São Paulo terça-feira da semana passada esteve literalmente parado. Caos total. E não parava de chover. Na noite anterior, quando percebi que a chuva não parava, já sabia que não teríamos terça-feira, ou seja, dia útil. O dia tornou-se inútil, e pior, com gravíssimos prejuízos para a cidade, que depois vai pagar essa conta, com frutas e legumes mais caros, pois o Ceasa voltou a se transformar num lago só, com melancias e legumes boiando, uma tristeza. O pior é que favelados das imediações vão acabar se contaminando ao ingerir esses alimentos, como sempre acontece.
“O rio invadiu as marginais”, dizem equivocadamente nossos coleguinhas da TV. Errado: foi a cidade que muito antes invadiu o rio. Essas marginais jamais poderiam existir no lugar onde estão. É um retrato da incompetência das nossas autoridades, de qualquer época, com a conivência, ou ignorância, dos engenheiros.
Até uma criança é capaz de entender o problema: todo rio precisa de um espaço, que pode ter diferentes nomes, mas é tudo a mesma coisa: “área de enchente”, “várzea”, “cota de inundação”, etc.
Todos os anos, de novembro a março, ocorre no Sul-Sudeste a estação das chuvas. É óbvio que os rios vão transbordar. É assim na selva e em qualquer outro lugar do mundo. Todo rio transborda, é um fenômeno normal da natureza. Quando as águas depois baixam, naquelas várzeas geralmente brota uma vegetação exuberante e ali também proliferam bichinhos da terra, que fazem parte da sua riqueza, constituem seu organismo vital e maravilhoso.
Então, quando o homem na sua burrice e ganância invade esse espaço que é do rio, pavimentando tudo, acabando com a drenagem natural, matando essa riqueza do solo, vai ter como resposta da natureza o que seguidamente vemos em São Paulo. Sem ter para onde ir, o rio vai buscar seu espaço a qualquer preço: invade as ruas, casas, empresas. O Ceasa, por exemplo, jamais poderia estar ali. E não me venham dizer, por favor, que num país do tamanho do Brasil espaço é problema.
Não bastasse essa ocupação irregular das várzeas, por culpa sim das autoridades, que não só permitiram como também promoveram a ocupação, com dinheiro do contribuinte, há também o secular problema da falta de educação do povo, que joga todo tipo de lixo nas ruas e nos rios. Do simples papel de bala e todo tipo de detrito não degradável, a sofás e carcaças de carros velhos, tudo é jogado nos nossos rios. Depois não querem enchentes.
Outro problema é a encosta dos morros. É uma insanidade total construir casas nas encostas do morros. Mesmo com a vegetação, o morro sofre mutações permanentes, aquilo não é algo tão sólido como parece. Tanto que na Serra do Mar, onde há túneis e pontes, é necessário um monitoramente de engenharia e geologia permanente, para acompanhar as mutações. Ora, queridos leitores do Blog do Edward de Souza, a ocupação ilegal das encostas, aumentando a instabilidade do morro e causando seu desmatamento, vai agravar e potencializar um fenômeno que também é parte da dinâmica da natureza. É evidente que as chuvas vão tornar aquele terreno mais instável do que naturalmente já é. E isso ocasiona os deslizamentos, soterrando casas e pessoas, uma tragédia lamentável e que poderia ser evitada, como no caso das enchentes, com uma única e sensata decisão: respeitar sempre a natureza!
“O rio invadiu as marginais”, dizem equivocadamente nossos coleguinhas da TV. Errado: foi a cidade que muito antes invadiu o rio. Essas marginais jamais poderiam existir no lugar onde estão. É um retrato da incompetência das nossas autoridades, de qualquer época, com a conivência, ou ignorância, dos engenheiros.
Até uma criança é capaz de entender o problema: todo rio precisa de um espaço, que pode ter diferentes nomes, mas é tudo a mesma coisa: “área de enchente”, “várzea”, “cota de inundação”, etc.
