"Essas recordações são de um homem que, apesar de tudo, ainda acredita valer a pena lutar pela vida".
José Marqueiz
*
“Yo confeso que viví”.
Pablo Neruda
Para
Ilca, amor, coragem e perseverança.
Lívia Faé e Octávio Leite Vallejo, que tudo fizeram para a realização dos exames e do tratamento médico necessários.
Eva e Priscila, mãe e filha, pelas orações diárias.
Paulo Pereira e Severino Ferreira da Silva, o Jacaré, pelo apoio e pela força.
Meus irmãos Maria Madalena, Antonia, Sebastião e João Pedro, pela solidariedade.
Para a equipe médica do Hospital do Câncer, com agradecimento especial aos doutores José Ricardo Testa, Mauro Ikeda e Ulisses Nicolau – a quem devo a minha sobrevida.
PRIMEIRO CAPÍTULO
“Yo confeso que viví”.
Pablo Neruda
Para
Ilca, amor, coragem e perseverança.
Lívia Faé e Octávio Leite Vallejo, que tudo fizeram para a realização dos exames e do tratamento médico necessários.
Eva e Priscila, mãe e filha, pelas orações diárias.
Paulo Pereira e Severino Ferreira da Silva, o Jacaré, pelo apoio e pela força.
Meus irmãos Maria Madalena, Antonia, Sebastião e João Pedro, pela solidariedade.
Para a equipe médica do Hospital do Câncer, com agradecimento especial aos doutores José Ricardo Testa, Mauro Ikeda e Ulisses Nicolau – a quem devo a minha sobrevida.
PRIMEIRO CAPÍTULO
Como fazia todos os domingos pela manhã, caminhava pela praça central da cidade em companhia do meu amigo Paulo Pereira, quando comentei, em tom jocoso, que começava a sentir os primeiros sintomas da velhice: dificuldades em ouvir do lado esquerdo, justamente o lado onde há três anos passara por uma cirurgia para retirada de um tumor maligno.
Nós podemos nos considerar sobreviventes, observou o amigo, que também tivera retirado um tumor, ao lado do intestino. Ele dizia assim baseado na experiência médica, segundo a qual uma pessoa pode ser considerada praticamente curada desse mal quando ultrapassa os cinco anos depois da operação. Após esse período raramente o tumor reaparece e se isso ocorre antes os especialistas denominam de recidiva, o que significa, de acordo com o Novo Dicionário do Aurélio, “reaparecimento de uma doença algum tempo depois de se haver convalescido de um primeiro acometimento”. Foi o que ocorreu comigo.
Nós podemos nos considerar sobreviventes, observou o amigo, que também tivera retirado um tumor, ao lado do intestino. Ele dizia assim baseado na experiência médica, segundo a qual uma pessoa pode ser considerada praticamente curada desse mal quando ultrapassa os cinco anos depois da operação. Após esse período raramente o tumor reaparece e se isso ocorre antes os especialistas denominam de recidiva, o que significa, de acordo com o Novo Dicionário do Aurélio, “reaparecimento de uma doença algum tempo depois de se haver convalescido de um primeiro acometimento”. Foi o que ocorreu comigo.
Meus planos de reiniciar uma nova vida tiveram de ser relegados uma semana antes de completar três anos de alta hospitalar. A luta tinha de ser retomada, imediata e constante, contra a doença. Justo agora que estava começando a comemorar a deglutição de pequenos pedaços de pastel de palmito, regados com cerveja...
As primeiras imagens da cabeça e do pescoço revelavam a existência de necrose, provocada pela radioterapia. Exigiria uma cirurgia complexa, mas não demorada. Só que o médico avisou: quando abrisse atrás do ouvido para limpeza, aproveitaria para a retirada de material para uma nova biópsia. E foi essa biópsia a reveladora: o tumor, com quase 2,5 centímetros, avançava pela estrutura craniana e sua localização impedia nova cirurgia: surgira junto à veia carótida, artéria que liga o coração e o cérebro.
As primeiras imagens da cabeça e do pescoço revelavam a existência de necrose, provocada pela radioterapia. Exigiria uma cirurgia complexa, mas não demorada. Só que o médico avisou: quando abrisse atrás do ouvido para limpeza, aproveitaria para a retirada de material para uma nova biópsia. E foi essa biópsia a reveladora: o tumor, com quase 2,5 centímetros, avançava pela estrutura craniana e sua localização impedia nova cirurgia: surgira junto à veia carótida, artéria que liga o coração e o cérebro.
-É uma operação de altíssimo risco, diagnosticou o médico José Ricardo Testa, do Hospital do Câncer, em São Paulo. A opção mais indicada será tentar diminuir o tumor com químio e radioterapia.
Nesse dia, encontrava-se em companhia de minha mulher. De São Paulo para Santo André, onde moramos, ela veio dirigindo, tendo ao lado um marido abatido e taciturno.
Nesse dia, encontrava-se em companhia de minha mulher. De São Paulo para Santo André, onde moramos, ela veio dirigindo, tendo ao lado um marido abatido e taciturno.
Antes de banhar-me, saí. Precisava ficar sozinho, pensar, se é que reunia condições para pensar, para racionar como uma pessoa normal. Da primeira vez, ponderei, o tumor aparecera como castigo por eu ter fumado durante mais de trinta anos e ingerido bebidas alcoólicas pelo mesmo período. Na época, comemorava os doze anos sem fumar e tempo quase igual sem me embriagar com bebidas com alto teor alcoólico. E desta vez, por quê? Continuava longe do tabaco e me restringia a tomar cerveja, sem engolir nenhum produto destilado, capaz de ferir com maior agressividade meu organismo.
Seria um castigo divino? Ultimamente, eu e o Paulo vínhamos questionando a existência de um deus, de um ser supremo, onipotente, onipresente, capaz de manter a vida ou determinar a morte a seu bel-prazer, de acordo com o humor de seu dia.
Realmente, desde criança revelara-me descrente de seres superiores, santos. Só em alguns momentos de extrema aflição é que olhava alguma imagem, que minha mulher coloca no quarto onde durmo, para suplicar alguma ajuda – mas, sem fé, nem esperança de ser atendido. Também jamais entrei numa igreja, um templo religioso de qualquer seita, para ajoelhar-me, penitenciar-me e rogar algum perdão, alguma dádiva.
