quinta-feira, 18 de março de 2010


RÁDIO - PAIXÃO,

ROMANTISMO & REALIDADE (II)


"Deveríamos usar o passado como trampolim e não como sofá." (Harold Macmillan)

Muitas pessoas vivem vida longa e feliz adotando uma rotina pacata, sem passar por ondulações de um corcovear valente agitando emoções. Minha circulação ao longo da vida sempre se afinou com aventuras e decisões que me deram inteiro prazer. Seja nos afetos, em exercícios profissionais ou escolha de caminhos, fui cavalgando de maneira diligente minha história.

Não tenho críticas para quem adotou vida calma, todavia, não conseguiria dormir com a serenidade, sem busca e velocidade. Se existe antagonismo e aventura em ser hoje interno seminarista e amanhã servir em uma trupe circense, eu exercia funções antagônicas. Minha mãe desejava um padre na família, desejo que me levou interno ao Seminário Santo Afonso, em Aparecida do Norte, ordem religiosa Redentorista fundada em Nápoles (1732) por Santo Afonso de Liguori. A vocação sacerdotal não inibiu meu trabalho futuro como ponto de teatro, no centro do palco, oculto por um alçapão, apontando para os atores o texto da peça. Eis aí relembranças da adolescência.

A ausência do chefe da família, falecido aos 53 anos, cobrou-me participação mais presente na qualidade de mais velho dos descendentes. De retorno a minha cidade ocorreu minha contratação por forte empresa comercial que vendia do alfinete ao caminhão. Incluía em seu conglomerado uma Casa Bancária de alto poder e influência regional: Organização Hygino Caleiro. Passei a produzir e apresentar com seu patrocínio exclusivo o maior programa de auditório de toda a região, “Variedades Hertzianas”. Conseguimos nível elevado de sucesso e várias apresentações de nossos artistas de Franca no programa Cezar de Alencar, na Rádio Nacional.

Ao mesmo tempo, Silveira Lima, meu contemporâneo do Rio, inclusive da Rádio Mauá, foi contratado pela PRA7 de Ribeirão Preto. Fala fácil, atraente, em auditório era concorrente respeitável. Eu em Franca fui abordado pela Rádio 79, de Ribeirão, para lançamento de um programa. Acumulei Franca com Ribeirão, para onde viajava uma vez por semana - quintas -, nos ônibus de estradas poeirentas, vestindo o antigo guarda-pó. Provavelmente, minha platéia de hoje nem sabe o que é. Fui rivalizar audiência com Silveira Lima no programa que criei: “Enquanto o tempo passa”. Foram momentos e glórias maravilhosas, gente de nível musical acima da média, onde posso destacar Armandino no violão, com desempenho de mestre a dedilhar cordas que faziam chorar.

A Renner SA ganhara destaque nacional em roupas masculinas quando já contávamos com seu patrocínio: “Informativo Renner” na Radio Hertz, negociação que entabulei compromissando-me a apresentá-lo várias vezes por dia. Uma longa história do rádio será contada a seguir e relativa à formação de redes das emissoras do interior. Entre elas, participei do grupo de Emissoras Coligadas, empresa que chegou a deter o domínio de 33 organismos espalhados por São Paulo, Minas e Paraná. Ulysses Newton Ferreira, baiano, chegado ao Rio na adolescência para trabalhar na portaria do Hotel dos Estrangeiros, cujo cunhado Arthur era o gerente. Era o hotel de maior expressão no Brasil por volta de 1865 e assim permaneceu na Praça José de Alencar, próximo ao Largo do Machado, local do assassinato à traição de importante político brasileiro, natural de Cruz Alta, RS, o senador Pinheiro Machado, em 8 de novembro de 1915. No saguão do hotel, foi apunhalado pelas costas, perda irreparável para o mundo político.

Aprovado em concurso do Banco do Brasil, Ulysses assumiu sua função de funcionário da agência de Jaú, SP. Inicia-se, assim, a vida de um grande empreendedor na radiodifusão brasileira. Uniu-se por casamento com Maria da Gloria Fagundes Ferreira, de tradicional família jauense. Já atuando na área com sua primeira emissora na cidade, continuou no Banco do Brasil, adquirindo novas transmissoras em Marília, Lins, Presidente Prudente e Franca, concluindo por chegar ao domínio de 33 emissoras, nas mais expressivas regiões do país.

