quinta-feira, 24 de março de 2011

QUARTA-FEIRA, 23 DE MARÇO DE 2011


Ao ler o Estadão dia desses, vejo na primeira página o título “Dias de caos em SP. Solução só em longo prazo”! Com revolta, vislumbro, ao ler a matéria, que as autoridades municipais, estaduais e federais, continuam a empurrar com a barriga um problema que se arrasta há muitos anos. Na década de 50 (e seguintes), na época das chuvas que vai de dezembro a março, ou abril (verão), residia eu no bairro do Ipiranga. Todo o dia tinha que me deslocar para o Centro de São Paulo. O trajeto incluía a Avenida do Estado, cruzando o Parque Dom Pedro II até alcançar a então Praça Clovis Beviláqua. Era um caos. O rio Tamanduateí, transbordava e, pobre de nós que tínhamos que usar de subterfúgios para escapar da inundação.

Todos os bairros adjacentes ficavam inundados. Cambuci, Mooca, Várzea do Glicério... Era um sacrifício chegar ao local de nosso emprego em condições minimamente transitável. Época em que terno e gravata eram obrigatórios. Galochas, botas de borrachas, calças arregaçadas... Tudo era válido para nos manter adequadamente vestidos. Um ou outro bairro sofria com o problema do “tempo das águas”. Não se ouvia falar em casas desabadas por causa do excesso de chuvas e não havia problemas com desbarrancamentos.
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Tudo começou com a construção de barracos nas margens do Tietê, do Tamanduateí e outros rios que correm na maior metrópole da América do Sul. Circulava na época, uma historinha interessante e jocosa. Migrantes vindos de todas as partes do Brasil se estabeleciam e construíam, ou alugavam um barraco nas margens dos rios mencionados. O esgoto a céu aberto ali estava. Depois escreviam para seus parentes residentes nas mais diversas regiões do Brasil e diziam que moravam no centro de São Paulo e já tinham um carro. O carro? Um velho “Fusca”, ou um Gordini...

Os políticos, que deveriam impedir que isso acontecesse fizeram vistas grossas. Afinal, os votos futuros eram muito mais importantes do que manter a cidade dentro de um padrão habitávelmente confortável. As ruas e avenidas foram se impermeabilizando. Eram obras visíveis e os votos eram certos. Pode-se dizer que a grande Metrópole foi aos poucos vítima de uma demagogia desenfreada.
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O Tietê e o Tamanduateí que na década de 40 ainda tinham peixes viraram esgoto e depósito de lixo (foto acima). Um caldo fétido corre por esses rios. Quero aqui deixar registrado que, em companhia de um tio residente na época no bairro do Brás, fazia gostosas pescarias no rio que corta o Parque Dom Pedro II. Um parque arborizado com lindas árvores, extenso gramado, bancos e ricamente decorado com estátuas dos mais diversos motivos. A solução para que isso não acontecesse era exatamente: “não deixar acontecer”! Com o correr dos anos, os governos conseguiram grandes financiamentos para resolver o problema causado por negligência, ganância, má administração e falta de uma intensa campanha para que a população entendesse o malefício de jogar lixo nas ruas. As consequências de não manter a Paulicéia dentro de um crescimento ordenado ai está. Incêndios em barracos, assoreamento dos rios, cheias que destroem e matam. E ainda permitir a construção de residências de alvenaria e barracos nas encostas dos morros e várzeas.

As ruas secundárias poderiam ter sido calçadas com paralelepípedos, como mostra a foto acima, ou outra pedra equivalente. O solo não ficaria impermeabilizado e as águas fatalmente iriam para o lençol freático rapidamente. Entretanto, a solução para São Paulo ficar livre de tudo isso, ou pelo menos das enchentes só acontecerá em 2050, segundo notícia inserida no Estadão. Administrações criminosas ocasionaram a “hecatombe” que acontece em São Paulo e cidades vizinhas todos os anos e que ainda segundo promessas só se resolverá na metade do século XXI.

Enquanto isso recebo pela internet um e-mail mostrando que no Japão o subsolo de Tóquio (foto acima), alberga uma fantástica infraestrutura cujo aspecto se assemelha ao cenário de um jogo de computador ou a um templo de uma civilização remota. Anualmente uns 25 tufões assolam o território japonês. Desses, dois ou três atingem Tóquio em cheio, com chuvas fortíssimas durante várias horas ou até um dia inteiro. Mas nem por isso ocorrem enchentes ou alagamentos na cidade. Por que será? Cinco poços de 32 m de diâmetro por 65 m de profundidade interligada por 64 km de túneis formam um colossal sistema de drenagem de águas pluviais destinado a impedir a inundação da cidade durante a época das chuvas.