Realmente, desde criança revelara-me descrente de seres superiores, santos. Só em alguns momentos de extrema aflição é que olhava alguma imagem, que minha mulher coloca no quarto onde durmo, para suplicar alguma ajuda – mas, sem fé, nem esperança de ser atendido. Também jamais entrei numa igreja, um templo religioso de qualquer seita, para ajoelhar-me, penitenciar-me e rogar algum perdão, alguma dádiva.
Eva, minha ex-mulher, de quem estou separado há quase trinta anos, se transformou de católica apostólica romana em uma devota evangélica, e vê na palavra de um senhor todo poderoso milagre e solução para todos os males. Diariamente ela me envia mensagens eletrônicas, com uma oração, outras com comparações bíblicas, onde a dor e o sacrifício são vistos como redenção para uma vida melhor e mais próxima de um ser superior, que habita outra esfera, muito distante, e, no entanto, sempre presente, pronto a ouvir os pedidos daqueles que creem em sua potencialidade divina.
Enfraquecido, sem forças muitas vezes para andar poucos metros, tenho vontade de me apegar a essas orações, acreditar em seu significado, orar, contrito, e esperar que a cura venha dos céus. Mas se não consigo enganar-me, como fazer crer aquele que tudo vê e tudo sabe?
Decidi, portanto, dar um testemunho dessa minha passagem pela dor, causada por um tumor no cérebro, que dificilmente poderá ser retirado por meio de uma cirurgia. A solução, insistem os médicos, está no tratamento quimioterápico, e, depois radioterápico, única forma de conter o avanço da doença. Em outras palavras, única forma de me proporcionar alguns anos a mais de vida.
Esse testemunho é, afinal, um pouco das lembranças do que foi minha vida – nunca deixei de amar, apesar de ser sempre mais amado, de ter recebido muito mais amor, amor que, sinceramente, não fiz por merecer.
Esse testemunho é, afinal, um pouco das lembranças do que foi minha vida – nunca deixei de amar, apesar de ser sempre mais amado, de ter recebido muito mais amor, amor que, sinceramente, não fiz por merecer.
SINTOMAS DA DOENÇA
Vivia uma fase de otimismo quando apareceram os sintomas da volta do tumor. Fazia pouco mais de um mês da visita periódica ao médico Mauro Ikeda, responsável pela primeira cirurgia, e este constatara que estava tudo bem – só deveria regressar seis meses depois, para o exame de rotina.
Semanalmente participava de uma sessão com uma fonoaudióloga, para reaprender a mastigar e a engolir alimentos sólidos. O problema, no entanto, estava na falta da saliva, uma vez que a radioterapia anterior havia secado as glândulas salivares. Sentia, aos poucos, o retorno da saliva e, com ela, a perspectiva de voltar a tomar refeições como qualquer pessoa normal.
Semanalmente participava de uma sessão com uma fonoaudióloga, para reaprender a mastigar e a engolir alimentos sólidos. O problema, no entanto, estava na falta da saliva, uma vez que a radioterapia anterior havia secado as glândulas salivares. Sentia, aos poucos, o retorno da saliva e, com ela, a perspectiva de voltar a tomar refeições como qualquer pessoa normal.
Percebi a deficiência auditiva, pela primeira vez, quando estava entrevistando um advogado por telefonema, para elaborar um texto para o ABC Repórter, jornal para o qual trabalhava. Sem fazer qualquer correlação com o tumor extirpado, marquei consulta com um otorrinolaringologista, uma palavra tão comprida que os próprios profissionais do ramo decidiram abreviar para otorrino, o especialista em ouvido, nariz e laringe. Esse médico, consultado, me deixou otimista: era apenas catarro acumulado nessa área do ouvido e uma injeção resolveria o problema.
- Tome a injeção e volte daqui um mês. – sentenciou.
No prazo estipulado, regressei, com o problema auditivo agravado. Marcou novos exames e, quando lhe fui levar os resultados, a face esquerda começara a ficar paralisada e o olho esquerdo estático.
- Tome a injeção e volte daqui um mês. – sentenciou.
No prazo estipulado, regressei, com o problema auditivo agravado. Marcou novos exames e, quando lhe fui levar os resultados, a face esquerda começara a ficar paralisada e o olho esquerdo estático.
Diante desse quadro, esse mesmo médico desta vez solicitou tomografia computadorizada e ressonância magnética da área afetada. Ao ver as imagens, comentou laconicamente que o caso “era mais importante do que ele calculava” e, como se estivesse cumprido a sua missão, me encaminhou para uma especialista em ouvido. Pensei comigo: “E ele, era especialista em quê?”.
Esta médica, profissional bem mais responsável, ao analisar as imagens dos dois últimos exames, foi lacônica e taxativa:
- O melhor caminho é levar esses exames para o médico que o operou no Hospital do Câncer.
Quis saber se era grave a situação, e ela, manteve-se indiferente, me desejando apenas “Boa sorte”.
Esta médica, profissional bem mais responsável, ao analisar as imagens dos dois últimos exames, foi lacônica e taxativa:
- O melhor caminho é levar esses exames para o médico que o operou no Hospital do Câncer.
Quis saber se era grave a situação, e ela, manteve-se indiferente, me desejando apenas “Boa sorte”.
Preocupado, consegui marcar uma consulta urgente com o doutor Mauro Ikeda que, de início, também se mostrou otimista. Não era nada grave, apenas uma necrose. Talvez nem precisasse de cirurgia – medicamentos bastariam para eliminar esse problema. Mesmo assim, me indicou para outro médico: o otorrino José Ricardo Testa. Este também, com base nas imagens, acreditou ser apenas uma necrose. Uma cirurgia complexa, mas não demorada. Em pouco tempo, eu voltaria ao normal. Alertou, no entanto, que iria realizar a biópsia de outra parte, mais profunda do cérebro, para verificar se tudo se encontrava normal.
Essa biópsia deixou tanto o Dr. Testa com o Dr. Ikeda, apreensivos, mas como não tinham convicção do que realmente havia, solicitaram um exame ainda mais sofisticado: o Pet Scan, que exige paciência e serenidade do paciente, obrigado a ficar inerte por mais de duas horas, dentro de uma espécie de tubo compressor.
Esse exame não deixou dúvidas: houvera a recidiva e o tumor ressurgira em um local de alto risco cirúrgico. A solução foi por uma longa quimioterapia. Cada sessão duraria cinco dias, a cada 21 dias do mês, durante cinco meses. Não havia outra opção. Eu teria que vencer mais essa, se quisesse continuar vivendo...
