quarta-feira, 30 de junho de 2010



Apesar de pertencer a uma família pobre, posso dizer que levei uma infância de rico. Nasci em Santo André numa fria madrugada de junho de 1948 e, dois meses após, fui no colo de minha mãe para Bálsamo, para onde minha família passou a morar. As ruas ainda eram de terra. As casas térreas, com amplos quintais, todos com árvores frutíferas. As residências dos meus avós eram as preferidas. A dos meus avós maternos possuía mangueiras com os mais diversos tipos de manga – a que eu mais apreciava era a Bourbon. Havia, ainda, rente às cercas de arame farpado no quintal, pés de abacaxi, que eu saboreava ali mesmo quando eles amadureciam. A dos meus avós maternos era preferida por causa de suas jabuticabeiras, das pequenas às grandes. Doces como mel, eu as saboreava nos próprios pés, diante do sorriso maroto do meu avô Angelim, um tipo pequeno e simpático.
Na outras casas, também, nada era proibido. Por isso, eu, sempre quando tinha vontade, invadia os quintais dessas casas e pegava minha fruta preferida - laranja, caju, melancia, dependendo da época. As mangueiras predominavam na maioria dos quintais.
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Antes de completar seis anos de idade, ingressei na escola municipal, denominada Modesto José Moreira. Lá fiz o primário e, no mesmo edifício onde funcionava a escola, tinha também o ginásio, onde cursei até o segundo ano – foi quando minha família transferiu-se novamente para Santo André. Em Bálsamo, além de estudar, cheguei a trabalhar como bóia-fria catando algodão e, depois, amendoim. Depois, passei a visitar os sítios dos arredores da cidade com um carrinho puxado à mão, arrecadando garrafas que, posteriormente, vendia no comércio da cidade. Minha última profissão em Bálsamo foi a de engraxate. Acredito que fui um dos primeiros a implantar o atendimento de engraxate em domicílio. Enquanto os demais engraxates ficavam na praça central ou andando pelas ruas à cata de cliente, eu visitava as casas, no horário marcado, e engraxava os sapatos de toda a família. Um negócio mais garantido, que foi copiado posteriormente pelos demais colegas de profissão.
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Jogava também futebol. Diziam que tinha um chute potente. Não segui carreira por ter-me contundido, lesado o tornozelo da perna direita. Nunca mais chutei uma bola com força. Aprendi a nadar nos rios e lagoas existentes nos sítios instalados ao redor da cidade. Esse aprendizado salvou a minha vida quando, ao regressar em um barco da Ilha Anchieta com destino a Ubatuba, no litoral norte paulista, o barco naufragou. Mesmo diante de ondas altas e violentas, consegui nadar até à praia da ilha. Nesse dia, foi impossível não lembrar os rios de Bálsamo.
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Em Bálsamo é que tomei gosto pela leitura. Meu pai era assinante da revista Cruzeiro, já extinta, e da Readers Digest e, nas horas de folga, eu ficava lendo em sua barbearia. Na Cruzeiro, não deixava de apreciar a última página, com a crônica de Rachel de Queiróz. Ambas, proporcionam boas leituras, bom passatempo, principalmente para uma criança que começava a descobrir o mundo exterior.
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Namorar com aquela idade era sonho e brincadeira. Cheguei a paparicar uma das meninas, da qual nem me lembro o nome. Mas lembro, não só do nome, mas também do rosto de uma por qual me apaixonei, se é que se pode chamar de paixão o sentimento de um menino com menos de dez anos. Chamava-se Alaíde, era morena, tinha cabelos negros e um sorriso encantador. Eu a via com mais freqüência aos sábados, pela manhã, quando ia até a sua casa engraxar sapatos. Ingênuo, ignorava que ela jamais iria se enamorar por um engraxate, sabendo que os garotos de família rica também a desejavam. Já se passaram quase meio século e eu ainda tenho essa menina em meu pensamento: Alaíde, minha paixão infantil.
