Leon
Morava naquele prédio há pouco tempo e, como acontece nas cidades grandes, não conhecia os vizinhos, com quem cruzava, eventualmente, nos corredores, saudando-os com um cumprimento cordial. Não sei exatamente quando comecei a notar uma presença que, aos poucos, foi se tornando marcante, talvez pela inusitada estampa da pessoa, talvez pelo seu procedimento sistemático. Ele morava no fundo do corredor, no mesmo andar.
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Era um velhinho, cabelos brancos, abundantes, ondulados, bem-penteados. A Barba igualmente branca, maçãs do rosto rosadas, sorriso comedido e uns olhinhos... hum! pra lá de matreiros, que se sobrepunham aos óculos de armação redondinha! Vestia roupas comuns, simples, mas que lhe caiam perfeitamente, escondendo o ventre algo proeminente.
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Eu saía para o trabalho, todos os dias a mesma hora, geralmente apressada, cheia de anotações mentais, preocupada com a agenda diária a ser cumprida. A primeira vez que o vi, entramos juntos no elevador. Cumprimentei-o e sorri. Ele apertou o botão e notei que segurava um saco de tecido em uma das mãos. Dobradinho. Descemos. Agradeci quando abriu a porta e saímos, cada qual para o seu lado. E assim sucederam-se os dias. Olá! Bom-dia! Como vai? Que dia lindo! Como está frio! Será que ainda vai chover muito?
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Raramente o via quando voltava do trabalho, já que não tinha horário. Uma noite, já bem tarde, ao entrar no prédio, vi que ele também aguardava o elevador. Desta vez, devolvi a gentileza, apertando o botão do nosso andar, porque ele trazia o saco, que segurava com as duas mãos. Parecia pesado e ele, cansado.
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Fiquei extremamente curiosa com aquela situação que virava rotina e indaguei ao porteiro quem era aquela figura. – Ah! É o Seu Leão. Desde que veio morar aqui, é assim... Saco vai vazio, vem cheio. É boa gente, sempre sozinho, a esposa já se foi, faz tempo. Não sei o que ele faz, não dá entrada pra conversa... Acho que é aposentado.
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Na manhã seguinte, na mesma hora, no mesmo corredor, cumprimentei-o: - Bom-dia, Seu Leão! Ele sorriu e respondeu, com um sorrizinho travesso:- Bom-dia, mas não é Leão; é Lé-on, disse ele, fazendo questão de pronunciar o e bem aberto. - Ah! Como o Tolstoi, brinquei... – Isso! É o Jesus que me chama de Leão... - E a senhora, qual é o seu nome? – Sou Maria. – Lindo nome, como a Mãe do Nosso Senhor. Concordei e nos despedimos.
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Assim foi, por meses. Na correria antes das festas de fim de ano, me dei conta que naquela dia não tinha me deparado com o Leon. Lendo as notícias na internet, uma, em especial, chamou minha atenção: “Idoso atropelado num cruzamento no centro – carregava saco cujo conteúdo ficou espalhado na rua”. Leon Pinheiro está hospitalizado no Divina Providência e chama por Maria... Li as últimas palavras já com a certeza de que a Maria era eu e voei para lá, com o coração na mão.
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- Sou a Maria que o Seu Leon Pinheiro chama.
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- É parente? – Não, sou vizinha. Ele não tem ninguém.
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– Entre, então, porque ele não para de chamá-la!
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Leon, deitado no leito, tinha cara de desespero profundo; a perna engessada. Quase não podia falar. Quando me viu, serenou, ensaiou um sorriso dolorido e puxou algo debaixo do travesseiro. – É a chave do apartamento. Entra lá e saberá o que fazer. Desde o dia em que pronunciou o meu nome, sabia que podia contar contigo. Saí e disse que voltaria, mesmo ainda em dúvida de que missão me havia sido delegada.
