domingo, 21 de março de 2010


O SUMIÇO DO MATADOR


Naquele fim de tarde quente e abafado o esquecimento principiava a se abater sobre o misterioso sumiço do matador Leopardo, goleador que maravilhava a galera com sua arrancada, com dribles estonteantes e gols de placa. O talento fora reconhecido pelos olheiros e a sonhada transferência para um grande clube, estava sendo ultimada. Em breve, seria convocado como salvação da seleção carente de craques fora de série.

No aguardo do negócio, afiançado por um empresário caçador de novos talentos, ansiando pelo contrato milionário que lhe fora proposto, e com a glória dos aplausos nos grandes estádios lotados de torcedores e admiradores, costumava fazer ponto no Bar do Sardinha, estabelecimento escuro e encardido de propriedade do português que lhe emprestava o nome e passava o dia limpando o balcão, com um pedaço de pano sujo. A voz estridente e carregada de sotaque luso ecoava ao instruir os seus ajudantes, dois inexperientes garçons, que se revezavam entre a minúscula cozinha e o salão, servindo sem pressa os pedidos dos fregueses, sempre os mesmos. Mais ao fundo, onde se via uma velha gravura reproduzindo cenas de incêndio na floresta, pendurada na parede, postavam-se os jogadores de dominó, entretidos, horas a fio, em bater as pedras na mesa e gritar, tanto nas vitórias quanto nas derrotas. Apostavam pequenas importâncias ou o pagamento do consumo, invariavelmente cerveja quente e tira-gosto.

Outros tipos formavam pequenas rodas ou se isolavam. Juca Poeta pedia duas doses de cachaça, mantinha acalorados debates filosóficos e existenciais com um ser invisível e se debruçava sobre pedaços de papel pardo, produzindo sonetos, com letras trêmulas e irregulares, que declamava em voz alta. Velho Ananias, fisionomia cansada, preferia o tosco banco junto ao balcão. Deixava a bengala ao lado, sorria com os poucos dentes que lhe restavam e relatava impossíveis aventuras noturnas, quando viajava em direção às estrelas jovens da nebulosa de Órion, a convite dos tripulantes de um esplêndido disco voador.

Às vezes entrava um menino de rua, esticava o olhar guloso em direção às vasilhas de comestíveis, recebia um torresmo esturricado seguido do grito “fora, rua, fedelho”.

O Bar do Sardinha era democrático e liberal, permitindo que todos se expressassem livremente, embora fossem poucos os que se dispunham a ouvir a conversa que vagava, solta, sobre receitas de medicamentos caseiros indicados na ocorrência de bronquite, náusea ou pedra nos rins, brigas entre vizinhanças por causa de arruaças de crianças ou alguma notícia fresca - crimes ou escândalos - e que ganhava novas cores nas bocas que temperavam os fatos, condimentando-os com apimentados acréscimos de informações.

Foi no momento em que Juca Poeta discursava sobre as fontes da inspiração na criatividade poética que apareceu o forasteiro. Entrou célere, ar arrogante, sem saudar os fregueses. Disse, de pronto, que era repórter e averiguava, para uma matéria especial que preparava, a vida pregressa do craque Leopardo, revelado nas divisões inferiores do Campeão Futebol Clube, agremiação local que já exportara muitos futebolistas para o exterior, alguns deles atuando com destaque em clubes da Espanha, França, Turquia, Japão e México.

As investigações realizadas indicavam que os últimos vestígios da presença do jogador, às vésperas de sua transferência, desandavam naquele estabelecimento e ele se dirigira para lá na expectativa de ouvir eventuais amigos e parceiros, pois acreditava tratar-se de caso de vingança, de assassinato e ocultação de cadáver. Ou mesmo de sequestro, considerando que Leopardo receberia uma gorda bolada, transformando-se, repentinamente, em milionário.

Houve silêncio e espanto, o jogo de dominó ficou interrompido, os fregueses, desconfiados, trancaram suas bocas. Segredos e intimidades, embora circulassem pelo recinto, não atravessavam as paredes nem chegavam aos ouvidos de estranhos. Súbito, Velho Ananias pigarreou, bateu a bengala no balcão e, com vagar, disse que se dispunha a revelar o mistério, que era tempo de relatar os fatos e pôr ponto final à enigmática questão.