A dimensão deste complexo subterrâneo (foto acima), desafia toda a imaginação. É uma obra de engenharia sofisticadíssima realizada em betão, situada 50 m abaixo do solo, fato extraordinário num país constantemente sujeito a abalos sísmicos e onde quase todas as infraestruturas são aéreas. A sua função é não apenas acumular as águas pluviais, como também evacuá-las em direção a um rio, caso seja necessário. Para isso dispõe de 14.000 HP de turbinas capazes de bombear cerca de 200 t de água por segundo para o exterior. Para esse nível de tecnologia japonês, as "enchentezinhas" de São Paulo, Rio, etc., seriam tiradas de letra. Conclusão: não existe problema insolúvel. Basta querer enfrentá-lo.
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*J. MORGADO é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, para o qual escreve crônicas, artigos, contos e matérias especiais. Contato com o jornalista? Só clicar aqui:
jgarcelan@uol.com.br
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32 comentários:

  1. Bom dia amigos (as)...
    Do mesmo modo que o Sol se levanta toda manhã, oferecendo o espetáculo do alvorecer, também podemos despertar e recomeçar. Com ânimo para prosseguir, dar continuidade à nossa missão cotidiana, avançar sempre, superar obstáculos e alcançar os objetivos. Deus está conosco, vai nos guiar em nossa jornada, levando-nos, pela força da fé, a aplaudir a riqueza exuberante da natureza que nos legou. Nossos sinceros agradecimentos aos amigos e amigas que se manifestaram pessoalmente, por e-mail, telefonemas e nos confortaram neste momento difícil em que perdemos um ente querido. Um sorriso, um gesto de bem querer são suficientes para que se encontre o tesouro da amizade, a prova de que há muitos anjos ao nosso redor. Temos de seguir nos trilhos da vida, levar adiante nossos sonhos, produzir, criar...

    Este texto postado nesta quarta-feira no blog foi escrito faz alguns dias pelo J. Morgado. Com ele retomamos nossos trabalhos. Nestes primeiros dias, de uma forma lenta, espero que entendam, até que tudo volte ao normal e as postagens diárias aconteçam. O amigo-irmão J. Morgado mostra em sua crônica que as enchentes que todos os anos atormentam a vida do brasileiro, têm sim, solução. Basta arregaçar as mangas e trabalhar para que isso aconteça. O Japão é um exemplo disso, com seu colossal sistema de drenagem de águas pluviais destinado a impedir a inundação de sua capital durante a época das chuvas.

    No Brasil tudo é diferente, empurra-se o problema das enchentes com a barriga. Agora, por exemplo, as autoridades federais apostam todas as fichas na aquisição do supercomputador “Tupã”, uma engenhoca capaz de realizar 258 trilhões de cálculos por segundo, a ser empregada, também, na previsão climática. Por mais poderes que indiquem o nome e os circuitos, essa máquina, evidentemente, não resolverá, por si só, esse que é um dos mais dolorosos problemas da vida urbana brasileira. Não basta prever, com exatidão, onde as chuvas irão cair. Mais do que isso, é preciso fazer com que não arrastem para a morte milhares de pessoas, como aconteceu recentemente na região serrana do Rio. E isso só será conseguido com o planejamento honesto, eficaz e decente.

    Um forte abraço!

    Edward de Souza

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  2. Bom dia, Edward e J. Morgado!
    Um sonho um dia São Paulo ou mesmo qualquer uma de nossas cidades contar com uma infraestrutura para evitar enchentes como a do Japão. Nossos políticos vão sempre empurrando com a barriga este problema e angariando votos aqui e acolá por conta de promessas que visam solucionar este grave problemas que custa a vida de dezenas de pessoas todos os anos. E moramos numa terra abençoada por Deus, livres de tsunamis, terremotos e outras manifestações danosas da natureza. Fosse ao contrário, Deus meu...

    Meus profundos sentimentos, Edward, e como vc disse em seu comentário, a vida continua...