.Entrei silenciosamente no apartamento de Leon. Tudo imaculadamente limpo. Fui de aposento em aposento, até me deparar com um quarto cheio de sacos. Sacos cheios! 365 sacos! Em cada um, havia a anotação, em letra caprichosamente traçada: Para os meninos do Presídio Central; para as meninas do Lar de Miriam; para as crianças do Hospital Santa Casa; para as vovós do Asilo Padre Cacique... E assim fui lendo, como pude, as mais de três centenas de bilhetinhos, porque as lágrimas teimavam em cair, embaçando a minha visão...E em todos, uma assinatura: Papai Noel. Claro! Papai Le-on!
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Pedi ajuda de amigos, parentes, vizinhos, para que os sacos de Papai Leon chegassem, sãos e salvos, ao seu destino. Ao retirar o último, notei que um pequeno saco tinha ficado no chão e me abaixei para pegá-lo. Parecia vazio. Também tinha um bilhetinho: Para Maria, do Papai Noel. Abri, curiosa, e dentro encontrei outro saco, igual aos de Leon. Entendi a mensagem – ele tinha me tornado parceira de sua missão, antes mesmo de saber que não poderia completá-la sem a minha ajuda.
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No dia de Natal, fui visitar Leon e o encontrei sorridente, recuperando as energias. Já o tinha avisado da missão cumprida. Fui desejar-lhe Feliz Natal e mostrar que a parceria havia sido aceita – levei 365 sacos, iguais aos dele, pronta para imitá-lo na mais gloriosa jornada que alguém pode empreender – a da solidariedade!
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Desejo a todos um feliz e abençoado Natal e que em seus corações reservem um espaço para a solidariedade – seja a de um sorriso, a de um aperto de mão, a de um abraço ou a de uma pequena lembrança que traduza o seu carinho para quem nada tem. Também sou Maria. Nivia Maria, como minha bisavó, minha avó e minha mãe. Também conheci um Leon, meu pai, Luiz Carlos. Eles me ensinaram a ser solidária. A historinha fica por conta da minha emoção e da arte maravilhosa de saber juntar as palavras, dando-lhes um sentido. E escrevendo-as com amor. Todas as palavras que eu juntar ainda vão ser poucas para traduzir o agradecimento a todos vocês, queridos amigos, que me brindaram, neste ano, com o melhor presente que alguém que escreve pode receber – a sua atenciosa leitura!
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Nivia Andres, jornalista, graduada em Comunicação Social e Letras pela UFSM, especialista em Educação Política. Atuou, por muitos anos, na gestão de empresa familiar, na área de comércio. De 1993 a 1996 foi chefe de gabinete do Prefeito de Santiago, Rio Grande do Sul. Especificamente, na área de comunicação, como Assessora de Comunicação na Prefeitura Municipal, na Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACIS), no Centro Empresarial de Santiago (CES) e na Felice Automóveis. Na área de jornalismo impresso atuou no jornal Folha Regional (2001-06) e, mais recentemente, na Folha de Santiago, até março de 2008. Blog: http://niviaandres.blogspot.com/
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Bom dia amigos (as) deste blog...
ResponderExcluirA série "Crônicas e Contos do Natal" prossegue nesta sexta-feira com esse emocionante conto da jornalista Nivia Andres que escolheu de forma brilhante cada palavra na organização do texto que foi construindo a cada frase. Essa uma das muitas outras qualidades que definem Nivia Andres como grande jornalista: não há um vocábulo a mais no seu belíssimo relato transmitido com muito amor.
O velho Leon, nesse texto de Nivia Andres, nos mostra o porquê de comemorarmos o Natal. Sua solidariedade me emocionou. Trabalhou um ano todo para ver seus semelhantes felizes e sorrindo no dia em que se comemora o nascimento de Jesus. Um exemplo para todos nós nessa época propícia para renovar sentimentos e aproximar as pessoas.
O que se espera é que cada um, em seu ritmo próprio, tenha a solidariedade como um objetivo pessoal e coletivo, traçando um caminho de transformação indispensável para reconstrução da sociedade, hoje fragmentada, agressiva e massificada.