Esse exame não deixou dúvidas: houvera a recidiva e o tumor ressurgira em um local de alto risco cirúrgico. A solução foi por uma longa quimioterapia. Cada sessão duraria cinco dias, a cada 21 dias do mês, durante cinco meses. Não havia outra opção. Eu teria que vencer mais essa, se quisesse continuar vivendo...
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Na próxima quarta-feira, o segundo capítulo de Memória Terminal, do jornalista José Marqueiz, Prêmio Esso de Jornalismo, falecido em 29/11/2008. (Edward de Souza / Nivia Andres / Arte: Cris Fonseca).
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Na próxima quarta-feira, o segundo capítulo de Memória Terminal, do jornalista José Marqueiz, Prêmio Esso de Jornalismo, falecido em 29/11/2008. (Edward de Souza / Nivia Andres / Arte: Cris Fonseca).
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Bom dia amigos (as) deste blog...
ResponderExcluirJosé Marqueiz foi um extraordinário jornalista, amigo de redação, de boteco e das horas boas e ruins. Criativo, certa feita Marqueiz convidou-me a escrever em quatro mãos uma matéria que ocupou toda uma página da Folha, sobre o caso de sete menores que haviam estuprado uma jovem professora no ABC com requintes de perversidade, depois de amordaçar seu noivo e obrigá-lo a presenciar toda a cena brutal. "Sete menores, sete histórias" foi o título de uma matéria, pasmem, que não podia ter em seu texto as palavras "que" e nem "porque". Tornou-se uma literatura esse texto, que foi mais tarde premiado e exibido como exemplo para estudantes de jornalismo e exibido no salão de entrada da USP, emoldurado o artigo num bonito quadro. Foi a única matéria que assinei ao lado desse grande jornalista, que mais tarde, um ano depois, já no Jornal Estadão, ganhava o Prêmio Esso de Jornalismo, com a série sobre os índios gigantes descobertos no Xingú.
Para quem gosta de pesquisas, entrem no Google e verifiquem os prêmios Esso de toda a história. Vão encontrar José Marqueiz vencedor, se não me engano em 197 , com essa série sobre os Kranhacaroles, os índios gigantes do Xingú, ao lado dos famosos irmão Villas Boas. O texto de José Marqueiz, em determinados capítulos daquele série era uma verdadeira poesia, quando ele narrava a solidão que sentia iluminado pela enorme lua cor de mel que banhava as águas do Xingú.
O dia que chegou a notícia que Marqueiz havia ganho o Prêmio Esso, ele estava comigo. Nós havíamos saido da redação do jornal, sentamos numa praça, quando fomos surpreendidos pelos gritos do office boy que anunciava em altos brados a premiação que Marqueiz havia recebido. Nos abraçamos e foi uma festa só, que terminou no dia seguinte e continuou depois, na entrega do troféu, do cheque e das passagens que o levaria por um mês para a Europa.
É preciso destacar minha querida amiga Ilca Marqueiz, sua companheira de todas as horas e minha amiga querida de muitas e muitas passagens que me enviou essa série que passamos a publicar nesta quarta-feira. Acreditem, ficamos emocionados, eu e a Ilca quando trocamos ideias para essa publicação, cujo pensamento inicial seria editar um livro com suas memórias. Hipótese não descartada, mesmo sendo apresentada essa série com exclusividade aqui neste blog. E são muitas emoções contadas ao longo da série e passagens engraçadas também. Com estilo e graça, Marqueiz está de volta para nos emocionar e voltar a nos encantar com seu texto brilhante.
Um forte abraço a todos...
Edward de Souza
Edward, com certeza vai nos emocionar essa série escrita pelo seu amigo José Marqueiz. Impressionante é a força de vontade que ele teve em lutar contra a doença e o otimismo que o levou a escrever suas memórias, mostrada agora em seu blog. Eu não conheci o jornalista, certamente extraordinário, uma vez que ganhou o maior Prêmio do Jornalismo Brasileiro, nem a sua esposa, a Ilca, certamente uma guerreira que cuidou do marido com carinho e afeição até o fim. Ilca, aceite meu abraço afetuoso a e acerteza que compreendo o quanto deve ter e anda está sofrendo com a perda desse seu companheiro querido. Vou acompanhar com muita atenção essa série.
ResponderExcluirBeijos a todos e parabéns a você, Edward, e a Ilca pela iniciativa que tomaram em postar "Memória Terminal".
Tatiana - Metodista - SBC
Pelo seu comentário, Edward, José Marqueiz morreu jovem ainda, não foi? Que perda para o jornalismo brasileiro e para todos vocês, que foram amigos dele. Bonita a atitude da Ilca em ceder suas memórias para publicação neste blog, assim ajuda a manter viva a imagem do homem que amou e foi seu companheiro por muitos anos. Certamente vai nos emocionar a série, até pela coragem que José Marqueiz demonstrou ao encarar a morte com serenidade, escrevendo tudo o que se passou com ele nesse período. Ele deve estar feliz hoje, com esse mesmo sorriso simpático da foto, agradecendo aos amigos a amigas pela lembrança carinhosa ao publicar suas memórias. E essa publicação é uma homenagem justa, pelo muito que ele representou ao jornalismo e para todos os seus amigos!
ResponderExcluirBjos a vocês e meu abraço carinhoso para a Ilca!
Liliana Diniz - FUABC - Santo André - SP.
Edward, sou muito emotiva e assim que comecei a ler as primeiras frases escritas pelo jornalista José Marqueiz, desandei a chorar que não parava mais. Que maravilhoso exemplo ele nos deixou ao afirmar: "Essas recordações são de um homem que, apesar de tudo, ainda acredita valer a pena lutar pela vida". E muitos de nós, com saúde e muitos anos pela frente, ainda vivemos reclamando e chorando por uma simples de dor de cabeça. Marqueiz, como deve ter sido chamado por vocês, seus amigos, deixou um grande e significativo exemplo de força e de fé, acreditando em cada segundo que poderia vencer a morte. Que Deus o tenha em bom lugar.
ResponderExcluirCarol - Metodista - SBC
Olá Liliana, verdade, José Marqueiz morreu jovem, estava para completar 60 anos, se não me engano. Vou confirmar com a Ilca, ou ela mesma pode confirmar aqui no blog, caso venha deixar seu comentário. Digo caso venha, porque sei perfeitamente que a Ilca, nesse momento, deve estar muito emocionada ao ver a postagem do último texto escrito pelo brilhante José Marqueiz, Prêmio Esso de jornalismo.
