sábado, 12 de fevereiro de 2011

SEXTA-FEIRA, 11 DE FEVEREIRO DE 2011

O índice de suicídios é alarmante. Dizem às estatísticas que é a décima causa de mortes no mundo. No Brasil, cerca de 30 pessoas acabam com a própria vida todos os dias. Fora as tentativas que são muito mais (Wikipédia). O que leva essas pessoas a ter medo de viver? Drogas, depressão, alcoolismo, dívidas... Enfim, as causas são as mais diversas possíveis e imaginárias. Albert Camus (1913/1960) filósofo e escritor argelino escreveu certa vez: "O suicídio é a grande questão filosófica de nosso tempo, decidir se a vida merece ou não ser vivida é responder a uma pergunta fundamental da filosofia”.
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Para ilustrar esta matéria, peço permissão para transcrever uma história de autoria desconhecida: "Numa terra em guerra, havia um rei que causava espanto. Sempre que fazia prisioneiros, não os matava: levava-os a uma sala onde havia um grupo de arqueiros de um lado e uma imensa porta de ferro do outro, sobre a qual se viam gravadas figuras de caveiras cobertas por sangue. Nesta sala ele os fazia enfileirar-se em círculo e dizia-lhes, então: ”Vocês podem escolher entre morrerem flechados por meus arqueiros ou passarem por aquela porta e por mim serem lá trancados". Todos escolhiam serem mortos pelos arqueiros. Ao terminar a guerra, um soldado que por muito tempo servira ao rei dirigiu-se ao soberano:
- Senhor, posso lhe fazer uma pergunta?
- Diga, soldado.
- O que havia por detrás da assustadora porta?
- Vá e veja você mesmo.
O soldado, então, abre vagarosamente a porta e, na medida em que o faz, raios de sol vão adentrando e clareando o ambiente... E, finalmente, ele descobre, surpreso, que a porta se abria sobre um caminho que conduzia à liberdade!

O medo de enfrentar as consequências de alguns erros cometidos ou sequelas físicas que a vida nos apresenta são considerados pela sociedade ato de covardia. Seria? Desesperado, impacienta-se e não consegue ultrapassar a porta lacrada que se encontra a sua frente. O excessivo orgulho gera o medo e mostra um quadro futuro sem nenhuma solução. Não seria por acaso, o excesso de materialismo? De uma maneira geral, cada um a sua moda, a humanidade acredita em uma vida após a morte. Os cristãos, entre outras doutrinas religiosas condenam o suicídio.
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Indivíduos despreparados para a vida tropeçam nos obstáculos existências que a vida se lhes apresenta e pensam que acabar com a própria vida seria a melhor solução, pois assim dormiriam o sono eterno da morte. Tudo resolvido! Outros apenas desaparecem do meio onde vivem, pensando assim fugir dos problemas que o afligem. Um fenômeno mundial. Ninguém foge de si mesmo. Há ainda aqueles que se refugiam em monastérios, conventos (foto) e assemelhados para viver uma vida totalmente reclusa. Uma atitude totalmente egoística.
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Então, qual a utilidade dessa atitude para com o semelhante? Nenhuma se temos a convicção que devemos amar ao próximo e sermos úteis uns aos outros. Só que a coisa não é bem assim... Somos seres viventes, com matéria e espírito. E como espíritos, somos eternos. A se acreditar nisso, e religiosa como é a humanidade, chega-se a conclusão que o imediatismo que se encontra inserido na maior parte dos humanos é a causa desse terrível mal.
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O Evangelho Segundo o Espiritismo em seu Capítulo V, Bem Aventurados os Aflitos, item 15 diz o seguinte: “o mesmo se dá com o suicídio. Se excetuarmos os que se verificam por força da embriaguez e da loucura, e que podemos chamar de inconscientes, é certo que, sejam quais forem os motivos particulares, a causa geral é sempre o descontentamento. Ora, aquele que está certo de ser infeliz apenas um dia, e de se encontrar melhor nos dias seguintes, facilmente adquire paciência. Ele só se desespera se não ver um termo para os seus sofrimentos. E o que é a vida humana, em relação à eternidade, senão bem menos que um dia?
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Mas aquele que não crê na eternidade, que pensa em acabar com a vida, que se deixa abater pelo desgosto e o infortúnio, só vê na morte o fim dos seus pesares. Nada esperando, acha muito natural, muito lógico mesmo, abreviar as suas misérias pelo suicídio". Não importa qual a crença ou religião de cada indivíduo. Os muitos problemas existenciais como já disse, é uma realidade. Mesmo os ateus que acreditam no nada, temem o amanhã, e o índice de suicidas entre eles é muito alto. Qual a razão?
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*J. MORGADO é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, para o qual escreve crônicas, artigos, contos e matérias especiais. Contato com o jornalista? Só clicar aqui:
jgarcelan@uol.com.br
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32 comentários:

