crônicas reunidas em Crenças e Desavenças e já prepara um novo livro, a ser lançado em breve.
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http://contoscurtosgrandesreceitas.blogspot.com/ é o endereço do blog do JB, onde cada crônica pitoresca finda com uma receita culinária especial.
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domingo, 25 de abril de 2010

CHINÊS, O POVO MAIS ESTRANHO DO MUNDO


CHINESES SÃO SUPERSTICIOSOS

Com um enorme território, maior que o do Brasil, uma população imensa – um quinto de todos os habitantes do planeta – a China é mais conhecida hoje pelo seu crescimento econômico, que acaba influenciando os mercados mundiais, elevando preços de mercadorias, fazendo a prosperidade de alguns e criando problemas para os outros. A cada feriado do ano novo chinês, mais de 300 milhões de pessoas viajam pela China, para visitar parente, sendo o maior movimento migratório do planeta.

.Como não conseguem ir ao banheiro nos trens superlotados, muitos viajantes usam fraldas para adultos. A polícia não tem armas. Aliás, ninguém carrega armas, e o crime praticamente não existe entre os civis. Também pudera, aquela clássica história do criminoso ser executado e a bala ser cobrada da família assusta qualquer um. A China é o país que mais executa prisioneiros no mundo.
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O que nós chamamos de boa educação e higiene não se aplica na China. Os banheiros são apertados, fedidos e com apenas um buraco no chão. As pessoas urinam no meio da rua. Soltar puns em público é com eles mesmos, mas o que chama mais atenção é o hábito de cuspir: Chineses cospem em qualquer lugar. Os chineses recusam gorjetas. Quando você deixa a gorjeta na mesa, o funcionário corre atrás de você para devolver o dinheiro. Funcionários chineses riem da sua cara quando você reclama de algo. Parece que estão de sacanagem, ninguém consegue entender, mas deve ser algo cultural. Os bebês chineses andam com a bunda de fora e as roupas têm buracos no bumbum do bebê. Em último caso, vai na rua mesmo.
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Das 20 cidades mais poluídas do mundo, 16 são chinesas. Os chineses são muito supersticiosos. Os andares 4, 14 e 24 de muitos prédios não existem, porque o ideograma do 4 é parecido com o da morte. Já o número 8 tem o ideograma que lembra o da prosperidade. Não é à toa que os jogos Olímpicos, disputados naquele País há quase dois anos, começaram no dia 8 de agosto de 2008, às 8h08 da noite.
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Existem 18 milhões de homens a mais que mulheres na China. A inovação mais recente que o governo quer implantar na legislação trabalhista são férias anuais de 15 dias. O salário de um operário é mais ou menos R$ 80,00/mês. As transmissões de redes internacionais de TV apresentam 9 segundos de atraso. É o tempo suficiente para que o censor tire a rede do ar caso constate que a notícia é ofensiva aos interesses chineses. Ver filme erótico pode dar cadeia (se você for pego, claro). Gays também são perseguidos por lá. Anúncios, passeatas ou personagens gays na TV são proibidos.
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Estranho país, não? O fato é que sempre que deixamos nossa terra, por mais próximo que estejamos dela, sempre encontramos costumes estranhos. Quando se trata da Ásia e dos asiáticos, parece que as diferenças aumentam e coisas que achamos impensáveis são normais por lá. Vejam algumas:
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STRIPTEASE EM FUNERAIS
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Um absurdo! Uma agressão! Um escândalo! Veja a que ponto chegamos. Dá pra acreditar que na China as autoridades querem proibir a realização de stripteases em funerais? Segundo um costume rural chinês, parentes do falecido costumam contratar mulheres nuas para amenizar o ambiente triste dos funerais. Em alguns casos, a presença de strippers atrai centenas de pessoas para o funeral.
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Muitos chineses acreditam que, quanto mais gente na cerimônia, maior a honra para o morto. Mas a mamata está com os dias contados. A televisão chinesa divulgou o fato em rede nacional, e a repressão decidiu cair matando. A polícia chinesa chegou a criar um número de telefone só para os cidadãos denunciarem novos casos, com recompensas de até US$ 37,50. É como dizia Nelson Rodrigues: toda nudez será castigada.

