O MENINO DE BIRIGUÍ
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As aparências realmente enganam e nos surpreendem, mostrando o quanto somos preconceituosos. Todos fomos, alguma vez, preconceituosos. Uns mais, outros menos. Mas fomos, infelizmente. Isso é próprio do ser humano. O preconceito está sempre presente e não precisa esforço para encontrá-lo. Na própria origem da palavra “preconceito” é possível encontrar seu significado: “pré” é o prefixo de “antes de alguma coisa”, e “conceito” é a idéia que se faz, também, de alguma coisa, pessoa ou fato. Em outras palavras, o juízo que fazemos antes de conhecer mais profundamente as características de uma situação ou pessoa.
Um domingo do início da década de 90, a equipe de esportes da Rádio Diário do Grande ABC se deslocou até a pequena e acolhedora cidade de Birigui, na região de Araçatuba, para a transmissão de um jogo entre o Bandeirante EC e o Santo André. O Bandeirante debutava na Primeira Divisão do Paulistão e, assim, qualquer jogo ali disputado era motivo de festa na cidade que até então havia recebido somente equipes de menor expressão da chamada segundona. Chegamos eu (comentarista e responsável pela equipe), Antônio Alcides (narrador), o repórter Maurício Muniz e o operador de som Aristides Murara. Nessa viagem não havia o inseparável motorista da viatura da rádio, já que percorremos em ônibus longos e cansativos 500 quilômetros até Birigui, por lá chamada de quintal de Araçatuba. Faz algum sentido. A praça em frente ao Estádio Pedro Marin Berbel, também conhecido como "Pedrão", campo do Bandeirante, com capacidade para pouco mais de 10 mil pessoas, fervilhava de torcedores festivos e hospitaleiros.
Descarregamos do táxi a parafernália, que faz parte do cotidiano de uma equipe esportiva de rádio e cada um apanhou uma carga para levar até as cabines reservadas à imprensa.
Um domingo do início da década de 90, a equipe de esportes da Rádio Diário do Grande ABC se deslocou até a pequena e acolhedora cidade de Birigui, na região de Araçatuba, para a transmissão de um jogo entre o Bandeirante EC e o Santo André. O Bandeirante debutava na Primeira Divisão do Paulistão e, assim, qualquer jogo ali disputado era motivo de festa na cidade que até então havia recebido somente equipes de menor expressão da chamada segundona. Chegamos eu (comentarista e responsável pela equipe), Antônio Alcides (narrador), o repórter Maurício Muniz e o operador de som Aristides Murara. Nessa viagem não havia o inseparável motorista da viatura da rádio, já que percorremos em ônibus longos e cansativos 500 quilômetros até Birigui, por lá chamada de quintal de Araçatuba. Faz algum sentido. A praça em frente ao Estádio Pedro Marin Berbel, também conhecido como "Pedrão", campo do Bandeirante, com capacidade para pouco mais de 10 mil pessoas, fervilhava de torcedores festivos e hospitaleiros.
Descarregamos do táxi a parafernália, que faz parte do cotidiano de uma equipe esportiva de rádio e cada um apanhou uma carga para levar até as cabines reservadas à imprensa.
Nisso chega um garoto (disse ter 12 anos) e, pegando na alça da bolsa, um tanto pesada, que eu carregava, perguntou meio encabulado: "Moço posso ajudar a levar sua bolsa?". Escolado com a vida de cidade grande, tipo São Paulo e o ABC, pensei duas coisas: "esse moleque está querendo surrupiar a bolsa ou pretende entrar de graça no estádio, acompanhando a gente". Desconfiado e sem tirar o olho do garoto, entreguei a carga pra ele levar.
O menino disse chamar-se Vagner. Ao chegar ao portão do estádio, reservado para entrada de policiais, cartolas dos times e jornalistas, fiquei preocupado novamente. O rapaz certamente não era um ladrãozinho, mas, eu acreditava, queria entrar no campo no peito, missão complicada já que os fiscais da Federação Paulista de Futebol e dos clubes exigiam a apresentação de credencial específica de jornalista para liberar a passagem. Pra nossa surpresa, ao chegar ao portão o garoto devolveu a bolsa, agradeceu, esboçou um sorriso, que somente um pré-adolescente feliz pode ter e despediu-se. Num misto de indignação e surpresa tirei da carteira uma nota correspondente a dez reais e ofereci ao rapazinho. Sem alterar o sorriso, ele agradeceu, não pegou o dinheiro e foi se afastando. Ainda indignado, perguntei: "garoto, você não quer entrar no estádio e recusa a grana; então, por que ajudou a carregar minha bolsa um tanto pesada"? . Olhando diretamente em meus olhos, respondeu: "moço, gosto de colaborar com as pessoas. Toda vez que tem jogo do Bandeirante aqui, eu ajudo alguém. Outro dia empurrei o carrinho da mulher que vende cachorro quente, dei uma mão para aquele senhor (apontou o homem) que vende pipoca e assim por diante; hoje foi o senhor. Não faço isso por dinheiro, gosto de ajudar, sem nenhum interesse; minha mãe (não fez referência ao pai, nem perguntei) me ensinou assim e fico feliz quando posso ser útil".