Todos os anos, de novembro a março, ocorre no Sul-Sudeste a estação das chuvas. É óbvio que os rios vão transbordar. É assim na selva e em qualquer outro lugar do mundo. Todo rio transborda, é um fenômeno normal da natureza. Quando as águas depois baixam, naquelas várzeas geralmente brota uma vegetação exuberante e ali também proliferam bichinhos da terra, que fazem parte da sua riqueza, constituem seu organismo vital e maravilhoso.
Então, quando o homem na sua burrice e ganância invade esse espaço que é do rio, pavimentando tudo, acabando com a drenagem natural, matando essa riqueza do solo, vai ter como resposta da natureza o que seguidamente vemos em São Paulo. Sem ter para onde ir, o rio vai buscar seu espaço a qualquer preço: invade as ruas, casas, empresas. O Ceasa, por exemplo, jamais poderia estar ali. E não me venham dizer, por favor, que num país do tamanho do Brasil espaço é problema.
Não bastasse essa ocupação irregular das várzeas, por culpa sim das autoridades, que não só permitiram como também promoveram a ocupação, com dinheiro do contribuinte, há também o secular problema da falta de educação do povo, que joga todo tipo de lixo nas ruas e nos rios. Do simples papel de bala e todo tipo de detrito não degradável, a sofás e carcaças de carros velhos, tudo é jogado nos nossos rios. Depois não querem enchentes.
Outro problema é a encosta dos morros. É uma insanidade total construir casas nas encostas do morros. Mesmo com a vegetação, o morro sofre mutações permanentes, aquilo não é algo tão sólido como parece. Tanto que na Serra do Mar, onde há túneis e pontes, é necessário um monitoramente de engenharia e geologia permanente, para acompanhar as mutações. Ora, queridos leitores do Blog do Edward de Souza, a ocupação ilegal das encostas, aumentando a instabilidade do morro e causando seu desmatamento, vai agravar e potencializar um fenômeno que também é parte da dinâmica da natureza. É evidente que as chuvas vão tornar aquele terreno mais instável do que naturalmente já é. E isso ocasiona os deslizamentos, soterrando casas e pessoas, uma tragédia lamentável e que poderia ser evitada, como no caso das enchentes, com uma única e sensata decisão: respeitar sempre a natureza!
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EM TEMPO: Oito dias depois da enchente que atingiu a cidade de São Paulo, os moradores da região do Jardim Pantanal, na zona leste, continuam ilhados. Mau cheiro, ratos, água suja e esgoto tiram o sono dos quase 10 mil moradores afetados pela cheia. De forma improvisada, cada um tenta uma solução "caseira" para amenizar a situação. O local fica na várzea do rio Tietê e a previsão é de que a situação só se normalize no fim desta semana. A chuva que causou o alagamento na zona leste foi o equivalente a cerca de um terço de toda a precipitação esperada para o mês de dezembro, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE). Decorridos apenas oito dias do início do mês, a cidade já registra um acumulado médio de 143,1mm, que reflete em 71,2% da média para o mês. Segundo a subprefeitura, até agora 9.907 pessoas foram atendidas e 157 foram encaminhadas para abrigos da prefeitura. A prefeitura já distribuiu cestas básicas, colchões e cobertores nas áreas afetadas.
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*Milton Saldanha, 64 anos, é jornalista e dono de notável memória, que adora manter sempre viva.
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Esse país é uma bosta!
ResponderExcluirBoa tarde, Milton.
ResponderExcluirClaro que as chuvas são terrível sintoma do caos ambiental. Mas, pergunto: qual a contribuição dessa absurda obra do Governo Serra na Marginal do Tietê? Todos os especialistas sérios consultados disseram que a ampliação da superfície impermeável no entorno do rio causaria inevitáveis inundações, que há muito não ocorriam. Some-se a isso a incompetência da Prefeitura de SP em administrar a cidade, sobretudo em situações como essa.