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Em Bálsamo, fiz muita amizade e poucos amigos. Dois deles: Ismael e Tico. Ismael mudou-se de lá nos anos seguintes e só o vi, depois, uma vez. Como repórter, viajava com destino ao norte de São Paulo, quando o encontrei num posto de gasolina, pedindo carona para um motorista de caminhão. Conversamos rapidamente e ele se foi. Nunca mais o vi. Tico, cujo nome era Heider José Borduqui, permaneceu meu amigo até a sua morte. Toda vez que eu visitava Bálsamo, ia ao seu encontro. Nos dias em que lá ficava, estávamos sempre juntos, nos bares, bebendo cerveja e conversando sobre a infância passada. Quando o vi pela última vez, apesar de ter parado com as bebidas alcoólicas, aceitei tomar um copo de cerveja com ele. Brindamos a nossa saúde. Ele morreu no ano seguinte.
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De Bálsamo, tenho boas lembranças. Nos finais de ano, quando tudo dá certo, revisito a cidade. Está muito modificada. As ruas pavimentadas, o número de carros aumentou de maneira extraordinária. Não é mais nem sombra do que foi no passado. Perdeu a sua paz... Assim como eu perdi a minha saúde. Faz tempo que não volto a Bálsamo. Talvez volte um dia. Sinto que, se voltar, será uma visita nostálgica, com ar de despedida. Uma visita de quem vai para se despedir. É o que sinto. É o que o meu coração me faz dizer.
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Quando da minha infância em Bálsamo, a imagem que tinha de Bagdá era aquela dos castelos gigantes e misteriosos, de ruas estreitas, de bares camuflados nos porões, nos tapetes voadores, nos reis e nas rainhas e, principalmente, de Ali Babá e os 40 ladrões – este último que ficou mais famoso no Brasil depois que políticos confundiram Ali Babá como chefe dos 40 ladrões e não como o seu o seu implacável perseguidor. Bagdá me lembrava – e ainda me lembra na imaginação – a cidade dos sonhos, das lâmpadas maravilhosas realizadoras de desejos impossíveis. Jamais – mesmo nos dias de hoje – deixei que a guerra desfechada por sanguinário norte-americano, no suposto extermínio de armas nucleares, na conquista permanente da paz mundial, eliminasse de minha mente essa visão romântica.
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Bagdá me lembra, ainda, as mulheres com véus transparentes, deixando ver a suavidade de suas faces, o misterioso e envolvente olhar feminino que só as mulheres árabes conseguem ter. Assim, caminhando pelo corredor do terceiro andar no Hospital do Câncer, para melhor circulação do sangue, é que via, bem ao final, a figura de uma mulher que, por motivos ainda desconhecidos, me levavam em sonho para Bagdá. Ela estava lá, aparentemente só, à espera não se sabe do quê. Mais tarde, fiquei sabendo que era o seu cunhado que ali estava internado e só estava aguardando determinação para ser encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva. O motivo da doença, não fiquei sabendo. Só a vi, sozinha, o olhar perdido em algum lugar de seu deserto particular e, com o cansaço natural provocado pela quimioterapia, parei estático, escorando-me na parede. Respirava com dificuldade e ela me ofereceu uma cadeira.
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- Se quiser, pode entrar e descansar. Meu cunhado já foi para a UTI.
Agradeci, respirei, como se ali estivesse um oásis. Restabelecida a respiração normal, ia recomeçar a caminhada de volta ao meu quarto, quando ela formou uma espécie de triângulo com seu braço esquerdo e ofereceu a ajuda, com uma ternura, com uma meiguice jamais sentida em toda a minha vida. Não afeito à delicadeza tão espontânea, me neguei a aceitar e ela insistiu, formando de novo o triângulo com o braço esquerdo: "Aceite, por favor".