Os homens se entreolharam, inquietos, sinal de desaprovação, temerosos de sofrerem consequências, serem chamados pela polícia, perderem tempo em exaustivos interrogatórios. Indiferente, resoluto, Velho Ananias explicou que o atacante Leopardo, grande artilheiro, não havia fugido para lugar incerto e não sabido com a finalidade de se livrar da fúria de algum marido ciumento, furioso com o sucesso do jogador que colecionava conquistas amorosas sem se importar com o estado civil da mulher, tivesse ela ou não companheiros. Afinal, não tinha culpa de despertar desejo, pois sua fama de garanhão chegava a superar a de goleador. Ele encaçapava de todas as maneiras, sabia encontrar, com facilidade, o caminho de todos os gols. Também não era verdadeira a suspeita de que pudesse ter sido assassinado ou mesmo sequestrado, caso em que não haveria pagamento de resgate por absoluta insuficiência de recursos dos familiares, que não recebiam ajuda do profissional da bola, mesmo porque ainda não havia recebido os dólares acertados para a assinatura do contrato.

A voz rouca e arrastada do Velho Ananias alertou para a veracidade do relato que se seguiria, verdade que ele abonava sob juramento, pois presenciara, ao longo da existência, coisas espantosas, inusitadas, “com a nitidez refulgente da luz do sol e os olhos arregalados pelo medo”. Antes de prosseguir, fez breve pausa, tateou as mãos sobre o balcão, segurou o copo que se encontrava à sua frente, levou-o à boca e bebeu a dose de cachaça de uma só talagada, reservando algumas gotas para homenagear os santos padroeiros. Depois, arrotou e retomou a prosa para detalhar os acontecimentos.

Confessou, diante da platéia atarantada, que fora o último vivente a se avistar com o craque Leopardo que, no seu entender, era melhor que Romário ou Ronaldinho, reunindo a categoria de Pelé e Garrincha. Disse que o vira, eufórico, riso escancarado iluminando o rosto, preparando-se para as entrevistas que concederia aos jornalistas de todo o país, orgulhoso com o fato de aparecer na mídia, manchete de primeira página dos jornais, destaque nos noticiários da tevê, além de ser paparicado e festejado, uma espécie de herói nacional, de salvador da pátria. Mas, ao vê-lo, contrariando seus hábitos efusivos, cumprimentou-o um tanto friamente, dizendo que tinha um encontro urgente, coisas relacionadas ao esporte, tinha de partir com urgência, reunião secreta, política de dirigentes que se preocupavam com suas imagens desgastadas com seguidas denúncias de trambicagens.

Velho Ananias balançou a cabeça, respirou profundamente e segredou que o matador Leopardo, num espanto súbito, como se tivesse avistado uma linda loira com cabelos de raios de sol, mudou o rumo de seus passos, despediu-se bruscamente, e caminhou ligeiro em direção ao mar, atraído por um ponto de luz que ganhava intensidade. A última visão foi a de um objeto luminoso que se elevou do oceano e riscou o céu na forma de um relâmpago.

Terminado o relato, arrependido pelas confidências, quedou-se em silêncio, nada mais respondendo, por mais que o jornalista insistisse. Quando o intruso se afastou, Velho Ananias foi questionado por Juca Poeta, que afirmou não compreender como ele, merecedor de respeito e consideração pela idade avançada, poderia ter acompanhado as cenas finais do sumiço do atacante Leopardo sendo cego de nascença.

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*Guido Fidelis é jornalista e escritor.
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32 comentários:

  1. Bom dia, amigos e amigas!

    Neste domingo, o prato principal é o surpreendente conto do jornalista e escritor Guido Fidelis, colaborador especial do blog que, com humor excepcional, urdiu a bela história que lhes apresento.

    Os ingredientes estão postos na mesa. Sirvam-se e saboreiem a iguaria! É finíssima!

    Um abraço a todos!

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  2. Amigos do blog de ouro,bom dia !!