Abçs,
José Batista - São Paulo - SP.
Bom dia amigos (as) deste blog...
ResponderExcluirO cidadão acima, Ricardo, primeiro a postar, entrou chutando o balde, mas tudo bem, época de festas, vamos tolerando. Até certo ponto, claro. O nível deste blog precisa ser mantido, e isso não vamos abrir mão. Essa matéria do amigo-irmão Milton Saldanha está comigo desde o dia da tragédia que se abateu sobre São Paulo, mas por força da chegada das 100 mil visitas, já bem além, acabamos por segurá-la, só a postando hoje, mas sem perder a validade, visto que o caos em São Paulo continua.
A Nivia também nos enviou uma sequência de sua matéria de ontem, mas o dia foi atribulado por essas bandas e optamos por usá-la posteriormente, porque também, a exemplo desta do amigo-irmão Milton Saldanha, não perde sua validade.
A tirada inteligente do Milton Saldanha no texto de hoje é sensacional: todos escrevem em jornais e revistas, noticiam em emissoras de rádios e TVs que as àguas invadiram São Paulo, mas Milton tem outra opinião, São Paulo tomou conta dos rios. E, com razão. Afinal, os rios sempre estiveram ali e também nunca deixou de chover em São Paulo. A Capital dos paulistas, ao contrário, cresce, estica, tranforma-se num gigante e invade os rios, daí toda essa tragédia.
Se o problema terminasse aí já seria um problemão. Mas tem mais: a “ajuda” da população no sentido de jogar todo o tipo de lixo pelas janelas de carros e ônibus ou de jogar lixo em terrenos baldios, deixá-los fora de casa em dias que o bairro não recebe o serviço de coleta, ou ainda, pela cultura de se livrar do lixo jogando-o em sarjetas faz com que a capacidade desses dispositivos sejam estranguladas.
E muitos acham natural jogar sofás, pneus, restos de materiais de construção, garrafas pet, móveis, eletroeletrônicos e frascos de iogurtes em terrenos baldios, rios, córregos e até praças públicas. O resultado é conhecido: enchentes, alagamentos, deslizamentos de terras, flagelo, mortes, falta de abrigo e de alojamento. Um caos.
Um forte abraço a todos...
Edward de Souza
Tem mais, acabei me esquecendo. Sem contar com a foto maior que ilustra o blog, esta dos garotos a cavalo em São Paulo, observem bem a segunda foto pequena, de cima para baixo. Cliquem sobre a foto que ela vai abrir, enorme. Vão observar que é um caixão, transportando, claro, um defunto. Exatamente, um sepultamento feito com o auxílio de um barco, transitando pelas ruas alagadas de São paulo. parece inacreditável, mas aconteceu.
ResponderExcluirAbraços a todos...
Edward de Souza
Prezados Milton Saldanha e Edward, todos os anos uma tragédia em São Paulo, Rio, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e sempre os mesmos comentários. Uns culpam Governadores, Prefeitos, outros jogam a responsabilidade no povo, alguns nas intempéries do tempo, enfim, nunca se chega a um denominador comum. E as tragédias vão acontecendo. Pior, ceifando vidas perto de um época que deveria ser de união e muito amor, que é o Natal.
ResponderExcluirEu tenho um outro pensamento. Creio que nossos governantes deveriam investir mais na conscientização da população, principalmente na população jovem do país, que precisa ter acesso a tais mecanismos, para saber refletir melhor sobre as consequências dos desmatamentos ilegais; dos lançamentos indevidos de esgotos no leito de um curso d´água; da utilização das águas de um rio de múltiplos usos, que apresente sinais de debilidade hídrica; da geração de energia cuja matriz energética é calcada, prioritariamente, em hidrelétricas; dos efeitos da radiação nos organismos vivos e de tantas outras questões que costumam ocorrer no nosso cotidiano. Num futuro próximo, conscientizados de todos os problemas, certamente iriam ajudar, e muito, nessa luta desigual contra as enchentes e evitaríamos tragédias de consequência dramáticas como a ocorrida semana passada em São Paulo.