  1. Olá Amigos
    Bom dia
    Para ilustrar um pouco mais a matéria hoje inserida no Blog do Edward e seus amigos, coloco a notícia abaixo:
    Um abraço
    Paz. Muita Paz.
    J. Morgado
    07/02/2011 - 17h15
    Ter problemas com a justiça aumenta risco de suicídio, segundo estudo

    Em Washington
    • Suicídio materno aumenta o risco de tentativas de suicídio nos filhos
    • Adolescentes com acne são mais propensos a pensar em suicídio
    • Estudo rejeita ligação entre droga contra acne e suicídio
    • Tratamento para depressivos erradica suicídio, diz estudo
    • Blog do Dr. Alexandre Faisal: Brasil está em 67º lugar no mundo em suicídios
    Ter tido problemas com a Justiça, independente de resultarem ou não em uma condenação, aumenta o risco de suicídio, segundo um estudo britânico publicado esta segunda-feira (7) nos Estados Unidos.
    Entre 1981 e 2006, cientistas examinaram 27.219 mortes por suicídio na Dinamarca e os compararam com um grupo representativo da população de 524.899 pessoas. Em seguida, compararam os dois grupos com os registros judiciais.
    Mais de um terço dos homens que se suicidaram (34,8%) tiveram algum inconveniente com a Justiça contra 24,6% dos homens do grupo de controle, explicaram os cientistas da Universidade de Manchester, no Reino Unido.

    Quanto às mulheres, 12,8% das suicidas tinham algum antecedente judicial, enquanto 5,4% das mulheres vivas tinham antecedentes, destacou a equipe chefiada por Roger Webb.

    O trabalho foi publicado na versão online dos Arquivos de Psiquiatria Geral, uma das publicações da revista científica Jama (Journal of the American Medical Association).

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  2. Mais uma excelente matéria publicada neste espaço tão interessante de ser visitado. A razão do suicídio é a dor. Contra a dor e o sofrimento, segundo Freud, o remédio é o prazer. É preciso descobrir prazer em algo, mas para isso é preciso tempo para contemplar. Dizem por aí que tempo é dinheiro (inclusive, tenho um texto sobre isso, ainda não publicado) será? Enquanto existir tal pensamento, não haverá tempo para o prazer, portanto, faltará remédio contra a dor. Abraços!

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  3. Bom dia amigos(as)...
    Um abraço, caríssimo amigo-irmão J. Morgado. Depois da postagem da sua tão esperada crônica deste final de semana, tive alguns problemas técnicos com a Internet a cabo e por esta razão não consegui deixar o meu comentário de abertura, como costumeiramente faço. Quero pegar um gancho em seu comentário acima, caro J. Morgado, sem a foto (será que o gato comeu), para acrescentar que no Japão o suicídio é uma tradição antiga. O ritual do hara-quiri era comum na classe guerreira do período medieval. O samurai o utilizava quando não conseguia cumprir uma missão designada por seu mestre. Garotos com notas baixas na escola, envergonhados e com receio de encarar os pais se matam utilizando métodos diversos, até saltando em trilhos do metrô.

    Outro fator que ajuda a explicar a alta incidência de suicídios no Japão é a rigidez da sociedade, que imputa enorme importância a valores como honra e vergonha. Como a sociedade é muito fechada, há muitos casos de crianças e adolescentes vítimas de maus-tratos dos colegas na escola que não conseguem expor seus problemas para os pais ou professores e acabam se matando. as autoridades japonesas vêm tomando medidas para desestimular os suicídios. Muitos prédios em Tóquio foram reformados para impedir o acesso fácil a amuradas que servem de trampolim. No metrô de Tóquio, instalaram-se barreiras para evitar que pessoas pulem nos trilhos, uma forma tão comum de suicídio. Imagine só. O governo japonês até cobra das famílias das vítimas os estragos feitos nos trens e nas linhas, provocados por suicidas.