    Gostaria aqui de deixar registrado o meu mais profundo e sincero agradecimento , primeiro ao amigo EDWARD,por haver criado este maravilhoso blog, para o qual fui honrosamente convidaddo acomentar desde o número um
    "Entre no blog, com mais de 420 visitas e deixe seus comentários sobre o vergonhoso preço
    da nossa gasolina.

    Acesse: http://artigosedwardsouza.blogspot.com:80/ "

    Aos demais articulistas,Juliano Morgado, meu amigo particular e vizinho de municipio,Garcia netto, com suas "relembranças" que me fizeram retornar a infãncia longiqua,O incrivel Guido Fidelis,um ecletico escritor e que com seus artigos variados, prende a atenção de todos, Meu prezado Oswaldo Lavrado,que nunca nos falta, apesar de saber-mos pelo que passou devido a seu estado de saúde e que graças a Deus, retornou ao blog,mais rápido do que supunha-mos, O nosso amigo Édson Motta, brilhante jornalista e um péssimo motociclista (brincadeira meu amigo)com suas historias relatando fatos passados e invariavelmente acompanhado de Edward. Também o Milton Saldanha,que embora termos ideais distintos,nunca deixamos de nos respeitar mutuamente, e que segundo informações, anda viajando em cruzeiros maritimos,sempre divulgando o seu amôr pela música,principalmente o TANGO, marca registrada na terra de minha mamãe, que é Argentina de nascimento e de coração.
    Nivia Andres, que nos foi apresentada pelo Edward, e demonstrou ser uma jornalista ,escritora,articulista, maravilhosa, e que capitaneia com competencia o "nosso" blog na ausência forçada do amigão Edward.
    Agradeço também aos demais artiulista e amigos (as) comentaristas por me darem a oportunidade de aprender um pouco mais, depois de 65 anos de vida, pois infelizmente não tive a oportunidade de frequentar uma Faculdade, e aprendi tudo o que sei,na escola da vida.

    Tenho em meus arquivos uma pasta dedicada ao EDWARD e seu blog, desde o blog numero um ,mas não me desfarei dela e continuarei a arquivar os artigos que achar meis interessantes ou polemicos.

    Quero neste pequeno resumo, DESPEDIR-ME DE TODOS os amigos deste blog maravilhoso, não mais deixando por aqui meus controversos
    comentários,porém prometo continuar LENDO e acompanhando diariamente a publicação do BLOG DE OURO.

    Um abraço fraterno aos amigos e um beijo respeitoso a todas as garotas do BLOG DO EDWARD

    Um bom domingo a todos

    Edward meu amigão, desculpe-me por não mais escrevêr minhas opiniões sinceras e algumas vêzes contrarias ao pensamento da maioria dos amigos comentaristas de nosso blog ...

    Fiquem com Deus

    Admir Morgado
    Praia Grande SP

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  3. Bom dia amigos (as) deste blog...
    Nessa minha primeira intervenção, quero falar um pouco sobre esse conto postado hoje no blog e assinado pelo amigo Guido Fidelis, brilhante jornalista e escritor, hoje com mais de 12 livros editados, todos eles com sucesso. Guido tem um jeito especial para escrever contos e talento que dispensa comentários. O caso desse conto do "matador", postado hoje pela Nivia Andres e que você, ao chegar aqui nos comentários já leu, mostra um final muito engraçado, claro, perceberam isso...

    Eu e o Guido trocamos idéias todos os dias. Vez ou outra o Guido, aproveitando seus poucos momentos de folga, escreve um conto e me envia. Leio com prazer, faço o meu comentário e lhe devolvo, mas arquivo o conto em uma pasta especial que tenho com o nome de Guido Fidelis. Esse conto de hoje nem me lembro quanto tempo faz que eu o recebi do Guido. E nem autorização pedi a ele para publicá-lo, sei que isso seria desnecessário. Guido reenviou-me esse conto com outro título e algumas modificações, faz também algum tempo, mas, por falha minha, esqueci-me de arquivá-lo. Ficou esse e, depois de "fuçar" um pouco no texto e voltar a dar boas risadas do velho cego no final do texto, resolvi enviá-lo para a Nivia. Pra mim, um dos mais engraçados já escritos pelo Guido, que já foi comunicado dessa postagem instantes atrás.