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E nessa sua insistência, por instantes, senti parte da milenar solidariedade do povo árabe. Se aceitasse, agora compreendia, estaria aceitando a ajuda que ela não poderia mais dar ao cunhado ausente. Deixei-a me conduzir até ao meu quarto e lá mesmo ela se identificou: "Meu nome e Daguirra. Nasci em Bagdá". Antes que eu a questionasse, ela complementou: "Não nessa Bagdá atual. Mas a Bagdá do meu tempo criança, dos castelos e das mil e uma noites".
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Na próxima quarta-feira, o décimo segundo capítulo de Memória Terminal, do jornalista José Marqueiz, Prêmio Esso Nacional de Jornalismo, falecido em 29/11/2008. O Prêmio Esso de Jornalismo é o mais tradicional, mais conceituado e o pioneiro dos prêmios destinados a estimular e difundir a prática da boa reportagem, instituído em meados da década de 50. (Edward de Souza/ Nivia Andres) Arte: Cris Fonseca.
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39 comentários:

  1. Olá amigos (as) deste blog...
    Pela manhã recebi vários e-mails perguntando se o blog não publicaria hoje mais um capítulo do jornalista José Marqueiz. Atarefado e com problemas técnicos, não pude responder a todos os e-mails, por isso, agora, peço-lhes desculpas. Nada funcionou a contento nesta manhã, só com muita luta e depois de esperar por um bom tempo, restabeleceram o sistema e as falhas apresentadas pelo Goggle foram corrigidas.

    Estamos publicando hoje o capítulo número 11 desta série que segue com sucesso neste blog, sempre batendo recordes de visitas. Neste capítulo, José Marqueiz fala de Bálsamo, sua terra natal, e conta sobre a infância vivida naquela pacata cidade, das frutas gostosas que apanhava nos quintais onde nada era proibido, sua primeira namorada e volta a surpreender, relatando que ainda pequeno lutava pela sobrevivência, primeiro como engraxate e depois como bóia-fria. Outro texto maravilhoso que vale a pena você comentar.

    Um forte abraço a todos...

    Edward de Souza

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  2. Luiz Ignorácio da Silvaquarta-feira, 30 junho, 2010

    Luiz Ignorácio.

    Tenho a impressão que já li parte desse capitulo antes, ou será que eu bebi?

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  3. Prezado senhor Ignorante!
    O senhor não está errado. O único erro seu foi não se identificar. Conforme deixei explicado neste blog, leio os capítulos apenas antes de cada postagem. Como tinha comigo alguns contos de José Marqueiz, tempos atrás publiquei esta segunda parte neste blog. Só hoje, depois da leitura, percebi que Marqueiz havia incluído seu conto no texto da série. E como nossa intenção neste blog é não saltar nenhuma linha do que foi escrito, tomei a iniciativa de repuplicar esta parte que, espero, não estrague tão bela leitura. E que também não o incomode, Senhor Ignorante.

    Um forte abraço...

    Edward de Souza

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  4. José Marqueiz, neste capítulo de hoje, Edward, mostrou novamente que era uma pessoa humilde, mesmo tendo em sua bagagem um Prêmio Esso de Jornalismo. Não se acanhou em relatar que fez de tudo em sua vida, de engraxate até vendedor de garrafas usadas que recolhia em sítios. Se tornou um homem, por isso, aprendeu a trabalhar duro e ganhar deste cedo o seu sustento. Continuo seguindo e adorando a série.

    Bjos

    Daniela - Rio de Janeiro

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  5. Esse capítulo é realmente muito lindo, gostei de reler.
    Beijos a todos!
    Milton Saldanha

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  6. Eu não tinha lido essa segunda parte no blog, Edward. Fui ver em postagens anteriores e encontrei o conto, também do José Marqueiz. Mas, preferi ler junto com o texto, fica bem melhor porque um completa o outro. Achei emocionante esse relato feito pelo José Marqueiz desta moça chamada Daguirra, ou o nome foi criação do jornalista? O simples gesto de apoio que ela deu ao Marqueiz, naquele momento triste da doença incurável, o fez se sentir gratificado a ponto de não ter se esquecido e relatar isso em suas memórias. Maravilhoso!

    BJ

    Giovanna - Franca - SP

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  7. Meu prezado amigo-irmão Milton Saldanha e participantes deste blog. Vamos mais uma vez deixar bem claro. O capítulo desta quarta-feira é inédito e ainda não foi apresentado neste blog. Apenas os três últimos parágrafos foram repetidos, não por engano, mas é que, ao postar um conto que eu tinha em separado do José Marqueiz, tempos atrás, não sabia que o mesmo texto estava também incluído em sua "Memória Terminal". Para não cortar trechos desta série, deixei seguir como estava. Repetindo, para não ter mais confusão. Apenas os três últimos parágrafos estão sendo repetidos. Começam exatamente onde está a ilustração dos belos olhos da jovem, lado esquerdo do blog. Espero que tenham compreendido.