Vivendo exclusivamente como profissional de microfone, não me ocorrera em algum momento pensar em administração. Meu tempo era aplicado no rádio, preencher espaços com criatividade nos programas de auditório, - ainda hoje copiados pela TV - dinamizar e avançar na informação jornalística do rádio, dando-lhe urgência e instantaneidade. O rádio traduzia as esperanças de meu sonho que não era pequeno por fortemente vivo em meu projeto de vida.

Foi quando Pedro Dermínio, francano e contador, foi destacado por Ulysses novo gerente da Radio Hertz. Acostumado na capital, nos escritórios centrais da empresa, não sentia qualquer prazer em retornar ao ninho antigo. Atraiu-me para que assumisse a função de gerente, indicando-me ao diretor Ulysses Newton Ferreira. Atendendo a chamado, fui por primeira vez a uma entrevista com o líder que se tornaria meu grande instrutor de negócios, meu amigo detentor dos títulos que pude conhecer em um homem sério, arrojado e progressista. Participei de seu projeto com amor e fidelidade. Era ele nossa vocação a construir crescente desenvolvimento e modernidade no rádio brasileiro. (continua)

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*José Reynaldo Nascimento Falleiros (Garcia Netto), 81, é jornalista, radialista e escritor francano. Autor dos livros Colonialismo Cultural (1975); participação em Vila Franca dos Italianos (2003); Antologia: Os contistas do Jornal Comércio da Franca (2004); Filhos Deste Solo - Medicina & Sacerdócio (2007) e a novíssima coletânea Seleta XXI - Crônicas, Contos e Poesias, recentemente lançada. Cafeicultor e pecuarista, hoje aposentado. A Série Relembranças II será editada em capítulos semanais, às quintas-feiras - uma revisita do profissional de memória privilegiada, à história do Rádio Brasileiro, que se confunde com a sua própria história.
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28 comentários:

  1. Bom dia, amigos e amigas!

    Hoje o jornalista, radialista e escritor Garcia Netto publica mais um capítulo da Série RELEMBRANÇAS II, contando como construiu a sua sólida e bem-sucedida carreira no Rádio - uma história envolvente e plena de fatos que nos levam a conhecer melhor o autor e a sua obra, eternizada na história através de sua própria voz, que não ouvimos aqui, mas podemos sentir através da sua emoção ao voltar no tempo e traduzi-la em palavras.

    Leiam e participem, interagindo com o nosso memorialista já tão estimado por todos.

    Tenham um bom dia!

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  2. Olá Garcia Netto

    Bom dia

    Quando você descreve situações do passado em que viveu intensamente, produzindo e criando, me faz lembrar fatos também de meu pretérito.
    As jardineiras, por exemplo. As estradas de pó vermelho da Região de Ribeirão Preto no final da década de 40 e início de 50.
    Jardineiras com bagageiro no teto que conduziam de tudo. Engradados com galinhas, porcos, bicicletas, móveis... Para não perder tempo, pois os passageiros oriundos da zona rural eram muitos, o motorista permitia que esses utensílios fossem transportados até no interior do coletivo.
    A paisagem era de cafezais. Hoje, a cana tomou conta de tudo.
    Nós e outros passageiros oriundos da zona urbana usávamos guarda-pós e chegávamos ao destino cobertos de pó e ansiosos por um banho. O cheiro era às vezes, terrível! Mas que dá saudades dá!
    O hotel em que nos hospedávamos ficava na Praça Quinze (Ribeirão Preto). Se não me engano o Pálace ao lado do Teatro Municipal.
    Obrigado amigo, por despertar em mim essas maravilhosas reminiscências.

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  3. O blog faz dois anos e alguém vai ganhar um presente. Pode ser você! Participe...

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  4. Bom dia amigos (as) deste blog...
    Um forte abraço, amigo Garcia Netto. Nessa série de hoje, mais uma vez você trouxe muitas recordações, começando pelas "Lojas Renner", tradição em roupas masculinas, onde todos nós fazíamos um crediário para comprar vistosos ternos, calças, blusas e camisas. Nos anos 70, bem no começo, as compras podiam ser pagas em várias prestações, muitas vezes até em 15 meses, até porque a concorrência era grande. "Lojas Renner" brigava no mercado com "A Exposição", "Ducal" e tantas outras. Antes disso você citou as Organizações Hygino Caleiro, não seria Calleiro? Não importa, acaba dando na mesma, vou ficar com um "L" só.