    Bjus

    Tatiana - Metodista - SBC

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  3. Bom dia Juliano !!!

    Cultural, o problema é todo cultural...infelizmente...
    Adoro este país, adoro esta nação, vivo muito bem na terra que me abraçou, no entanto, aqui foi institucionalizado a cultura da lei de Jerson.
    O interesse individual está acima do coletivo, mais precisamente quando se trata de $$$$$.
    Tudo se é permitido quando se trata de ganhar $$$$, quer seja em detrimento do povo (que cada vez se mostra mais apenas uma massa de manobra. Quanto pior melhor, pois assim, se tira mais proveito, o caos é lucrativo!
    Mas não nos esqueçamos que essas tragedias não são particularidades de apenas outros povos, nossa vez vai chegar!
    Delas não haverá quem possa dizer que de certa forma a dor não os atingirá, quem sabe somente assim aprendamos a lição, o dever de casa, trocando o "eu" pelo "nós", deixando o "meu" interesse pelo "nosso" interesse.
    Deus possui a melhor cartilha educativa que o homem conheça, é questão apenas de tempo.

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  4. Uma das fotos que ilustra seu artigo desta quarta-feira reforça o comentário acima, do Eduardo, J. Morgado. Duas placas, se é que não tem mais, sinalizando que é "Proibido jogar lixo". Faltou muito pouco para que as placas fossem encobertas pelo lixo. Existe solução para os problemas das enchentes, mas é também preciso que a população faça sua parte. Duvido que no Japão atirem detritos nas ruas, colchões e sofás velhos em rios e por aí afora. Com a nossa colaboração e com um pouco de esforço político, certamente os problemas de enchentes vão acabar. Isso envergonha nosso país. Cenas deprimentes com desabamentos de barracos com mortes, como aconteceu no Rio são mostradas para o mundo todo. Até quando?

    Beijos a todos, feliz com a volta do nosso blog!

    Andressa - Cásper Líbero - SP.

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  5. Edward, fiquei emocionada ao ler a abertura do seu comentário acima. Meus sentimentos!

    Andressa

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  6. Edward e J. Morgado, o mal do Brasil, quando se trata de enchentes, é jogar sempre a culpa no povo e em São Pedro, coitado! No Rio, região serrana, foi isso que aconteceu. Quando a tragédia se confirmou, Sergio Cabral, governador reeleito daquele estado, botou a boca no mundo, ofendeu São Pedro e culpou noradores que construíram suas casas em áreas de risco. E o que fez a Prefeitura, ou as prefeituras e o Governo do Estado para impedir estas construções? Nada, absolutamente, nada! Devem, isso sim, ter incentivado estas construções, com a promessa de ganharem votos nas próximas eleições. Solução está provado, existe e o Japão, brilhantemente citado em seu texto, prova isso. Falta é vergonha na cara dos nossos políticos.

    Abçs

    Juninho - SAMPA

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  7. Olá Amigos

    Bom dia

    Levantei de minha caminha há pouco. Liguei esta máquina e lá encontrei minha crônica escrita pouco antes dos problemas que afetaram meu amigo/irmão Edward e sua família.
    A vida continua, tanto do lado de cá como do lado de lá. Somos eternos e como tal, devemos labutar para nossa evolução.
    As enchentes que ocorrem em solo paulistano e outros rincões brasileiros, além dos fatos naturais, há também (e muito) doses de extrema ignorância.
    Não são só dos favelados que buscam residir nas margens dos rios. Fazem isso por ter facilidades de despejar os dejetos humanos e bugigangas sem serventia.
    Li no Estadão dia destes que muitas residências serão demolidas em uma região nobre do Litoral Norte Paulista. Algumas construídas sobre córregos. Até o Senador Eduardo Suplici, entre outras sumidades da sociedade tem mansões edificadas sobre riachos e nas encostas da Serra do Mar.
    Devemos ajudar a resolver esse grave problema. Quer denunciando ou gritando constantemente para que as autoridades constituídas por nós hajam com rigor e humanidade e se possível, com sabedoria.
    Edward meu amigo, a diagramação e as ilustrações ficaram supimpas como sempre.
    Notei que você voltou com tudo. E é assim que todos nós queremos. Você forte, rijo e afiado com sua pena maravilhosa.
    Um forte e fraterno abraço a todos

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  8. Bom dia, J. Morgado, não decorrem somente da ocupação de morros e áreas baixias os dramas da vida urbana brasileira hoje exibidos em escala universal. As inundações também resultam do lixo diário, como assim comprovam as chuvas que, em curto espaço de tempo, causaram grandes tragédias em nosso Brasil. O entupimento de galerias e a obstrução de córregos se fizeram sentir em muitos estados brasileiros, principalmente em São Paulo, Capital, com os resultados nefastos de sempre. o lixo torna-se um grande problema mesmo quando recolhido e removido para trechos fora dos centros urbanos. Os últimos acontecimentos evidenciam isso e exigem a retomada da discussão acerca do destino dado aos detritos nossos de cada dia.