Estamos há uma semana do Natal. Tempo de sonhar e sonhar. Sonhos que remetem à infância, fantasias que transpõem o domínio da imaginação e se tornam reais diante de nossos olhos. O caminho da alegria está dentro de nós. Um sorriso, um gesto de bem querer é suficiente para que se encontre o tesouro da amizade, a prova de que há muitos anjos ao nosso redor.
Que saibamos aceitar esses sentimentos, respeitá-los, escutá-los, obedecer a eles, nos deixar guiar por eles. E que possamos ser solidários como o velho Leon e, acima de tudo, sentimentais - sim, e por que não? - pois nem tudo tem de fazer sentido o tempo todo. Nem sempre a razão é a mãe da sabedoria.
Um forte abraço a todos...
Edward de Souza
Nivia Papai-Noel
ResponderExcluirSingeleza, emoção, o seu LEON. O coração da solidariedade e do chamamento ou um toque de clarim despertando para a importância do amar o próximo.
Hã, se toda a humanidade acordasse ao toque dos sinos de Natal e entendesse que Jesus era o clarim divino e de repente começasse a entender aquelas lições maravilhosas por ele deixadas.
Como você Nivia, agradeço todos os dias pelas dádivas recebidas.
Agradeço por ter conhecido você o Saldanha e ainda voltar a ver o Edward, o Motta, e o Lavrado.
Outros amigos se juntaram ao blog do Edward e, religiosamente, comparecem todos os dias para assinar o ponto e nos prestigiar com seus comentários.
Seu conto de hoje, mostra exatamente isso. A amizade que deveria existir permanentemente entre os seres humanos. “- Sou a Maria que o Seu Leon Pinheiro chama. – É parente? – Não sou vizinha. Ele não tem ninguém”.
Assim deveria ser o mundo, sermos uns pelos outros e a tão sonhada paz reinaria de vez entre a humanidade.
Obrigado Cara amiga por esse lindo conto.
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
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ResponderExcluirBom dia,amigos e amigas!
ResponderExcluirConfesso-lhes que nunca antes na minha modesta história profissional havia escrito um conto. Sempre preferi artigos e crônicas que se referiam a aspectos da vida cotidiana ou a fatos da vida real, pois era o que pedia o jornal em que trabalhava.
Confesso-lhes, também, que gostei de escrever Leon, meu primeiro conto, que foi inspirado no comentário inaugural de ontem do Edward aqui no blog. A ideia veio e, imediatamente, a coloquei na tela.
Confesso-lhes, ainda, que me emocionei, muito, ao escrevê-lo. Tanto que tive que interromper, várias vezes, a escrita, de modo a desembaçar a visão. Que chorona eu sou!
Como externei ao final do conto, esta é a minha maneira de agradecer a todos os amigos e amigas pela atenção que me dedicaram desde que comecei a colaborar com este espaço que nos é tão caro.
Obrigada!
Olá Nivia
ResponderExcluirInteressante, Leon é o nome do personagem de “Um sonho natalino”, de minha autoria que será publicado neste blog. Uma feliz e agradável coincidência.
Um fraterno abraço
Paz. Muita Paz.
J. Morgado
Pois então, caro Morgado, minha solução para o nome do personagem partiu de uma constatação óbvia - Leon é Noel "invertido"! O sobrenome Pinheiro apenas acrescentou mais um símbolo do Natal, o tradicional "pinheirinho". Talvez você também tenha pensado assim...
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirE eu todo envaidecido aqui no meu cantinho, afinal, esse conto maravilhoso surgiu de alguma frase que eu escrevi, não sei qual delas, ao abrir os comentários ontem sobre essa série que promete ser maravilhosa aqui neste blog. J. Morgado tem razão, seu conto faz alguns dias está arquivado e seu personagem também é Leon. Realmente, queridos Morgado e Nivia, uma agradável coincidência.
ResponderExcluirNão posso cometer aqui o pecado de deixar de citar a colaboração sempre preciosa da Cristina Fonseca, com suas maravilhosas ilustrações e aberturas de blog que nos tem presenteado. Peço e a Cris em muito pouco tempo entrega o pedido que sempre me surpreende pela beleza e extremo bom gosto. Obrigado de coração, Cris.