    Esse conto do Guido é um belo presente a todos os frequentadores (as) deste blog neste final de semana. Um privilégio para todos nós ler esse texto criativo e com boa dose de humor desse que, sem nenhum favor, é um dos grandes contistas do nosso Brasil. Ainda volto para outros comentários e para dizer ao Admir Morgado que nós não aceitamos sua decisão. Ele faz parte de nossa família e vai continuar conosco.

    Um forte abraço a todos...

    Edward de Souza

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Realmente, surpreendente e engraçadíssimo o final desse conto do Guido Fidelis. Quem diria, um senhor, cego, aprontou pra cima do repórter. Esses contos do Guido são ótimos, porque nos prendem na leitura. Nesse de hoje, com seu texto descritivo, ele nos faz imaginar os personagens naquele bar como se estivéssemos assistindo um filme, muito legal...

    Beijos a todos e um bom fim de semana!

    Liliana Diniz - FUABC - Santo André - SP.

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  6. O engraçado nesse conto do Guido é que ele usa o jogador, chamado por ele de "matador", mas em momento algum o personagem aparece. E a gente se pergunta: o que aconteceu com o "matador"? Principalmente depois da "dispensa" que o ceguinho deu no repórter, coitado. Será que ele acreditou mesmo que o jogador foi levado por seres extra-terrestres e publicou a notícia? Essa, mais uma pergunta, por isso esse conto escrito pelo Guido Fidelis nos intriga. (rsssssssssssssssssssss).

    Bom fim de semana pra vcs!

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  7. Miguel Falamansadomingo, 21 março, 2010

    Muito engraçado esse conto do Guido e serve para descontrair um pouco o blog, pelo menos num final de semana gostoso como esse. Apaga um pouco a fogueira de tantas e tantas polêmicas. O Guido escreveu entrelinhas, mas é bem possivel que as meninas, não adeptas ao futebol, não saibam. "Matador" é uma expressão usada que denomina o jogador que faz muitos gols, ou seja, conclui com perfeição as jogadas de área, empurrando a bola para as redes. Valeu Guido, excelente seu conto!

    ET: professor João Paulo, Admir Morgado, Nivia e Cris, somos todos irmãos e vamos continuar em família, sem problemas.

    Abçs a todos!

    Miguel Falamansa - Botucatu - SP

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  8. Eurípedes Sampaiodomingo, 21 março, 2010

    Olá pessoal, bom dia a todos e aceitem minhas desculpas pela ausência nos últimos dias, motivada por uma viagem um tanto longa e desgastante.
    Já li neste blog muitos contos do Guido e de sua filha, a Lara, acertei? Esse que acabo de ler é um primor, fora de série. Tenho enorme curiosidade em adquirir alguns livros de contos do Guido, para ler descontraído nos meus momentos de folga. Vou intimar o Edward e, quem sabe o Guido possa também ler esse meu pedido, para me informarem como faço para ter alguns desses livros de contos, pode ser? Só me avisarem quantos estão disponíveis que envio a ordem de pagamento para recebe-los, com enorme satisfação. Gosto de contos, principalmente de alta qualidade, como esse que li hoje.

    Um bom domingo a todos!

    Eurípedes Sampaio - Jundiaí - SP.

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  9. Nossa, Nivia e Edward, quando abri o blog levei um tremendo susto ao ver aquele tigre, que depois soube ser leopardo, sei lá, na tela. Foi então que comecei a ler mais esse gostoso conto de Guido Fidelis. Peninha que é só um. A gente acaba de ler e quer mais. E li duas vezes, tão engraçado achei o relato do Boteco do Sardinha. E que ceguinho danado esse, não? Acabou com a polêmica com muita criatividade (rssssss). Parabéns, Guido, me agradou em cheio seu conto criativo!

    Beijusss a todos voces!

    Tatiana - Metodista - SBC

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  10. Olá Guído
    Nada melhor do que comentar esse conto fantástico do que inserir abaixo a ode ao bairro da Lapa no Rio de Janeiro.
    Um abraço
    Paz. Muita Paz.
    J. Morgado
    A Lapa
    (Herivelto Martins e Benedito Lacerda)
    A Lapa
    Está voltando a ser
    A Lapa
    A Lapa
    Confirmando a tradição
    A Lapa
    É o ponto maior do mapa
    Do Distrito Federal
    Salve a Lapa!