Papo fluente, trajando bermuda, camiseta regata e chinelo de dedos, surrados, porém limpos, o menino enfiou-se no meio dos torcedores levando de vez o sorriso de quem se sentiu, mesmo que por alguns minutos, recompensado por ter sido prestativo. Certamente não se deu conta da alegria e recompensa que proporcionou a este jornalista e aos integrantes da equipe de esporte da rádio. A atitude de Vagner foi o assunto logo depois de encerrado o trabalho e preencheu nosso tempo durante a exaustiva viagem de volta a São Paulo e ao ABC. O menino de dentes alvos e olhos brilhantes fez com que este calejado jornalista e sua equipe refletissem e chegassem a conclusão que, apesar de tudo, este mundo ainda tem conserto.
Quero deixar a todos os amigos e amigas deste blog, meus votos de um 2010 repleto de saúde, paz, amor, prosperidade e sucesso. 2009 está terminando, e com ele, tudo o que fizemos ou passamos. Coisas boas ou coisas ruins, que não nos desmotivaram a continuar aqui, lutando e vivendo, na esperança da construção de uma sociedade mais justa e de um futuro melhor para a humanidade. ___________________________________________
*Oswaldo Lavrado é jornalista/radialista radicado no Grande ABC
O menino disse chamar-se Vagner. Ao chegar ao portão do estádio, reservado para entrada de policiais, cartolas dos times e jornalistas, fiquei preocupado novamente. O rapaz certamente não era um ladrãozinho, mas, eu acreditava, queria entrar no campo no peito, missão complicada já que os fiscais da Federação Paulista de Futebol e dos clubes exigiam a apresentação de credencial específica de jornalista para liberar a passagem. Pra nossa surpresa, ao chegar ao portão o garoto devolveu a bolsa, agradeceu, esboçou um sorriso, que somente um pré-adolescente feliz pode ter e despediu-se. Num misto de indignação e surpresa tirei da carteira uma nota correspondente a dez reais e ofereci ao rapazinho. Sem alterar o sorriso, ele agradeceu, não pegou o dinheiro e foi se afastando. Ainda indignado, perguntei: "garoto, você não quer entrar no estádio e recusa a grana; então, por que ajudou a carregar minha bolsa um tanto pesada"? . Olhando diretamente em meus olhos, respondeu: "moço, gosto de colaborar com as pessoas. Toda vez que tem jogo do Bandeirante aqui, eu ajudo alguém. Outro dia empurrei o carrinho da mulher que vende cachorro quente, dei uma mão para aquele senhor (apontou o homem) que vende pipoca e assim por diante; hoje foi o senhor. Não faço isso por dinheiro, gosto de ajudar, sem nenhum interesse; minha mãe (não fez referência ao pai, nem perguntei) me ensinou assim e fico feliz quando posso ser útil".
Papo fluente, trajando bermuda, camiseta regata e chinelo de dedos, surrados, porém limpos, o menino enfiou-se no meio dos torcedores levando de vez o sorriso de quem se sentiu, mesmo que por alguns minutos, recompensado por ter sido prestativo. Certamente não se deu conta da alegria e recompensa que proporcionou a este jornalista e aos integrantes da equipe de esporte da rádio. A atitude de Vagner foi o assunto logo depois de encerrado o trabalho e preencheu nosso tempo durante a exaustiva viagem de volta a São Paulo e ao ABC. O menino de dentes alvos e olhos brilhantes fez com que este calejado jornalista e sua equipe refletissem e chegassem a conclusão que, apesar de tudo, este mundo ainda tem conserto.
Quero deixar a todos os amigos e amigas deste blog, meus votos de um 2010 repleto de saúde, paz, amor, prosperidade e sucesso. 2009 está terminando, e com ele, tudo o que fizemos ou passamos. Coisas boas ou coisas ruins, que não nos desmotivaram a continuar aqui, lutando e vivendo, na esperança da construção de uma sociedade mais justa e de um futuro melhor para a humanidade. ___________________________________________
*Oswaldo Lavrado é jornalista/radialista radicado no Grande ABC
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Olá amigos e amigas deste blog...