ResponderExcluirCarol, você tem razão, Marqueiz sempre foi um homem que acreditou na vida e tinha gosto em viver. Suas gargalhadas gostosas ainda ecoam em meus ouvidos. Vivia de bem com a vida e sabia levá-la ao seu jeito. Não contei aqui e creio que não está nas linhas dessa série que vocês vão ler, mas Marqueiz contraiu malária, quando esteve no Xingú com os Villas Boas e descobriram os índios gigantes. Ainda vou contar aqui como foi a engraçada abordagem do jornalista e dos irmãos Villas Boas para conseguir acalmar os enormes peles vermelhas do Xingú. Aguardem!
Um forte abraço a vocês e obrigado pelo carinho de todas (os).
Edward de Souza
Para nós, estudantes de jornalismo (faço também letras), fica a curiosidade, Edward. Como é que vocês conseguiram escrever uma página de jornal sem usar o "que" nem o "Porque"? Deve ser a coisa mais dificil do mundo. Encontrar uma alternativa para substituir essas palavras deve ser um enorme quebra cabeça. Outra coisa que vc prometeu e agora vai ter que cumprir é contar um pouco sobre a abordagem do jornalista e dos irmão Villas Boas aos índios gigantes... Que medo! Pena que o seu amigo José Marqueiz não está entre nós, seria uma delícia vê-lo escrevendo no blog. Mas, essa série vai nos trazer um pouco do seu texto, vai ser maravilhosa, tenho certeza.
ResponderExcluirBeijos e obrigada!
Gabriela - Cásper Líbero - SP.
Nossa Edward, o Prêmio Esso custou caro ao jornalista José Marqueiz, não é verdade? Contraiu malária, coitado. E conviveu tranquilamente com essa doença? Pelo jeito que enfrentou esse tumor maligno, acredito que sim. A malária, se não me engano (a médica aqui é a Liliana), não tem cura, porém, com alguns cuidados pode se tocar a vida. Vai ser de grande interesse para todas nós ler essa série de José Marqueiz, um aprendizado indispensável acompanhar o texto de um Prêmio Esso.
ResponderExcluirBjos,
Karina - UNICAMP - Campinas - SP
Saudades do nosso querido e bom amigo José Marqueiz!
ResponderExcluirQuando fazia "bicos" no Estadão" e depois do expediente seguíamos para o Jequibal, um bar ao lado do jornal, eu sempre ouvia as histórias do Marqueiz, seguidas de boas risadas. Dizia que ele era o único contador que havia recebido o Prêmio Esso de Jornalismo. O Edward deve saber, Marqueiz era formado contador, mas creio que nunca exerceu essa profissão, sempre a de jornalista. Conseguiu, na época, o registro de profissional e seguiu em frente. Um dos melhores que já vi em atividade. Escrevia por música. Meu abraço a Ilca, que o Edward sempre chamou de "coelhinha" e o Marqueiz gostava, sempre dando boas risadas quando ouvia. Um grande amigo está do outro lado nos esperando.
Abraços a todos os meus bons companheiros de jornal e apareça, Edward, estamos todos com saudades de você!
Flávio Soares - Jornalista
Olá Edward, meu irmão, tudo certinho? E o Morgado, por onde anda? Recebi seu e-mail hoje depois do almoço me contando dessa série que você apresenta em seu blog que vez ou outra venho ver. Ando meio corrido, malandro, por isso pouco tempo tenho, mas hoje a ocasião é muito especial e eu não poderia deixar de dar meu alô sobre nosso grande José Marqueiz. Se eu fosse contar aqui as passagens minhas com ele ficaria escrevendo até amanhã, mas um, em particular, devo contar.
ResponderExcluirCerta vez o Marqueiz foi enviado pelo Faustão, do Diário, para fazer uma reportagem no Juqueri, onde só tem lelé da cuca. Ele estava com uma barba enorme e foi entrando no hospício que, acho, não existe mais. Mexeu por todos os cantos procurando assunto para escrever seu texto para o jornal e, quando foi sair, esbarrou num enorme segurança que foi logo o empurrando de volta. O brutamontes perguntou onde ele pensava que ia e o Marqueiz, com aquela cara de criança inocente que tinha, tentou explicar que era jornalista e estava indo pra redação. O segurança não pensou duas vezes e disse: "se o senhor é jornalista, eu sou Napoleão Bonaparte". Quando obrigava o Marqueiz a voltar para o pátio dos maluquinhos, chegou o Barbosa, motorista do Diário e mostrou as credenciais de jornalista. Marqueiz foi liberado, mas por pouco, confundido com um maluco, não ficou preso no hospício.
Muitas histórias a contar, qualquer dia escrevo e lhe mando, Edward, quem sabe você aproveita no blog. Fica apenas a imensa saudade de nosso bom amigo que se foi. Aproveito e deixo meu abraço afetuoso para a Ilca, companheira de anos do Marqueiz, que a adorava.
Um abração, meu irmão!
Renato Campos - Jornalista
QUERIDO AMIGO DE LONGOS ANOS,EDWARD,COMO SE LEMBRA CONHECEMOS ESSE HOMEM PESQUISADOR PRATICAMENTE NA MESMA ÉPOCA.É TRISTE E DOLOROSO LER O QUE SE PASSOU NO DECORRER DESSA DOENÇA, MAS AO MESMO TEMPO VOLTA À NOSSA MENTE O EXEMPLO QUE ELE SEMPRE DEU À MUITOS, MESMO ESTANDO LÁ NO FUNDO DO POÇO CHEINHO DE PROBLEMAS DIZIA: AMANHÃ A COISA VAI ESTAR RESOLVIDA, TENHO CERTEZA, SENÃO UMA PARTE DELA E O RESTO VAI SE QUITANDO EM PARCELAS. HOJE, MARQUEIZ SE TRANSFORMOU NAQUILO QUE SEMPRE QUIZ SER," UMA ESTRELINHA ". TENHO CERTEZA DE QUE NÓS AMIGOS LEAIS, QUANDO OLHARMOS PARA O CÉU IREMOS VER UM BRILHO DIFERENTE E RUIDOSO (COMO ERAM SUAS GARGALHADAS) E IREMOS PEDIR AO SENHOR NOSSO DEUS MUITA LUZ E MUITA PAZ !!!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirUm homem além da morte
ResponderExcluirÉ assim que revejo sua foto e,através dela, recupero parte das grandes emoções que proporcionaram nossa boa amizade. Voltam à mente cenas e fatos inesquecíveis. Alguns até inenarráveis.