Beijos a todos vocês,
Liliana Diniz - Santo André - SP.
Olá, amigos e amigas!
ResponderExcluirÉ lamentável o que faz a irresponsabilidade criminosa, tanto a do poder público como a dos cidadãos. O gerenciamento do solo urbano é uma atividade extremamente complexa que necessita de técnicos competentes e íntegros, capazes de suportar todo tipo de pressão das grandes e devoradoras corporações, a quem não interessa se suas edificações vão causar prejuízo ao solo ou a outrem. De outra parte, os cidadãos(?) fazem os próprios públicos, bens de uso coletivo - ruas, praças, parques, córregos, rios, de lixeira, interrompendo o curso natural das águas, que permeabilizam ainda mais o frágil solo urbano, já tão desgastado e poroso. Aí vem a enchente e a sucessão de tragédias que se repetem a cada chuva.
O panorama da desolação é o mesmo,seja em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul...
O Milton foi felicíssimo na criação do título da matéria - A cidade de São Paulo invadiu os rios - a megalópole, com seus tentáculos destruidores, avançou e tomou conta dos rios. Visão do caos! Como é possível viver sabendo que a próxima chuva pode acabar com tudo o que sobrou da anterior? Se é que sobrou...
O que mais me deixa indignado foi o JN falar das inundações de São Paulo e comparar com as de Belo Horizonte. Bom, meus caros... sou belo-horizontino e aqui a dias estava fazendo sol (daqueles de rachar), teve uma chuva forte na segunda à noite e mais um pouco ontem e voltou a fazer sol (de novo de rachar) e detalhe: Como BH é cercada de montanhas, o máximo que nós temos são "pontos de alagamento" nas áreas baixas da cidade, não é nada comparada a SP por exemplo que inunda a cidade quase toda.
ResponderExcluirAonde eu moro (na região da Pampulha), não teve nada disto não, apesar que moro a 1,5km da lagoa, mas soube que nem lá houve inundação. Teve pontos de alagamentos, que eu saiba, foi na região do Ribeirão Arrudas, próximo do centro da cidade, na Avenida dos Andradas, Av. Teresa Cristina, Av. Nossa Senhora de Fátima e talvez na Via Expressa. Agora em cerca de 95% da cidade não problemas com as chuvas.
E o que faz esse tal do JN, mostra uma imagem de um local que choveu um pouco mais e querem "comparar" com São Paulo. Como se dissessem o seguinte: olha, a culpa não é do (des)governo de São Paulo e dos 14 anos de PSBD, a culpa é da chuva.
Gustavo Eduardo Paim - Belo Horizonte/MG
Prezaado Jornalista Milton Saldanha!
ResponderExcluirDestruímos o rio Tietê e agora culpamos a natureza. Parece até brincadeira, porém muitos acreditam que as cheias que assolam São Paulo são culpa da natureza. O desprezo pelo rio Tietê é a principal fonte dessa culpa. Dragar, retificar o seu curso, desmatar e asfaltar as suas margens com “impermeabilização” para automóveis trafegarem em alta velocidade são apenas alguns dos erros que a população aceitou que fossem cometidos contra o rio Tietê.
É desagradável admitir, mas votamos em políticos que fizeram essas escolhas, ou pior, simplesmente aceitamos que centenas de obras e muitas indústrias transformassem o Tietê em esgoto puro. E o pior, um processo cujo início não está muito distante de nossas memórias.
Em vez de preservamos o rio Tietê como uma espécie de paraíso encravado na cidade de São Paulo, a escolha foi deixar que indústrias usassem as suas águas sem comprometimento ambiental, retificar as suas curvas e destruir a sua paisagem com asfalto. Será que valeu a pena? Quais foram os reais benefícios que os paulistanos ganharam ao destruir o rio? A resposta parece estar nos estragos que as chuvas causam à São Paulo.