    Estima-se que, no Brasil inteiro, o produto da varrição de ruas, somado ao que despejam hospitais, comércio e indústria, passe das 240 mil toneladas diárias. Sabe-se, também, que a reciclagem praticamente inexiste fora daquilo que rege os interesses de quem lida com vidro e alumínio. É necessário fazer mais do que isso. Afinal, sem políticas públicas de reaproveitamento de tudo aquilo que vai para os lixões, o País vai continuar sofrendo com as enchentes. Pior: perde cifras superiores a R$ 5 bilhões anuais, cálculos dos que se dedicam a pesquisar o tema dentro e fora das universidades.

    Larissa - Santo André - SP

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  9. Oi J. Morgado, o que me deixa indignada é pensar que vamos gastar 33 bilhões de reais para "bancar" a Copa do Mundo no Brasil e continuar vendo, todos os anos, centenas de pessoas morrendo, outras desabrigadas, triste cenário que se repete sempre na época das chuvas.

    Força, Edward, estamos ao seu lado!

    Bjus

    Giovanna - Franca - SP

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  10. LUIZ ANTÔNIO DE QUEIROZquarta-feira, 23 março, 2011

    Caros Blogueiros e amigão J.Morgado,

    Continua aquela velha históri da falta educação ao nosso povo.

    Ouvi ontem pela voz do Brasil uma frase do Senador Cristóvão Buarque, que dizia mais ou menos assim: "As famílias queriam manter o Bolso Escola, como meio para tirá-las da pobreza. Hoje, querem se manter na pobreza para não perder o Bolsa Família."
    Infelizmente é uma realidade.
    Façamos cada um de nós a parte que nos cabe.

    Abraços

    Luiz Antônio de Queiroz
    Franca-SP

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  11. Este comentário foi removido pelo autor.

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  12. Oi pessoal, não fui comunicada sobre a volta das atividades em nosso blog. Como sempre estou acessando este endereço, encontrei a matéria escrita hoje pelo J. Morgado. O velho problema das enchentes. E como isso transtorna nossa vida. Teve político que prometeu, recentemente, não só resolver os problemas das enchentes como também recuperar o Tietê e o Tamanduateí, que voltariam a ter peixes. São ou não uns caras de pau. Também acredito numa solução para esse problema e não seria a longo prazo, como informa em seu texto J. Morgado, que encontrou esta explicação num grande jornal da Capital. Com um pouco de boa vontade uma solução seria encontrada, não tenho dúvida. Problema é a tal de boa vontade... Enquanto isso, o jeito é culpar a população e São Pedro e vamos empurrando o problema com a barriga.

    Bjos,

    Gabriela - SP

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  13. Amigos do blog de ouro,boa tarde.
    Juliano Morgado em seu artigo de hoje descreve o que nós ,principalmente os paulistas e paulistanos,já estamos acostumados a vêr e conviver, ou seja,as terriveis enchentes que causam danos,doenças e mortes a esse povo.
    Não há e nem haverá quem dê um jeito nesse problema que já tornou-se crônico.As enchentes e o paulistano convivem a décadas e assim vão continuar,pois os politicos ignoram o povo e só deles se lembram em época de eleições e as enchentes servem como um rosario de promessas,onde todos eles prometem acabar mas nunca conseguirão.
    Quanto a idéia de Tokio,não serve para São Paulo,porque seriam nescessárias muitas obras,então quanto mais obras,mais gênte chegando, quanto mais gênte mais barracos nos morros e sobre os rios,quanto mais barracos,mais enchentes.
    Não terá jeito NUNCA.

    Abraços J.Morgado e demais amigos do "nosso" blog.
    Edward,força,muita força a vc neste momento. Abraços amigão.