Depois desse conto tocante escrito hoje pela Nivia, cujos comentários estão apenas começando, vamos ter nestes dias outros amigos participando. Amanhã a vez do Professor João Paulo de Oliveira, que mistura sensibilidade e humor em seu relato e vai agradar em cheio nossos leitores. A Nivia leu o texto como eu, antecipadamente, e deu boas risadas, principalmente quando o professor conta suas travessuras de criança na época do Natal. Aquela do gato preto...
Vamos ter ainda Milton Saldanha, relatando com maestria uma inesquecível noite de Natal que passou, acreditem, trabalhando madrugada afora. A jornalista e escritora Virginia Pezzolo com outro conto sensacional, tocante, maravilhoso... Guido Fidelis, que dispensa apresentação, Garcia Netto, uma crônica do fundo do baú, inédito, do Prêmio Esso de Jornalismo, José Marqueiz, escrita pouco antes do seu falecimento no começo deste ano e enviado pela querida amiga Ilca Marqueiz, companheira do jornalista durante muitos anos. Tentarei escrever o meu, se conseguir espaço entre esses cobras, claro, e creio, vamos estender essa série até o final do ano, pelo visto.
Hoje, ficamos com as emoções desse conto magnífico de Nivia Andres, escrito com muito amor e sensibilidade!
Um forte abraço a todos...
Edward de Souza
Ôi Nivia, bom dia!
ResponderExcluirA emoção que você sentiu ao escrever esse conto maravilhoso com certeza acabou sendo transmitida a todos nós, premiados com essa leitura divina. Que bom seria esse nosso mundo com "Leons" distribuidos em cada canto de uma cidade. O Natal de milhares de pessoas desabrigadas, desemparadas, pobres e tristes seria bem outro. Por isso, importante que todos nós façamos um esforço para seguir esse exemplo dado por esse homem bom.
Melhor seria se isso acontecesse nos 365 dias do ano. Se cada um de nós carregássemos no fundo do coração um saco vermelho todos os dias para enche-lo de amor e de solidariedade, certamente encontraríamos o caminho para ajudar a todos aqueles que precisam de um pouco de comida, conforto, remédios e carinho. Que bom seria, Nivia, se todos os dias fossem como o Natal...
Bjos e obrigada pela mensagem que conseguiu nos passar através desse conto maravilhoso, cuja figura principal, Leon, é o exemplo da solidariedade e do amor ao próximo!
Liliana Diniz - FUABC - Santo André -SP.
Respeito tanto o texto da Nivia Andres, que já gosto antes de ler. Aí, quando começo a ler e avanço, é um encontro com um prazer esperado e desejado. Flui gostoso, encanta e prende, com a narrativa bem amarrada. Desta vez não foi diferente. Como crítica construtiva, porém, e já que ela confessa ser o primeiro conto, tomo a liberdade de sugerir que da próxima vez exclua a explicação final. O melhor da literatura, querida e brilhante Nivia, além de deixar o leitor perplexo, é deixá-lo também sempre em dúvida entre o real e a ficção, entre a imaginação e a experiência real do autor. Essa mescla, que permite brincar com a cabeça do leitor, não convém ser explicada. Deixe sempre que ele carregue a dúvida. Nisso reside um dos encantos do conto. E se ele, com sua curiosidade natural, perguntar se aquilo foi real ou imaginado, responda sempre: "Não sei". Com essa técnica, que todos os escritores consagrados usam, o leitor carrega seu conto intrigado. Se você explica, descontroi esse fascínio da ficção, que é a imaginação sem limites e o poder de brincar livremente com seu leitor. Vejam que aqui estou falando de ficção, não de reportagem. A primeira não tem compromisso com a verdade, só a segunda.
ResponderExcluirO detalhe técnico do meu comentário não exclui a beleza do seu conto, mas como leitor eu gostaria agora de estar carregando essa dúvida gostosa: aconteceu mesmo ou a Nivia imaginou isso?
