quarta-feira, 30 de março de 2011
domingo, 27 de março de 2011
Ao tremular do enorme pavilhão, no ponto mais alto do mastro, recordei que ali estive, em 1986, com o amigo-irmão Edward de Souza. No imenso e vasto gramado onde está fincado o enorme mastro que sustenta a bandeira, ficamos nós dois, por vários minutos, vislumbrando, extasiados, a grandiosidade do pujante pavilhão, que representa a identidade do País. Tremulando lá no alto, imponente, parecia abraçar o Brasil. Um espetáculo silencioso, porém gratificante. Depois de encantados com o panorama, que parecia desenhado exclusivamente para nós, já que não havia viva alma ao redor (fato raro ao local), atravessamos o gramado e nos dirigimos à rampa que leva à porta principal do suntuoso Palácio do Planalto. .
Havia ali alguns cadetes que cuidavam da segurança e zelo da passarela que conduzia à entrada do palácio. Nenhum deles (cadetes) nos dirigiu sequer um olhar direto ou uma palavra e, imóveis como estátuas, apenas nos seguiam com os olhos. Fardamento impecavelmente azul e branco, os quatro rapazes ali postados não portavam instrumentos, então não haveria, como não houve, banda de música para entoar o hino pátrio para nossa chegada. .
Pior, no topo da rampa, também não estava o presidente da República, então o festeiro José Sarney, devidamente paramentado para nos receber com a faixa presidencial. Ficamos decepcionados com a falta do hino e a ausência do inquilino do Palácio. De qualquer forma a frustração não foi grande, pois o presidente de plantão não representava, no cargo, diretamente o desejo do povo brasileiro, pois Sarney ocupava a trono em virtude do titular, Tancredo Neves, virtual e legítimo dono da faixa verde, amarela, azul e branca e eleito pela nação ter morrido às vésperas da posse.
Escurecia e resolvemos caminhar até a Basílica de Brasília que, pela maravilhosa estrutura, é um dos principais marcos da capital brasileira. Não entramos, até porque no seu interior só havia homens engravatados e madames trajadas a rigor. Nossa vestimenta, minha e do Edward (foto a esquerda), era composta por surradas calças jeans, camisas de magas curtas e que não pegaria bem para dois simples jornalistas se infiltrar entre a elite brasiliense em solenidade que, pelo visual, reunia a nata da cidade. Percorridos os principais logradouros, até porque Brasília não esbanja locais para serem visitados por forasteiros, não restou alternativa a não ser apanhar nossos apetrechos no hotel, ir para a rodoviária e, de ônibus, rumar para Anápolis, onde no dia seguinte, um domingo, fomos transmitir um jogo entre Anapolina e Santo André pela Segunda Divisão do Brasileirão.
Ao contrário do espevitado Obama, não fomos recebidos por tropas, ministros, aspones, bandas ou presidente, mas igualmente subimos parte da rampa. Os cadetes, sóbrios e taciturnos, não fizeram continência e nem esboçaram sorriso, não precisava. Voltamos a Brasília outra vezes, mas as visitas aos principais pontos não foram necessárias, porém a de 1986 jamais será esquecida. Certamente para Obama, 2011, a sua primeira, também.quinta-feira, 24 de março de 2011

Todos os bairros adjacentes ficavam inundados. Cambuci, Mooca, Várzea do Glicério... Era um sacrifício chegar ao local de nosso emprego em condições minimamente transitável. Época em que terno e gravata eram obrigatórios. Galochas, botas de borrachas, calças arregaçadas... Tudo era válido para nos manter adequadamente vestidos. Um ou outro bairro sofria com o problema do “tempo das águas”. Não se ouvia falar em casas desabadas por causa do excesso de chuvas e não havia problemas com desbarrancamentos. .
Os políticos, que deveriam impedir que isso acontecesse fizeram vistas grossas. Afinal, os votos futuros eram muito mais importantes do que manter a cidade dentro de um padrão habitávelmente confortável. As ruas e avenidas foram se impermeabilizando. Eram obras visíveis e os votos eram certos. Pode-se dizer que a grande Metrópole foi aos poucos vítima de uma demagogia desenfreada.