O rio parece debochar da população. Mesmo mal-cheiroso e destituído de suas curvas, lagoas e beleza, o Tietê mostra que a sua vontade é maior do que o nosso asfalto. E ninguém vai conseguir controlar as suas cheias. A solução sugerida por muitos urbanistas é drástica: destruir as marginais, criar parques em volta do rio e deixá-lo à vontade para seguir com seus ciclos de cheia.
Mas não é essa a ideia do governo. A opção de prefeitos e governadores é seguir com velhos erros. Parece piada, mas além culparmos a natureza, vamos novamente retificar o rio Tietê. A idéia agora é criar uma superimpermeabilização para uma “terceira” Marginal em volta do rio. E eu pergunto: quando será que vamos parar de errar com o rio Tietê e repensar a sua urbanização?
Obrigada
Juliana Arini - São Paulo - SP.
Meu caro Milton Saldanha, quando aconteceu uma enchente violenta em São Paulo, isso no começo dos anos 90, eu arrumei minhas tralhas, botei no carro e me mudei para aqui para Botucatu. Chove forte nessa época na cidade, mas enchentes eu só assisto agora pela TV. Morar em cidade pequena, com infra estrutura não tem coisa melhor. Sinto o drama da população de São Paulo todos os anos, fico penalizado com tantas mortes e destruição e rezo para que Deus ilumine nossos políticos e lhes mostre um caminho a seguir para acabar com tanto sofrimento de nossa gente, de meus conterrâneos, porque sou nascido e criado em São Paulo, no Bairro do Bexiga.
ResponderExcluirAbraços,
Miguel Falamansa - Botucatu - SP.
Pois é, meu caro Miguel, você é que é feliz! E você pensa que essa idéia já não me passou pela cabeça? Muitas e muitas vezes. Meu sonho é me mudar para uma cidade pequena do interior por dois motivos. Primeiro a violência. Já sofri dois assaltos em São Paulo e num deles quase perco a vida, caso o marginal que me assaltou tivesse acertado o tiro que desferiu contra mim e acabou acertando o vidro do carro. A outra, as enchentes que nos impedem, muitas vezes, até de sair de casa. O pior é quando estamos nas ruas, no trânsito e desaba aquela aguaceira. Um verdadeiro Deus nos acuda! Um luta para sobreviver e chegar em casa! Enquanto não consigo, vou tocando, não tem outro recurso.
ResponderExcluirParabéns pelo artigo, Milton, e concordo com você. São Paulo se agigantou, como também postou o Edward e invadiu os rios sem pedir licença. Daí tanta tragédia. Estamos forçando a natureza e ela se rebela.
Abraços,
Laércio H. Pinto - São Paulo - SP.
Olá Saldanha
ResponderExcluirUma frase feliz. “A cidade de São Paulo invadiu os rios”! Invadiu as encostas, as reservas florestais, etc.
Lembro-me de uma história que corria e corre entre os paulistanos. O migrante chega a São Paulo para se livrar de outro flagelo que são as secas e a falta de recursos existentes em outros locais. Em um primeiro momento, ao descobrir que as facilidades de emprego e moradia não é o que esperava resolve morar no centro de São Paulo. Com o tempo compra um automóvel e depois para não dizer para os parentes de seu fracasso ou desilusão, escreve para eles dizendo que vai tudo bem e que reside no centro da Paulicéia e comprou um carro. Na verdade a moradia está em uma daquelas favelas na beira do Tietê e outros rios e o automóvel, um Volks ano 195... E vai por ai adiante.
Os governos, populistas como sempre, fecham os olhos pensando apenas nos votos e em sua permanência no poder. Vão empurrando com a barriga os seus erros e os outros cometidos no passado.
Vivi em São Paulo cerca de cinqüenta anos, o problema já era terrível na Avenida do Estado e adjacências. O Rio Tamanduateí, afluente do Tietê era o vilão.