Éramos jovens, quase meninos,cheios de sonhos. Embalados pelos sons dos Beatles, Rolling Stones, Bee Gees, Tim Maia, no início dos anos 70. Na metade daquela década, o Prêmio Esso Nacional do Marqueiz com a série publicada no Estadão remexeu com todos nós, excitou os jovens integrantes da pequena redação do Diário do Grande ABC. Nos sentimos também agraciados. O fato do Esso chegar a um simples mortal, companheiro próximo, abria a perspectiva de que, talvez seria possivel inserir também o Diario do Grande ABC no podium da imprensa brasileira. E foi o que fizemos, graças à inspiração, motivação e bom exemplo do precursor José Marqueiz.
Vivemos vidas cruzadas.
Lembro de te-lo encontrado, ainda em 1975, em Manaus. Ele era assessor da Suframa, estatal responsável pelo desenvolvimento da Zona Franca e foi graças à sua interferência que conseguimos embarcar o veículo em um navio para fazer o trecho Manaus-Belem navegando sobre as águas do Amazonas.
O mestre Morgado haverá de lembrar desta passagem e poderá trazer aqui mais detalhes.
Mais à frente, nos reencontramos no jornal Noticias de São Bernardo e demos continuidade ao desmascaramento do PT na cidade que foi seu berço, iniciado pelo também saudoso Vladimir Maranhão.
Mais adiante, nos ultimos tempos, estivemos juntos no ABC Repórter, nesta fase quando a doença o havia atingido irremediavelmente.
Lá continuo, até hoje, escrevendo o editorial diário: www.jornalabcreporter.com.br
O relato de seus últimos dias certamente vai provocar grandes emoções. No entanto, emocionante pra valer foi a vida intensa, cheia de altos e baixos que lhe foi proporcionada pelo Criador e que ele, destemido, não teve receio de experimentar até que soubesse da doença.
Marqueiz foi uma dessas almas extraordinárias que irradiava luz própria repleta de amor à intensidade de viver. Alguém que não passou pela vida em brancas nuvens e agora se projeta para além da morte. E certamente permanecerá assim, imortal em nossos corações e na história do jornalismo brasileiro.
Um afetuoso abraço à Ilca e à todos privilegiados seguidores deste incomparável Blog do amigo irmão Edward Souza,
édison motta
Santo André, SP
Essa série realmente é um prêmio que você nos dá hoje em seu blog, Edward. Conhecer um pouco desse jornalista que ganhou o prêmio mais cobiçado do jornalismo brasileiro, além de ter a oportunidade de ler a opinião de muitos jornalistas amigos dele, é gratificante, porque, com a bagagem que todos têm, acabam nos deixando suas ricas experiências como profissionais.
ResponderExcluirO Flávio Soares falou do registro de jornalista que o José Marqueiz tinha. Como era isso? Não precisava de faculdade de jornalismo? Se bem que hoje nós fazemos a faculdade e não temos diploma, sei lá o que vai virar. O Renato Campos é muito engraçado, se eu fosse vc o cobraria para contar essas histórias aqui no blog, vai fazer sucesso. Vou seguir a série de José Marqueiz, gosto de ver com ele escrevia, com muita sensibilidade. Meus sentimentos a família pela perda de tão grande homem.
Beijos a todos,
Andressa - Cásper Líbero - SP.
Edward e Nivia, estou gostando muito da série que começou hoje e dos comentários. Quantos jornalistas chegando, que bom! Quero parabenizar a Cris, sempre com seus trabalhos belíssimos enfeitando o blog. É uma peninha que estou conhecendo o jornalista José Marqueiz agora que ele se foi. Um Prêmio Esso de Jornalismo não é pra qualquer um. E ele escreve com muita sensibilidade e coragem. Profissional até o fim dos seus dias...
ResponderExcluirBjos a vocês todos,
Priscila - Metodista - SBC
Olá Amigos
ResponderExcluirSomente o Grande José Marqueiz para ressuscitar os diletos amigos Edison Motta e o Vovô (Renato Campos).
Essa série imperdível que será postada todas as quartas-feiras (em capítulos) certamente fará com que molhemos muitos lençóis.
O grande Marqueiz que em 1975 quebrou nosso galho lá em Manaus como relata o Motta.
O Grande Marqueiz do Prêmio Esso. O Grande Marqueiz amigo e companheiro. O Grande Marqueiz de outros tempos e de agora.
O Grande Marqueiz que nos inspira.
O Grande Marqueiz que nos últimos momentos de vida terrena consegue reportar seu próprio sofrimento...
Que a Paz do Senhor esteja com você Grande Marqueiz
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
Será que José Marqueiz fala nessa série sobre como foi que ganhou o prêmio Esso ao descobrir os índios gigantes? Não vou perder nenhum desses capítulos. O duro vai ser esperar uma semana para ler o segundo da série, mas vou ter paciência, prometo.
ResponderExcluirBj
Giovanna - Metodista - SBC
Boa tarde pessoal...
ResponderExcluirAssim que comecei a ler esse relato triste,foi impossível conter as lágrimas,mas é nítido perceber que apesar dos pércalços ele se mostrava uma pessoa otimista,um guerreiro.
Sem dúvida ele faz muita falta,pois ao que parece sempre se mostrou um grande batalhador.
Abraços afetuosos para a Ilca.
Beijossss.
ANA CÉLIA DE FREITAS.
Por mais novelas que eu assisto, por mais filmes que eu vejo, por mais livros que eu leio, por mais histórias que eu escuto, amando ou sofrendo, sorrindo ou chorando, declamando ou xingando, enfim, nada supera a beleza, e o aprendizado que as experiências das nossas vidas contadas por nós mesmos possa nos proporcionar.
ResponderExcluirAcredito que essa série será a mais bela de todas,
Pois ela esta carregada de momentos realmente vividos, e relatados com o crivo da razão.
Eu assentado na minha mente pequenina de um pobre viajante do tempo, esperarei com paciência o desenrolar de novas dissertações.
Padre Euvideo.