ResponderExcluirPara satisfação de todos nós, meu amigo-irmão, mais irmão que amigo, Oswaldo Lavrado, depois de uns dias de férias nas Bahamas, está de volta, sempre com crônicas da vida real, tiradas de sua longa vivência pelos estádios de futebol do nosso Brasil.
Assim que Lavrado me enviou seu texto, a princípio estranhei, afinal, nem eu, muito menos Rolando Marques, fazíamos parte do seu relato. É... Rolando Marques e eu durante muitos e muitos anos fomos os narradores principais dessa equipe imbatível dos "Craques do Rádio". Um ou outro narrava os jogos principais. Foi então que me lembrei do Antonio Alcides, companheiro que ficou alguns meses conosco, se não me engano, na minha ausência, cuidando de outros afazeres.
Bom amigo e também excelente narrador de futebol, tendo trabalhado nas rádios Emissora ABC e Atlântica de Santos. Não sei onde anda o Antonio Alcides, mas espero que esteja bem, ao lado de seus familiares. Por essa razão, essa história eu não conhecia. Uma das poucas que tomei conhecimento agora. Com ela, aprendemos uma lição. Não deve julgar as pessoas precipitadamente. Lavrado fez isso, arrependeu-se e aprendeu. Um belo exemplo desse garoto e mais uma excelente crônica de Oswaldo Lavrado.
Um forte abraço a todos...
Edward de Souza
Lavrado, meu amigo
ResponderExcluirSua crônica de hoje encheu meus olhos de lágrimas de emoção. São ações como essa tão bem narrada por você que nos dão esperança de um futuro melhor para a humanidade. São sementes que frutificarão e se espalharão pelo mundo.
“O Garoto de Biriguí” não é o único a ter um comportamento em que a ajuda ao próximo é muito importante. Não são muitos é verdade, mas cabe a cada um de nós nos despojarmos de preconceitos e criar com nossas ações outros “Garotos de Biriguí”.
Depois do descanso, você voltou com tudo Oswaldo!
Meu domingo será mais alegre hoje.
Um fraterno e apertado abraço
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
Bom dia meu querido.
ResponderExcluirMuito obrigado pela visita, seja bem vindo...
Adorei o seu texto muito significativo...
Seu blog é maravilhoso e de muito bom gosto.
Um beijo grande,eu volto.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBom dia Oswaldo Lavrado, uma alegria enorme ler mais uma crônica sua. Confesso-lhe estava preocupada com você, sem notícias, mas, se estava viajando, conforme disse o Edward, ótimo, vai ter mais histórias para contar. Aliás, que mente, Deus que a conserve. Lembra-de de todos esses casos e nos brinda com os mínimos detalhes. Parece-me que a maioria de vocês são privilegiados pela boa memória. Tem o J. Morgado, o Edward que leio faz mais tempo e conta casos de quando ele engatinhava (rssssssss...), o Milton Saldanha nem se fala, até o Professor João Paulo, recente revelação deste blog, contando memórias dos natais de sua infância. Esse o sucesso do blog, sem dúvida!
ResponderExcluirEssa crônica que você relatou neste domingo sobre esse menino de Biriguí é realmente uma lição para todos nós. E preconceitos são muitos e um tema que vai longe para se abordar. Começa pelo racismo e se alonga. Quantas vezes alguém bate à nossa porta e implora por uns trocadinhos para comprar remédio. O que se imagina de cara? Que ele pedindo dinheiro para tomar cachaça. Fazemos um julgamento muitas vezes precipitado e às vezes errôneo. Caso do "menino de Biriguí". Você, Oswaldo Lavrado, pensou mil e uma do garoto e errou tudo. É assim, mas vamos aprendendo com as lições que tomamos para um dia melhorarmos um pouco. Lindo relato. Bom ter você de volta ao blog. Feliz Ano Novo pra você e família!
Liliana Diniz - Santo André - SP.
Caro Oswaldo Lavrado, meus cumprimentos. Mais uma bela crônica você nos presenteia neste domingo. Acabo de ler ao lado da esposa e dos filhos, todos gostaram muito. Vivendo e aprendendo, prezado Lavrado. Um menino de 12 anos, esse de Biriguí, deu um exemplo maravilhoso e ao mesmo tempo mostrou que é possível acreditar que existem almas boas no mundo. Com certeza esse menino deve ter pais que lhe ensinaram desde cedo a ser prestativo sem buscar maiores interesses.
