A frieza que ultimamente tem interferido na relação das pessoas é um mal do mundo moderno, onde não há mais tempo para nada, nem mesmo para construir relacionamentos, quanto mais melhorá-los. E as pessoas vivem e sobrevivem de relacionamentos. Temos que conviver para manter o equilíbrio, crescer e existir mais humanamente.
Frieza, indiferença, descaso, distância, são palavras escritas com gelo. Cristalizam. Fazem parte de um vocabulário muito usado, não só com palavras, mas pelo olhar. Um olhar soturno, acinzentado, cor de treva. Se observarmos as pessoas, na rua, a maioria caminha rápido, passos largos, em aflição; não olham para os lados, não têm tempo, vão perder o ônibus, vão chegar atrasados ao trabalho, têm um compromisso, precisam correr... Olhos mortos, sem expressão, fixos apenas em medir a distância que as separa de seu destino, que é o mesmo, todos os dias.
Ir e vir. Vir e ir. Sem parar. Trabalhar sem descanso porque há contas a pagar, porque há compromissos a cumprir, há tarefas a entregar. Nem lembramos mais que há um EU a cuidar, que há um TU a esperar, que a um NÓS a construir.
Nessas idas e vindas de dura e sistemática repetição deixamos de perceber o espetáculo diário que a vida nos oferece – abdicamos de nossa sensibilidade e nos refugiamos no tédio ou na queixa da mesquinhez e da crueldade do cotidiano que nada nos dá, só tira.
Precisamos refletir e aceitar o desafio que se impõe se quisermos reaprender a viver. Precisamos aprender a viver com arte, a viver dentro da arte. Da arte de amar. Precisamos descobrir novos caminhos, diminuir o ritmo, apreciar as cores o dia, sentir a brisa batendo, leve, no nosso rosto, desfrutar o canto dos pássaros, sentir novos aromas, sorrir e perceber o outro que está ao nosso lado.
Viver com arte é enfrentar os desafios, é recuperar um tempo em que tudo era capaz de nos emocionar – o mar, o céu, os cheiros, os sons, as flores, o vento, os amores, os livros, dança, a música...
Este é o desafio de cada um - o do ampliar altura e largura da alma, enriquecendo o espírito porque a vida, muitas vezes trágica e sofrida, também pode ser engraçada, doce e divertida e, sempre, compartilhada! Aceitando o desafio, podemos voltar a cuidar do nosso EU, reencontrando aquele que nos espera para reconstruirmos o NÓS.
Na verdade, o que impede a aproximação é o medo. O medo da indiferença. O medo da frieza que vemos nos olhos dos outros, esquecendo que é a mesma que veem em nosso olhar. É o medo da dor, daquela dor que varre o mundo, que sacode a terra, que desfia os ventos, que nos invade, que nos divide, que nos diminui, que nos encerra...
Há que olhar mais fundo para compreender. Há que parar para enxergar. Há que ter sensibilidade para entender que o meu olhar de gelo que reflete o teu é apenas a armadura que esconde o calor, que cristaliza a lágrima escondida, represada, pronta a desaguar a um mínimo gesto, um sinal...desfazendo o olhar antártico criado apenas para proteção.
Palavras escritas com gelo podem ser transformadas, sim, em palavras escritas com fogo. Olhar de gelo também pode ser aquecido por generosidade, brandura, amor. Às vezes, o gelo no olhar e na palavra é pura falta de exercício.
______________________________________
*Nivia Andres, jornalista, graduada em Comunicação Social e Letras pela UFSM, especialista em Educação Política. Atuou, por muitos anos, na gestão de empresa familiar, na área de comércio. De 1993 a 1996 foi chefe de gabinete do Prefeito de Santiago, Rio Grande do Sul. Especificamente, na área de comunicação, como Assessora de Comunicação na Prefeitura Municipal, na Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACIS), no Centro Empresarial de Santiago (CES) e na Felice Automóveis. Na área de jornalismo impresso atuou no jornal Folha Regional (2001-06) e, mais recentemente, na Folha de Santiago, até março de 2008. Blog da Nivia Andres:http://niviaandres.blogspot.com/
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Frieza, indiferença, descaso, distância, são palavras escritas com gelo. Cristalizam. Fazem parte de um vocabulário muito usado, não só com palavras, mas pelo olhar. Um olhar soturno, acinzentado, cor de treva. Se observarmos as pessoas, na rua, a maioria caminha rápido, passos largos, em aflição; não olham para os lados, não têm tempo, vão perder o ônibus, vão chegar atrasados ao trabalho, têm um compromisso, precisam correr... Olhos mortos, sem expressão, fixos apenas em medir a distância que as separa de seu destino, que é o mesmo, todos os dias.