    Admir Morgado
    Praia Grande SP

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  14. Não estou isentando os governantes de culpa nas enchentes que acontecem em São Paulo e aqui no ABC. Óbvio que eles também colaboram para que isso ocorra. Por exemplo: o lixo não é devidamente recolhido, a manutenção precária das redes de esgoto, a falta de infra estrutura das cidades etc., contribuem pra tudo isso. Mas é patético ver as pessoas dizendo “Fora Serra, fora Kassab” ao mesmo tempo em que jogam papel de bala e bituca de cigarro no chão. A população porca e mal educada também tem sua parcela de culpa, que na boa, é até maior que dos políticos ou da própria natureza. Falta bom senso e sobra hipocrisia.

    Bjus

    Carol - Metodista - SBC

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  15. Prezado J. Morgado, mesmo a distância, deixo minha sugestão para a solução das enchentes que assolam a nossa querida capital. Sugiro que o governo paulista copie o carioca. Contrate o Instituto Cacique Cobra Coral, que faz a chuva sumir e esconde a incompetência.

    ABÇS

    Birola - Votuporanga - SP

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  16. J. Morgado, você morou em São Paulo, disse isso em seu texto, portanto, conhece bem a cidade. É preciso retirar o asfalto da marginal Tietê e colocar ali uma grande área arborizada com ciclovias e parques. O trânsito deve ser retirado para o Rodoanel. Não há necessidade da marginal Tietê com o Rodoanel completo. Depois estudar os mapas antigos de São Paulo (que não é difícil por ser uma das cidades mais antigas do Brasil) e identificar as áreas de bacias e riachos (nascentes e olhos d'água) e revitalizá-los com parques como é feito em Curitiba e estabelecer indenizações ao proprietários legais com valores reais. Creia, os problemas de enchentes diminuiriam consideravelmente.

    Abraços

    Laércio H. Pinto - São Paulo - SP.

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  17. Boa noite, J. Morgado!
    Discutir apenas São Paulo e seus problemas de enchentes isola os demais municípios paulistas e brasileiros destas tragédias provocadas pelas fortes chuvas de começo de ano. Ribeirão Preto registra todos os anos cenas assustadoras levadas ao ar para todo o país. Tragédias vitimando famílias sem que alguma providência efetiva seja tomada pelas nossas autoridades. Esperam passar o carnaval, a Páscoa, e tudo cai no esquecimento. O filme vai se repetir no começo do próximo ano e cada vez mais trágico. O Governo Federal precisa arregaçar as mangas e ajudar os municípios do nosso Brasil a se livrar destes problemas graves que nos colocam abaixo do Terceiro Mundo. Enchentes, inundações, desmoronamentos de casas e, pasme... Dengue vitimando ainda centenas de pessoas numa cidade do porte de Ribeirão Preto, pode? Alguma coisa precisa ser feita e com urgência.

    Tânia Regina - Ribeirão Preto - SP

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  18. Oiê, amigos (as)...
    Mestre Morgado, mais um artigo esclarecedor e mais atual do que nunca.
    Meados da década de 1940 (nasci em 41 em São Caetano) meu pai nos levava para pescar nos rios Tamanduateí e Meninos, que cortam a cidade. A época havia enchentes cujas águas limitavam-se às margens dos rios e não causavam grandes transtornos. A região cresceu assustadoramente com o entorno dos ribeirões sendo tomado por residências e asfalto; deu no que deu.
    Meu avô materno, português, residia no Canindé, as margens do Tiete e próximo a varzea do Glicério. Os dois locais propensos a enchentes com o transbordamento do Tamanduateí e Tietê, que cercam os bairros do Canindé, Pari e Parque D.Pedro e também não causavam grandes problemas já que as margens absorviam as águas. Hoje não há vazão e as inundações rotineiras causam enormes prejuízos à região.
    Enfim, gente, o progresso tem seu preço: as enchentes são o bonus inerente.
    A água é a única coisa que não desaparece e impossível de deter. O milenar Japão, País atípico, tenta soluções para todas as catástrofes naturais, mas nem sempre consegue. Os últimos dias têm mostrado isso ao mundo.

    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCampo

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  19. É isso aí véinho. tenho saudade de sampa, quando sampa era sampaç. vc entende. Um grande abraço.