ResponderExcluirAbraços, bom domingo!
Laércio H. Pinto - São Paulo - SP.
Ôi Oswaldo Lavrado, estou feliz em voltar a ler uma crônica sua aqui no blog do Edward. Esse relato que você fez sobre esse menino de Biriguí me lembrou um fato ocorrido na semana passada, antes do Natal. Com o trânsito caótico em São Paulo, resolvi tomar o metrô, para facilitar. Livrei-me do trânsito, mas não da superlotação no metrô. Ao meu lado, em pé como eu, uma senhora de aproximadamente 70 anos, cabelos grisalhos,com alguns pacotes de compras que mal conseguia segurar. Dois rapazes estavam sentados bem a nossa frente. Tinham uns 15 anos, se muito. Conversavam fingindo que não estavam vendo aquela senhora em dificuldades, só para não ceder o lugar para ela. Eu me ofereci para segurar alguns pacotes, no que essa senhora aceitou prontamente. Estava exausta, percebi, mas os moleques (essa a expressão correta), não estavam nem aí, continuaram conversando e de rostos virados para nós. E assim foi até essa senhora descer, por sorte na mesma estação que eu. Ajudei-a a sair do metrô e tomar um táxi, mas não me esqueci daqueles meninos. Falta de educação que deveria ter vindo do berço. Fosse esse de Biriguí, tenho certeza, teria se levantado e ofertado o lugar para aquela senhora se sentar. Exemplos de boa educação são raros hoje em dia. Esse menino de Biriguí mostrou que nem tudo está perdido.
ResponderExcluirBeijos, Bom Ano Novo e continue escrevendo suas belas passagens que muito nos agradam!
Gabriela - São Paulo - SP.
Mais uma estrela que retorna ao blog. A constelação volta a brilhar intensamente, que bom! E que alegria ler essa sua crônica, Oswaldo Lavrado. Saber que ainda temos exemplo de boa formação e de educação como esse menino de Biriguí. Mas, é preciso muitos "Vagner" para que possamos nos libertar dos preconceitos que carregamos. Nesse mundo de violência, falta de respeito, maldade, muitos pensamentos ruins passam mesmo pela nossa mente. Afinal, vendo exemplos como esse, dado pela Gabriela num metrô, como confiar em garotos que deixam uma senhora de idade em pé, carregada de pacotes, sem lhe ceder o lugar num metrô? Pode até ser que eu esteja errada, mas o Vagner é um garoto em extinção, perdoe-me o pessimismo...
ResponderExcluirBeijos, parabéns pelo texto.
Daniela - Rio de Janeiro
Ôi Lavrado, tudo bem? Sabe, adorei ler sua crônica. Até o título "O Menino de Biriguí" é lindo, parece nome de filme. Que belo exemplo deu o Vagner. Mostrou desinteresse em receber alguma coisa pela ajuda e esbanjou solidariedade, coisa muito rara na atualidade. Não seria se os meninos de hoje recebessem educação de berço dos pais, preocupados apenas em lhes dar mimos e falsos elogios desde que nascem. Uma pena!
ResponderExcluirUm lindo Ano Novo para você e para todos os amigos deste blog.
Ana Paula - Franca - SP.
Bom dia, Oswaldo Lavrado...
ResponderExcluirTemos que mostrar as crianças que Deus ama a todos nós imensamente e que devemos também amar e respeitar a todos. Só o amor pode mudar o mundo. Eu gostaria muito que meus pais fossem livres de qualquer preconceito para eu poder me abrir e falar sobre meus sentimentos. Hoje em dia, até isso é muito dificil. O diálogo acabou faz tempo...
Que muitos outros Vagner venham ao mundo para nos ensinar a não ter preconceitos e aprendermos a amar nossos semelhantes assim com fez Jesus.
Um Bom Ano Novo e obrigada pela crônica maravilhosa que vc escreveu hoje. Um Bom Ano Novo!
Samantha (Metodista) SBC
Grande Oswaldo Lavrado! Que bom ter você aqui de volta, nos alegrando com suas imperdíveis histórias do rádio e da vida. Parabéns pelo relato, cheio de ensinamentos, realmente muito lindo. O que não significa que as pessoas devam sair acreditando que existam "meninos de Buriguí" por toda parte... Cautela não faz mal a ninguém, e as reações do Oswaldo Lavrado foram as normais de qualquer pessoa sensata. Em viagens é sempre bom estar alerta com pessoas que aparecem para nos ajudar. Os golpes são muitos. E é justamente por isso que o Vagner nos surpreende e encanta, neste precioso relato.