Memória Terminal, coragem paciente.Escola de vida.
ResponderExcluirAinda não havia sido criado o curso de jornalismo, no entanto, muitos jornalistas atuavam na imprensa de maneira brilhante. Muitos tinham alguma formação, não importando a área, outros sem formação qualquer, porém, nascidos com a vocação desempenhavam a função com destaque. Não é necessário citá-los, são bem conhecidos. Com o surgimento do curso de jornalismo, nasceu também o instrumento regulador do exercício da profissão onde foi concedido prazo para registro no Ministério do Trabalho aos que já trabalhavam no setor significando um mínimo de direito adquirido pela:
Lei nº 972/69 - exercício da profissão jornalística
DECRETO– DE 17 DE OUTUBRO DE 1969.
Quarta-feira, 17 de Junho de 2009
Supremo decide que é inconstitucional a exigência de diploma para o exercício do jornalismo
Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta-feira, que é inconstitucional a exigência do diploma de jornalismo e registro profissional no Ministério do Trabalho como condição para o exercício da profissão de jornalista.
Com os dados acima esclareço a questão colocada por Andressa.
Ler o jornalista José Marqueis, sentir sua serenidade, mesmo no estado traumático que estava vivendo aliada a sua capacidade e sabedoria em produzir textos, foi para mim grande deleite. Que seja entendida a série por todos, como oportuna lição de vida. O exaspero não é bom. Em seu lugar, a ternura paciente, o amor é grande suporte para vida melhor. Garcia Netto
Por tudo que li, até agora em suas memórias e pelos comentários das pessoas privilegiadas que conheceram esse notável jornalista, estou certo que foi (ou é...) um daqueles espíritos elevados que surgem aqui em nosso espaço terreno tão somente para
ResponderExcluirdar-nos testemunho de fraternidade, alegria perseverança e amor. Sinta-se feliz, ainda, D. Ilca, por ter a presença espiritual de seu esposo e as belas lembranças de sua presença material.
Abraços respeitosos
João Batista
Boa noite!
ResponderExcluirO que me chamou a atenção neste blog, depois de ler com carinho o texto de José Marqueiz, deixado para sua esposa Ilca e publicado com exclusividade pelo Edward e Nivia, foi a amizade que existe entre esse grupo de jornalistas. Frequento esse blog faz algum tempo e já li todas as postagens anteriores, algumas assinadas pelo jornalista Édison Motta, que admiro pelo texto que escreve, como também adoro ler o Edward, Nivia, J.Morgado, Garcia Netto entre outros. Édison Motta, cujos textos já li e os jornalistas Flávio Soares e Renato Campós que não conhecia, aqui estiveram. Achei linda essa união da classe. Parece até que combinaram em vir e escrever alguma coisa, o que, claro, não aconteceu.
Estavam ausentes deste blog, certamente com outros afazeres particulares, mas hoje voltaram para prestar uma homenagem ao amigo falecido, cujas memórias estão sendo apresentadas. Outros, isso estranhei, estão todos os dias aqui discutindo e batendo o pé e desapareceram, como que por encanto. Espero que ainda venham, nem que seja para uma pequena saudação a esse grande jornalista que não conheci, mas que, pelos comentários, foi um extraordinário profissional de Imprensa. Também não conheço a Ilca, gostaria muito de conhece-la para poder abraçá-la e dizer que tudo vale a pena nesta vida, até o sofrimento que muitas vezes chega para nos purificar e testar nossa fé. Vou continuar acompanhando a série e em todas quero registrar minha presença, porque percebi o significado dessa postagem. Vai além de uma simples homenagem, sem dúvida.
Beijos Ilca, abçs a todos!
Bruna - UFJF - Juiz de Fora/MG
Impossivel não se emocionar ao ler esse texto do jornalista José Marqueiz. Escreveu com a maestria de um grande profissional de imprensa que por certo foi, todo o seu sofrimento, mas fez questão de destacar que vale a pena lutar pela vida. E lutou como um guerreiro que não se intimida com a espada apontada contra seu peito. Um homem maravilhoso que faz falta ao nosso mundo de hoje.
ResponderExcluirTalita - Unisantos - Santos - SP.
Boa noite, amigo Edward, meus cumprimentos pela maravilhosa homenagem que presta com essa série em seu blog ao nosso saudoso José Marqueiz. Simples, brincalhão e amigo sempre. Nunca vi Marqueiz zangado ou falando mal de alguém. Cuidava de sua vida e ela era simples como ele. Quem chegasse a noite no Jequibal e não conhecia o Marqueiz, certamente o confundiria com um "peão" qualquer. Saia do serviço e ia tomar sua misturada, dar risadas e bater papo com os amigos. Todos para ele do mesmo nível, ricos, pobres, remediados, isso não importava ao Marqueiz. Como fez o Renato Campos, quero lembrar aqui do Marqueiz "trapalhão", o jornalista que quase ficou preso num manicômio ao ser confundido com um deficiente mental.
ResponderExcluirEssa passagem o Edward é minha testemunha e ocorreu no final dos anos 70, quando Marqueiz foi chamado para fazer uma matéria especial para o Notícias Populares sobre o Bebê Diabo. Estavam todos cansados da história desse Bebê Diabo, mas o NP queria dar sequência ao caso e passou a contratar free lancers. Pagava muito bem por matéria. Lázaro Campos, amigo inseparável do Edward e editor de polícia do NP convocou Marqueiz e o mandou para Marília escrever alguma coisa sobre essa criatura demoníaca, que segundo comentários, teria se refugiado naquela cidade.
Marqueiz foi e levou sua máquina de fotografar a tira-colo. Como não havia conseguido nenhuma informação concreta sobre o diabinho, depois de tomar uns tragos não pensou duas vezes e fotografou um carroceiro que passava numa rua de Marília. Voltou a redação e escreveu uma bombástica matéria com o título: "carroceiro de Marília afirma ser pai do diabo". Com a foto estampada na primeira página, o carroceiro viu em Marília, processou o NP, ganhou uma nota preta e o caso do diabinho se encerrou de vez. Interrogado sobre essa passagem, Marqueiz ria e desconversava. Bom amigo, saudades muitas!
Abraços, Edward, vou ligar para você ainda hoje!