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  20. Olá Amigos

    Bom dia

    Um belo dia aqui nas praias de Mongaguá. Certamente teremos muitos turistas neste fim de semana. As previsões do tempo são ótimas.
    Olá Lavrado. Bons tempos aqueles. Riachos cristalinos no bairro do Jabaquara e do Grande ABC.
    Se fosse possível exibir um filme das condições do passado e do presente, certamente morreríamos de vergonha. Quanta estupidez!

    Obrigado a todos pelos comentários positivos e vamos fazer a nossa parte.

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  21. O homem é meramente uma pulga no pelo divino.
    Procuramos soluções inesperadas para o inesperado.
    Não estamos observando os vastos domínios da natureza.
    Será que ninguém está sabendo do pantanal?
    Lá é totalmente natureza, e mesmo assim está noventa por cento alagados.
    É a água quem invade o território do homem, ou é o homem quem invade o território das águas?
    O planeta está absurdamente fora de órbita física e mental.
    Nós os mortais temos que passar pelas provas que exige a nova era a ser instaurada.
    O Japão é um país milenar.
    O Brasil ainda é jovem e tem que aprender muito com os vovôs de olhos puxados.
    Mas uma coisa é certa, nós com pouca experiência, vamos dar um baile nos que não acreditam na nossa capacidade de reorganizarmos.
    A natureza é sábia, morrem as carcaças velhas e corruptas, e nascem gentes mais preparadas para trazer à tona a verdadeira moral e cívica esquecida pela nossa maioria esmagadora de vermes rastejantes.

    Padre Euvideo.

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  22. Meu querido amigo-irmão J. Morgado, livremos Tomé de Souza e governantes outros que, depois dele, sentaram praça na administração pública numa época em que a expansão urbana ainda não havia subido os morros nem descido aos mangues. Para os demais, contudo, não há desculpas capazes de atenuar-lhes a culpa pelas tragédias que hoje têm na região serrana do Rio de Janeiro o mais brutal dos seus exemplos. Agora mesmo, o noticiário dá conta de que o Brasil dispõe de apenas cem geólogos para o mapeamento sem o qual nenhum sistema de prevenção de desastres (dos naturais, é claro) terá a eficácia exigida e necessária. É reconhecimento oficial, com o timbre do Ministério da Ciência e Tecnologia, se merecer fé o informe da Agência Brasil.

    Pelo que está dito, a maior parte dos geólogos brasileiros presta serviços, atualmente, às empresas da área da mineração e do petróleo, fato que estaria a dificultar o levantamento das áreas de risco neste País continental. E as queixas não param aí. Outro agente do primeiro escalão do Governo Central, a ministra Ideli Salvatti, cobra dos prefeitos, segundo a mesma fonte, melhor qualidade dos projetos de prevenção. A moça, curiosamente, responde pela Pasta da Aquicultura e Pesca. Algo a ver com o aguaceiro que, neste Brasil do Terceiro Milênio, encobre cidades e faz vítimas como antes nunca fez?

    Seja como for, entende a ministra que aos prefeitos competem a elaboração desses projetos e, também, a iniciativa das parcerias com os Governos Estadual e Federal para que sejam executados em bom tempo e boa hora. Inverter essa lógica, segundo ela, representaria intervenção indevida da União e dos Estados nas administrações municipais. Porém, é de se imaginar que, se assim ocorresse, o distinto público estaria melhor servido.

    No País da descontinuidade administrativa, e de gestores públicos acostumados a tratar de questões permanentes com medidas emergenciais, não há perdão para o fato de os governos não disporem, até aqui, do levantamento completo e correto das suas áreas de risco. Sendo assim, infelizmente, vamos aguardar para o final deste ano e começo do próximo, novas tragédias e o replay do filme que já nos acostumamos a ver.

    Um forte abraço!

    Edward de Souza

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  23. Pois é Edward, a maior parte da população brasileira vive em um curral. Um curral onde os alimentos que são colocados nas manjedouras chamam-se bolsa-família, bolsa disto, bolsa aquilo...
    Um sistema de saúde falido, transportes ruins e, administrações municipais, estaduais e federais que enriquecem seus dirigentes.
    E o povo? O povo que se trumbique. Até quando? O tempo dirá!