    O prédio onde ficava o Banco Hygino Caleiro abriga hoje a "Casa das Noivas", na esquina da Praça central de Franca. Cá entre nós, Garcia Netto, Hygino Caleiro "mandava" em Franca naquela época. Só dava ele. Dizem as más línguas que Franca demorou para crescer até por causa do coronelismo existente na época, que não permitia a entrada de concorrência na cidade. Hygino Caleiro era o todo poderoso. O império foi por água abaixo com o falecimento do velho Hygino. Nas mãos dos filhos a fortuna foi pelo esgoto em pouco tempo.

    Lembrei-me também da época gloriosa das Emissoras Coligadas e ouvia muito o nome de Ulysses Newton Ferreira, comndante desta rede de emissoras que brigava com a Rede Piratininga. Se não me engano, Garcia, a Rede Piratininga tinha também mais de 30 emissoras espalhadas pelo interior. Em franca brigavam a Hertz, das Coligadas e a Difusora, que foi Piratininga no começo, da Rede Piratininga. Não conhecia a história do Ulysses Newton Ferreira, fiquei sabendo agora, neste seu relato, Garcia Netto. Muito bom.

    Como estou com um notebook, minha máquina só volta a noite, desacostumado a lidar com esse aparelho portátil, encontro algumas dificuldades até em digitar, mas não poderia deixar de vir aqui "esquentar" suas memórias nem deixar de lhe dar um forte abraço, meu amigo Garcia! Essa série que você escreve é realmente um grande sucesso e agrada em cheio aos frequentadores deste blog! Meus cumprimentos!

    Um forte abraço a todos...

    Edward de Souza

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  5. Bom dia Garcia Netto, Edward, Nivia e demais amigos e amigas.
    O Edward tem razão, Garcia Netto, cada série que você apresenta nosso cérebro fica mais acelerado. Lembro-me perfeitamente das Lojas Renner, e até comprei roupas lá. Era um luxo só e frequentado por pessoas de bom gosto. O Edward cita A Exposição e a Ducal e se esqueceu das Lojas Garbo, mais uma nesse segmento de roupas maculinas numa época em que os homens se trajavam elegantemente, com ternos e gravatas. Basta ver as fotos de antigamente, principalmente de São Paulo na década de 50, 60 e até 70. Esse negócio de Jeans era para peão trabalhar nas construções, assim mesmo dia de semana. Nos fins de semana, todos de terno e gravata. Estou gostando muito dessa série, continue, Garcia!

    Abraços,

    Laércio H. Pinto - São Paulo - SP.

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  6. Ôi Garcia, continuo acompanhando com atenção essa série que está mesmo agradando. No começo, você diz que por muito pouco não se tornou padre. Engraçado como Deus escreve certo por linhas tortas. Não o aceitou como seu servo porque tinha outro caminho para que você trilhasse, que acabou coroado de sucesso. Se não segurou um microfone no palco de uma igreja para transmitir mensagens de fé e esperança, você o fez no palco da vida, e trouxe alegria para milhares de pessoas com seus programas de rádio, tenho certeza.
    Meus parabéns pelo relato de hoje e aguardo com ansiedade os próximos capítulos.

    Bjos a todos!

    Liliana Diniz - FUABC - Santo André - SP.

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  7. Boa tarde, Garcia Netto, seu fã clube continua atento às suas memórias sobre o rádio. Algumas amigas da faculdade já me ligaram bem cedo, avisando sobre sua postagem de hoje. Eu e outras amigas, depois da leitura, estamos imprimindo para guardar. Tem muito de Franca em quase todos os seus relatos, mostro para o meu pai que adora ler, só que não chega perto do computador, é "das antigas".

    Abçs, parabéns pela série!

    Melissa - Unifran - Franca - SP.