Amilcar Ramos - Jornalista
Oi pessoal, vim apenas duas vezes ao blog comentar, mas leio todos os dias as postagens e os comentários. Fiquei emocionada quando comecei a ler o relato do jornalista falecido José Marqueiz. É preciso muito equilíbrio para uma pessoa escrever tudo o que se passava com ela nessa luta que travava com a morte. Encarou de frente e deixou esse relato precioso que sua esposa entregou ao Edward para ser publicado. Como os demais, quero continuar acompanhando a série e participando sempre. Permitam-me deixar um beijo para a Ilca e parabenizá-la pela atitude que tomou em tornar público as memórias de seu marido. José Marqueiz era um jornalista premiado, Ilca, por isso, deve estar contente em saber que sua última matéria está fazendo sucesso e mexendo com nossos corações.
ResponderExcluirBoa noite a vcs!
Anna Claudia - Uberaba - MG
Oi Garcia Netto, muito obrigada pelas explicações que deu sobre o registro de jornalistas, segundo a data que vc postou, em 1969. Bom isso que fizeram, premiaram os profissionais que já exerciam a profissão. Pior agora que resolveram tirar o diploma de quem se forma jornalista. Cada coisa nesse País!
ResponderExcluirAproveitei minha volta para ler mais comentários, acompanho sempre o que a turma escreve. Essa série do José Marqueiz vai dar o que falar, é ótima.
E a Nivia que nem apareceu hoje? Nem ela nem a Cris, será que foram passear juntas (rssssssssss).
Obrigada mais uma vez, Garcia! Beijinhos a todos!
Andressa - Cásper Líbero - SP.
O velho Marqueiz...
ResponderExcluirConheci José Marqueiz em 1969, portanto há 41 anos. Caramba! Eu trabalhava no recém criado Diário do Grande ABC (ex-News Seller) e Marqueiz era repórter da Sucursal do Estadão, que em 1976 passei a chefiar, aí já sem ele. Fomos amigos muitos anos, trabalhando no ABC e SP, mas curiosamente nunca estivemos juntos na mesma redação, exceto por alguns dias, quando contratei os trabalhos dele como frila para a Sucursal, durante a famosa greve dos metalúrgicos, em 1979, que peitou a ditadura e projetou o Lula até no exterior. Ele tinha grande talento, que disperdiçou em boa parte da carreira por causa do seu temperamento irregular, em certos momentos de grande euforia e bela produção, em outros de indisfarçável preguiça, empurrando com a barriga. Mesmo assim emplacou o Prêmio Esso, e teria feito muito mais se não fosse esse segundo detalhe. Não conto isso para depreciá-lo e sim porque era notório e seu jeito de ser. E é justamente por essa razão que acho que ele não usou todo o vasto potencial que tinha durante a carreira, o que foi uma pena. Mesmo assim José Marqueiz foi uma figura marcante do jornalismo brasileiro. Tanto que estamos aqui falando sobre ele, com suas virtudes e humanos pequenos defeitos. Era um bom camarada, a gente se dava bem, ele até frequentou minha casa em São Paulo durante algum tempo, quando eu morava em Pinheiros. Eu brigava com ele para se alimentar. Lembro-me que certo dia almoçou um quibe. Assim, convenhamos, não há saúde que aguente. E fumava demais. Isso foi na fase aguda do alcoolismo, que ele mesmo conta e depois conseguiu superar com admirável força de vontade. Naqueles anos era muito charmoso jornalista beber "bem". Isso fazia até parte da cultura de certas redações. E isso liquidou com muitos dos nossos colegas de extremo valor e capacidade. Marqueiz consumiu sua saúde, que com certeza era muito boa, tanto que os problemas levaram muitos anos para aparecer. Poderia ter sido di ferente, mas poderia não é a vida real. Só resta então nossa respeitosa lembrança e homenagem a ele. Se existir espírito, ele não acreditava nisso, nem eu, deve estar lendo essas linhas com aquela sua gargalhada muito peculiar e inconfudível, que a gente reconhecia à distância. Torço para que ele eu estejamos errados e exista outra vida. Porque seria muito a gente se reencontrar e recordar com muitas risadas os bons tempos.
Milton Saldanha
Tenho a impressão que é a primeira vez que se publica uma série como essa num blog, Edward. Um grande jornalista, Prêmio Esso, narrando com detalhes os últimos dias de sua vida. Emocionante, vou esperar os outros capítulos.
ResponderExcluirAbçs
Tanaka - Osasco - SP.
Acabei de ler o texto agora e fico imaginando como deve ter sido dificil para o jornalista José Marqueiz ter ouvido do médico praticamente uma sentença de morte, quando anunciou que o tumor havia atingido a carótida e nenhuma cirurgia seria possivel sem risco de morte. E encontrou forças, sabe-se lá onde, para seguir escrevendo tudo o que enfrentou. Não a conheço, Ilca, mas certamente vc foi a fada inspiradora, que deu força para que seu marido lutasse contra esse mal. Aceite meu abraço e os profundos sentimentos, apesar do tempo, pelo falecimento de seu companheiro, um homem de verdade, que lutou até o fim para continuar vivendo.
ResponderExcluirDaniela - Rio de Janeiro
Milton Saldanha. Quero confessar.
ResponderExcluirVocê conseguiu mexer com minha deseducação e eu não queria me igualar a você. Foi preciso a partir de seu comentário a respeito da vida privada do jornalista Jose Marqueiz. Tenho-lhe respeito como pessoa, porém, suas aparições, revelam uma necessidade de estar acima das outras pessoas. Foi você chefe no Estadão que o contratou como “frila”, —free-lance —e o qualificou como preguiçoso (expressão sua). Conheço agora um Saldanha importante demais para minha insignificância. Com meu pedido de desculpas por me atrever dirigindo-me a você, informo-lhe que sua autenticidade não me convence, quando denigre imagem de quem já não tem voz para dizer quem é você. Garcia Netto
Sr. Garcia Netto: eu já esperava algum ataque seu a qualquer momento, por conta das restrições que fiz ao seu apreço (e talvez relações íntimas) com a ditadura militar que infelicitou este país. E também porque nunca respondeu a mim e ao J.Morgado quando contamos aqui que o governador Lupion, do Paraná, com quem privou jantares finos, foi um dos grandes corruptos deste país, denunciado na época por toda a imprensa. O senhor não sabe como eram nossas relações naqueles tempos, não foi do nosso meio, então não pode fazer pré-julgamentos levianos como este acima. Todos os colegas jornalistas que escreveram aqui conheceram na intimidade o Marqueiz. Sabem que não inventei nem menti em nada. E mais: sua falta de sensibilidade para entender o significado do meu texto não lhe permitiu a principal ilação, o que pretendi com isso. Não seu preocupe, vou explicar: eu quis mostrar que mesmo com esse lado preguiçoso sim que ele tinha em certos momentos, a ponto de nos irritar no trabalho, conseguia ser um jornalista extraordinário. Sem isso, então, imagine o que não teria feito. Será que agora deu para entender? Releia meu texto, por favor, e veja como ressalto o potencial que o Marqueiz ainda tinha, na minha visão, mesmo com Prêmio Esso. Caramba, quer maior elogio? Sua má fé em seu comentário foi inclusive omitir minha frase anterior, quando destaco os momentos de grande brilho do nosso amigo. Quanto a fazer frilas, isso nunca foi desonra para ninguém. Nada tem de ofensivo em contar isso. Fiz muitos ao longo da minha carreira para sobreviver, com honestidade e sólida ética, sempre escolhendo bem meus amigos.