    Para se ter uma ideia, o Japão tem a mais alta taxa de suicídios em relação à população. 25 por 100.000habitantes. É o dobro da dos Estados Unidos e seis vezes mais que a do Brasil. Nesta relação que encontrei na Internet e preocupante, 45% dos japoneses se suicidam motivados por problemas de saúde e 25% por dificuldades econômicas. Um manual com instruções para as diversas formas de suicídio já vendeu 1,5 milhão de cópias no Japão desde os anos 90.

    Agora lhe pergunto, J. Morgado e amigos (as) deste blog. As autoridades japonesas estão corretas em tomar medidas para desestimular o suicídio, fechando prédios e fiscalizando metrôs? Não seria melhor mudar o modo de pensar deste povo, arcaíco e preconceituoso? Sanar o mal pela raíz teria um efeito maior, principalmente num país onde o suicídio coletivo é costumeiro, tem mais essa. O assunto é longo, voltamos para falar mais sobre isso. Hora de enviar, com muito atraso, a chamada desta crônica para nossos amigos e amigas. Antes, um abraço a amiga Renata Diniz, que acaba de deixar interessante comentário neste blog.

    Um forte abraço!

    Edward de Souza

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  4. Bom dia Juliano !!!

    O assunto é polemico?
    O assunto é controverso?
    O assunto é nebuloso?

    Na oportunidade anterior, onde o tema era Quem tem medo da morte, postei um comentário sobre a ignorância do ser sobre de onde vem, para onde vai, o que vem fazer?
    Um breve comentrario sobre o véu negro que nos encobre a visão.
    Suicidio é motivado pelo desconhecimento da vida espiritual, fraqueza intima...
    Vitor Hugo discorre boamente sobre o tema
    Joana de Angelis também
    Leons Denis... e tantos outros

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Bom dia, J. Morgado e Edward de Souza!
    Gosto muito dos textos de J. Morgado que hoje inverteu a pergunta feita em seu comentário anterior. Antes, perguntava se tínhamos medo da morte, agora se tememos a vida. Aparentemente parece simples esta resposta. Fácil dizer que não tememos a vida, porque é bela e gostamos de desfrutar dos seus prazeres. Mas, quem de nós não teve ao menos um vacilo nesta vida, num momento de fraqueza? Quantos de nós com muitos problemas a nos afligir não pensamos que nem sempre a vida é tão doce assim e que não vale a pena continuar a desfrutá-la? Um desgosto amoroso, problemas financeiros, brigas em família ou com conhecidos sempre nos abalam, e neste momento é preciso, acima de tudo, ser forte e crer em Deus. Buscar Nele recuperar nossas esperanças perdidas. Ter em mente que sempre existe uma luz no final do túnel e se apegar sempre nisso quando o desespero invadir nossa alma. Devemos seguir sempre em frente e cumprir nossa missão nesta Terra. Cabe ao Todo Poderoso decidir nosso destino, não a nós. Não temos e nem podemos decidir a hora da nossa morte.

    Bjos e um bom final de semana!

    Gabriela - Cásper Líbero - SP

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  7. Oi J. Morgado, não vejo nenhum motivo que nos tire a vontade de viver, seja qual for. A vida é um dom que nos foi entregue por Deus e compete a nós cuidar para que ela perdure até quando for a sua vontade. Temos muitos exemplos de pessoas que perderam braços, pernas, estão agonizando em leitos hospitalares e lutam com todas as suas forças para continuar a viver. Porque então nós, com saúde, disposição e com o pensamento voltado para o futuro devemos pensar em tirar nossas vidas? O suicídio, no meu modo de entender é covardia, é procurar um recurso imediato que resolva pequenos problemas que, mais dia, menos dia, serão solucionados, basta um pouco de boa vontade. Eu não tenho medo de viver e agradeço muito a Deus, sempre ao me levantar, pela graça que me foi concedida de ter mais um dia de vida!

    Bjos

    Carol - Metodista - SBC

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  8. Olá Amigos

    Os países nórdicos até bem pouco tempo eram campeões nessa funesta idéia do suicídio.
    A causa era o excesso de paternalismo do governo.
    Como era proibido beber em público, os cidadãos levavam para casa todo o tipo de bebida alcoólica e ali enchiam a cara.
    O que se deduz é que a falta de (ou muitos) problemas os cidadãos não tinham muita perspectiva futura. Uma rotina vivencial que abalava a estrutura emocional de cada um.
    Hoje o Japão, como bem explicou o meu amigo/irmão Edward, é o campeão dessa fuga estúpida.