Parabéns e grande beijo!
Milton Saldanha
Olá Nivia, impossível segurar as lágrimas depois de ler esse conto que vc escreveu. Fico sensível nesse época de Natal e a história desse bom velhinho é extremamente comovente. E fazia tudo no anonimato, o mais importante. Conheço muitos que gostam apenas de aparecer nessa época de Natal. Ajudam, mas fazem questão de mostrar que estão dando alguma coisa a alguém necessitado. Na verdade, querem é aparecer e posar de bonzinhos, o que é inadmissível.
ResponderExcluirEssa história do Leon me fez recordar minha infância, aqui em Juiz de Fora. Bem antes do Natal minha mãe e amigas se reuniam para preparar cestas e roupas para os mais necessitados, que sabiam onde moravam. Tinha amigas que preparavam sacolinhas verdes e vermelhas, recheadas de doces e surpresinhas para oferecê-las a crianças carentes, a uma instituição de caridade ou levá-las em suas andanças, para presentear os que encontravam pelo caminho.
Lembro das sacolinhas em tecido vermelho, recheadas de balas e algumas moedas, que as senhoras do Apostolado da Oração entregavam a todas as crianças, depois da Missa de Natal. Era um sinal de amor às crianças. Imagine vc a alegria daquelas senhoras, reunidas na preparação desses agrados. Bons tempos em que o Natal tinha um outro significado, hoje, nada mais é que comércio, infelizmente, e falta solidariedade nos corações das pessoas.
Aproveito essa oportunidade para dizer ao Senhor J. Morgado que cheguei de viagem na madrugada de hoje, por isso não deixei comentário sobre sua crônica de ontem, mas li pela manhã e adorei. Bjos, Nivia e um Feliz Natal a você a a todos deste blog que aprendemos a gostar,
Bruna - Universidade Federal de Juiz de Fora/MG
Complementando meu comentário acima: meu irmão, Rubem Mauro Machado, é escritor há muitos anos, tem diversos livros publicados e até traduzidos no exterior, e ganhou primeiro lugar do Jabuti de 1986, na categoria romance, o que não é pouca coisa. Diferente dos demais leitores, quando leio seus livros, há o fato de ser irmão. Vivemos muitos anos sob o mesmo teto e compartilhamos das mesmas histórias de vida. Eu sei então, ao contrário dos outros leitores, o que ali foi inspirado na vida real e o que é fruto da imaginação do autor. Só que, muitas vezes, também o real é transformado, para ganhar novas cores, surpreender, impactar. Por essa razão sempre digo que nós, autores, exercemos na ficção um poder muito especial, que é o de criar e transformar a realidade. Um personagem, por exemplo, não é bom ou mau simplesmente pelos caprichos do autor, e sim porque tem que representar ali uma porção da vida real, representando um contexto crítico. Esse é o dilema do autor de novelas de TV, que ao contrário do escritor de livros não tem a mesma liberdade criativa. Para atender aos interesses da emissora com o Ibope, por exemplo, muitas vezes tem que matar um vilão, que está atrapalhando a audiência. E tem que fazer com que mocinhos e mocinhas sempre vençam. Já um escritor de livros pode sim dar a vitória ao vilão, porque na vida real muitas vezes é o vilão o vencedor. E aquilo vai levar a um determinado tipo de crítica moral. Chega, senão acabo fazendo aqui um tratado.
ResponderExcluirBeijos!
Milton Saldanha
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ResponderExcluirBom dia Nivia!
ResponderExcluirPrimeiro quero lhe dizer que adorei seu conto, um dos melhores e mais comoventes que já li. E gosto de contos. Sempre que posso tento encontrar bons livros com o tema, mas é dificil. O Edward me enviou quatro livros em que ele participa com contos. Maravilhosos, por sinal. "Um visitante especial", na edição número sete poderia ser reprisado aqui no blog. Deixo a sugestão ao Edward. Fala sobre o Natal e é simplesmente sensacional.
