segunda-feira, 11 de outubro de 2010

DOMINGO, 10 DE OUTUBRO DE 2010
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Na esteira do burburinho do primeiro turno das eleições e nas especulações e expectativa do segundo turno, as atenções ficam voltadas para qual banda a terceira colocada na etapa anterior vai se argolar agora na reta decisiva. Certamente, Marina Silva (PV) tem código do GPS que conduz ao Palácio do Planalto. Sem a menor pretensão, já que, mesmo com muito otimismo, Marina ou seu partido imaginaram que de repente poderiam obter mais votos do que o pândego e simpático Plínio de Arruda Sampaio.
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Como um jogo de futebol, onde o antecipado favorito derrapa e acaba perdendo para o teoricamente mais fraco, Marina saiu do pé da escada e, de forma surpreendente subiu para perto do topo e transformou-se na bola da vez. A chave do baú está devidamente pendurada no pé de coelho na algibeira da acreana.
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Não foi complicado, e os amigos que degustam este blog puderam constatar, já no domingo passado, dia das eleições, nas conversas de porta de colégio onde o voto seria teclado, que a dúvida do eleitor sobre seu candidato apontava que o cidadão iria cravar a "zebra". O rosto de muitos amigos (as) eleitores (as) já demonstrava que a ex-ministra do PT, bandeada mais tarde para o PV, iria pegar, como pegou, muita gente de calças curtas. Os quase 20 milhões de votos cravados no 43, mudaram o rumo das coisas e alteram o panorama de todo o processo neste segundo turno.
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Pela simpatia que despertou no eleitorado brasileiro, por suas propostas menos mirabolantes e por ser via diferenciada para os indecisos, Marina abocanhou uma quantidade respeitável de seguidores. Acredito que, pelas circunstâncias destas eleições, a fatia que sufragou Marina votou nela e não no Partido Verde, que no decorrer de sua ainda curta história, jamais obteve 5% de votos.
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A condição de barganhar com os dois postulantes foi conquistada por Marina Silva e ela sabe disso. Estivesse em qualquer outra sigla o resultado não seria diferente. Assim, fica implícito que o candidato que tiver seu apoio será o novo inquilino do Palácio do Planalto. Com isso, a simplória camponesa analfabeta, formada depois na perseverança, foi ministra, balançou o coreto de pretensos gigantes e mudou a rota do comboio.
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Ela, Marina, é a detentora dos 19.636.359 votos no primeiro turno, o equivalente a 19,33% dos votos válidos, ficando em terceiro lugar na disputa de sufrágios e, para onde mirar sua varinha de condão, certamente irá alterar o resultado das eleições, como e principalmente, mudar os destinos do Brasil. Petistas e tucanos, que antes desdenhavam a humilde, paciente e simpática acreana, estão aos seus pés, apenas aguardando o sinal para beijá-los. PT ou PSDB, quem fizer isso primeiro, tem que ser antes do dia 17, levará de presente uma faixa presidencial e quatro anos ou mais de residência grátis no Palácio do Planalto, com muita mordomia. Quem viver verá.
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*Oswaldo Lavrado é jornalista/radialista radicado no Grande ABC
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