ResponderExcluirMilton Saldanha
Estimada Gabriela: o episódio dos garotos no metrô é típico retrato de época. E como odeio auto-engano, sou pessimista, acho que só vai piorar, infelizmente.
ResponderExcluirBesito grande!
Milton Saldanha
Esse texto é ótimo, está de parabéns, Oswaldo Lavrado!
ResponderExcluirO preconceito é um tema que deve ser discutido sempre, nas escolas, em casa e com amigos. Pois vivemos no País e fazemos parte de uma sociedade preconceituosa. Na verdade, todos nós somos preconceituosos. Como disse o Milton Saldanha acima, não tem como acreditar em todas as pessoas que cruzam nossos caminhos, principalmente nesse mundo tão violento. Um exemplo li outro dia num jornal aqui da minha cidade. Um casal de velhinhos, os dois com mais de 80 anos, abriram a porta de sua casa para dar comida a um pedinte. Acreditaram nele, sem nenhum preconceito. Foram espancados, amarrados e perderam todas as economias que tinham em casa. O Vagner é um exemplo raro, gratificante, mas dificil de ser encontrado, infelizmente.
Beijos,
Renata B. Telles - Maringá/PR
Dileto Edward de Souza: você não vai nos privar do prazer da leitura dos seus contos de Natal. Ou vai?
ResponderExcluirAbraço!
Milton Saldanha
Olá Milton Saldanha, querido irmão. A Nivia acabou de fazer a mesma cobrança instante atrás, via e-mail. Fique sossegado, como o nosso Morgado disse que o Natal acaba somente dia 6 de janeiro, ainda vou postá-los. Amanhã, se nada de imprevisível ocorrer, vou postar o primeiro dos contos que escrevi.
ResponderExcluirUm abraço, meu irmão!
Edward de Souza
Prezada Liliana: memória todo mundo tem, mas tem que ser estimulada. Na verdade, não existe o esquecimento. O cérebro seleciona tudo aquilo que nos impressionou de alguma forma, mesmo em coisas banais do cotidiano, e "arquiva". Descobri isso quando escrevi minhas memórias, durante uns 3 anos. Foi impressionante. As imagens e até nomes de pessoas brotavam como num filme de época. Coisas que supostamente eu não lembrava mais brotavam como se tivessem ocorrido no dia anterior. E eram fatos de 50 anos passados, até mais. Isso permite que a gente faça também um balanço da vida que teve e programe seu presente e futuro.
ResponderExcluirBesito grande!
Milton Saldanha
Prezado Oswaldo Lavrado, depois de ler sua crônica, resta-me parabenizá-lo pelo relato e lhe dizer que você foi abençoado por Deus pela oportunidade de conhecer Vagner, o menino de Biriguí, espécie hoje em extinção, digo sem receio de cometer erros.
ResponderExcluirUm forte abraço e um Feliz Ano Novo a você e família.
Miguel Falamansa - Botucatu - SP.
Certa vez eu estava em uma estação de esqui nos EUA, para ser mais exato, na bela e pequenina cidade de Aspen, que fica no estado americano de colorado.
ResponderExcluirDepois de uma nevasca, eu tinha que colocar correntes nas rodas do meu carro para prosseguir viagem.
Como eu não tenho prática pedi ajuda para um americano.
Ele com boa vontade me ajudou. Peguei a minha carteira, e lhe ofereci alguns dólares pelo serviço prestado.
Foi quando ele me disse:
— Não meu rapaz, pague uma boa ação com outra boa ação.
Quando alguém precisar de você, faça o mesmo, pensando em mim.
Essa é a melhor forma de pagar uma boa ação.
Minha cara caiu no chão, mas aprendi mais uma lição nessa minha pobre jornada terrena.
Valentim Miron Franca SP.
Olá Oswaldo Lavrado, um belo relato de mais uma de suas viagens, desta vez sem o Edward. Talvez até por isso, mais tranquila, sem sobressaltos, estou errada? Os dois juntos já está provado por crônicas anteriores, sempre acaba em samba, suor e cerveja (rsssssssss...).
ResponderExcluirE você tem mesmo razão, a gente fica super feliz quando encontra uma pessoa assim, como o Vagner. Mas, sabe Lavrado, nós seres humanos, até pelas circunstâncias da vida, vamos ser sempre desconfiados e por consequência, carregar o preconceito conosco. Sempre aquela dúvida, posso ou não confiar? Essa pessoa age com honestidade ou vai me roubar? E mil outras dúvidas que vão sempre martelar nosso cérebro diante de um desconhecido. Fica como recompensa a gente saber que no mundo ainda existe um Vagner, o menino de Biriguí.