PANCADA NOS GARÇONS
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Estes chineses, sem dúvida, são um povo muito estranho! Um bar na região leste da China está oferecendo um novo serviço contra os estresses da vida moderna. Os clientes do Bar de Liberação de Raiva do Sol Nascente podem pagar para bater à vontade nos garçons. Além disso, é permitido quebrar copos e berrar no estabelecimento. Se nenhuma dessas técnicas funcionar no combate ao estresse, os frequentadores do bar ainda têm direito a atendimento psicológico no lugar.
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O proprietário do bar, que fica na cidade de Nanquim, capital da província de Jiangsu, disse que sentiu necessidade de abrir o estabelecimento depois de suas experiências como trabalhador imigrante de outra província. Wu Gong disse ao jornal estatal China Daily que os garçons e garçonetes são treinados e equipados com material de proteção para receber golpes sem se machucar. Os clientes também têm direito a escolher a roupa que os funcionários usarão durante o ataque.
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O “direito de bater” custa entre 50 e 300 iuans (cerca de R$ 13 a 81). O preço varia de acordo com a violência dos golpes. A maior parte dos clientes do Bar de Liberação de Raiva do Sol Nascente são mulheres. A idéia dividiu a população da cidade.
“Violência não é a solução para o problema. Se as pessoas sentem ira, elas deveriam mudar seus hábitos ou procurar ajuda”, disse o trabalhador da indústria de informática Liu Yuanyuan ao Daily China, jornal chinês onde encontrei estas informações.
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Já a comerciante Chen Liang disse: “A idéia de bater em alguém vestido como o seu chefe me parece atraente”. Este seria um ótimo bar pra ir após a frustração de não ter visto um esperado striptease, já que agora isto é proibido pela polícia nos funerais chineses!
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CACHORRO DIRIGINDO
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Uma mulher de Hohhot, capital da região autônoma da Mongólia Interior, no norte da China, bateu seu carro quando ensinava seu cachorro a dirigir, informou a agência chinesa Xinhua, de onde tiramos a notícia para este blog. Não houve feridos, mas segundo a agência, os carros envolvidos sofreram danos. A mulher, identificada apenas por seu sobrenome, Li, disse que seu cachorro “gostava de tocar a direção e frequentemente a observava dirigir”.
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“Ela achou que podia deixar o cachorro "experimentar" enquanto ela operava o acelerador e o freio”, disse a agência. “Eles não chegaram muito longe pois se chocaram com outro carro”, acrescentou. Nenhuma outra informação foi dada sobre o tipo de cachorro e os carros que se envolveram no acidente, apenas que Li pagou pelos danos causados.
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Quarta-feira neste blog o terceiro capítulo da série "Memória Terminal", do jornalista José Marqueiz, Prêmio Esso Nacional de Jornalismo, falecido em 29/11/2008. (ES)
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sexta-feira, 23 de abril de 2010


O NOVO CÓDIGO DE

ÉTICA MÉDICA


Código de Ética é um documento de texto com diretrizes que orientam as pessoas quanto às suas posturas e atitudes ideais, moralmente aceitas ou toleradas pela sociedade com um todo, enquadrando os participantes a uma conduta politicamente correta e em linha com a boa imagem que a entidade ou a profissão quer angariar, inclusive incentivando à voluntariedade e à humanização destas pessoas. O código de ética, em vista da criação de algumas atividades profissionais, é redigido, analisado e aprovado pelas entidades de classe, organizações ou governo competente, de acordo com as atribuições da atividade desempenhada, de forma que ela venha a se adequar aos interesses, lutas ou anseios da comunidade beneficiada pelos serviços que serão oferecidos pelo profissional sobre o qual o código tem efeito.

Certamente o Código de Ética Médica é um dos documentos mais importantes para os profissionais da área e para a sociedade que se beneficia de seus efeitos.

Começou a vigorar, a partir de 12 de abril, em todo o país, o novo Código de Ética Médica – regramento que disciplina o exercício da profissão e a relação médico-paciente. Depois de 22 anos e muitas discussões, o Conselho Federal de Medicina (CFM) deu à luz o novo Código de Ética Médica do Brasil, que apresenta novidades polêmicas, entre elas o direito de pacientes terminais optarem pela suspensão do tratamento e a imposição de regras para a reprodução assistida.

Após dois anos de trabalho e apreciação de mais de 2,6 mil sugestões, enviadas por médicos de todo o Brasil, foi sistematizado o esforço coletivo de revisão e atualização do antigo Código, criado em 1988. O documento é um retrato dos novos tempos, especialmente porque enfatiza a autonomia do paciente.

A partir de agora, todo doente tem o direito de conhecer, em detalhes, os prós e contras dos procedimentos aconselhados por seu médico para, afinal, decidir se aceita ou não a terapia sugerida. Ele também passa a contar com o respaldo das novas regras para buscar uma segunda opinião sobre o seu problema, mesmo que o profissional inicialmente consultado considere desnecessário.

Em casos gravíssimos, a autonomia conferida ao enfermo vai ainda mais longe. Agora, pacientes desenganados podem impedir procedimentos médicos desnecessários e dolorosos. E o médico, mesmo que não concorde, terá de respeitar a opção pela ortotanásia – a morte natural resultante da evolução de uma doença, sem interferências. Ressalte-se que a CNBB, consultada, concordou com o procedimento

Para garantir que a decisão seja respeitada, o médico que transgredir poderá ser punido, inclusive com a cassação do registro profissional. A mesma pena valerá para outras situações, como os especialistas em reprodução assistida que, a pedido dos pais, aceitem escolher o sexo de um embrião.