Que o espírito de Leon esteja presente em nossos corações nesses dias que antecedem o Natal, para que, como ele, possamos ser solidários e ajudar os menos favorecidos pela sorte. Parabéns pelo conto, Nivia e um Feliz Natal a você e família!
Abraços,
Eurípedes Sampaio - Jundiaí - SP.
Olá Nivia...
ResponderExcluirLindo esse conto que escreveu sobre o velho Leon, tocante... Adorei!
Um maravilhoso Natal para você e família!
Bjos,
Priscila - Metodista - SBC
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ResponderExcluirNivia, você me emocionou com essa beleza de conto de Natal. Acredite, ainda estou chorando. Meus parabéns pelo dom maravilhoso de escrever e nos passar através das letras toda essa ternura.
ResponderExcluirBeijos,
Bom Natal!
Vanessa - PUC - S.Paulo
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ResponderExcluirÔi Nivia, estou fora de meu horário habitual. Fui às compras e me arrependi. Impossível trafegar pelas ruas de São Paulo. Perdi a tarde toda, mas fui recompensada ao ler esse conto lindo seu. Acabei lendo a segunda vez, com muita calma e vou imprimir para mostrar para o meu pai, que é avesso à internet, mas gosta de ler os artigos que sempre mostro para ele, escritos por todos vocês.
ResponderExcluirUm bom Natal Nivia, e que Deus continue lhe agraciando com o dom da escrita para que possamos curtir outros contos bonitos como esse de hoje.
Beijos,
Gabriela - Cásper Líbero - SP.
Boa tarde, Nivia!
ResponderExcluirOlha, depois que li o comentário do Milton Saldanha, acima, fiquei com receio de lhe perguntar, mas não vou dormir se não conseguir esclarecer isso. O Milton disse que você acabou revelando no final a trama do conto. Mas afinal, onde está isso? Minha pergunta é exatamente sobre o que ele abordou. O Leon existiu? Foi um fato verídico, ou produto de sua imaginação? Se existiu deve ter sido um homem espetacular, com o coração maior que o mundo! Gostei demais da ler seu conto.
Muito obrigado
Tanaka - Osasco - SP.
Lindo esse conto que você escreveu, Nivia, meus parabéns. Simplesmente divino, adorei... Oxalá possamos fazer pelo menos um pouquinho do que Leon fez a favor dos necessitados. É preciso que a gente se conscientize Nivia, que o Natal é tempo de pensar no irmão próximo e distante e de colaborar para o renascer do amor. É tempo de, amorosamente, recompor a vida, perdoar e abraçar e procurar auxiliar àqueles que precisam de nós. Só assim o Natal terá um significado maior...
ResponderExcluirBjos, adoro você! Feliz Natal!
Talita - UNISANTOS - Santos - SP.
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ResponderExcluirAmigos do blog de ouro bôa tarde/noite.
ResponderExcluirNivia Andres, lindo o conto publicado hoje em "nosso" blog.
O que mais precisamos no em nosso planeta atualmente, são mais e mais LEONS e MARIAS,pois só com muito amôr,carinho e compreensão o nosso mundo poderá melhorar.
Parabéns Nivia pelo presente que nos deixou hoje.
Amigos do blog de ouro, um abraço e um ótimo final de semana.