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  8. Ôi Garcia Netto!
    O capítulo desta quinta começou muitíssimo bem, com a frase de Harold Macmillan: "Deveríamos usar o passado como trampolim e não como sofá." Verdade, e essa série que vc nos apresenta mostra isso, porque nos ensina a respeitar nossa memória e mais que isso, usá-la como exemplo, como um trampolim em nossa vida profissional. É desta maneira que acompanho seu relato, buscando conhecer um pouco do nosso passado através dessas histórias do rádio, ricas em detalhes sobre os costumes de nossa gente décadas passadas. Fico encantada com sua memória e seu entusiasmo juvenil, principalmente quando escreve passagens marcantes de sua vida profissional. Pode ter certeza que suas memórias estão agradando e atraindo a cada série novos leitores ao blog. De minha parte, obrigada por dividir seu passado com todos nós. Estamos orgulhosos de tê-lo aqui.

    Bjos,

    Tatiana - Metodista - SBC.

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  9. Boa tarde, Garcia Netto!
    Eu e minhas amigas, entre elas a Tatiana que já esteve no blog deixando seu comentário, continuamos acompanhando com gosto cada capítulo dessa série que vc escreve. Sabe o que a gente tem vontade também de ler, mesmo que seja num capítulo a parte, não sei se concorda? As "ratas" dos locutores daquela época, deve ter algumas, ou muitas. Seria interessante e divertido. Pelo seu relato, nota-se que os radialistas se esmeravam em manter uma pose séria, mas errar é humano e acredito que isso deve ter acontecido, às vezes até de uma forma cômica, não é? Maravilhosa essa série, meus parabéns!

    Beijussssssss

    Priscila - Metodista - SBC

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  10. Tudo bem Garcia Netto

    É minha primeira participação neste blog, contando com a ajuda de minha netinha Renata, de 16 anos, alertado que fui pelo amigo Marcelo Nalini, do Lions, sobre a série que você está escrevendo. Antes desse capítulo de hoje, em que você cita as organizações Hygino Caleiro, já li alguns anteriores. Completo 70 anos dia 22 deste mês e recordo-me com saudade daquela época e também dos seus programas de auditório na Rádio Hertz, cujo prédio ficava em frente a Praça Barão, ao lado da camisaria Record, do Anísio, lembra-se? Mais acima o Restaurante Pajé e o Barão. Desses dois, apenas o Barão em atividade ainda nos dias de hoje. O Banco Hygino Caleiro ficava na esquina da Rua Voluntários da Franca com a rua Monsenhor Rosa, na Praça N.S. da Conceição. Você vai se lembrar também do Banco Moreira Salles e do Banco Scatena, os dois também na Praça Central. Esse banco Scatena era de uma família de Batatais, se não me engano. Não sei o fim que esses bancos tiveram.
    Fiquei contente em saber que suas memórias, também da nossa querida Franca do Imperador, estão sendo contadas aqui. Nos anos 50, menino ainda, eu ouvia a Rádio Hertz, a única de nossa cidade naqueles tempos. Volto mais vezes.

    Aceite meu abraço afetuoso

    Getúlio Marcondes - Franca - SP.

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  11. Ôi Garcia Netto, que bom quando chega a quinta-feira para correr ao blog e ler mais um capítulo dessa série que vc relata tão bem! Só encontrei tempo agora para ler o capítulo de hoje e os comentários do pessoal, já estava curiosa para saber o assunto que seria abordado hoje. E vamos conhecendo um pouco do nosso passado, que legal!

    Beijos,

    Bruna - UFJF - Juiz de Fora/MG

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  12. Inúmeras vezes foi dada a sugestão para que Garcia Netto publicasse suas memórias. Eu volto a insistir, depois de ler mais esse capítulo de hoje. Certo que no blog todo esse relato irá permanecer, mas um livro seria a coroação dessas histórias tão lindas de um passado desconhecido pelos jovens. Não só as histórias do rádio, mas Garcia, relatando outros acontecimentos de décadas passadas, como o Palácio Monroe no Rio, certamente faria enorme sucesso com essa publicação. Vou cntinuar lhe incentivando, Garcia e compro o primeiro livro autografado para ler com muito orgulho.

    Beijinhos e parabéns pela série!

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  13. Estou ligadíssima acompanhando essa série, Garcia Netto. Relato maravilhoso e fascinante a cada capítulo. Estou adorando!

    Meus parabéns!

    Soraya - Metodista - SBC.