    Grato!

    Edward de Souza

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  8. Hildebrando Pafundiquarta-feira, 30 junho, 2010

    Boa tarde amigo Edward de Souza.

    Caro Edward, leitores e leitoras, achei muito lindo este capítulo de Memória Terminal, do meu saudoso amigo José Marqueiz. Na época de nossa juventude em Santo André, ele falava muito de Bálsamo e viajava para lá com certa frequência. Muita gente chegou a pensar que ele era nascido nessa cidade, quando na verdade, Marqueiz esclareceu neste capítulo de hoje, nasceu em Santo André. E apesar da nossa diferença de idade havia entre nós algumas coincidências ou coisas em comum. Eu também comecei a ler em Readers Digest, que mais tarde iríamos criticar achando que se tratava de uma leitura digestiva; e também nas revistas O Cruzeiro e Manchete. Ainda guardo alguns exemplares. Outra coincidência: um dos seus irmãos, se não me engano o mais velho, também era barbeiro como seu pai. O meu pai não foi barbeiro, mas o meu falecido irmão Domingos, que o Marqueiz conheceu, também era barbeiro. Parabéns pela série, Edward.

    Hildebrando Pafundi, escritor e jornalista.

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  9. Boa tarde,amigos e amigas!

    Olá, Edward!

    José Marqueiz, além de ser um homem talentoso e sensível, também era um empreendedor nato. Como vimos no texto, desde pequenino trabalhava para amealhar algum dinheiro, certamente por sua própria iniciativa e tinha boa visão de negócios, além de criatividade - sua ideia de engraxar sapatos em domicílio foi genial, conquistou clientela com a medida. Lendo os capítulos anteriores, vimos que nunca descuidou do estudo e dos livros, que garantiram o sucesso em sua profissão.

    Fazendo um paralelo com a atualidade, vemos tantos meninos e meninas no ócio, sem ocupação produtiva alguma, às vezes nem a escola frequentam, o que resulta no desvirtuamento da personalidade e no encaminhamento para a delinquência e as drogas.

    Óbvio que sou contra o trabalho infantil. Lugar de criança é na escola. Mas sempre é útil e salutar que meninos e meninas tenham ocupações produtivas e aprendam o valor do trabalho, até mesmo em tarefas caseiras, que incutem disciplina, senso de ordem e limpeza e respeito a horários.

    A história de solidariedade da moça que auxiliou Marqueiz no hospital é muito linda e provoca um momento de rara magia, ao mostrar que ainda existem pessoas dispostas a repartir generosidade. Marqueiz também foi capaz de produzir poesia, até na dor...

    Um abraço a todos e aproveitem o dia!

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  10. Em quase todos os capítulos do José Marqueiz, sempre boas lembranças. Como não recordar, por exemplo, da Revista "O Cruzeiro" e também, lembrada pelo jornalista e escritor Hildebrando Pafundi, "A Manchete", que eu lia quando rapaz. Quando não comprava estas revistas, lá estavam as duas num salão de barbeiro do bairro. A revista Readers Digest continuo assinando até hoje e as recebo todos os meses em casa. Continua excelente e uma leitura que recomendo. Quanto aos parágrafos que encerram este capítulo, Edward, fez muito bem ter publicado para não perder a sequência da série. Quem não leu, como eu, com certeza gostou muito. Ótima a série e continuo seguindo, parabéns.

    Laércio H. Pinto - São Paulo - SP.

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  11. Olá, pessoal, o Edward me surpreende a cada dia. Postar uma imagem de Bálsamo foi uma idéia linda.

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  12. Ilca, concordo com vc, ficou legal as fotos de Bálsamo, que não sei onde fica. Além do texto maravilhoso do José Marqueiz, as ilustrações que o Edward acrescenta na matéria são lindas e tem tudo a ver. Muito bom gosto. Eu fui uma que enviei um e-mail antes do almoço para o Edward. estava aguardando o 11º capítulo que não saia, sem saber das dificuldades que ele estava encontrando. Sei como é difícil manejar um blog, não é nada fácil e uma postagem pode levar horas, muitas vezes. Valeu a pena esperar mais um pouco. Estou adorando a série e já imprimi o capítulo de hoje.

