quarta-feira, 17 de março de 2010


RAZÃO E SENSIBILIDADE


Para viver bem, precisamos de razão e de sensibilidade. Razão para pensar e agir racionalmente, planejar, estruturar e executar. Sensibilidade para não permitir que a razão domine o sentimento e nos faça duros e implacáveis em nossas decisões.

Na verdade, cada pessoa é diferente em suas doses de razão e sensibilidade. Uns são racionais ao extremo, outros vivem mergulhados num mar de sensibilidade. Alguns são sensatos.

É estúpido aquele que julga ser a inflexibilidade uma virtude. É igualmente estúpido aquele que acredita ser a generosidade o único caminho.

Só podemos ser inflexíveis ao lutarmos para manter valores como a ética, a honestidade, a probidade, a dignidade do ser humano. Podemos ser generosos sempre, desde que haja justiça em nossas ações. Não podemos ser generosos para com a injustiça, a humilhação, a violência, a mentira.

Para que seja vitoriosa a justiça, precisamos de razão e sensibilidade. Para discernir o que é bom e o que é ruim. O que é verdadeiro e o que é falso. O que inclui e o que exclui. Razão e sensibilidade. “Esprit de géometrie” e “esprit de finesse”, como já definia Blaise Pascal. Um significa capacidade de ordenação, de objetividade, de competição, de superação de obstáculos, de determinação na conquista de um objetivo. Outro inclui a capacidade de inteireza, de percepção de totalidades, de captação da unicidade do processo vital em suas mais diversas manifestações – subjetividade, acolhida, cuidado, cooperação, intuição – sentimentos experimentados no caráter sagrado e misterioso da vida e do cosmos que nos envolve.

Espírito de geometria define o que é exato, matematicamente comprovável. Espírito de fineza conceitua o que é subjetivo e só pode ser sentido, percebido, pressentido.

Razão e sensibilidade. Elementos imprescindíveis para bem-viver e viver bem, em sintonia fina com o cosmos que é nossa missão construir para afastar o caos.

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*Nivia Andres é jornalista e licenciada em Letras. Suas opiniões e vivências estão no blog Interface Ativa!. Acesse http://niviaandres.blogspot.com
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13 comentários:

  1. Olá Nivia

    Bom dia

    Seu artigo de hoje é oportuno quando a humanidade (leia-se brasileiros) está se brutalizando em seu relacionamento com o próximo.
    Sensibilidade e racionalidade. Dois adjetivos femininos ausentes na maioria do povo brasileiro.
    Se fôssemos racionais e sensíveis, não estaríamos na situação atual. Teríamos um bom governo e, em conseqüência, tudo estaria funcionando a contento para o bem geral da nação e do povo.
    Pesaríamos na balança do bom senso a vida pregressa de cada um dos candidatos a cargos públicos e usando a inteligência colocaríamos no poder pessoas realmente honestas e sensíveis as necessidades do povo.
    Infelizmente, a maioria se deixa influenciar pelos corruptos e se corrompem ao votar em troca de benefícios individualistas.
    Somos insensíveis em não respeitar o próximo. Somos egoístas ao desejar que devemos ser respeitados mas não damos nada em troca.
    O “muito obrigado” e ‘me dê licença’ são frases do passado e ausentes no presente.

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  2. Bom dia, amigos e amigas!

    Razão e sensibilidade são atributos inseparáveis nas ações e atitudes das pessoas.

    Não podemos agir somente guiados pela razão, embora seja justamente a racionalidade que nos distingue como seres humanos superiores. Agir racionalmente impõe cálculo, medida, regra - eu determino, estabeleço, e portanto julgo, raciocino, compreendo, pondero.

    Já a sensibilidade introduz a capacidade de desejar o bem estar de todos, e consequentemente o sentimento de compreensão não só das próprias emoções, mas também daquelas sentidas e experienciadas por outrem.

    De qualquer maneira, para sermos justos, precisamos de equilíbrio em nossas ações, para que sobrevenham a paz e a harmonia.

    Tenham um bom dia!

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  3. ANA CÉLIA DE FREITAS.quarta-feira, 17 março, 2010

    Boa dia crianças.
    Belíssimo e pontual artigo,razão e sensibilidade são atributos que deveriam fazer parte das ações do ser humano,mas na atualidade o que assistimos são pessoas totalmente individualistas,em qualquer situação de desentendimento é necessário que alguém de o braço a torcer,mas ao que parece as pessoas gostam mesmo é de continuar na ilusão que sempre está com a razão e muitas vezes não para para refletir.
    Assistimos quase sempre atos agressivos por simples ignorância,li dia desses no jornal que uma pessoa sacou uma arma dentro de um circular e atirou simplesmente pelo fato de ter recebido um pedido para que abrisse a janela em função do calor.Ou seja,faltou razão, sensibilidade,humildade e amor ao próximo.
    Beijos a todos.
    ANA CÉLIA DE FREITAS.

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  4. Ôi Nivia, muito bom o texto!
    Rousseau, no século XVIII, falava que era preciso formar o homem sensível para que ele pudesse ser racional. Os filósofos antigos já procuravam explicações para o mistério da sensação. Encontrar sensibilidade nos outros é meio-caminho andado para o entendimento. E sermos, nós mesmos, sensíveis, também é um filtro bem-vindo, é a sensibilidade que permite nossa comoção diante de um quadro, de uma música, de um amor que nos arrebata ou de uma perda irreversível. Mas admito que sinto uma certa inveja daquelas pessoas que são sensíveis mas não se tornam vítimas da própria emoção. Porque sensibilidade demais esgota a gente. É sempre preciso um pouco de razão! Um tempero que dá certo!