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  9. Oiê, amigos (as)...
    Outro competente artigo do mestre Morgado. Polêmico e intrigante, que agita a imaginação e o blog.
    Data vênia, entendo que a vida de homens e animais foi concedida pelas mesmas mãos. Não se tem notícia, no entanto, que um jacaré, por exemplo, se matou porque foi traído e muito menos que um elefante se enforcou em virtude de dívidas. O homem já é diferente. Por ser dotado de inteligência promove o suicídio.
    Todos os serem humanos nascem para viver e, portanto, não há o que temer. A vida é uma dádiva e assim deve ser cultivada até o final, imposto pelo imponderável, nunca deliberadamente.
    A música já sugere: " é preciso saber viver..."
    Valeu mestre e parabéns pelo artigo.

    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCampo

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  10. O meu querido amigo-irmão Oswaldo Lavrado sempre espirituoso, com suas tiradas próprias e originais que conheço há anos. "Não se tem notícia, no entanto, que um jacaré, por exemplo, se matou porque foi traído e muito menos que um elefante se enforcou em virtude de dívidas". Aplausos, gostei!

    Um detalhe técnico que gostaria de explicar aos amigos e amigas que postam seus comentários com fotos. Não sei a razão, o Google vira e mexe muda detalhes sem avisar. Não está mais aparecendo as duas linhas onde costumamos colocar o nome e abaixo a senha para que oi comentário sai com a foto. Para que isso aconteça, é simples. Escrevam o comentário e cliquem em visualizar o comentário. Vai surgir a linha para se postar o nick name e a senha. Feito isso, só clicar em postar comentário, pronto!

    Abraços...

    Edward de Souza

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  11. Quem assistir o filme Nosso Lar, vai ver que quando o personagem André Luiz estava no umbral (uma espécie de purgatório, ou inferno segundo a igreja), ele freqüentava na mesma ala dos suicidas.
    Depois de ser resgatado pela bondade dos bem feitores Divinos, e levado para o hospital espiritual ele repetia constantemente a frase: Eu não sou um suicida!
    Quem fuma demasiadamente, ingere bebidas alcoólicas desregradamente ou tem algum vicio com a consciência que isso pode levá-lo ao óbito, também é considerado um suicida em potencial.
    Se levarmos para esse lado, veremos que os casos de suicídio são bem maiores do que as pesquisas.
    Sem dizer dos que não respeitam as placas de transito e quando mata alguém passa a ser um assassino, mas quando perde a própria vida torna-se um verdadeiro suicida e espiritualmente vai pagar muito caro por isso.
    A constituição física foi formada a mais de um bilhão e quinhentos milhões de anos pela mãe natureza conhecida universalmente pelo nome de Eva.
    A nossa descendência espiritual é eterna, ela sempre existiu na carne, ou fora dela, e é também universalmente conhecida como sendo a raça Adâmica.
    Daí o ensinamento bíblico: Nós somos filhos de Adão e Eva.
    Eva Terra ou mãe natureza, Adão espírito!
    O mundo material, ou energia concentrada serve de morada temporária para o espírito evoluir.
    O processo de acoplamento psicofísico no mundo carnal é de uma complexidade mais ou menos da mesma idade de um bilhão e quinhentos milhões de anos.
    Queiram ou não, somos muito pregados na matéria, aqueles que não suportam o preço da evolução e comentem o absurdo do suicídio, verão que o objeto não foi alcançado, por que ninguém consegue fugir de si mesmo, pois a consciência é eterna, e a reencarnação é uma benção que através do esquecimento momentâneo aliviamos um pouco a pressão dos nossos erros passados.
    O que falta ao homem é uma homogeneidade cristã nas bases fixas da humildade, da caridade e do perdão, para que possamos deixar no passado como uma triste lembrança do tempo que ainda dávamos fim nas nossas próprias vidas.

    Padre euvidio.

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  12. Bom dia, J. Morgado e Edward!
    Providencial esta sua ajuda, Edward, de fato eu não estava conseguindo postar meu texto com foto. Profundo, mais uma vez, o tema postado nesta sexta-feira pelo J. Morgado. Sobre os japoneses, apenas para acrescentar mais uma informação ao comentário primeiro do Edward. O Governo daquele País tomou também outros medidas para diminuir o índice de suicídios, além das que vc citou, Edward. Tenho uma amiga nissei que hoje reside no Japão e soube por ela que o governo promove atualmente uma enorme campanha em favor da saúde mental e para detectar pessoas deprimidas, suicidas em potencial. Nada mal, já estava passando da hora, os suicídios com sulfato de hidrogênio que pode ser praticado até com um detergente comum, é também enorme problema naquele país.