O médico deverá respeitar decisão do paciente terminal que não quiser submeter-se a procedimentos desnecessários. A medida reforça o caráter antiético do prolongamento artificial da vida, que pode causar mais sofrimento ao doente.

A medida oficializa algo que, na prática, já vinha ocorrendo. Os especialistas a consideram um avanço, por priorizar a vontade do paciente e o seu bem-estar. A novidade reacende uma antiga polêmica no meio médico, relacionada ao dilema ético de lutar até o fim pela vida humana. Como o Código anterior não tratava do assunto, muitos médicos se viam compelidos a realizar procedimentos que apenas prolongavam a dor do paciente, numa espécie de “obstinação terapêutica”.

O médico terá de solicitar o consentimento do paciente sobre qualquer procedimento que for executar, exceto nos casos em que haja risco iminente de morte, e aceitar as suas decisões.

Para profissionais como o diretor da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Ivan Carlos Antonello, a determinação confere autonomia ao paciente e garante que ele decida sobre seu futuro. Embora muitos médicos já sigam essa tendência em seus consultórios, nem sempre o doente é informado de todos os riscos e benefícios de um determinado tratamento e acaba deixando, por falta de informação, que o especialista decida por ele. Com o novo Código, o médico fica obrigado a apresentar todas as possibilidades e a esclarecer as dúvidas.

SEGUNDA OPINIÃO

O paciente tem direito a uma segunda opinião. O novo Código proíbe o médico de se opor à constituição de junta médica solicitada pelo paciente ou por seu representante legal. A prática, que já é comum, a partir de agora conta com respaldo oficial. O mais importante é que a medida contribui para estimular a troca de ideias entre os médicos e dar mais segurança ao paciente.

REPRODUÇÃO ASSISTIDA

É vedado ao médico criar embriões com a finalidade de escolha de sexo ou de eugenia, buscando características supostamente “perfeitas” para o futuro bebê. Questões relativas à reprodução assistida não eram contempladas no Código anterior. Ao proibir que médicos escolham o sexo ou a cor dos olhos de um bebê, o CFM passa a evitar “distorções no manuseio genético”, disciplinando o uso das novas técnicas. A questão é controversa.

RELAÇÕES COM A INDÚSTRIA

O médico não pode participar de propaganda nem auferir recursos sobre a venda de medicamentos. Além disso, quando for docente ou autor de publicações científicas, deverá declarar relações com a indústria de medicamentos, de próteses e equipamentos. Essa medida objetiva garantir independência ao médico e dá maior segurança ao paciente. Da mesma forma, quando o médico for proferir uma palestra, ele é obrigado a informar o público se recebe patrocínio de algum fabricante.

NÚMERO DE INSCRIÇÃO

Em anúncios profissionais, passa a ser obrigatória a inclusão do número de inscrição do profissional no Conselho Regional de Medicina. Nos anúncios de estabelecimentos de saúde também devem aparecer o nome e o número de registro do diretor técnico. A determinação assegura ao paciente que ele está sendo tratado por um médico que tem formação adequada. A maioria dos profissionais, hoje, já inclui o número de inscrição no Conselho Regional de Medicina em anúncios e placas.

GESTORES RESPONSABILIZADOS

O Código de Ética passa a se aplicar também a médicos que ocupam cargos administrativos no sistema de saúde. Com a determinação, os profissionais que atuam como gestores em hospitais e secretarias de Saúde podem ser responsabilizados por más práticas. Com a nova medida, o diretor ou o secretário de Saúde também responde pelo problema. Os gestores poderão ser responsabilizados, por exemplo, se não oferecerem condições dignas de trabalho para os médicos.

RECUSA MÉDICA

O médico pode se recusar a exercer a profissão em locais sem estrutura, exceto em situações de emergência. Para o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) e da Federação Nacional dos Médicos, Paulo de Argollo Mendes, essa é uma das medidas mais importantes que entram em vigor com o novo Código. A partir de agora, os profissionais da saúde passam a contar com mais uma arma para garantir condições de trabalho adequadas. Essa garantia, na opinião do dr. Argollo, se reflete também na melhoria do atendimento aos pacientes.

RECEITA INTELIGÍVEL

A partir da vigência do novo Código nenhum profissional médico poderá prescrever medicamentos ou solicitar exames através da já famosa "garatuja", ou seja, escrevendo de maneira indecifrável, sem que o paciente ou o farmacêutico, muitas vezes, não consigam entender o que está escrito na receita.
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Estes são apenas alguns dos tópicos relevantes que fazem parte do novo Código de Ética Médica. O artigo teve como fonte de informação jornalística uma reportagem publicada no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, no dia 12 de abril de 2010 e visa apenas informar sobre as importantes mudanças ocorridas no código que orienta e disciplina a profissão do médico.