A ganância imobiliária, como sempre foi e continua sendo responsável por tudo isso. E na linha de frente a corrupção implacável, uma porta aberta para as tragédias que ocorrem nesta época do ano.
Quem tiver a curiosidade de ver fotos de São Paulo no final do século XIX, vai ver uma várzea sem habitações (ou poucas) e sem problemas com enchentes como menciona o Milton Saldanha em sua matéria.
É isso ai Milton. Valeu!
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
O Edward em seu comentário chamou nossa atenção para a segunda foto pequena, de cima para baixo e eu fui ver de perto, dando um clique sobre ela. Se não fosse trágico, certamente seria motivo para boas risadas. Um enterro de barco pelas ruas de uma das maiores cidades do mundo. A que ponto chegamos, gente! Onde essa família conseguiu o barco nem tenho idéia, mas deve ter passado por maus momentos, sendo obrigada a sepultar um familiar com as ruas de São Paulo inundadas.
ResponderExcluirNem isso com certeza sensibiliza nossos governantes que continuam a judiciar da natureza com obras e mais obras faraônicas. O povo ajudando, atirando colchões velhos, fogões, geladeiras e outras bugigangas no rio. E esses panfleteiros, Milton e Edward? Minha casa e a garagem de casa não há quem aguente. A pobre empregada sofre tirando papéis e mais papéis que jogam por toda a parte da casa. Basta encontrarem uma abertura e lá vai papel. Em minha casa são atirados no lixo, mas grande parte é levado pelas águas da chuva e entope bueiros, sem que ninguém tome providências. Muita coisa errada e dificil de ser controlada numa cidade como São Paulo, uma peninha!
Bjos,
Gabriela - Cásper Líbero - SP.
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ResponderExcluirEdward,Milton Saldanha e demais amigos do blog de ouro, bôa tarde.
ResponderExcluirLendo o artigo de hoje,do amigo Jornalista Milton Saldanha concordo plenamente com seu conteúdo.
Sabiamente Milton discorreu sôbre esse assunto e que de fato os culpados sâo os governantes e o pôvo sem o minímo de educação e respeito pela coisa pública.
Foi a cidade que invadiu os rios mesmo !
Trabalhei vários anos nos bairros de Pari e Canindé, e mesmo com sól a inundação chegava náqueles locais, pois com a cheia do Rio Tiete, a agua saía pelos bueiros e deixava os bairros inundados as vêzes até por 4 ou 5 dias.Demorou para que resolvessem o problema.
Quanto aos bairros que hora se encontram inundados, além do poder público, a maioria de moradores é a culpada,pois começaram a invadir aquele local (varzea do Tiete) desde 1987, e até hoje, controem suas "casas" em cima das águas.
Se reparar-mos bem, veremos várias residências com antena parabólica e carro na garagem, então NÃO justifica que essas pessôas morem náquele local, pois o fazem para não pagar água lúz e impostos,sujeitando-se concientemente ao que está ocorrendo. Aqueles bairros estão no entorno de uma estação de TRATAMENTO de esgôto, que já estava sendo construido quando da invasão e agóra com a inundação, alem da água do rio, ainda estão sofrendo as cosequencias do esgoto cujas bombas também se encontam debaixo d'agua.
Quanto a ocupação das encostas, cansamos de assistir nas várias re-
portagens, os desabamentos vitimando principalmente crianças.
Sou da opinião que tanto os governantes que permitiram, quanto os invasores sejam INDICIADOS por homicidio DOLOSO, que é quando o autor ou autores desejaram a mórte das vitimas, pois um pai que constrói um barraco em local desses, sabe MUITO BEM o que poderá ocorrer, e depois culpam as chuvas e a sociedade, porque não tinham onde morar.Mesmo alertados e notificados para que desocupem o local, permanecem até que o piór aconteça, e depois recebem ajuda das Prefeituras e do pôvo, mas na primeira oportunidade vóltam ao local ou procuram outro piór, aguardando que tudo se repita novamente.