Admir Morgado
Praia Grande SP
Caro Tanaka: vou fazer o possível para que você durma tranquilo e esclarecido. O belíssimo texto da Nivia Andres é um conto. Certo? Conto é literatura, ficção. Completamente diferente do jornalismo, que ela exerce com grande competência como articulista. Eu não disse que ela revelou o final da trama, até porque neste caso não existe trama. Minha observação pessoal, na condição de leitor e também escritor, é que um dos charmes da ficção é o mistério. Ao deixar claro, no final, que a história foi imaginada, isso quebra um pouco o encanto do mistério, que é deixar o leitor na dúvida. Um dos mais célebres textos de Machado de Assis, eternamente discutido, nunca deixou explicito se Capitu traiu ou não o marido. Os leitores vão carregar pelos séculos essa dúvida. Transpondo a mesma idéia para o cinema, por exemplo, temos em Carlos Saura um mestre dessa brincadeira com o público. Ele funde realidade e fantasia de tal modo que deixa todo mundo perplexo. Antonioni muito antes também experimentou isso em "Blow Up" (Explosão), quando colocou um jogo de tênis sem raquetes nem bolinhas. Resumindo minha idéia: quanto mais longe o autor ficar do seu texto, em ficção, melhor. Porque ficção, repito, não tem compromisso com veracidade, não é reportagem. O resto todo deixa por conta do leitor, que deve fazer suas próprias descobertas. Isso é complicado, mas espero ter ajudado.
ResponderExcluirAbraço grande,
Milton Saldanha
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ResponderExcluirSenhor Milton Saldanha, sou um admirador dos seus artigos aqui deste blog, entendi o que o senhor quis dizer, mas não consigo ainda entender onde a Nivia citou que todo esse conto foi fruto da imaginação dela. Por isso minha pergunta, se o caso é verídico ou não? Como sou japonês, certamente fica o preconceito, alguém pode me chamar de "burro". Leio muito e sou engenheiro formado.
ResponderExcluirGrato!
Tanaka - Osasco - SP.
Se o Professor me permitir (só vejo fotos dele no blog) quero aqui parabenizar a Nivia pelo magnífico conto que escreveu hoje. Tão bonito que fiz meu Outlook trabalhar incansavelmente, enviando e-mails, minutos atrás, para amigos entrarem no blog e ler. Cinco vieram, mas não sabem como postar comentários. Como eu, adoraram o conto.
ResponderExcluirFeliz Natal, Nivia, Edward e amigos deste blog!
Miguel Falamansa - Botucatu - SP.
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ResponderExcluirOlá Nivia, desculpe-me pela intromissão. Você escreveu um texto maravilhoso, digno de aplausos, que me encantou, e ainda está recebendo lição de como se deve escrever? Ora, Senhor Milton Saldanha. Com todo o respeito que o senhor merece, gosto dos seus artigos, mas esses detalhes deveriam ser tratados em particular, creio. O Senhor acabou ofendendo a Nivia, querendo dar aulas de como se deve escrever um conto e me deixou chateada com seu comentário inoportuno. Parece-me que apenas o professor está lhe pedindo algumas explicações. Eu e minhas amigas não pedimos. Pelo que li até agora, nem a Nivia!
ResponderExcluirBeijos a todos!
Priscila - Metodista - SBC.
Boa noite a todos.
ResponderExcluirImpossível não se emocionar com esse belíssimo conto,foi impossível conter as lágrimas.
Quanta sensibilidade,emoção,carisma,carinho e ternura contida no mesmo.
Esse blog com esses jornalistas e amigos sempre nos surpreendem.
Cara Nívia,acredito que o mundo esteja carente de Leons,e certamente ele seria bem mais colorido e alegre se houvessem mais leons.
Parabéns ao Edward e amigos pela brilhante idéia em nos brindar com um tema tão bonito,e que certamente nos trará belas e reflexivas mensagens.
Abraçosssssssssssssss.
ANA CÉLIA DE FREITAS.
Olá, amigos e amigas!
ResponderExcluirEm primeiro lugar, quero dizer a todos que não estou chateada com as sugestões do Milton, que é um dileto amigo, a quem muito estimo e admiro o talento de grande jornalista, mestre da palavra.
Esclareço, também, que agi conscientemente e foi proposital a ideia de revelar que era ficção, embora tenha me surpreendido que alguns leitores tenham ficado em dúvida.
A inspiração para o conto veio do comentário do Edward, ontem, falando sobre o Papai Noel, solidariedade, a emoção e a alegria que experimentamos no Natal. Lembrei-me, também, de meu pai, a pessoa mais generosa que já conheci, e deixei que a emoção tomasse conta, sem me ater a qualquer técnica.