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  14. Segui com atenção as explicações fornecidas pela Nivia na segunda-feira aqui no blog e acho que hoje, finalmente, vou conseguir deixar os cumprimentos ao brilhante radialista e jornalista Garcia Netto pela série que escreve aqui. Confesso que estou emocionada. Depois de ler todos os capítulos de Garcia Netto, e outras crônicas desse blog, dos jornalistas J. Morgado, Nivia Andres, Edward de Souza, Oswaldo Lavrado, Professor João Paulo, Milton Saldanha, entre outros, parece que vou conseguir. Quero que saibam que adoro todos vocês e se me permitirem, gostaria de participar sempre. Percebo que todos vocês já se conhecem e o nível é excelente. Muito obrigada e meus cumprimentos ao Garcia Netto pela série.

    Queria agradecer os esforços da Ana Rita, querida colega aqui da Unifran que lutou para me ensinar a postar comentários. Não foi em vão, Ana Rita. Com sua ajuda e do pessoal do blog que colocou as explicações, enfim, consegui!

    Uma boa tarde a todos vocês!

    Kátia Bianchi - Unifran - Franca -SP.

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  15. Querida Kátia!

    Que bom que você conseguiu publicar o seu comentário! Nós não só permitimos como exigimos que você continue participando, opinando, enviando sugestões, enfim, integrando-se a essa rede de amigos que todos os dias se encontra nesse espaço.

    Um abraço!

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  16. Caro amigo garcia Netto

    Estas lembranças do rádio, mostram para nós que vivemos em cidades grandes e conhecemos o rádio pela capital,Rio de Janeiro, como foi importante a participação das diversas rádios espalhadas pelo país, na integração e unidade cultural. Parabéns pelo seu trabalho que nos inspira a continuar com os nossos.
    A importância dos patrocinadores do Rádio , Renner por exemplo, e relembrado pelo Edward de Souza, a rival Exposição Modas S.A. que hoje está extinta, foram anunciantes constantes do rádio eu me lembro bem.
    Mudando um pouco o assunto, pois tratamos de lembranças, do passado de nosso país com o rádio, tivemos um grande aprendizado de negócios com esses antigos patrocinadores. A Exposição Modas, tinha um prédio enorme no centro do Rio de Janeiro, bem no Largo da Carioca, com uma loja para cada andar.
    Eu vejo que hoje os armazéns, as quitandas, os armarinhos, as papelarias, padarias, lojas de ferragens,açougues, botequins não existem mais em cada esquina, em cada bairro. Os preços por causa disso eram melhores, não havia o custo das embalagens tão caras de hoje. Os grandes supermercados incorporaram tudo.
    Pudessem hoje os dirigentes das cidades nos seus planos de ocupação do solo, códigos de obras, permitirem comércios verticais em cada bairro, onde esses prédios teriam estacionamentos próprios e sem serem grandes supermercados retornariam o conceito antigo de comércio em cada bairro. E todos nós seríamos beneficiados. Hoje anda-se muito de carro para comprar as coisas.
    Antigamente não tinhamos telefone celular, lembra-se Garcia Netto? Na verdade tinhamos o telefone molecular ! Como funcionava? A pessoa atendia o telefone comum e ordenava: " Manda o moleque lá...Chamar fulano " . Assim usávamos o telefone molecular = moleque lá.
    Até hoje gosto, quando viajo de carro, principalmente a noite, sintonizar um rádio AM, escuto muito a Rádio Record, que atinge aqui no Espírito Santo, para lembrar os velhos tempos...

    Abraços a todos

    Anfermam

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  17. Caro amigo garcia Netto