Beijos e um maravilhoso 2010 para você e família!
Andressa (Cásper Líbero) - SP.
Não importa os instrumentos usados: formão, goiva ou cinzel, mas, importa o artífice e a madeira escolhida, para meu entendimento, o nobre jacaranda que responde ao golpe do machado com o som do piano de Vila Lobos.
ResponderExcluirLavrado, retrato da arte nos cochos das fazendas quando eram negros meus cabelos.
Nada tenho a ver com o futebol em meus 60 anos de radio a não ser, no entanto, alguma figuras ilustres da área que conviveram comigo de maneira bastante estreita: meu mestre Oduvaldo Cozzi, Waldir Amaral, (sua cria) e um astro do Rio nascido em Marilia, Sergio Paiva. É possivevel que minhas referencias não diga nada a ninguem.
Quero dizer que bem lavrado foi o "Menino de Biriguí".Garcia Netto
Amigos do blog de ouro bôa tarde.
ResponderExcluirOswaldo Lavrado, meu amigo, fiquei contente com seu retorno ao "nósso"
blog, e mais ainda ao lêr o seu relato a respeito de "Wagner, o menino de Birigui", que graças a Deus não tem comparação nenhuma com "LULA o menino do Brasil", este sim, que deveria espelhar-se em Wagner para deixar este País e seu pôvo felizes como vc ficou com a ajuda que recebeu sem pedido nenhum em troca.
Abraços Oswaldo Lavrado e demais artiulistas e comentaristas do BLOG DE OURO.
(Agóra chove na minha praia, para aliviar o calôr)
Admir Morgado
Praia Grande SP
Olá amigos deste já consagrado blog, do qual honrosamente faço parte. Antes tarde do que jamais. Obrigado pelas manifestações sobre nosso retorno, que distante do que sugere nosso comandante Edward de Souza, a ausência não foi motivada exatamente por um estada nas Bahamas, ao contrário (essa o Edward fica me devendo).
ResponderExcluirO artigo "Menino de Birigui"
reflete um fato verídico, entre outros tantos aqui relatados e que ocorreu com a equipe de esportes "Os Craques do Rádio", da Rádio Diário do Grande ABC, da qual fiz parte por 25 anos e que, honrosamente, comandei por mais de uma década.
Há outra história de um adolescente de 14/15 anos ocorrida em Piracicaba (nessa o Edward estava junto), que será relatada oportunamente.
Ao amigo e companheiro Garcia Netto, obrigado pelo oportuno trocadilho.
Voltaremos a este espaço para, se for o caso, enumerar os amigos que postaram suas observações sobre o artigo.
abraços
Oswaldo Lavrado - SBCampo
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ResponderExcluirOi, amigos, estamos de volta apenas para a algumas considerações e agradecimentos:
ResponderExcluirEdward, mestre Morgado, Admir Morgado, Sereia,Cristina Fonseca, Laércio e Renata (Maringá/PR), gratos pelos comentários. Como faz quase 20 anos o ocorrido em nosso relato, o Vágner deve estar com seus trintinha e, certamente, espalhou sua visão das coisas, contribuindo para melhorar um pouco este mundo insano.
Saldanha, velho de guerra, a gente que vive em grandes cidades, caso da Capital e do Grande ABC, quando ouve um estampido de traque, já acha que é uma granada, Daí a precaução, principalmente nos tempos atuais, sem nenhum exagero.
Prezada Liliana: acredito, agora formada em medicina por nossa querida FUABC. Garota, minha saga, que você conhece, ainda continua, porém prestes a chegar ao final, seja ele qual for. Valeu menina.
Gabriela/SP e Daniela/RJ: no caso do artigo e de suas observações, o exemplo vem de casa, não do Metrô.
Ana Paula/Franca: Se puder veja em vídeo ou, no cinema o filme "O Menino do Pijama Listrado", um lição de inocência e pureza.
Samantha/SBC, obrigado pelas referências, mas você sabe que junto com outros meninas aqui do blog, está na mira de meu indefectível binóculo que foca, no período de aulas, as garotas da Metô, aqui em frente de casa.
Valentim Miron/Franca: você encontrou nos EUA um Menino de Birigui, que pode ser de Seatle ou San Francisco. Eles existem, basta procurá-los. Obrigado.
"Véio" amigo Falamansa/Botucatu, pra você também um feliz 2010. Se Deus quiser estamos juntos aqui neste espaço democrático.
Andressa: no seu vai e vem na Casper Líbero (Av. Paulista), coração de SP, sabe como funciona a malandragem na megacidade e, certamente, criou mecanismos para enfrentá-los no cotidiano.