E acho que funcionou, não é mesmo? Estou satisfeita.
Tanaka, meu querido amigo, sempre presente e generoso! Creio que a passagem reveladora é a seguinte:
"A historinha fica por conta da minha emoção e da arte maravilhosa de saber juntar as palavras, dando-lhes um sentido. E escrevendo-as com amor."
E por favor, apague aquela frase em que diz que pode passar por burro. Você não é burro, imagine! Deve ser um profissional muito competente e interessado em informar-se, cada vez mais. Obrigada por sua diária companhia!
A todos os amigos e amigas que aqui se manifestaram, hoje, meu carinho e agradecimento. Não entrei antes porque fui comprar alguns presentinhos. Afinal, sou parceira e ajudante do Leon!
Prezada Priscila: não me meti a dar aulas de texto à Nivia Andres porque ela não precisa disso, é uma mestra de primeira no ramo. Adorei o texto dela, tão bom que estava me fazendo até crer ser real, como aconteceu com a Cris. Resumindo tudo, apenas expressei meu desejo de ter ficado com essa fantasia, e isso, prezada Priscila, é um dos encantos que a literatura nos proporciona. E fiz os comentários aqui no blog para despertar uma discussão literária de qualidade, alto nivel, papo entre profissionais. Se o contraditório a incomoda, não é obrigada a participar. Só, por favor, não me ofenda nem me jogue contra uma amiga que admiro. E só para sua informação: escrevi a vida inteira, tenho quase 50 anos de jornalismo, e no entanto acabei de escrever um livro e fiz questão das críticas da leitora oficial da editora, pessoa de alto preparo. Gostei e acatei todas as sugestões de mudanças no meu texto. Ninguém é insuperável a ponto de não precisar de opiniões, nem de aprendizado até a morte.
ResponderExcluirAbraço,
Milton Saldanha
Meu caro professor João Paulo de Oliveira: sua ótima questão sobre a crônica nos abre a oportunidade, mais uma vez, de despertar debates inteligentes aqui neste blog. Todos podemos refletir e aprender, principalmente eu, eternamente frustrado por minhas carências intelectuais, que não são poucas. Vamos ao tema. Sempre existiu no ambiente da crítica literária uma grande dúvida quanto à qualificação da crônica. É literatura ou não? Há críticos e autores que sustentam que sim. Outros renegam esse patamar tão nobre. Da minha parte, prefiro dizer que as duas correntes estão certas. Vai depender de cada crônica. Existe a crônica literária e a crônica jornalística. Que não deve ser confundida com artigo, muito menos com notícia ou reportagem. Rubem Braga, que na minha opinião foi o maior mestre da crônica em todos os tempos, fez ambas, em diferentes momentos. A crônica literária se aproxima do conto, mas por ser concisa não comporta a mesma estrutura do texto. Você pode escrever uma crônica totalmente no mundo da ficção, com os mesmos recursos literários. Não há limites para a imaginação. Já numa crônica jornalística, ainda que a linguagem possa e deva usar recursos literários, há limites para tudo. Os fatos não podem ser alterados. Ela então se afasta do conto e se aproxima da reportagem ou da notícia. Trata-se de uma tese: você afirma e prova o que afirmou. Sua estrutura segue esse ciclo, o tempo todo. Já na crônica literária é diferente, você não tem necessidade de provar nada, mesmo que afirme. Nem precisa, ao contrário da outra, ser verossímil.
ResponderExcluirEspero ter ajudado. E desculpe para que boiou nesse papo, ele é técnico mesmo.
Grande abraço,
Milton Saldanha
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ResponderExcluirCaro jornalista Milton Saldanha
ResponderExcluirNão poderia receber outra resposta, vindo do Senhor. Mas não me convenceu. Sua prepotência foi visível ao se manifestar em relação ao conto da nivia. Ela não entendeu assim, resolveu colocar panos frios na fervura. Então, quem sou eu para discutir com o senhor, brilhante jornalista, com mais de 100 anos de profissão...
Priscila