    Bjos Ilca e amiguinhos!

    Andressa - Cásper Líbero - SP.

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  13. Caro Edward, você tem razão. Obrigado pelo esclarecimento. Abração!
    Milton Saldanha

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  14. Bonito e comovente o capítulo de hoje. Parafraseando Drumond ("saí de Minas, mas Minas nunca saiu de mim"), acho que Bálsamo permaneceu em Marqueiz, no seu jeito simples de ser.

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  15. Boa tarde, pessoal.
    Acompanhando o texto desta semana do jornalista José Marqueiz, lembrei-me do meu tempo de infância. Também meti uma caixa de engraxate nas costas e saia para a praça central para engraxar sapatos. Isso sem meu pai saber. Papai era contador e não deixava faltar nada em casa, mas desde cedo eu gostava de trabalhar para ter um dinheirinho só meu. Outros engraxates que dividiam a praça comigo, muitos, creio que a maioria, eram mesmo pobres e aquele trabalho era para ajudar seus pais a sustentar a casa. Muitas vezes eu tinha um bom dinheiro e um coleguinha nada. Eu não hesitava em passar o que tinha ganhado para ele, que aceitava feliz. Tenho a impressão que até o professor João Paulo de Oliveira já engraxou sapatos, não, professor? A molecada daquele tempo adorava isso.

    Continua palpitante a série de José Marqueiz, grande atrativo semanal deste blog.

    Abraços,

    Miguel Falamansa - Botucatu - SP.

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  16. Muito bonito o texto e retrata com perfeição a infância de todos nós, moleques do pós-guerra. Toda casa tinha quintais com árvores frutíferas, hortas e um galinheiro.Frutas, ovos, frangos e verduras à vontade. O que faltava, nosso pai trazia da roça. As ruas eram de terra, sim e quando chovia, dava gosto sentar na enxurrada barrenta. Que tosse, que nada! Tínhamos todas as espécies de anticorpos.
    Abraços
    João Batista

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  17. Boa noite a todos.
    Série linda,Marqueiz se mostrou uma pessoa de garra,não "nasceu" jornalista teve que batalhar bastante antes desse momento,que bom saber que seu pai o incentivava a ler,certamente isso fez a diferença.Lendo essa magnífica "obra" de arte, lembrei de momentos da minha infância, onde passava as férias em Pedregulho na casa de meus tios, era uma delícia,frutas tinha á vontade, as casas tinham enormes quintais,e assim poderíamos escolher, ir até o pé e saborear á vontade,ah! como o gosto das frutas eram diferentes, hoje não tem muita graça.
    Marqueiz teve uma infância muito divertida, e mostrou com sensibilidade e humildade,cada passo antes de se tornar um jornalista tão importante.
    Edward, Nívia e Cris Parabénsssss.
    Beijosssssssssss.

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  18. A CIDADE DE BÁLSAMO/SP:HISTÓRIA DA CIDADE
    "A população atual de Bálsamo é de aproximadamente 7767 de pessoas. A cidade de Bálsamo está na região São José do Rio Preto, com 150,41 km² ..."