Ir e vir. Vir e ir. Sem parar. Trabalhar sem descanso porque há contas a pagar, porque há compromissos a cumprir, há tarefas a entregar. Nem lembramos mais que há um EU a cuidar, que há um TU a esperar, que a um NÓS a construir.
Nessas idas e vindas de dura e sistemática repetição deixamos de perceber o espetáculo diário que a vida nos oferece – abdicamos de nossa sensibilidade e nos refugiamos no tédio ou na queixa da mesquinhez e da crueldade do cotidiano que nada nos dá, só tira.
Precisamos refletir e aceitar o desafio que se impõe se quisermos reaprender a viver. Precisamos aprender a viver com arte, a viver dentro da arte. Da arte de amar. Precisamos descobrir novos caminhos, diminuir o ritmo, apreciar as cores o dia, sentir a brisa batendo, leve, no nosso rosto, desfrutar o canto dos pássaros, sentir novos aromas, sorrir e perceber o outro que está ao nosso lado.
Viver com arte é enfrentar os desafios, é recuperar um tempo em que tudo era capaz de nos emocionar – o mar, o céu, os cheiros, os sons, as flores, o vento, os amores, os livros, dança, a música...
Este é o desafio de cada um - o do ampliar altura e largura da alma, enriquecendo o espírito porque a vida, muitas vezes trágica e sofrida, também pode ser engraçada, doce e divertida e, sempre, compartilhada! Aceitando o desafio, podemos voltar a cuidar do nosso EU, reencontrando aquele que nos espera para reconstruirmos o NÓS.
Na verdade, o que impede a aproximação é o medo. O medo da indiferença. O medo da frieza que vemos nos olhos dos outros, esquecendo que é a mesma que veem em nosso olhar. É o medo da dor, daquela dor que varre o mundo, que sacode a terra, que desfia os ventos, que nos invade, que nos divide, que nos diminui, que nos encerra...
Há que olhar mais fundo para compreender. Há que parar para enxergar. Há que ter sensibilidade para entender que o meu olhar de gelo que reflete o teu é apenas a armadura que esconde o calor, que cristaliza a lágrima escondida, represada, pronta a desaguar a um mínimo gesto, um sinal...desfazendo o olhar antártico criado apenas para proteção.
Palavras escritas com gelo podem ser transformadas, sim, em palavras escritas com fogo. Olhar de gelo também pode ser aquecido por generosidade, brandura, amor. Às vezes, o gelo no olhar e na palavra é pura falta de exercício.
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*Nivia Andres, jornalista, graduada em Comunicação Social e Letras pela UFSM, especialista em Educação Política. Atuou, por muitos anos, na gestão de empresa familiar, na área de comércio. De 1993 a 1996 foi chefe de gabinete do Prefeito de Santiago, Rio Grande do Sul. Especificamente, na área de comunicação, como Assessora de Comunicação na Prefeitura Municipal, na Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACIS), no Centro Empresarial de Santiago (CES) e na Felice Automóveis. Na área de jornalismo impresso atuou no jornal Folha Regional (2001-06) e, mais recentemente, na Folha de Santiago, até março de 2008. Blog da Nivia Andres:http://niviaandres.blogspot.com/
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Bom dia amigos (as) deste blog...
ResponderExcluirNa tarde de ontem encontrei num café o amigo Antonio Falleiros, o "Tonhão", amigo de muitos anos, intelectual, poliglota, que já viajou por todas as partes deste Mundo. Enquanto tomávamos o café, Tonhão de cara começou a falar deste blog. Comentou o assunto do dia, sobre a "indústria da fé", deu a sua opinião e elogiou os articulistas deste blog, J. Morgado, Milton Saldanha, Oswaldo Lavrado e... Nivia Andres. Essa paradinha estratégica antes do nome de Nivia tem um motivo. Tonhão diz que adora ler os textos escritos por ela. Fez questão de comentar as resenhas escritas pela Nivia, abordando entre eles "A Cabana", livro que leu por indicação da jornalista.
Disse ao Tonhão que hoje tinha um artigo da Nivia. Ele esfregou as mãos e quis saber o assunto. Suspense, respondi ao amigo Tonhão. Não insistiu. Olhou-me e exclamou: "tanto melhor, assim logo cedo estou no blog e um dia ainda vou aprender a postar comentários". Tentei ensiná-lo, mas longe de um computador é tarefa dificil. Inteligente, um dos primeiros que conheci a lidar com informática – teve uma grande empresa nesse setor – sei que ele vai conseguir.
Querida amiga Nivia, esse relato foi uma surpresa, para que você saiba como é querida e admirada. Já tem o seu fã clube. E merece... Além de excelente jornalista, você é a amiga de todas as horas. Gentil, paciente e compreensiva, é considerada minha irmãzinha querida, sempre deixando bons conselhos, como o fez ontem, ao enviar um e-mail recomendando-me que parasse de correr tanto e parasse um pouco para ver as belezas da vida. Tem muito a ver com o texto de hoje, Nivia, em que você de uma forma mais uma vez brilhante, faz uma verdadeira reflexão sobre a indiferença e a frieza nas relações pessoais, causada pela correria do dia-a-dia. Belo texto, amiga, um desafio para a arte de reconstrução dos relacionamentos.