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  24. J. Morgado e Edward, as regiões que esperam estas tragédias provocadas pelas fortes chuvas acontecerem no final e começo de cada ano são privilegiadas. Em Minas, quase todo o Estado está sofrendo terrivelmente com as chuvas que não param, acredito que vocês devem estar acompanhando pelos noticiários. Muitas cidades em estado de calamidade pública e pelo jeito a população mineira vai continuar sendo castigada por mais tempo.

    O Edward diz acima, em seu segundo comentário, que o Governo Federal entende que a prevenção destes problemas compete às prefeituras. Acho um absurdo, o Governo Federal precisa arregaçar as mangas e encontrar um meio de ajudar as prefeituras para acabar ou ao menos minimizar estes problemas. Existem prefeituras de pequenas cidades, "quebradas", sem verbas até para a merenda escolar, como vão resolver um problema sério como esse e que precisa de altos investimentos?

    BJ

    Anna Claudia - Uberaba - MG

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  25. Oi Anna Claudia, tenho parentes que moram no Estado de Minas Gerais e o boletim que acabo de ler mostra que realmente a situação está caótica. Ei-lo, na íntegra: Subiu para 144 o número de cidades mineiras em situação de emergência por conta das chuvas. Os últimos municípios a entrar para a lista foram Andradas e Lavras. De acordo com boletim divulgado hoje pela Defesa Civil do Estado, chega a 199 o total de cidades afetadas pelos temporais.


    O balanço da Defesa Civil aponta que em todo o Estado 1.504.774 pessoas foram afetadas de alguma maneira pelas chuvas. Desde outubro do ano passado, quando começou o período de chuvas em Minas, 4.407 pessoas ficaram desabrigadas (aquelas que perderam tudo e necessitam de abrigos públicos) e 33.091 desalojadas (aquelas que podem contar com a ajuda de familiares e vizinhos).


    Mais de 8.400 casas foram danificadas pelas chuvas, sendo 324 totalmente destruídas. Desde outubro, Minas já registra 18 mortes em decorrência dos temporais e cinco mortes causadas por raios.

    Para não ficar com inveja dos mineiros, acabamos de enfrentar outro temporal aqui no ABC hoje, depois das 5 da tarde. Choveu forte, com muitos pontos de alagamentos. Estou rezando para que não tenha ocorrido nenhuma tragédia.

    Bjos

    Priscila - SBC

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  26. Olá Edward! A situação de São Paulo é lastimável. Acabei de ver no jornal uma jovem de 18 anos que foi arrastada pela correnteza e passou por baixo de dois carros! é uma realidade que deveria ser repara. Não sabia que tinha esse subsolo no Japão. É bastante interessante como eles conseguiram criar algo tão avançado... Espero que Deus coloque suas mãos sobre aquele país!

    E queria agradecer como sempre suas mensagens no meu blog. Especialmente a ultima que me emocionou muito!

    Abraços e beijos!!!

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  27. Olá Amigos

    Bom dia

    Mais uma vez São Paulo encheu! Os estragos foram muitos. São Caetano e outras cidades do Grande ABC também sofreram.
    Até quando?
    A temporada das chuvas está no fim. Por alguns meses essas tragédias não ocorrerão.
    O que farão as autoridades e a população para minimizar os problemas que ocorrerão a partir de novembro ou dezembro de 2011?

    Um abraço a todos

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  28. Esta semana comemorou-se o "Dia da Água". Os ecologistas são unânimes em afirmar que vamos ficar sem esse líquido precioso, a continuar tanto desperdício. Não aqui na Região do ABC, principalmente em São Caetano, onde moro. Todos os dias um dilúvio que faz inveja ao Noé. Já estou pensando um vender meu carro e andar de bote, ou canoa, coisa assim. Colete salva-vidas nas costas já estou usando, nunca se sabe...

    Uma pergunta, J. Morgado: será que o mundo vai ser mais uma vez tragado pelas águas?

    Cindy - São Caetano

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  29. Olá Cindy

    Boa tarde

    No princípio tudo era água.
    Se depender dos governantes deste país é provável que tudo volte ao “início”.

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  30. Olá Amigos


    “Rio Tietê ficou quase três anos sem limpeza”, título de uma matéria no UOL Notícias de hoje.

    Sem mais comentários.

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  31. Adorei teu texto. Completo.
    E sobre a última foto, fiquei realmente impressionada com a dimensão do projeto. Impressionante.
    Um bom final de semana pra ti!
    Abraços.

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  32. Vc escreve maravilhosamente bem.deveria publicar um livro!

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