    Temos notícias do Córrego do Bálsamo, afluente do Rio Preto, desde as primeiras décadas do século 19. Lá pela metade desse século, se fixaram na região os primeiros habitantes, vindos de Minas Gerais, mais ou menos na mesma época em que se fundava a vila de São José do Rio Preto. Desses pioneiros, agricultores e criadores de porcos, duas famílias ainda permanecem por aqui. São os Paula e os descendentes do Capitão Roque Alves Vieira de Magalhães, que se misturaram, dando origem aos Alves de Paula, importante família local.
    Com o avanço das lavouras de café e a fundação de Mirassol em 1910, as terras devolutas da região foram loteadas e vendidas a pequenos proprietários, a maior parte espanhóis ou italianos. Na última gleba da fazenda Bálsamo, perto da nascente do córrego, surgiu a vila, em torno de uma parada de ônibus, à beira da estrada que Feliciano Salles Cunha construiu ligando Mirassol a Tanabi, ou seja, Rio Preto ao “sertão”.
    A garagem, como era chamada na época, foi construída em 1920 e pouco depois apareceram outras construções. Entre elas estava a primeira casa comercial, onde vieram morar os irmãos Pedro e André Navarro García.
    A dona do terreno loteado era uma espanhola chamada Lourença Diogo Ayala que doou uma quadra para a construção da primeira capelinha rústica, sob a invocação de Nossa Senhora da Paz. Assim formou-se o povoado.
    Aos pioneiros, de origem mineira, juntaram-se italianos, portugueses, nordestinos e sobretudo espanhóis, que eram a maioria, e dedicaram-se também ao comércio. A partir da mistura desses desbravadores, cresceu o povoado, que conseguiu elevar-se a município em 1955 O primeiro prefeito foi Dr. Denir Zamarioli.
    FONTE:/www.ferias.tur.br

    João Batista

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  19. Caro João Batista: eu nunca tinha ouvido falar dessa cidadezinha. Pelas fotos me parece agradável. Mas o que está me intrigando é esse nome. Você sabe a explicação. Obrigado desde já e abração!
    Milton Saldanha

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  20. João, desculpe, faltou o ponto de interrogação na perguntinha.
    MS.

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  21. Caro Miguel Falamansa, muito lindo o que você contou, revelador de uma alma generosa.
    Abraço caloroso!
    Miltob Saldanha

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  22. Milton,de acordo com informações colhidas na mesma fonte:

    Significado do Nome

    Bálsamo: a palavra faz lembrar aroma agradável, mas também consolo, alívio, tranqüilidade. Nome que se dá a substâncias perfumadas que escapam da casca de algumas plantas e são usadas tanto como remédio quanto fragrância. À ela associa-se o nome desse tranqüilo recanto, perdido nos confins do oeste paulista.
    O nome da cidade, no entanto, deve-se ao Córrego do Bálsamo, em cujas nascentes contruiu-se a cidade. O riacho tem seu nome devido à grande quantidade de pés de bálsamo que havia em suas margens, no tempo em que tudo isso aqui eram matas. Trata-se da cabreúva, árvore imponente, madeira de lei bastante requisitada, abundante na região até as primeiras décadas do século passado. Hoje a árvore está praticamente extinta. São raros os exemplares que ainda existem.

    Grande abraço amigo.
    João

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  23. Amigos, desculpem entrar aqui abruptamente com outro assunto, mas é algo que diz respeito ao futuro do nosso pais, portanto nos afeta: o Serra e o PSDB devem estar de brincadeira na escolha desse vice, o tal de Indio da Costa, do DEM, que vem a ser o ex-PFL, de péssima memória. O cara pertence ao que existe de pior na política carioca. É um moleque. Hipóteses: o Serra ganha, assume e acontece algo que ninguém deseja, mas ele não é imortal. Aí o Brasil vai ter de presidente esse moleque?
    Só pode ser brincadeira. Ou estão querendo mesmo entregar a eleição.
    Milton Saldanha

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  24. E mais, para quem tem memória: foi por irresponsabilidades como esta, do PSDB, que um dia tivemos aquela coisa chamada Severino Cavalcanti na presidência da Câmara. E me desculpem o desabafo, tá duro de engolir. A Dilma deve estar adorando.
    Milton Saldanha

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  25. João Batista, Milton Saldanha, Professor João Paulo de Oliveira, Ana Célia de Freitas, Miguel Falamansa, Nivia Andres, Edward de Souza e outros amigos e amigas. vocês tornaram esse capítulo do José Marqueiz ainda mais interessante. Eu também não sabia onde ficava a cidade de Bálsamo, muito menos em que estado se situava, mas agota sei até o nome do Prefeito. E que tal uma campanha para que algum vereador da cidade coloque o nome do jornalista José Marqueiz em uma avenida ou rua da cidade? Um Prêmio Esso de Jornalismo que, mesmo depois de sua partida, torna a cidade conhecida. Foi exatamente por sua causa que todos esses comentários surgiram sobre Bálsamo. E que lindo e sublime o texto de hoje. Maravilha e vale a pena continuar seguindo a série. Estou encantada.