Enquanto isso recebo pela internet um e-mail mostrando que no Japão o subsolo de Tóquio (foto acima), alberga uma fantástica infraestrutura cujo aspecto se assemelha ao cenário de um jogo de computador ou a um templo de uma civilização remota. Anualmente uns 25 tufões assolam o território japonês. Desses, dois ou três atingem Tóquio em cheio, com chuvas fortíssimas durante várias horas ou até um dia inteiro. Mas nem por isso ocorrem enchentes ou alagamentos na cidade. Por que será? Cinco poços de 32 m de diâmetro por 65 m de profundidade interligada por 64 km de túneis formam um colossal sistema de drenagem de águas pluviais destinado a impedir a inundação da cidade durante a época das chuvas.
A dimensão deste complexo subterrâneo (foto acima), desafia toda a imaginação. É uma obra de engenharia sofisticadíssima realizada em betão, situada 50 m abaixo do solo, fato extraordinário num país constantemente sujeito a abalos sísmicos e onde quase todas as infraestruturas são aéreas. A sua função é não apenas acumular as águas pluviais, como também evacuá-las em direção a um rio, caso seja necessário. Para isso dispõe de 14.000 HP de turbinas capazes de bombear cerca de 200 t de água por segundo para o exterior. Para esse nível de tecnologia japonês, as "enchentezinhas" de São Paulo, Rio, etc., seriam tiradas de letra. Conclusão: não existe problema insolúvel. Basta querer enfrentá-lo.___________________________________________
*J. MORGADO é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, para o qual escreve crônicas, artigos, contos e matérias especiais. Contato com o jornalista? Só clicar aqui: jgarcelan@uol.com.br
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quarta-feira, 16 de março de 2011
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*Oswaldo Lavrado é jornalista/radialista radicado no Grande ABC
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sábado, 12 de março de 2011
É certo que desde que o mundo é mundo, essas tragédias sempre estiveram no cotidiano de cada ser humano. A lei do mais forte sempre prevaleceu, continua a prevalecer e salvem-se quem puder! A que se devem todas essas tragédias no reino dos seres humanos? A ignorância e o excesso de materialismo seria a resposta certa. O homem é um fraco. Ainda devemos percorrer centenas ou milhares de anos até que um dia o ser humano se conscientize que todos esses males poderão ser extirpados com a mudança de comportamento individual.
deixam levar pelos prazeres da carne, da ambição desmedida, da vaidade, dos vícios... É claro que existiram e existem algumas exceções que confirmam a regra. Alguns leitores deste artigo poderão até se rebelar quanto ao que foi escrito no parágrafo anterior e dirão; sou católico, sou evangélico, sou protestante, sou espírita, sou muçulmano, sou budista ou até sou ateu. Mas, se pararem para raciocinar, verão que os códigos religiosos dessas religiões não são seguidos como deveria ser. Os prazeres materialistas sempre falarão mais alto. As reuniões religiosas foram e ainda são simples obrigações sociais. O homem é na realidade, o único ser que pode forjar o seu destino, embora esteja restrito aos ditames da soberana lei da vida. Quando, com o uso indevido do livre arbítrio, ele ameaça a estabilidade geral da obra divina, limites naturais lhe são impostos, a fim de que não interfira negativamente. “A cada um, colher conforme a semeadura”.
O homem tem menosprezado por séculos ou milhares de anos se preferirem, os apelos que o Alto lhe envia. Em sua ânsia de poder e no orgulho a que se entrega, tem provocado o caos no ambiente em que está situado. Foram muitos os profetas que se referiram sobre os males da humanidade e consequentes malefícios. Entre eles, o próprio Jesus, há mais de dois mil anos. Mas, foi João, um dos apóstolos do Messias quem de maneira terrificante fez previsões sobre os males da guerra, da fome, da peste e da morte. Cada um desses males representado por um cavaleiro alegórico.
dessas profecias. Mas, não podemos negar que elas revelam os males da humanidade e são causadas pelos seus indivíduos que ignoram os estatutos de bem viver divulgados pelas religiões entre eles o “Novo Testamento”. Não será Deus que despejará sua pretensa indignação sobre a morada dos homens; o próprio homem que acumulou, em si e no ambiente onde se processa sua evolução, os fluídos mórbidos da guerra, da indisciplina, da maledicência, da sensualidade e de todas as formas de paixões que caracterizam sua inferioridade.