    No Japão, bom ressaltar, não há nenhum tabu religioso contra o suicídio e até o sécuilo 19 a prática era uma forma de punição ou de expiação por algum erro cometido. Vocês devem se lembrar, faz pouco tempo, um ministro importante do Japão, pego surrupiando dinheiro dos cofres públicos, não hesitou e suicidou-se logo que explodiu o escândalo. Imagine se nosso políticos resolvessem fazer a mesma coisa. Sobrariam poucos, com certeza.

    J. Morgado, não devemos ter medo de viver. Concordo com muitas amigas. A vida é o dom mais precioso que Deus nos legou.

    Bjos a todos!

    Tatiana - Metodista - SBC

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  13. Olá J. Morgado, Edward, amiguinhos e amiguinhas, torna-se simples para uma pessoa gozando de plena saúde, de bem com tudo e todos, sem nenhum problema aparente dizer que a vida é bela e merece ser vivida. É preciso, no entanto, olharmos pelo lado psiquiátrico e até psicológico desta questão. Existem pessoas depressivas que necessitam de amparo e cuidados médicos. Vou citar aqui um exemplo que recentemente foi divulgado pela internet e chocou o mundo.

    Uma inglesa deprimida de 42 anos, Simone Back, usou o Facebook, um site de relacionamentos, muitos devem conhecer e até participar, para anunciar sua morte e recebeu piadas como resposta. Em sua lista de relacionamentos estavam mais de mil amigos e amigas (sic). Entre outras coisas, ela estava necessitando de bons conselhos, carinho, principalmente depois de anunciar que tomaria todos os seus remédios para morrer. Foram mais de 150 mensagens que enviaram a ela, algumas dizendo que já deveria ter tomado antes os remédios.

    Final trágico. Sua mãe foi informada tardiamente da sua postagem neste site de relacionamentos e quando chamou a polícia, a filha já estava morta. A direção do Facebook se manifestou e agora promete manter uma equipe de prontidão para atender casos assim. Demoraram para tomar esta decisão, mas pode, quem sabe, auxiliar outras pessoas em depressão, evitando que tragédias como essa não mais ocorram.

    Bom fim de semana!

    Larissa - Santo André - SP

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  14. Larissa, eu li este caso que você comentou. Pior é que mesmo depois da morte desta inglesa, os tais amigos e amigas que ela tinha continuaram a enviar recadinhos estúpidos, até que a mãe resolveu acabar com tudo aquilo e, assumindo o Facebook, depois de encontrar a senha da filha, deixou um recado: "minha filha está morta. Deixem-na em paz".

    A depressão é a doença do século XXI, apontada como uma das maiores causas de mortes pelo mundo. Para quem não sabe, este é um distúrbio tanto emocional quanto fisiológico, onde o paciente não tem controle sobre suas crises. Julgá-lo ou ignorar tais sintomas é a pior opção. E, convenhamos, se a pessoa sente necessidade de chamar a atenção, como pode ter sido o caso desta inglesa, é porque algo não está certo com ela, correto?

    Agora, analisando os dois textos de J. Morgado, o primeiro com a pergunta: você tem medo de morrer? E este hoje: "você tem medo de viver"?, pergunto: quem tem medo de morrer, deve gostar da vida, não é isso? E ao contrário: quem tem medo de viver não teme a morte? Não vejo outra explicação, apesar de confuso.

    Abçs

    Juninho - SAMPA

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  15. Larissa e Juninho, desculpem-me, mas se a mãe desta inglesa que se matou realmente se preocupasse com a filha, a levaria em algum psiquiatra e não ficaria esperando que mil e tantos amigos fizessem alguma coisa por ela, não seria o certo? Onde estava ela, mãe, que não percebeu que a filha estava em depressão? Os amigos “virtuais” não tem culpa alguma. Quem deveria se preocupar com ela a princípio seria a sua família, que ao que se observa, nada fizeram.

    J. Morgado, um bom texto, como todos os demais que você já escreveu quinzenalmente, às sextas-feiras. Faz com que vários outros assuntos, como este da inglesa, sejam tratado neste espaço. Tem a ver com o assunto.