Éssa é a realidade.Uma lástima
Abraços Milton Saldanha pelo artigo
Abraços aos demais amigos do "nosso" blog
Admir Morgado
Praia Grande SP
O caos de São Paulo, guardando as proporções, claro, ocorre sempre nessa época do ano aqui em Ribeirão Preto. O Jornal Nacional mostrou, na semana passada, o que virou Ribeirão Preto. A cidade inundou totalmente. Carros submersos e muitas pessoas desabrigadas. A cada ano a tragédia é maior e não há, a exemplo de São Paulo, quem dê jeito nisso. Estamos mesmo vivendo o fim do mundo. Seria em água, como o dilúvio?
ResponderExcluirBeijos,
Ana Caroline - Ribeirão Preto - SP.
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ResponderExcluirEstimados amigos: primeiro, obrigado pelas participações inteligentes e sensatas de todos vocês, Gustavo Eduardo Paim, Juliana Arini, Miguel Falamansa, Laércio H. Pinto, J. Morgado, Gabriela, João Batista, Edward de Souza, Lilliana, Liliana Diniz, Nivia Andres, Cristina Fonseca, Admir Morgado, Ana Caroline (todos que li até o momento desta postagem). João Batista, essas novas obras na marginal Tietê já estão agravando o problema. Nossos governantes pensam pequeno, todos. Seria o sonho dos sonhos se a gente tivesse os rios preservados e limpos, com suas margens naturais e várzeas, com equipamentos de lazer para uso da população e, inclusive, transporte fluvial urbano. Além dos esportes náuticos, como havia no passado. Agora o mal está feito. Contudo, se quiserem, há solução. Além de despoluir o rio, poderiam criar um projeto paisagístico e de lazer, nos moldes do Aterro do Flamengo, no Rio, com praças de esportes, quiosques, sanitários, postos policiais, auditórios para shows gratuitos a céu aberto, etc. Em troca de publicidade padrão e regulamentada, mais renúncia fiscal, grandes marcas de produtos e serviços poderiam adotar de um a dois quilômetros de marginal a restaurar, seguindo o projeto padrão oficial. Essas empresas, que tanto ganham da população, estariam dando algo valioso de volta a ela, e ainda usufruindo de vantagens. Despoluído o rio, podem ser criadas praias artificiais, mesmo que a água continue imprópria para banho. Foi o que fizeram em Paris, nas margens do Sena. O pessoal vai lá para curtir e tomar banho de sol. Ali fazem também shows e até bailes populares. O que falta em nosso país, infelizmente, é gente que governe tratando a população com carinho. Gente que veja o ser humano como mais importante que automóvel. Gente que delire, sonhe e seja louco o suficiente para decidir fazer, e faça!
ResponderExcluirBeijos!
Milton Saldanha
Boa tarde a todos.
ResponderExcluirTexto lúcido,inteligente e como sempre chegou no momento exato.
Achei a frase bastante pausível: "A cidade de São Paulo invadiu os rios".
Penso que um dos culpados seja a própria população,que sujam as ruas com todo tipo de lixo,pensam que os varredores são obrigados a catar tudo que jogam por onde passam.
Quanto aos governantes eles estão preocupados apenas consigo e com a quantia que vão saquear na próxima oportunidade,lembrando que no próximo ano,todos vão "discursar" sobre possíveis resoluções,mas que sabemos muito bem,que assim que passar as eleições,a cidade continuará um caos,afinal eles andam de jatinho,não estão nenhum pouco interessados e preocupados.
Beijos a todos.
Ana Célia de Freitas.
Dileto professor João Paulo de Oliveira. Sua postagem chegou enquanto eu escrevia. Obrigado também por sua participação, que me honra.
ResponderExcluirAbraço!
Milton Saldanha
Idem a você, Ana Célia de Freitas.