    O bairro das quatro letras
    Até um rei conheceu
    Onde tanto malandro viveu
    Onde tanto valente morreu

    Enquanto a cidade dorme
    A Lapa fica acordada
    Acalentando quem vive
    De madrugada
    ________________________________________

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  11. Ôi pessoal, que delícia esse conto, dei tantas risadas que desopilei o fígado, imaginando o senhor ceguinho mostrando ao jornalista o jogador desaparecendo no mar. Bom demais, meus cumprimentos, Guido Fidelis, fico aguardando outros contos, adorei ler esse.

    Bom final de semana a todos.

    Ana Rita - Unifran - Franca - SP.

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  12. Para quem já leu vários contos de Guido Fidelis aqui nesse blog, falar que esse foi o melhor já postado pode queimar a língua. Todos os que Guido escreve são ótimos. Que esse conto do "matador" foi um dos mais engraçados que já li, sem dúvida foi. E fica mesmo um gostinho de quero mais. Meus cumprimentos pela criatividade e pelo humor, Guido.

    Bj.

    Andressa - Cásper Líbero - SP.

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  13. Novamente parabenizo ao Guido pelo conto. Fez-me voltar aos tempos antigos quando tínhamos bares ou melhor botequins de Portugueses. "O Bar do Sardinha" é um ótimo nome. Era assim mesmo lá no Rio de Janeiro na década de 50. Tínhamos no nosso bairro, chamado de Água Santa - este era próximo de Quintino, bairro que nasceu e criou Zico e este bairro ficava entre a Piedade e Encantado, o bairro de Quintino ficava a seguir o da Piedade, um campo de futebol bem grande no Largo do Abaixo, claro na Água Santa. Ali jogavam as agremiações locais e tínhamos também um Clube de futebol do bairro, chamava-se Conceição Futebol Clube. Meu tio era goleiro ali numa agremiação e meu sogro foi um craque de futebol, jogou pelo Botafogo pouco tempo e depois tornou-se técnico. Essa história do Guido parecia um filme para mim mostrando os personagens dos botequins da época, tínhamos três um bem perto do outro. Jogos de sueca e dominó eram diários.
    Muito bom Guido, tornei-me leitor assíduo aqui no blog de seus contos relâmpagos. E quanto a polícia e o crime , desde cedo víamos corpos sendo desovados no bairro e já menino em dia de festa de São João um assaltante nos abordou mostrando uma faca na cintura, fomos salvos por moradores que impediram o assalto e este fugiu. Nós cariocas fomos acostumados desde cedo a violência. Assim nos contos de Guido , a violência e a vida fazem par constante, o que é real e verdadeiro nas grandes cidades infelizmente.
    Parabéns mais uma vez.

    Anfermam

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  14. Eu aprecio uma boa leitura.
    Certa vês, li um livro que me encantou bastante, só não me lembro como ele chegou em minhas mãos, mas o fato é que fiquei tão encantado com a obra, que acabei lendo todas desse autor.
    O Guido é um desses escritores que fazem a pena bailar sob o comando sutil do cérebro.
    Fiquei surpreso com o final dessa crônica.
    É como se o sorvete tivesse caído das minhas mãos, antes da primeira lambida, e eu ficaria apenas imaginando o sabor que ele teria se eu tivesse tomado todo.
    Você conseguiu colocar na minha mente, e nas dos demais, imagino eu, infinidades de pensamentos em um átimo de segundo, “tipo ainda não caiu à ficha!”
    Parabéns, quando crescer quero ser igual a você.

    Padre euvideo.

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  15. Ótimo esse conto do Guido, adorei!

    Beijos a todos!

    Sandra - Mairiporã

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  16. Um conto que força nossa imaginação, escrito pelo Guido Fidelis. No texto não ficou claro que o "Matador" foi levado por seres extra-terrestres, mas até a Gabriela imaginou que isso ocorreu. Até pode ter sido essa a intenção de Guido, mas é exatamente aí que se conhece um grande escritor, pela liberdade de pensamentos que concede ao leitor. Eu, como a maioria, só não imaginava que o velho Ananias era cego, pode? Muito engraçado, Guido, meus parabéns.