    Bjos

    Martinha - Metodista - SBC

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  16. Depressão é doença, uma “desnutrição” cerebral. Dizer que alguém está de “frescura” porque está com depressão é o mesmo que dizer que é “frescura” ficar de cama porque se está com dengue, por exemplo. A pessoa deprimida tem um distúrbio fisiológico (o cérebro está doente) e não permite que pense, sinta e aja de maneira racional e eficiente. Seu sofrimento acaba sendo tão poderoso que dificulta a percepção do quanto sua condição entristece e preocupa as pessoas ao seu redor.

    Qualquer pessoa que alguma vez tenha sentido uma dor realmente aguda ou prolongada, física ou emocional, sabe que “dá vontade de fugir gritando e correndo” ou “se pudesse, eu arrancava esse pedaço de mim só para parar de sentir essa dor”.

    Realmente, existe a possibilidade de a pessoa estar mais procurando por atenção do que sofrendo com depressão, como esta inglesa que citaram, mas temos que concordar que não custava nada aos tantos “amigos” dela oferecerem-lhe um instante de seu tempo livre para saber o que estava acontecendo…

    Que Deus nos proteja deste mundo cheio de pessoas que amam o dinheiro mas odeiam qualquer coisa que não sejam elas mesmas; que adoram o prazer mas desprezam o esforço e a dedicação; que cultivam o superficial e o material mas destroem a sabedoria e a espiritualidade; que se gabam de ter centenas de “amigos” virtuais mas são incapazes de oferecer amizade verdadeira a ninguém exceto a si próprios; que julgam o valor das pessoas pelo dinheiro, fama, poder e beleza mas esquecem que no fim, são julgados por dois juízes que sabem tudo o que passa em seus pensamentos e corações... Primeiro, a própria consciência, depois, o Altíssimo.

    Bom fim de semana!

    Tânia Regina - Ribeirão Preto - SP

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  17. Oi J. Morgado, meus cumprimentos por este texto. Sábias palavras num mundo cada vez mais cheio de pessoas deprimidas. No fundo ficamos esperando ajuda de fora quando toda a ajuda que precisamos está disponível dentro de nós mesmos. Devemos acordar pela manhã e agradecer a Deus a oportunidade de um novo dia. Temos o que pedimos e devemos ser gratos por isso.

    Bjos

    Giovanna - Franca - SP

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  18. Olá Amigos

    Boa tarde

    A depressão é uma coisa terrível! Começa com um estado de tristeza e incapacidade de raciocínio lógico. O coração parece que vai saltar pela boca. Os médicos ou cientistas chamam isso de “falsa angina”.
    Já assisti uma multidão gritar para um indivíduo que ameaçava jogar-se de um alto edifício dizendo salta, salta, salta... Uma histeria revoltante e até ilógica.

    Um abraço a todos

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  19. Meu caro J. Morgado, existe ainda aqueles que fingem adorar viver, mas provam ao contrário com os atos que praticam, entre eles os "filhinhos de papai" que praticam rachas de madrugada pelas avenidas da cidade onde moram. Em todos os lugares tem tipos assim. Não só são suicidas em potencial como também colocam a vida dos outros em risco. Outros que devem desprezar a vida são estes malucos que voam com asa delta, vira e mexe tem um morto ou então paralítico por conta desta atividade imbecil, que chamam de esporte. Pelo menos estes se matam sózinhos, não atingem inocentes.

    Eu gosto de viver, sou feliz com o que Deus reservou para mim e não temo a morte. Ela virá um dia para todos.

    Um abraço

    Miguel Falamansa - Botucatu - SP

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  20. Esperar que a vida seja sempre um mar de rosas é ilusão, J. Morgado. Sempre vamos encontrar desafios e barreiras pela frente. Só não podemos acreditar que estas barreiras sejam intransponíveis, para isso é preciso fé, força e muita luta para que nossa vida seja sempre gostosa de ser apreciada. Os maus pensamentos que muito contribuem, inclusive para a depressão, devem sempre ser afastados. Quando eles insistem em invadir nossos pensamentos, nada melhor do que cair de joelhos e pedir a Deus que os leve para bem longe de nós. Agindo assim, não temos razão para temer a vida.

    Bjus, bom final de semana!

    Vanessa - Campinas - SP

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  21. Amigo. Como espírita, não acredito na morte. O texto abaixo diz tudo que penso a esse respeito: “Quando observamos da praia, um veleiro afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de beleza rara. O barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor.Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram. Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará “Já se foi”. Terá sumido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós. Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas. O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver. Mas ele continua o mesmo.