Caro Garcia Netto, valeu suas observações. No transcorrer de quase 30 anos de jornalismo esportivo visitamos praticamente todas as cidades e capitais brasileiras. Sua referência aos cronistas cariocas nos remeteu a nomes como José Carlos Araujo, Luiz Mendes, Luiz Noronha, Januário de Oliveira e o inequecível Vitorino Vieira entre outros, com os quais tivemos o prazer de conviver em poltronas de avião, hotéis e estádios deste mundão de Deus. Se minha memória não estiver pipocando, o senhor trabalhou em rádios de Piracicaba ou região. Perdoe se tiver enganado, afinal já virei os 60 faz algum tempo.
gratos e abraços a todos
Oswaldo Lavrado - SBCampo
Olá Lavrado, fico no aguardo das respostas do meu velho e bom amigo Garcia Netto, de quem sou fã de carteirinha desde menino. Para você ter uma idéia, esses mais de 60 anos que você virou faz algum tempo, o Garcia tem de rádio. Penso que mais que isso. Garcia comandou o sistema de rádio das emissoras coligadas, começou em Franca, se não me engano na Rádio Clube Hertz, uma das mais antigas do Brasil, e trabalhou em grandes emissoras do Rio e São Paulo.
ResponderExcluirOutra coisa que você não sabe e Garcia Neto pode explicar melhor. A antiga Rádio Independência esteve sob o comando de Garcia Netto, antes de ser vendida para o Nelson .... (esqueci seu sobrenome, mas você sabe. O Nelson vendeu para o Grupo Diário e o resto já sabemos o que virou. Emissora de crentes. Mais ainda. O Garcia Netto era muito, mas muito amigo mesmo do Tito Lima, de São Bernardo, lembra-se? Garcia Netto é um dos ícones do Rádio Brasileiro, caro Lavrado. Agora, sossegado, descansa em Franca... Só não sei se ainda conserva sua bela fazenda que tinha nos arredores de Franca, nas Minas Gerais!
Professor João Paulo de Oliveira, pagar um cruzeiro para o Lavrado eu faria com prazer, mas isso não o agradaria. Já fez cruzeiros demais durante toda a sua vida, como eu... Dar uma rede pra ele balançar ao sabor do vento seria um presente melhor, creia!
Abraços,
Edward de Souza
Boa noite crianças.
ResponderExcluirOswaldo Lavrado,quanta ternura e sensibilidade ao contar essa linda crônica.
Realmente,quem de nós nunca fez um pré conceito de alguma pessoa,e que depois nos deparamos com um ser humano bem diferente daquele da nossa imaginação,claro ficamos chateados e ás vezes até angustiados,e com aquela vontade de correr e abraçar a pessoa antes mal vista.
Mas o que você escreveu com brilhantismo e maestria de sempre nos faz refletir e AINDA acreditar que existem pessoas confiáveis e de bom coração,é por essas e outras que as esperanças se renovam e então podemos sonhar com um mundo melhor.
DESEJO A TODOS UM 2010 COM MUITA SAÚDE,PAZ,LUZ,HUMILDADE,SERENIDADE E GRANDES CONQUISTAS,mas tudo com um coração de criança,PURO.
Beijossssssssssssssssss.
ANA CÉLIA DE FREITAS.
Olá Oswaldo Lavrado, que bom ler mais uma crônica sua neste blog. E foi preciso você viajar o mundo até encontrar um Vagner em Biriguí. Meninos assim estão em extinção. Um belo relato esse seu, gostei.
ResponderExcluirBjos - Um Excelente 2010 com muitas histórias para nos contar, O.K.? É bom que você escreva bastante, assim esquece um pouco seu binóculos.
Fabiana (Metodista) São Bernardo
Muito obrigado meu querido pelo carinho...
ResponderExcluirVc me seguir foi um privilégio...
Um beijo grande e até mais.
Um lindo domingo para ti também.
Olá, amigos e amigas!
ResponderExcluirCaríssimo colega Oswaldo Lavrado, que bom reencontrá-lo, sempre em grande forma para nos contar sua bela vivência pelos estádios deste Brasil!
Relamente, o caso do Vagner surpreende porque não é mais comum esse tipo de procedimento nos jovens, que esqueceram ou nunca aprenderam, seja com os pais ou com a vida, a serem solícitos e gentis com as pessoas, simplesmente pelo prazer de ajudar. Por isso, o caso que você contou é lapidar e raro.