    Estas lembranças do rádio, mostram para nós que vivemos em cidades grandes e conhecemos o rádio pela capital,Rio de Janeiro, como foi importante a participação das diversas rádios espalhadas pelo país, na integração e unidade cultural. Parabéns pelo seu trabalho que nos inspira a continuar com os nossos.
    A importância dos patrocinadores do Rádio , Renner por exemplo, e relembrado pelo Edward de Souza, a rival Exposição Modas S.A. que hoje está extinta, foram anunciantes constantes do rádio eu me lembro bem.
    Mudando um pouco o assunto, pois tratamos de lembranças, do passado de nosso país com o rádio, tivemos um grande aprendizado de negócios com esses antigos patrocinadores. A Exposição Modas, tinha um prédio enorme no centro do Rio de Janeiro, bem no Largo da Carioca, com uma loja para cada andar.
    Eu vejo que hoje os armazéns, as quitandas, os armarinhos, as papelarias, padarias, lojas de ferragens,açougues, botequins não existem mais em cada esquina, em cada bairro. Os preços por causa disso eram melhores, não havia o custo das embalagens tão caras de hoje. Os grandes supermercados incorporaram tudo.
    Pudessem hoje os dirigentes das cidades nos seus planos de ocupação do solo, códigos de obras, permitirem comércios verticais em cada bairro, onde esses prédios teriam estacionamentos próprios e sem serem grandes supermercados retornariam o conceito antigo de comércio em cada bairro. E todos nós seríamos beneficiados. Hoje anda-se muito de carro para comprar as coisas.
    Antigamente não tinhamos telefone celular, lembra-se Garcia Netto? Na verdade tinhamos o telefone molecular ! Como funcionava? A pessoa atendia o telefone comum e ordenava: " Manda o moleque lá...Chamar fulano " . Assim usávamos o telefone molecular = moleque lá.
    Até hoje gosto, quando viajo de carro, principalmente a noite, sintonizar um rádio AM, escuto muito a Rádio Record, que atinge aqui no Espírito Santo, para lembrar os velhos tempos...

    Abraços a todos

    Anfermam

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  18. ANA CÉLIA DE FREITAS.quinta-feira, 18 março, 2010

    Boa noite Garcia Netto.
    Sou sua fã,adoro ler suas relembranças,e cada semana você com toda maestria,sensibilidade e inteligência,nos deixa com uma vontade instigante em ler o próximo capítulo.
    Esteja certo que aprendemos muito com você,obrigado pela sua nobre presença.
    Abraçosssssssssssss.
    ANA CÉLIA DE FREITAS.

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  19. Minha querida gente amiga.
    A mais agradável sensação de prazer e alegria eu sinto, ao ler comentários partidos da bondade de vocês. Devo acrescentar que o bom de tudo que vem ocorrendo está na complementação que fazem ao que escrevo, avivando outras lembranças. Agradeço sensibilizado a participação.
    Nivia. Obrigado pelos afagos iniciais e carinho que dispensa ao blog.
    J.Morgado. O que torna rico nosso papo fica por conta de vocês. Veja as galinhas no bagageiro, os porcos, o antigo cobrador com notas de cruzeiro entre dedos. Você de fato se hospedava no Palace Hotel, prédio que ainda existe. Tombado e reformado internamente mantidas características externas. Na esquina acima o Pingüim, o melhor chope do mundo. O Teatro está no mesmo lugar recebendo espetáculos grandiosos. Também tombado e honrado. A paisagem canavieira extinguiu a beleza da florada branca dos cafezais tão bem cantada por Cascatinha e Inhana. Meu cafezal em flor/quanta flor meu cafezal.
    Edward. A Casa Bancaria Hygino não era bem na esquina, era ao lado, na esquina era do mesmo grupo Casa das Novidades até hoje com este nome descendo pela Voluntários outros departamentos até o armazém. Eu tenho uma boa imagem do senhor Hygino Caleiro Filho. O primeiro nome do estabelecimento e antes de 1913 foi Caleiro & Sandoval. O Caleiro sempre foi assim grafado. O processo inibidor de progresso é mais novo, não daquela época. Falaremos do assunto em mesa de boteco. Obrigado
    Liliana. Não brinca comigo. Emocionei-me.
    Getulio Marcondes. Obrigado por ter chegado. O Banco Scatena teve como gerente Jose Pinheiro e depois Francisco Balieiro. O Pinheiro foi pai da Nairzinha, esposa do ex prefeito de Ribeirão, médico Duarte Nogueira, pai do atual deputado do mesmo nome Duarte Nogueira.
    O presidente do banco era Oswaldo Scatena (seu pai e fundador Arthur) de quem me fiz amigo mais tarde. Ele foi meu patrocinador com as viagens que fiz com Gregório Barrios, na época de estrondoso sucesso na Boate Lord de São Paulo. Pode que tenha esquecido o Restaurante Santa Maria do Mario Facciolli naquele local. O Anísio Alves dos Santos que foi meu amigo morreu em Brasília, e antes da camisaria tinha no local o Salão de barbeiro.
    Você ouviu falar do radialista, um dos maiores de Franca, Diógenes Marconi? Tinha um irmão também falecido chamado Getúlio. Eles eram Marconi, você Marcondes, quem sabe, parente do Chiquinho e Henrique, este escritor.
    Prof João Paulo. Por favor, diga a Miquelina que ando sentindo uma coisinha aqui nos esquerdos pela Hermenegilda. Em sua opinião, que tal? Melhor as duas?
    Katia, Soraya, Gabriela, Bruna, Priscila, Tatiana, Melissa, Zanutti. Posso aa-las todas?
    Obrigado e carinho pra todo mundo.
    Garcia Netto