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*Nivia Andres é jornalista e licenciada em Letras. Suas opiniões e vivências estão em Interface Ativa! Para conhecer, acesse http://niviaandres.blogspot.com
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quinta-feira, 22 de abril de 2010


QUASE, UM EMPECILHO

PARA A EVOLUÇÃO


Em minha já longa vida, pude observar que o “quase” faz parte da individualidade das pessoas e, consequentemente, se encontra inserido em todas as profissões conhecidas. Acredito até que esse “quase” seja a maioria.

Por que razão? O homem se deixa levar por suas paixões. Não consegue ficar inteiramente neutro ao examinar uma situação, seja ela técnica ou intelectual. A neutralidade é rara. Não sei nem se existe.

Imbuídos por sentimentos religiosos, políticos, esportivos, familiares, financeiros, bairristas, etc., se deixa sempre levar de uma maneira proposital ou inconscientemente por um desses motivos e aquilo que deveria fazer com responsabilidade e ética fica nodoado pelo “quase”.

O “quase” do quase da perfeição, da lisura, da honestidade, da responsabilidade e assim por diante.

Existe uma forma de se consertar isso? Creio que sim. A evolução da humanidade está dentro de cada um de nós.

No estágio atual, somos escravos. Escravos? Sim! Cativos da mídia materialista e inconsequente. Acreditamos em tudo que ouvimos, lemos e vemos. A moda lançada por espertalhões que fazem fortunas, lançando produtos idiotas usados por figuras de projeção no mundo do “show business”, do cinema, dos esportes, etc. Lembram-se do Ronaldo quando apareceu de franjinha? Pois é! Dos piercings? Garotas e garotos, gastando dinheiro do lanche para ferir o corpo nos lugares mais estranhos. Das bermudas, calças e saias com o cós abaixo da cintura. As mulheres não se importam nem mesmo quando as gordurinhas (pneus) saltam para o lado, dando uma aparência estranha a corpos jovens ou já avançados na idade.

E as tatuagens? Verdadeiras aberrações! Enfim, existem manias mil. Como faz o macaco, imitamos outras pessoas. Deixamos de sermos nós mesmos e nos tornamos escravos.

Mas, o “quase” é pior em outras atitudes do ser humano. Apenas ouvir! Ele vai à igreja, no templo evangélico, na Mesquita, na Casa Espírita, etc., em se tratando de religiões. Ouvir uma conferência política, econômica, e de tantos outros assuntos. E aí... Fica só naquilo que ouviu! E a pesquisa para saber se aquelas pessoas estavam dizendo a verdade? Poucos fazem isso! Os demais se deixam levar pelos títulos ou pela simpatia e carisma dos oradores e acreditam em tudo o que foi dito. Somos escravos de idéias dos outros! Se ao pesquisarmos a história ou compêndios sobre o assunto ventilado e constatarmos que o que foi dito é verdade... Ótimo! Se não, é momento de contestar!

Quando assisto aos noticiários na TV ou leio os jornais e revistas, descarto, de imediato, o jornalista que está emitindo uma opinião, salvo aqueles que, naturalmente, o fazem com esse objetivo, principalmente em editoriais.

Se o profissional está reportando um fato, é necessário que ele tenha o mínimo de conhecimento daquilo que está falando. Se o acontecimento é político, ele não deve demonstrar que é partidário desta ou daquela facção. Se assim o fizer, é proselitismo no ar, ou escrito. Se for religioso, deve esquecer naquele momento sua religião, e noticiar o caso com lisura e profissionalismo. Esportivo, a mesma coisa, etc. Opiniões antecipadas de casos de repercussão nacional e internacional têm ocasionado a destruição de pessoas e instituições. A história jornalística nos revela isso.

“Quase consegui passar de ano”! Essa frase não precisaria ser dita se o indivíduo tivesse se esforçado um pouquinho mais. Não acham? Ou ainda “quase consegui me controlar”! Cada um dos possíveis leitores poderá imaginar as situações sobre essa pergunta.

Vivemos em um mundo onde a grife de um produto separa o mais humilde de um mais esnobe. Os utensílios, sejam eles quais forem, geralmente são fabricados no mesmo lugar. Muda apenas a etiqueta!

Neste caso, o indivíduo acostumado a usar produtos de marcas famosas poderia se, quisesse, ser menos consumista e, em consequência, quase menos orgulhoso.

Acredito que, se o ser humano conseguir eliminar a indecisão que marca o compasso de sua vida, estará evoluindo.

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*J. Morgado é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, para o qual escreve crônicas, artigos, contos e matérias especiais. Contato com o jornalista: jgarcelan@uol.com.br
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