ResponderExcluirAna Célia de Freitas, infelizmente concordo com você. Eles só pensam em como saquear os cofres públicos. E o pouco que fazem é de olho nas eleições. Ou estamos mentindo?
ResponderExcluirOs leitores devem ter notado que fiz uma crítica à cobertura da mídia. É impressionante o despreparo de alguns dos nossos colegas para tratar destes temas. Durante quase um ano fui chefe do Depto. de Comunicação Social do IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Fui demitido por um novo superintendente, um tal de Bonilha, pasmem, porque trabalhava muito. Isso é estatal no Brasil. Se o Edward topar, um dia conto esse episódio. Pois bem, lá no IPT, conversando com aqueles cientistas e técnicos todos os dias, agucei minha visão crítica da cobertura da mídia. E tive uma idéia: montei um curso, gratuito, de um dia inteiro, para jornalistas aprenderem com nossos geólogos e engenheiros questões básicas sobre enchentes, reflorestamento e deslizamento de morros. Foi um sucesso, com 150 inscrições. Por um bom tempo, depois disso, não saiam bobagens nas coberturas. Se eu tivesse continuado lá, e queria, adorava aquele trabalho que me dava oportunidade prestar serviço público, teria transformado esse curso em anual e permanente. Foi uma pena.
ResponderExcluirBeijos!
Milton Saldanha
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ResponderExcluirBom que o blog mais uma vez pegou fogo. Por minha culpa a postagem foi atrasada no dia de hoje, bem mais de meio-dia. Ao lado dos comentários, abaixo, marca 11h40, mas isso, para quem não entende, foi a hora que comecei a mexer com o texto e as ilustrações, que geralmente tem uma duração de 50 a 60 minutos. Por isso alguns amigos e amigas que costumam frequentar esse espaço deixaram de postar seus comentários.
ResponderExcluirA cada dia me surpreende o número de visitas. Hoje temos até agora mais de 300 que participaram, direta ou indiretamente, desse artigo do brilhante amigo-irmão Milton Saldanha. E aproveito... Milton, amigo, você escreve e estamos postando. Não só eu, como todos os nossos amigos e amigas, vão esperar agora essa matéria do IPT. Só escrever...
Devo avisar a todos que a partir desta quarta-feira, esse blog vai publicar contos e crônicas de Natal, até o dia 25. Vão participar os seguintes amigos jornalistas e escritores: J. Morgado, Milton Saldanha, Nivia Andres, Guido Fidelis, Virginia Pezzolo, Garcia Netto, Professor João Paulo de Oliveira e a grande e emocionante surpresa: JOSÉ MARQUEIZ, conto inédito depois de ter nos deixado e partido para um lugar muito especial. Ilca Marqueiz me enviou vários contos inéditos desse Prêmio Esso de Jornalismo que morreu no começo deste ano, ao 60 anos de idade. Um deles irei postar antes do dia 25, com fotos desse que foi um dos grandes amigos que tive. Claro, eu também irei escrever o meu, permitem?
Um forte abraço a todos e amanhã já tem contos de Natal, com J. Morgado na estréia.
Edward de Souza
Boa noite Milton Saldanha.
ResponderExcluirAgradeço pelas gentis palavras,quanta honra.
Infelizmente,não estamos mentindo,os políticos acham que o mundo gira em torno deles,é por essas e outras que o caos está instalado.
Abraçosssssssssssssssssss.
ANA CÉLIA DE FREITAS.
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ResponderExcluirAtenção Edward: desculpe usar o espaço aqui do blog, mas meu computador hoje está uma gracinha, me aprontando. Confirme se chegou minha crônica de Natal. O anexo sumia.
ResponderExcluirAbraço,
Milton
Bom dia, Milton...
ResponderExcluirDe fato, enviar o Conto de Natal você enviou, mas só abre uma página em branco. Já lhe mandei um e-mail com explicações.
Vou aproveitar e pedir a Nivia Andres para que entre em contato comigo pelo Outlook, por favor!
Um forte abraço...
Edward de Souza
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