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  20. Garcia netto! Eu nasci em Franca, não sei se somos conterrâneos ou não.
    Sou neto do Valentim Miron, meu avo era dono da antiga estalagem, lembra?
    Tenho cinqüenta e dois anos, e me lembro quando eu era adolescente e ia à praça barão ver programas de auditório acho que no prédio da antiga rádio Hertz, que ficava quase na esquina da rua do comércio. Por favor, me corrige caso eu esteja equivocado.
    Eu queria saber também, se nessa época, inicio dos anos setenta, você estava trabalhando em franca, e fazendo esses programas de auditórios, se não me falha a memória parecia que era aos domingos de manhã.
    Quero te agradecer por essas lembranças que me fez recordar de uma época feliz da minha adolescência, obrigado!
    Valentim Miron – franca – S.P.

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  21. Eu sabia que nós tínhamos algo em comum.
    Você foi quase um padre, e eu sou um padre, quase!
    Quando eu era menino, inspirado por esses programas que você cita nos seus relatos, eu fazia microfones de cabo de vassoura, colocava barbante para dizer que era o fio, e chamava a meninada para ir cantar.
    A nossa imaginação de crianças chegava ao ponto de fazermos guitarras de madeiras com cordas de linha de pescar, enfim, cantávamos e tocávamos como se nós fossemos verdadeiros artistas.
    O rádio tem o dom de melhorar a nossa imaginação e a nossa criatividade.
    Quando ouvimos o rádio não temos as cenas, portanto temos que usar o nosso cabedal de conhecimento, para transformar as palavras do locutor em imagens no nosso cérebro.
    Isso dá um salto enorme na nossa inteligência.
    Eu ouvia muito rádio quando era criança, acho que por isso sou tããão “inteligente”.
    Valeu Garcia Netto! Abraços.

    Padre Euvideo.

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  22. Querido amigo Edward.
    Sou seguidora do blog há tempos, quando você comentou a primeira vez lá no meu bloguinho eu corri pra cá e me inscrevi, confirmei agora pouco e estou certa... Procura com carinho que me acha, estou lá com certeza. Bjs

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  23. Olá pessoal, bom dia a todos!
    No começo da madrugada e aqui estou, depois de ler mais um capítulo dessa série empolgante escrita pelo Garcia Netto. Já fizeram o abaixo-assinado para o Garcia Netto escrever um livro sobre suas memórias? A Gabriela voltou a tocar no assunto, estou com ela e não abro. Ou então, não vamos deixar o Garcia parar de nos contar suas memórias, depois juntamos tudo que está no blog e editamos um livro. Editora não será dificil encontrar que tope essa empreitada......

    Beijos a todos e uma ótima sexta-feira!

    Daniela - Rio de Janeiro

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  24. Anferman e Ana Célia.
    Quando postei meu agradecimento aos participantes ainda não constavam as suas mensagens.
    Anfermam citando o ES faz interessante retrospectiva com detalhes do comercio do Rio e das proximidades do Largo da Carioca.
    Ana Célia sempre gentil comigo. Agradeço.
    Valentim Miron.
    Estalagem, histórica estalagem que muito me lembra a Jose Luiz da banheira. Você ainda menino deve lembrar-se dele. O Miron do Banespa, falecido não há muito tempo deve ter sido seu parente. Você menino deve também lembrar-se das brigas de galo e um criatório dos famosos galos índios criados para brigas em rinha.
    Na década de 70 eu dirigia a Radio São Paulo e a Radio Hertz foi perempta em 73. Cuidei de sua reabertura que ocorreu em 76. O programa a que você freqüentava “Programa do guri” aos domingos 10 da manhã devia ser patrocinado por Balas Nilva.
    Eu criei o programa lá atrás com patrocínio da Lâmina de Ouro de Jorge Kairala. As crianças chegaram a receber carteirinhas de sócias do clube do guri.
    Um abraço do Garcia Netto

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