E por ser raro, estranhamos quando alguém desconhecido se aproxima. A primeira reação é de cautela, pois o usual é que pensemos que a pessoa quer alguma vantagem - seja o pagamento pelo auxílio ou mesmo, o assalto, o furto. Daí a necessidade de que fiquemos sempre alertas, porque é difícil, em fração de segundos, perceber as verdadeiras intenções da pessoa. Pelos exemplos abundantes que temos, todos os dias, em nome da sobrevivência, a cautela é necessária...
De outra parte, quando acontece uma boa ação, desinteressada, ficamos felizes em reconhecer que, como você disse, "este mundo ainda tem conserto"!
Tudo de bom, querido amigo, e que possamos nos encontrar muitas vezes em 2010, através de suas belas histórias do rádio, que tanto sucesso fazem neste blog!
Um grande abraço!
Em tempo:obrigado Nivea, Sereia,Fabiana e Ana Célia pelas considerações. As mensagens e comentários similares é que acrescentam substânciais pitadas de animo e esperança para todos.
ResponderExcluirCaro Edward é isso mesmo. O nome do cidadão que trouxe a
Rádio Indepêndencia de Capivari para São Bernardo é Nelson Guidette. O restante a gente esclareceu por outra linha. Abraços ao Garcia Netto.
abraços
Oswaldo Lavrado - SBCampo
LAVRADO E EDWARD.
ResponderExcluirMeus amigos.Poderia ocupar espaço demais aqui, no entanto,preciso ter juizo e educação para não cansar os outros companheiros que enriquecem nosso veículo de tão alto valor na internet:o blog do Edward ou nosso?
Garcia Netto e Garcias Neto
Garcia Neto: Ex governador de Mato Grosso, ex senador da republica e meu parente.
Garcia Neto da velha Radio Record, casado com Dolores, minha radio atriz na Radio São Paulo quando fui seu diretor e, eliminei das trina novela no nár vinte e seis.
Garcia Neto da área de esportes, região de Piracicaba que chegou a ir para a equipe da Radio Globo de São Paulo com Osmar Santo, este nossa cria em Marília. O Garcia Netto de Piracicaba, faleceu em acidente de carro nas proximidades de Jundiai, fato que cortou-lhe um brilhante futuro provocando um cem numero de telefonemas a minha família. (susto geral).
Existem outros.
Minha diferença com os referendados, está em que não tive a expressão deles, no entanto, tenho o que eles não tiveram: 2 t no Netto.
Edward, foi na Radio Chube Hertz SA de Franca que falei pela primeira vez em michofone (redondo preto e a carvão) substituido depois por um BX44. O ano? 1944.
Sou um pouco recente. Fui amigo do Vicente Celestino, do Herivelto e Dalva de Oliveira, protegido do Cezar de Alencar no Rio. Lá rodei em programa musical da madrugada, pela primeira ves um disco gravado em acetato pelo Anisio Silva.
Lucutor da Radio Cultura de São Paulo na Av São João, propriedade de Olavo Fontoura, apresentei os shous internacionais da Boite Arpege, mais importante do Brasil, (Av São Luiz e Basílio da Gama). Em São Paulo duas outras casas noturnas de luxo faziam parte do cardápio dos ricos: Boite Lorde e Oásis.
Fiz serenatas com Nelson Gonçalves, Noite Ilustrada e Lucio Cardim. Em nome do respeito aos leitores reservo um papo pessoal para qualquer hora. Afinal tenho muito tempo,contando 18 anos, pois os que já contei, já se foram, não tenho mais. Hoje vivo de contar minha expectava. Um abraço de ternura e amizade a todos. Garcia Netto
Que lindo seu currículo, Senhor Garcia Netto. Agora não interessa só ao Lavrado e ao Edward, passou a ser interesse nosso. Porque o senhor não escreve essa sua história sobre suas passagens em rádio, suas serestas com os grandes cantores, a época de novela em rádio, deve ser emocionante e tenho certeza iria agradar em cheio aqui no blog. Vamos aguardar, tá?
ResponderExcluirBeijos,
Gabriela - São Paulo - SP.
Boa noite senhores...
ResponderExcluirFaço um curso na área de Violência Doméstica contra criança e adolescente (VDCA), e estamos fazendo uma corrente do bem em prol destes menores vítimas de violência doméstica. Nosso objetivo é orientar, divulgar, a fim de prevenir e reduzir o numero de casos de violência contra as crianças e adolescentes. Vamos nos mobilizar para que consigamos criar uma nova realidade para estes pequenos, a salvo de agressões, para que elas possam crescer em ambiente seguro e adequado…
Denise Miranda Feitosa – Curitiba/PR