sábado, 2 de abril de 2011

SEXTA-FEIRA, 01 DE ABRIL DE 2011

A palavra concupiscência foi largamente usada no passado por várias religiões para alertar os crentes sobre os males que dela provêm. Acredito que neste século XXI, são poucas as pessoas que sabem o que significa essa palavra do gênero masculino feminino que quer dizer: 1º - Desejo intenso de bens ou gozos materiais; 2º - Apetite sexual. Uma definição do Aurélio e outros dicionários.

Que a humanidade é hiper-materialista e que o sexo desvairado é uma realidade não há dúvidas, pelo menos no meu entendimento. Ao lermos os jornais ou ver pela televisão, nos deparamos com inúmeros noticiários todos os dias onde a violência impera. Estupros, pedofilia, roubos, furtos e homicídios em suas mais diversas formas. E se isso não bastasse há os rumorosos casos de corrupção e desmandos cometidos em toda a parte do mundo. Doutrinas ideológicas e religiosas tentam se impor perante a população, aparentemente visando o bem-estar da humanidade. Sabemos que é mentira. Falácias que visam apenas à ansiedade pelo poder e consequente riqueza material.

Se as populações de todos os países e, em particular o nosso, procurassem se educar na história verificaria que os erros e vícios do passado poderiam ser repensados e consequentemente vencidos. Incongruências mil são apresentadas sem que a humanidade se aperceba. Ditadores são endeusados com bustos ou nome de vias públicas. Outros, que causaram guerras ou se salientaram de alguma forma diante da sociedade, não importando os meios utilizados, também são reverenciados. Isso acontece porque somos todos (ou quase) concupiscentes. Fechamos os ouvidos e a visão para a realidade. A tal de concupiscência fala mais alto. Nosso estágio moral evolutivo ainda é muito baixo em relação das atrocidades que se cometiam na Idade Média e na própria história contemporânea.

As guerras ai estão e, em consequência, os saques ou botins. Os estupros ou violência sexual sobre os vencidos. As populações travam uma guerra surda todos os dias com os criminosos urbanos e corruptos de toda a espécie e por que não dizer, com eles mesmos. Com eles mesmos quando nos referimos aos vícios materiais e morais. Transcrevemos do Evangelho de João o seguinte trecho: “Tudo o que há no mundo – a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida – não vem do Pai, mas do mundo” (2,16-17).
Sim, do mundo! Os homens, que hipocritamente, veneram Deus e Jesus seu enviado, se fazem de desentendidos quanto aos seus ensinamentos sobre o bem viver e nadam em largas braçadas no mar da luxúria e materialismo exagerado. Ou seja, preferem a porta direita (dos gozos) em vez da porta esquerda (da evolução).

É de Mateus esse trecho: “Entrai pela porta estreita: porque larga é a porta espaçosa é a estrada que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta é e apertada à estrada que conduz à Vida e poucos são os que acertam com ela” (VII, 13,14.). A Doutrina Espírita nos alerta sobre o sofrimento. Sofre-se como encarnados e depois de desencarnados. A depuração do Espírito só virá com inúmeras reencarnações. É como a lapidação de um diamante. Ao final, depois de inúmeros golpes, nasce o brilhante lindo e formoso.


O sofrimento em vida é provocado por nós que insistimos em ignorar as leis do Universo. Desencarnados e totalmente cegos pela concupiscência com que insistimos vivenciar não conseguimos enxergar os males que cometemos. Daí, renascermos em outros corpos para a necessária depuração espiritual.


*J. MORGADO é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, para o qual escreve crônicas, artigos, contos e matérias especiais. Contato com o jornalista? Só clicar aqui: jgarcelan@uol.com.br