ResponderExcluirMilton Saldanha
Bom dia, amigos e amigas!
ResponderExcluirTão impactante foi o primeiro capítulo de Memória Terminal que fiquei procurando, por bastante tempo, palavras que conseguissem exprimir o meu sentimento ao lê-lo.
Como não conheci pessoalmente o jornalista José Marqueiz, apenas a sua fama de grande profissional da Imprensa, assim, foram fundamentais os depoimentos dos amigos e colegas, aqui neste espaço postados, para que eu encontrasse as palavras certas.
Coragem. Desprendimento. Generosidade. Vontade de compartilhar. Acredito que José Marqueiz sentiu necessidade de dialogar consigo mesmo, como num processo catártico, para racionalizar suas emoções, ansiedade, angústia e temor ao enfrentar uma situação-limite e definitiva. E escreveu e descreveu suas emoções muito menos por ele, mas para os seus queridos, as pessoas mais próximas e amadas. Por isso, também louvo e abençoo a coragem de sua companheira Ilca, de oferecer ao Edward um legado tão afetivo e sublime, tão particular, tão íntimo. Um presente de amor. É um tesouro de um espírito iluminado. E como tal deve ser reverenciado.
Edward, Andressa. Espero ter explicado meu súbito desaparecimento.
Abraços a todos. E celebremos a VIDA, como José Marqueiz teria querido.
Edward, cumprimento você e a Ilca pela ideia de publicar as memórias do inesquecível José Marqueiz. Já li e gostei do primeiro capitulo. Mas essa série precisa ser publicada também em livro e será muito importante para os estudantes de jornalismo. No nosso tempo não precisava de faculdade, aprendemos a fazer jornalismo na rua, entrevistando moradores e autoridades, escritores e políticos. Estou escrevendo e envio depois uma pequena crônica a respeito da amizade que eu tinha com Marqueiz. Não éramos simples amigos. Eu o Marqueiz fomos irmãos, quase inseparáveis durante muitos anos. Começamos juntos no jornalismo assinando colunas culturais e reportagens de bairros em coautoria como colaboradores em jornais já extintos como Folha do Povo e Ação.
ResponderExcluirProfissionalmente também começamos juntos no Diário do Grande ABC e na Sucursal ABC dos jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde, onde ficamos mais de vinte anos, até que ele foi para Manaus, depois de ter acompanhado os irmãos Villas Boas na reportagem da descoberta dos tais índios gigantes, com a qual conquistou o Prêmio Esso Nacional de Jornalismo. Recomendo a leitura dessa série apresentada aqui no blog do Edward com as memórias do Marqueiz aos estudantes de jornalismo.
Parabéns Edward.
Hildebrando Pafundi-jornalista e escritor
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ResponderExcluirBom dia, prezado professor. Você tem razão quanto ao termo usado por mim. Não é o correto, mas como postei o texto apressadamente, não percebi o equívoco. Grato pela correção. Quanto ao pai do Bebê-Diabo, realmente é o nosso glorioso Edward de Souza. Foi ele que escreveu a primeira matéria que deu origem a essa série que assombrou o País e bateu o maior recorde de vendagens de jornais em bancas. O Bebê-Diabo foi um marco na história do NP, transformou-se em literatura de cordel, documentários e filmes e ainda é lembrado nos dias de hoje.
ResponderExcluirAbraços, prezado professor João Paulo!
Amilcar Ramos - Jornalista
Certamente temos muito a ganhar com a postagem dessa série escrita pelo saudoso jornalista José Marqueiz. Vamos aprendendo um pouco sobre a nossa profissão com seu relato e com os comentários dos jornalistas que foram seus amigos. Acabei de ler os comentários e num deles, o jornalista e escritor Hildebrando Pafundi fez questão de destacar que o José Marqueiz recebeu o Prêmio Esso Nacional de Jornalismo. Na faculdade, certa vez o professor nos falou sobre esse prêmio e disse que tem também o Prêmio Esso Regional de Jornalismo. O Marqueiz, no caso, recebeu o maior deles. Isso me deixou com água na boca para ler essa série de reportagens que ele escreveu sobre os índios gigantes e ganhou esse prêmio. Vou ficar atenta na sequência da série para ver se ele toca nesse assunto.
ResponderExcluirBeijos pessoal!
Rafaella - PUC - São Paulo
Edward, fiquei comovida ao ler esse primeiro capítulo dessa série que promete. Estou ansiosa para ler a sequência. Meus parabéns a vc, Nivia e Cris pela postagem linda. O texto do jornalista José Marqueiz está nos mostrando que é possivel ter esperança e lutar até o fim pela vida, mesmo quando tudo parece perdido. Lindo e emocionante esse relato. Que ele descanse em paz!
ResponderExcluirGabriela - Metodista - SBC
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ResponderExcluirParabéns Edward. Que iniciativa maravilhosa. Me lembro do nosso amigo contando suas conquistas para driblar a doença. E sempre com sua risada. Muitas lembranças.
ResponderExcluirObrigada por esse lindo trabalho!!!
Aliás até o Renato apareceu. Felicidade em dose dupla.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEdward, amigo de sempre, linda homenagem. Obrigada.
ResponderExcluirQuero agradecer a voce Edward ,por não deixar cair no esquecimento o belo e inesquecivel talento que foi Jose Marqueiz,obrigada-Eva Maria R.Marqueiz
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