    Bjos a todos vcs!

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  26. Prezado Milton Saldanha. Com essa, acho que assassinaram de vez a candidatura do Serra!!
    João

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  27. Emocionante, não! Espetacular, não! Esplendido, não! Formidável, naaão!!!!!!!!!!!!!
    Eu não consigo achar adjetivos compatíveis com esse magnífico testamento deixado post-mortem pelo Marqueiz e postado pelo Edward de Souza nesse incontestável espaço democrático, pelo qual eu tenho a honra de fazer parte.
    Embora quase que insignificante a minha presença aqui, eu faço questão de manifestar a minha graça quando a emoção supera a razão embalada pela expectativa de ler um texto tão simples e que externa a sabedoria de uma humilde inteligência capaz de emocionar até os mais abalizados escritores.
    A simplicidade que marqueiz usou para esse diário ou testamento, são perolas lançadas para as pessoas que tem sensibilidade de absorver a grandiosidade de um ser que embora combalido pela enfermidade, nunca perdeu a esperança em um futuro promissor de realizações.
    Não basta arrepender-se, tem que ter consciência da situação momentânea, para achar forças capazes de tirar água da pedra e torná-las em um verdadeiro manancial de conhecimento interior, para depois retorná-las em formas consciente de teor elucidativo, que posteriormente servirão de exemplo como a superação pode amenizar o sofrimento momentâneo experimentado por alguém que com paciência espera o final.

    Padre Euvideo.

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  28. A leitura de "Memória Terminal" é fascinante. Acabo de ler esse capítulo e começo a pensar o que virá no próximo. Um texto que prende e encanta, surpreende muitas vezes e emociona sempre. Sou sensível e sempre choro ao terminar a leitura de um destes capítulos. José Marqueiz conseguiu transportar sua vida para o papel e nos encantar com esse relato maravilhoso.

    Tatiana - Metodista - SBC

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  29. José Marqueiz, em sua simplicidade, era muito invejado pelo talento e pelo texto magnífico que tinha. Viram neste capítulo de hoje? Engraxate, bóia fria e vendedor de garrafas quando criança. Prêmio Esso Nacional de Jornalismo aos 25 anos de idade. Um homem muito especial e muito querido!

    Beijos Ilca,

    Ana Maria - Amiga e jornalista - SP.

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  30. Bom dia, pessoal!
    Ontem eu fui um dos primeiros a ler esse 11º capítulo de José Marqueiz, logo depois das 14 horas, mas fui obrigado a sair e não comentei. Aqui em Votuporanga ainda existem muitas casas como essas que José Marqueiz recorda de sua infância, com enormes quintais, mangueiras, jabuticabeiras, goiabeiras, pitangas, carambolas, romãs e muitas outras qualidades de frutas. O que mudou é que a molecada não tem mais acesso a nada. Esses quintais de hoje são vigiados por enormes cães, alguns filas e quem tentar sentir o sabor de uma fruta pode perder a vida. Marqueiz viveu realmente bons tempos em sua infância em Bálsamo, cidade que conheço, e relatou isso com muita propriedade.

    Quanto ao bálsamo, caro João Batista, essa planta medicinal que deu nome a esta cidade, nós aqui de Votuporanga, onde tem muitas plantações, a chamamos de bálsamo tranquilo. É uma folha verde e grossa, que nasce em galhos pequenos, atingindo não mais que meio metro de altura. A folha é utilizada para fraturas. Basta fazer um pequeno corte nas folhas e ela solta um líquido gosmento. Então você coloca várias delas sobre o local fraturado, passa uma tala e vai trocando diariamente. É cura na certa. É usada também para problemas de coluna e dores lombares.

    Mudando de assunto. Depois que postei aqui a previsão numerológica, criticada pelo Padre Euvídeo, pipocaram e-mails com os dados copiados aqui neste espaço. Sinal que o blog está estourando.

    Gostei deste capítulo desta série e continuo acompanhando.

    Birola - Votuporanga - SP.