    Bom final de domingo para todos.

    Bruna - UFJF - Juiz de Fora/MG

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  17. Boa noite a todos os amigos e amigas.
    Também fui surpreendido com o final do conto, mas dei boas gargalhadas desde o começo da leitura, até porque, aqui em Osasco, tem um boteco parecido com esse do Sardinha. Frequentado sempre por meia dúzia de bebuns. O dono é baiano, nada a ver com o português do conto e vive metendo os pés nos fundilhos de alguns "tontos" que aparecem por lá. Vou perguntar amanhã a ele se conhece o "Matador", quem sabe! Ótimo esse conto, meus cumprimentos, Guido.

    Abraços a todos.

    Tanaka - Osasco - SP.

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  18. Do começo ao final fiquei presa na leitura desse conto do Guido Fidelis. O Bar do Sardinha, liberal e democrático, o velho Ananias que tomou uma pinga mais reservou um restinho para o santo, o torresmo esturricado e esse final surpreendente, quando só então fiquei sabendo que Ananias era cego. Valeu meu domingo a leitura desse conto.

    Uma linda semana a todos, porque o domingo quase se foi.

    Soraya - Metodista - SBC

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  19. O final da leitura surpreende, não tem como adivinhar que o velho Ananias era cego, eu pensei que ele estava escondendo o "Leopardo" para livrá-lo do foco da Imprensa. Realmente me diverti muito lendo esse conto... Nota mil, Guido Fidelis!!!

    Regina Yara - Presidente Prudente-SP.

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  20. Boa noite!

    O interessante nesse conto escrito pelo jornalista Guido Fidelis é que ele chama toda a atenção para o Leopardo, jogador de futebol a caminho da fama. Foi só, parou por aí. Coloca em segundo plano, pelo menos na minha visão e acredito que na dos demais leitores, o velho Ananias, que toma a cena e se torna a figura principal desse conto, nos surpreendendo no final. Excelente!

    Karina - Unicamp - Campinas - SP.

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  21. Simplesmente adorei, Guido, ótimo!

    Abçs

    Daniela - Rio de Janeiro

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  22. tenho todo o direito de dizer que esse homem, Guido Fidelis, surpreende a cada dia. É meu companheiro de vida e trabalho há séculos e quando li esse conto, fiquei imaginando se ele não havia copiado de algum autor carioca de antanho, aquele mundo de botequins que, sei, ele nunca frequentou e descreve com tantos detalhes e graça que me surpreendem e intrigam. Como sei que seria incapaz de fazer falcatruas com algo que domina tão bem, fiquei maravilhada com a descrição cinematográfica do botequim do Sardinha quanto com o final inusitado e também encantador. Ah, esse Guido...
    virginia pezzolo

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  23. É isso, Virgínia, descrição perfeita sobre o conto que acabo de ler. O Guido nos faz imaginar todos aqueles personagens distribuídos no Bar do Sardinha e até o velho Ananias, tateando o balcão para tomar seu aperitivo. Creio que não teve um só comentário que não tocasse no final que surpreendeu. Eu queria ser diferente, mas como deixar de falar nesse desfecho digno de aplausos? Sensacional os contos do Guido, esse um primor!

    Que todos tenham uma ótima semana!

    Talita - Unisantos - Santos - SP.

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  24. Agradeco a todos que me leram. Estou à disposição. O conto foi escrito, originalmente, para uma antologia sobre futebol, contos. Is bares são tantos, juntei alguns botequins que se assemelham nas proximidades das praias.

    Quanto ao Admir Morgado, penso que ele não deve desistir. A época exige opiniões divergentes, é assim que se forma a democracia. Nada de palmas, aplausos. Temos de contrariar, mexer no vespeiro.

    Abraços a todos.

    Guido Fidelis

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  25. Admir Francisco Morgado

    Meu Xará e amigo


    Larga mão sô. Você tem uma maneira peculiar de se manifestar. Autêntico e sincero no que escreve. Coisa não muito fácil de encontrar em outras pessoas.
    Continue conosco. Afinal você já é “carga” da casa.