Allan Kardec afirmou: “Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade”. Pois bem, vamos nos tornar religiosos. Religiosos coerentes e em sintonia com o Criador. Aliás, religião quer dizer ligar-se com a divindade. Os homens estão ligados com a divindade maior? Creio que não! O dia que isso começar a acontecer, certamente o homem finalmente encontrará a paz que tanto almeja. *J. MORGADO é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, para o qual escreve crônicas, artigos, contos e matérias especiais. Contato com o jornalista? Só clicar aqui: jgarcelan@uol.com.br
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quinta-feira, 10 de março de 2011
terça-feira, 8 de março de 2011
Na esteira do artigo publicado ontem, segunda-feira, e assinado pelo escritor e jornalista Guido Fidelis, em plena terça-feira “gorda” de carnaval e quase nas cinzas da quarta-feira, resolvi escrever sobre os bons tempos dos bailes carnavalescos nos salões que reuniam adolescentes, jovens e adultos dos anos 1970, e que a partir da década de 80, foram escasseando até sucumbirem aos desfiles de rua, hoje existentes em cidades grandes, pequenas e nos vilarejos. .
Corria o ano de 1975 e, como já era tradição, a Rádio Diário do Grande ABC realizava transmissões ao vivo dos principais salões da região. Para tanto, era escalada uma equipe de locutores, operadores, plantonistas e motoristas. Eram quatro noites, todos os profissionais sem dormir, com a atenção voltada exclusivamente ao trabalho de relatar, com o maior número possível de detalhes, o que ocorria de bom e de ruim nos salões onde estava um representante da Diário.
A primeira noite tudo transcorreu normalmente com o trabalho sincronizado entre os experientes locutores. O comando partia de Rolando Marques, que acionava, de acordo com determinado cronograma, os demais integrantes da equipe e cada um executava seu trabalho conforme o andamento do baile no salão onde estava e, claro, como rádio não tem imagem, com cavalar dose de imaginação do colorido das mais esdrúxulas fantasias e estereótipos dos foliões.
A Telefônica restabeleceu a nossa linha no salão da GM e o nosso trabalho prosseguiu, sem as preocupantes interrupções. Na pista, os foliões, felizes, cantavam: Lencinho Branco, Lata d'Água na Cabeça, Bandeira Branca, Jardineira, Máscara Negra, Me dá um dinheiro aí, Cabeleira do Zezé e outros inocentes e agitados acordes carnavalescos da época, até o amanhecer da segunda-feira. As cenas de pânico na GM foram, naturalmente, por mim relatadas inúmeras vezes aos companheiros, à direção da Rádio e para alguns ouvintes pessoalmente, nos dias posteriores. Um tanto assustado, mas seguro retornei ao Clube da GM nas noites seguintes (segunda e terça), afinal o samba e nosso trabalho não poderiam parar.
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*Oswaldo Lavrado é jornalista/radialista radicado no Grande ABC
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segunda-feira, 7 de março de 2011
Jarbas era um homem sério. Compenetrado em suas atividades profissionais. Orgulhava-se de jamais ter perdido dia de trabalho. E de se dedicar com afinco. Um funcionário exemplar, como dizia o chefe.
domingo acompanhando, pela televisão, o desfile das escolas de samba. Encantara-se com o espetáculo. Carros alegóricos, fantasias, alegria. E os aplausos do público. Lembrou-se, ainda, dos antigos bailes. Quando jovem, pisara em alguns salões. Pulava-se ao som de marchinhas. Sozinho ou acompanhado. Pouco importava. Valia a folia. Bem comportada, apesar das brincadeiras de lançar perfume. Prática proibida. Ficaram as drogas.
Durante o café, na conversa com a mulher, lastimou-se.- Pois é, meu bem, o chefe não deu trégua. Diz que preciso executar um serviço especial. Tenho de terminar ainda hoje. Resultado: vou entrar noite adentro. Ele é crente, detesta este período. Diz que folga somente no sétimo dia, quando Deus descansou.
A mulher apenas balançou a cabeça. Não chegava a ser um drama. A recompensa vinha no final do mês. Salário mais gordo.
informar que estava envolvido com números. Todas as operações a fim de deixar os balanços concluídos. Trabalheira dos diabos. Concentração total. - Mãe, corre aqui.
Assustada, ela se apressa:
- O que foi?
Desapontados, os garotos indicam:
- Veja o que achamos. Olha. Transmissão ao vivo. Papai na folia. Fantasiado de Madonna. Num baile gay.
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*Guido Fidelis é advogado e jornalista, dedica-se às letras.
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