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  31. Continuo achando maravilhosa essa série, cada dia mais atraente. José Marqueiz consegue, com seu texto agradável, nos conduzir de uma sala fria e triste de um hospital para quintais com árvores frondosas e frutas saborosas. Lembra com saudade de sua infância e sonha com uma Bagdá dos castelos das mil e uma noites enquanto luta para vencer uma doença terrível.
    Eu concordo com a Gabriela. A prefeitura de Bálsamo deveria prestar uma homenagem a José Marqueiz, quem sabe com o título de cidadão daquela cidade. No entanto, os vereadores de Santo André, cidade onde José Marqueiz nasceu e passou a maior parte de sua vida, conforme li em capítulos anteriores, devem a ele uma homenagem maior pelos serviços prestados a comunidade como jornalista e pelo Prêmio Esso de Jornalismo. Os amigos jornalistas de Marqueiz, principalmente os que ainda estão na ativa, devem cobrar essa homenagem. Você também, Ilca, mexa os pauzinhos e lute por esse reconhecimento.

    Beijos a todos,

    Bruna - UFJF - Juiz de Fora/MG

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  32. Simplesmente maravilhosa essa série escrita pelo jornalista José Marqueiz. Assino a lista para que façam uma justa homenagem a esse brilhante homem de Imprensa. Edward de Souza, você, o Milton Saldanha e outros amigos, com a força que vocês tem, façam esse pedido aos políticos do ABC, certamente motivos para essa homenagem não faltam.

    Beijos,

    Larissa - Metodista - SBC

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  33. Ôi, Birola! Vc deve estar se referindo ao Bálsamo de Bengué. A planta que deu origem ao nome da cidade em discussão é o Bálsamo do Peru, utilizado principalmente nos cosméticos e também indicado para a impotência sexual.
    Abs
    João

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  34. Mudando de assunto. Depois que postei aqui a previsão numerológica, criticada pelo Padre Euvídeo, pipocaram e-mails com os dados copiados aqui neste espaço. Sinal que o blog está estourando.



    “Birola”! Você endoidou?
    Manda a marca do cigarrinho que você anda fumando que eu quero experimentar.
    Não tenho lembranças de ter falado mal da sua numerologia!

    Padre El Vídeo

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  35. a todos os queridos leitores do blog, alguns antigos amigos, outros novos que considero já amigos: todas as postagens me causam uma profunda emoção que não tenho como externar. Dou risada quando alguém posta uma lembrança engraçada e me enterneço com o carinho dos leitores. Obrigada a todos vocês.

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  36. Oi Edward e Ilca, eu também estou seguindo emocionada esta série, só não consegui postar meu comentário ontem porque estava dando problemas no Google. Está maravilhosa a série e cada capítulo, melhor ainda.

    Bjos

    Talita Unisantos - Santos - SP

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  37. Bom dia a todos.Quando comecei a ler essa historia, fiquei muito contente, pois nasci e moro em Bálsamo. Muito feliz em saber que o nome de nossa cidade se estendeu pelo Brasil,e ainda mais por meio desse grande homem.
    Bálsamo é perfeita, e hoje em dia muito desenvolvida.Apresenta otimos indices sociais, e cresce constantemente, hoje com cerca de 8500 habitantes. Somos vizinhos de São José do Rio Preto, importante cidade do estado.A....e o nome se deu pela grande quantidade de pés de Bálsamo existentes na epoca de sua fundação nas areas ao redor do corrego, que leva o mesmo nome, e outra causa tambem é porque quando o territorio nosso pertencia a Mirassol, cidade a quem desmembramos, toda área era da fazenda de nome Fazenda Bálsamo. A padroeira da cidade é Nossa Senhora da Paz, que deu origem ao segundo e penultimo nome( Nova Paz de Bálsamo) antes era Garagem, e por fim Bálsamo.Ainda em nossa cidade se localiza o Antiquario Clever Casado,um conjunto de lojas ao ar livre numa belissima e inigualável paisagem, onde se mistura arte comtemporânea e reliquias do tempo passado. Esse lugar foi eleito uma maravilha da região, ganhando em 1°lugar. Bálsamo é um recanto escondido nos confins do interior paulista.Mantenho contato.

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