    Bjos

    Andressa- Cásper Líbero - São Paulo - SP.

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  5. Olá gente! Muito oportuna essa matéria de hoje, mas antes de fazer o meu comentário quero parabenizar a Nívea, pelo alto grau de espiritualidade concentrada nessas luminosas linhas.
    A razão é difícil de adquiri-la, porem muito fácil de perder-la.
    A sensibilidade é uma conquista, ou seja, é o tesouro da alma que transforma em um bem inalienável e eterno.
    Na atualidade vivemos em uma sociedade consumista, aonde a maioria absoluta dos pais, forjam seus filhos com falsos valores.
    Por exemplo: É comum ver uma mãe que sofreu problemas financeiros com o casamento, orientando as filhas, para se casarem com homens ricos.
    É comum também, endeusar os milionários perto dos nossos filhos, como se eles fossem às pessoas mais iluminadas do universo,
    sem ter noção da origem de suas fortunas.
    Pois bem, estou citando apenas dois exemplos de falsos valores, que comprometem a razão, e atrofiam a sensibilidade.
    É bem provável se eu fosse citar aqui, todos os exemplos negativos que inconscientemente nós passamos para as nossas crianças, eu ficaria digitando pelo menos por uns deis mil anos.
    As nossas crianças bombardeadas com esses falsos valores, quando adultas, e assumindo cargos de relevada importância social, prostituem com facilidade, amparadas pela falsa moral camufladas dentro de inúmeras imoralidades.

    Padre Euvideo.

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  6. Olá Amigos

    Corrigindo. Onde se lê “dois adjetivos femininos...” Leia-se. “dois substantivos femininos”. A pressa é inimiga da perfeição.

    Obrigado

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  7. Minha amiga Nivia.
    Tu és craque em acertar na veia de primeira.
    Teus últimos trabalhos aqui apresentados, revelaram, equilíbrio, clareza e correção corajosa em apontando caminhos para viver-se dignamente.
    Se as populações cuidassem de saber o que é RAZÃO e SENSIBILIDADE, haveria disciplina pontuando o relacionamento.
    Permita-me padre, com respeito a tua opinião aqui externada, chama-la homilia. De muito acerto tuas verdades acompanham o raciocínio da Nivia. Objetivo:construir uma sociedade mais justa onde os direitos sejam defendidos em favor de quem os tem.
    O liberalismo que não se ajuste a razão é danoso.
    Pais que não corrigem filhos não são bons pais. "de pequenino se torce o pepino", prega a sabedoria popular.
    Mantenha-te sempre assim Nivia, quem sabe nossa pregação neste blog poderá ajudar o futuro de nossa gente.
    Um abraço do Garcia Netto

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  8. Ôi Nivia, eu, como você, acredito que razão e sensibilidade são atributos, por excelência, de todo ser humano. Estão presentes em nossas vidas e exercem influência, seja nas escolhas ou seja nas atitudes de cada um. A razão, enquanto consciência moral, é a vontade racional livre que não se deixa dominar pelos impulsos passionais, mas realiza as ações morais como atos de virtude e de dever, ditados pela inteligência ou pelo intelecto.
    A sensibilidade pode ser mais bruta ou mais elaborada. Logo se pode dizer que “alguém não tem sensibilidade”. Neste caso, são referidas às pessoas que são denominadas de “frias” e que, em geral, são consideradas como aquelas que fazem um uso mais assíduo da razão. Resumindo, uma boa dose de razão e outra de sensibilidade ficam de bom tamanho sempre.

    Bjos

    Bruna - UFJF - Juiz de Fora/MG

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  9. Boa noite, Nivia!
    Hoje você foi fundo em seu texto e deixou muita gente apenas como leitor, não arriscando comentários. Eu entendo, Nivia, que a razão, sem dúvida, segura muitas vezes as paixões desenfreadas. Quantas vezes não nos salvamos do desespero, do desamparo, do ódio e da agressividade, apenas porque a razão nos acalma, nos contém, nos projeta o futuro?

    Que crimes o amor desprezado não causaria, não fosse ele contido pela razão? Mas isso vale quando a dissonância, insisto, não é completa. Se o que sinto e o que digo discordam em demasia, será preciso aproximá-los. Será preciso criticar os sentimentos pela razão - e a razão pelos sentimentos, que no fundo são o que sustenta os valores.

    Beijos,

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  10. A razão e a sensibilidade foram geradas no mesmo útero, porem com feições diferenciadas.
    São gêmeas, mas não são idênticas.
    Uma é o complemento da outra, os direitos da razão terminam, onde começam os deveres da sensibilidade.
    Essas duas virtudes inerentes ao comportamento humano, só são respeitadas quando o individuo que as possui, encontra com facilidade o seu centro de equilíbrio.
    A complexidade desse assunto, só não é maior diante a dificuldade dos manifestantes que se ausentaram dessa polemica, com medo de que a falta de sensibilidade atropele a razão.
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