    Um abraço fraterno

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  26. Esse conto que acabei de ler é sem favor nenhum uma obra de mestre. Só mesmo um grande escritor para esmiuçar um conto como o fez Guido Fidelis. Prendeu-me do começo ao fim. E que final... Pura obra de criatividade. Parabéns, Guido!

    Beijos a todos!

    Milena Figueiredo - Santo André - SP.

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  27. Bom dia, amigos e amigas!

    Como sempre, mais uma página brilhante nos oferece Guido Fidelis, jornalista e escritor que tem um olho clínico permanetemente fixado na nossa realidade. Como não nos reportarmos aos recentes acontecimentos envolvendo o sumiço de jogadores de futebol famosos e até o seu envolvimento com o submundo do crime organizado?

    Mais, Guido! Queremos mais!

    De outra parte, não tive oportunidade ontem, porque estava em viagem de Santiago para Porto Alegre, mas quero juntar-me aos demais amigos para pedir ao nosso caríssimo Admir Morgado que reconsidere sua decisão de não mais participar das discussões estabelecidas no blog. Amigo Admir, todos têm o direito de manifestar a sua opinião, seja ela qual for; assim como os interlocutores possuem igual direito de discordar dela. É da democracia e do livre arbítrio. Por favor, desconsidere o quê ou quem o magoou e retorne ao convívio diário do blog. Sou testemunha de sua luta para participar sempre, até quando a internet nos prega peças e nos deixa na mão. Recentemente você não conseguiu postar o comentário e o mandou por e-mail ao Edward, numa mostra viva de seu carinho e desejo de participar sempre, até mesmo quando não há condições técnicas para tal. Retorne, amigo!

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  28. Guido Fidelis e amigos por atacado. Boa semana para todos.
    Nunca é tarde para aplaudir. Contar histórias com graça, não é tarefa fácil para muitos, no entanto, alguns são mestres ao fazê-lo. O Guido se inclui entre os últimos. Em meu juízo, o deixar uma ? durante toda a leitura, é arte, deixar o leitor agarrado aos acontecimentos do cotidiano, as imagens da história, as figuras, a fidelidade do que se vê na imaginação do autor, inspira-nos a crença da verdade. A estrutura do texto de qualidade, está na simplicidade do fato e o possível do que se conta. Não comento como crítico de literatura, que não sou, mas, o faço com a sensibilidade de quem gosta de ler.
    Um abraço Fidelis.

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  29. ANA CÉLIA DE FREITAS.segunda-feira, 22 março, 2010

    Boa noite Admir Morgado...
    Peço de coração que reconsidere sua posição,mil desculpas se o magoei,mas esta não foi de jeito nenhum minha intenção,tenha certeza que sua presença nesse rico espaço é muito bem vinda,afinal cada um tem seu jeito ou maneiras de se expressar,também já fui alvo de duras críticas e até muito sem educação,fiquei chateada no momento,mas logo passou e continuei nesse espaço cultural,POR FAVOR continue nos brindando com sua presença.Beijos.
    Miguel Falamansa,desculpe se me interpretei mal ao fazer o comentário sobre o que havia lido,mas prometo agir com mais parcimônia.
    Beijos a todos e uma ótima noite.
    ANA CÉLIA DE FREITAS.

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  30. ANA CÉLIA DE FREITAS.segunda-feira, 22 março, 2010

    Olá Guido Fidelis.
    Menino que conto magnífico,impossível ler apenas uma vez,é você tem uma maneira muito singular de escrever seus textos,por isso nota 10,digo sempre as pessoas que esse espaço só tem feras.
    Parabénssssssssssssssssss.
    ANA CÉLIA DE FREITAS.

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  31. Maria de Lourdes Linsterça-feira, 23 março, 2010

    Guido
    Muito legal o final dessa estória.Tantos detalhes na imaginação de alguém que estava com medo até de si mesmo.Abraços
    Lourdes

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  32. Maria de Lourdes Linsterça-feira, 23 março, 2010

    Guido
    Muito legal o final dessa estória.Tantos detalhes na imaginação de alguém que estava com medo até de si mesmo.Abraços
    Lourdes

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