sexta-feira, 29 de maio de 2009

ANIMALIDADE VERSUS ESPIRITUALIDADE

J. Morgado
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Vivemos em um mundo onde as pessoas ainda

se deixam levar por instintos animalescos
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Muita celeuma se criou em torno do aborto de uma garota de nove anos estuprada pelo padrasto. O fato em si, que não é nenhuma novidade, ganhou as manchetes de jornais, revistas, televisão e rádios por muitos dias. Escandalizou a população brasileira e de outros países devido ao sensacionalismo criado pela imprensa.
A violência sexual contra a criança é quase tão velha quanto o mundo. Guerras tribais, guerras antigas e modernas, povos que vivem isolados do resto do mundo, etc. praticam esse tipo de crime hediondo. Nas guerras, o botim inclui o estupro de mulheres, sejam elas crianças ou adultos. Uma realidade que a humanidade sabe que existe, mas finge ignorar. Há regiões no Brasil e, em muitas partes do mundo, onde numa simples observação pode-se notar que o incesto é comum. A semelhança entre as pessoas e o número de indivíduos com características anormais são gritantes.
Nas estradas brasileiras, principalmente as localizadas em regiões carentes, crianças de 6, 7, 8 ou mais anos se prostituem a mando de seus pais ou prepostos. Muitos dos motoristas, infelizmente, não estão se preocupando nem um pouco. Apenas o desejo da satisfação sexual é o que importa. Essa depravação do ser humano, onde se inclui a prática da pedofilia, como disse acima, é um costume muito antigo. Em civilizações tidas como modernas para a época, os egípcios, os gregos, os romanos, etc. promoviam verdadeiros rituais de iniciação sexuais. Os infantes eram os preferidos. Orgias em nome de deuses da luxúria eram comuns. Infelizmente, esses costumes ainda não foram erradicados da face da Terra. O homem moderno trouxe, através de seu espírito, essa herança. Essas imperfeições só desaparecerão depois de muitas reencarnações. O que estou escrevendo não é nenhuma novidade. Tudo isso é, vez ou outra, motivo de reportagens especiais nos órgãos de imprensa. Nada acontece! A literatura mostra casos e mais casos sobre essas atrocidades através da história. Quantos abortos espontâneos e outros provocados acontecem por esse enorme rincão brasileiro? E estou falando apenas de garotas de 9, 10 ou mais anos vítimas de parentes: pais, padrastos, irmãos e também vizinhos etc.
Nos ambientes mais civilizados, mas com bolsões de pobreza, os casos acontecem em maior quantidade. Mas no âmbito também conhecido como alta sociedade ou classes mais favorecidas também. Por quê? A resposta para a pergunta acima é: IGNORÂNCIA! Vivemos ainda em mundo em que as pessoas, longe do que pregam as religiões, se deixam levar por seus instintos animalescos de outrora. O que interessa a eles é apenas o prazer do momento. As conseqüências? Ora conseqüências... Pensam em escapar das leis dos homens usando artifícios nefandos, como as leis, cheias de meandros ou corrompendo autoridades e o que é muito pior, aniquilando de vez suas vítimas.
O Espiritismo é a única Religião que explica o porquê disso tudo. Baseada no tripé filosofia, ciência e religião, nos dão as respostas que tanto necessitamos. No caso em que estamos abordando, a questão número 359 do “Livro dos Espíritos” é bem elucidativa: “No caso em que a vida da mãe estaria em perigo, pelo nascimento da criança, há crime em sacrificar a criança para salvar a mãe?” “– É preferível sacrificar o ser que não existe a sacrificar o que existe”.Mas, vejam bem, “se a vida da mãe estaria em perigo”, quem estaria apto a diagnosticar essa situação? É claro que são os médicos! Profissionais que estudaram anos a fio para situações como essa. E se o médico em vez de usar a sua sapiência com isenção de ânimo se deixou levar pelo clamor popular? O mesmo clamor popular que é favorável à pena de morte, ao aborto, a eutanásia, ao linchamento... A resposta para nós espíritas é simples: – perante as leis dos homens nada acontecerá. Sua consciência o cobrará inevitavelmente! Nada temos com isso! O problema é apenas das pessoas envolvidas no caso. Cada um responde por seu livre-arbítrio. “Quem for livre de pecado que atire a primeira pedra”, nos ensinou o Mestre. O Estatuto Universal de Moral nos foi mostrado por um homem que se sacrificou pela humanidade para propagá-lo há mais de dois mil anos. A sociedade de então, não aceitava sair de seus “status quo” para abraçar a doutrina do amor. E parece que a situação ainda não melhorou muito, apesar dos vinte séculos decorridos. Animalidade versus espiritualidade. Essa frase é de Emmanuel e psicografia de Francisco Cândido Xavier, inserida no cap. 26 – Obreiros da Fé - do Livro Fonte Viva- edição FEB/86. Uma luta constante do homem tentando evoluir, saindo de vícios morais terríveis, para o que poderíamos chamar de consciência limpa e pronta para avançar rumo ao infinito.
Sigmund Freud (1856/1939), considerado o pai da psicanálise, desenvolveu todo um estudo a respeito da sexualidade e a interferência na libido no caráter das pessoas dentro do mundo material. Carl Jung (1875/1961), seu contemporâneo, psiquiatra, apoiou seu colega e foi mais além; avançou nos estudos além matéria sobre o mesmo assunto (quem se interessar, há farto material na internet).
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*J. Morgado é Jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. Morgado escreve quinzenalmente neste blog, sempre às sextas-feiras. E-mails sobre esse artigo podem ser postados no blog ou enviados para o autor, nesse endereço eletrônico:
jgacelan@uol.com.br
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