    E talvez, no exato instante em que alguém diz: "já se foi", haverá outras vozes, mais além, a afirmar: "lá vem o veleiro"! Assim é a morte. Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro, e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos: "já se foi". Terá sumido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O ser que amamos continua o mesmo, sua capacidade mental não se perdeu. Suas conquistas seguem intactas, da mesma forma que quando estava ao nosso lado. Conserva o mesmo afeto que nutria por nós. Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita no outro lado. E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: "já se foi", no mais além, outro alguém dirá feliz: "já está chegando". Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a viagem terrena. A vida jamais se interrompe nem oferece mudanças espetaculares, pois a natureza não dá saltos. Cada um leva a sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário. A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas. Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada. Um dia partimos do mundo espiritual na direção do mundo físico; noutro partimos daqui para o espiritual num constante ir e vir, como viajantes da imortalidade que somos todos nós.”
    Grande abraço.

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  22. Depois de ler o texto de J. Morgado e este comentário-texto da Maria José, eu tenho certeza que vale a pena não ter medo de viver. Duas maravilhas postadas neste blog, sem desmerecer nenhum outro comentário...

    Fiquei encantada!

    Bom fim de semana!

    Andressa - Cásper Líbero - SP

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  23. LUIZ ANTONIO DE QUEIROZsexta-feira, 11 fevereiro, 2011

    Olá amigo J.Morgado.

    Parabéns pelo texto.
    O materialismo é a principal causa do suicídio. Portanto a sua luta em divulgar a importância de ampliarmos a visão espiritual e tê-la como nossa principal vida com a consequente fé no futuro é antídoto valioso contra o suicídio.

    Abraço fraterno,

    Luiz Antônio de Queiroz
    SSParaíso-MG

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  24. Concordo com vc, Andressa, tivemos nesta sexta-feira duas belas lições. A primeira de J. Morgado, a outra da Maria josé, que pelo jeito domina com extrema capacidade a filosofia espírita. Vou ser sincera, não parei para pensar se tenho medo de viver, até ler este texto desta sexta-feira. Depois de meditar alguns segundos, confesso que não tenho. Não posso ter medo de encarar a vida se tenho sonhos e projetos para o futuro, estaria jogando tudo o que idealizei fora. Vou continuar lutando com fé e otimismo para que tudo o que sonhei se realize, derrubando com minha espada cravejada de esperanças, todos os dragões que porventura eu encontre pela frente. Se Deus assim o permitir.

    Um lindo final de semana a vcs!

    Daniela - Rio de Janeiro

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  25. Boa noite!
    Fui honrado com o convite efetuado na noite desta sexta-feira pelo Dr. Miguel Arcanjo, meu digníssimo mestre psiquiatra e psicoterapeuta, para comentar mais este brilhante texto do consagrado jornalista J. Morgado, que quinzenalmente escreve crônicas especiais sobre a filosofia espírita no blog do brilhante e premiado jornalista, escritor e radialista Edward de Souza, sobre o tema, “Você tem medo de viver”? Permitam-me começar reproduzindo aqui uma frase de Carlos Drummond de Andrade: “a cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade”.
    O ser humano tem muito medo de sofrer. Tende a pensar que o sofrimento está associado a castigo por algum mal ou erro que tenha cometido. Duvida, em muitos casos, de que seja capaz de suportar certas dores e que além do mais será tomado por elas, perdendo o controle sobre si mesmo.

    Com muita frequência, busca desviar-se daquilo que o fará sofrer, tornando-se até um especialista no assunto “escape se for capaz”. Há muitas maneiras de se desviar do sofrimento. Algumas são bem claras, outras se revelam mais sutis ou disfarçadas. Podemos citar o alcoolismo, a drogadição, o vício de tomar remédios, o fumo. São tentativas desesperadas de fugir da dor da alma, do coração, ou da mente, como preferir. É de se supor que tenha havido frustrações profundas e significativas para que a pessoa saia em busca de alívios como esses, mesmo que sejam desvios ilusórios, bengalas frágeis, de caráter autodestrutivo. As doenças do corpo são outro exemplo de desvios. Elas substituem, muitas vezes, aquilo que a mente não consegue pensar ou tolerar. As perturbações mentais e a loucura, num extremo, também são formas defensivas de evitar o sofrimento. Tem gente que ri da dor, para não chorá-la. É o caso daquelas pessoas que se mantêm num estado de euforia constante, parecendo ser pessoas alegres e felizes.

    O filme, “Em Busca da Terra do Nunca” mostra um menino, com seus sete anos que perde seu pai, morto por um câncer. Desde então, ele passa a enxergar a realidade de uma forma concreta, esvaziada de simbolismo. Deixa de brincar, de sonhar e imaginar. Quer crescer logo, pois imagina que se tornando adulto sofrerá menos. Este garoto estava diante da terrível dor da morte do pai. E a impossibilidade de encontrar sentido para essa tragédia o paralisa e ele se fecha, se recolhe como numa concha. Ele perde a confiança nas pessoas e na vida. Com isso ele fica encurralado em sua própria armadilha, a de levar a vida sem se entregar a ela. Com a ajuda de um homem, escritor, poeta incansável, o menino vai compreendendo que não há vida sem sonhos, fantasias e ilusões. Não há vida sem arte e sem cultura. E sem criatividade. Não há vida sem metáforas e sem imaginação. Aliás, precisamos de tudo isso para viver uma vida boa e saudável. Alguém pode dizer que não tem tempo para isso, pois sua realidade é dura e exigente demais. Como se a realidade não fosse resultado de todas essas capacidades desenvolvidas! Viver é uma arte.

    Caso receba permissão dos jornalistas J. Morgado e Edward de Souza posso voltar neste sábado, período da tarde, para descrever um pouco sobre depressão, assunto muito comentado no dia de hoje.

    Grato!

    Dr. Sebastião Honório - Médico psiquiatra clinico e psicoterapeuta da USP, com experiência em várias áreas de atuação na especialidade. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Especialização em dependência de drogas na Inglaterra. Título de especialista em psiquiatria pela ABP. Participação como ouvinte e palestrante em Congressos Nacionais, Internacionais, bem como cursos nos EUA.

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  26. Olá Amigos

    Bom dia

    Já disse ontem e repito hoje. Comentários pertinentes e maravilhosos
    Maria José nos deixa uma página didática e poética do que seria (ou é) a continuidade perpétua da vida.

    Um abraço a todos

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  27. Olá Dr. Sebastião Honório

    Bom dia

    Como sempre comentários amplos e elucidativos.
    Estamos aprendendo (e como!).
    Portanto meu amigo se faz mister que suas intervenções sejam constantes. O espaço está aberto para quantas intervenções forem necessárias.

    Obrigado por suas gentis palavras

    Um fraterno abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  28. Bom dia amigos(as)...
    Realmente, meu amigo-irmão J. Morgado está com a razão, marcante a participação de todos neste final de semana, com comentários inteligentes e precisos sobre o tema "Você tem medo de viver"? Deixo ainda um recado ao Dr. Honório. O espaço é seu para quando puder falar sobre depressão, já que o assunto, ligado ao suicídio, foi por demais discutido neste blog.

    Estou neste momento indo ao lançamento do terceiro livro do meu amigo Valdes Rodrigues "Contos e Reencontros", que acontecerá na sede central do Magazine Luiza, em Franca, a partir das 9 da manhã até as 12 horas. Vou levar o meu abraço ao amigo radialista que trabalhou comigo em rádio no final dos anos 60 e, claro, buscar meu livro devidamente autografado por ele. Valdes é o campeoníssimo de audiência em Franca, apresentando seu programa "Show da Manha" das 8 às 11 horas na Rádio Difusora e "Painel", no Canal 10 da Net todos os domingos, das 11 às 12 horas.

    O texto de J. Morgado continua neste final de semana, pela aceitação que teve e pelos maravilhosos comentários que tirou dos nossos leitores e leitoras. Amanhã, domingo, Oswaldo Lavrado escreve um caso verídico e humano, não deixem de ler.

    Um forte abraço a todos...

    Edward de souza

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  29. Realmente um assunto instigante, J.Morgado com seus artigos nos leva a pensar e aprender muito.
    Parabéns para a Maria José que colocou de forma simples e poética esse assunto táo delicado.

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  30. Este comentário foi removido pelo autor.

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  31. Olá Padre Euvídeo

    Seu comentário é altamente elucidativo e didático.

    Parabéns

    Um abraço

    Paz. Muita Paz

    J. Morgado

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  32. Olá Adward
    Obrigado pela visita e pelo comentário. Quando puder volte, vou gostar muito.
    Grande abraço

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