Um forte abraço...
Edward de Souza
Ôi Nivia, seu artigo desta quinta mostra a triste realidade dos dias atuais. Na correria do dia-a-dia o homem vai se estressando em busca da fortuna e não percebe que ela está no sorriso dos filhos, no carinho da namorada/esposa/mão/avó e no aconchego do lar. Assim que acabei de ler seu texto lembrei-me que Certa vez foi indagado de Buda: "O que mais o surpreende na humanidade?". E Siddartha Gautama respondeu: "Os homens. Porque perdem saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por não viver o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido".
ResponderExcluirBeleza de texto Nivia, parabéns!
Bjos...
Liliana Diniz - FUABC - Santo André
Olá Nivia, que seu dia seja maravilhoso e sem muita correria viu? Adorei seu texto, gosto muito do que vc escreve. Sabe Nivia, não podemos deixar que a rotina tome conta da nossa vida. É preciso encarar as tarefas do dia-a-dia com renovada curiosidade e sem atropelos. Dessa forma vamos descobrir novos detalhes que irão enriquecer nossa experiência. Precisamos sim, quebrar a rotina. Só assim começaremos a descobrir um
ResponderExcluirnovo mundo ao nosso redor.
Para aqueles que são fortes, os desafios são a própria razão da existência. Enfrentá-los não significa lutar contra a vida, mas sim aprender com ela. Mais inteligente quem empenha-se em "SER" do que em "TER". O que você é, o será para sempre; o que você tem, passará um dia.
Beijinhos,
Bruna - Universidade Federal de Juiz de Fora/MG
Bom dia, Nivia!
ResponderExcluirDesconfio que chegamos a um lugar-comum caído em desuso: vida interior. A impressão que tenho é que hoje vida interior é sinônimo de preocupação e problemas. Neuroses que devem ser tratadas em terapias e medicadas com Prozac. Enfim, vida interior é uma dor de cabeça: é nesse escaninho que guardamos as contas a pagar.
Abçs,
Eurípedes Sampaio - Jundiaí - SP.
Bom dia, amigos e amigas!
ResponderExcluirOlá, Edward, Liliana, Bruna e Eurípedes. Uma especial saudação ao Antônio Falleiros. Sabe, Antônio, cada vez que recebo um elogio pelo que escrevo, fico emocionada, porque as minhas palavras saem do coração. Além disso, não é fácil escrever para o Blog do Edward, porque aqui só tem fera! Profissionais de gabarito, experientes e talentosos, além de uma rede de amigos que nos ajuda, diariamente, com seus comentários inteligentes, a discutir os assuntos propostos.
Escrever para este blog tem sido, para mim, um exercício maravilhoso, saudável, frutífero, enriquecedor. E, creiam, mesmo no espaço virtual, sinto-os, todos os que aqui nos visitam, como queridos amigos, dos quais já não posso prescindir do abraço caloroso, ou de um simples olá! Vale muito!
Então, Antônio, habilite-se para comentar e venha participar, conosco, dessa rede de amizade tão bonita. Obrigada pelo seu carinho.
Hoje, quis discutir um pouco sobre a frieza e a indiferença nas relações pessoais do nosso mundo moderno. Observem que jamais empreguei a palavra rotina, mas ela permeia todo o texto, fato que a Bruna, brilhantemente, captou.
Rotina, indiferença, frieza, falta de tempo, insegurança, medo, vão nos afastando das pessoas, até daquelas mais próximas...Vamos perdendo a sensibilidae para perceber a beleza da vida, condenando-nos a agir como máquinas. Bem disse o Eurípedes - desfaz-se a vida interior, a capacidade de viver com arte. Vamos abandonando, aos poucos, a habiliade de apreciar a beleza das pequenas coisas, que passam a ser invisíveis, secundárias, inúteis. Isso nos diminui como seres humanos. Precisamos reaprender a viver!
Volto mais tarde. Obrigada pelo carinho de todos.
Oí, Nivea e amigos (as)...
ResponderExcluirBingo para o seu artigo de hoje.
É verdade Nivea, o ser humano está cada vez mais distante de sí mesmo. Aqui em São Bernardo, onde resido há mais de 25 anos, com população estimada em 900 mil habitantes, a indiferença fica cada vez mais flagrante. Para se ter uma idéia, na Rua Marechal Deodoro, principal corredor comercial e de tráfego da cidade, circulam cerca de 150 mil pessoas por dia, mais que toda população de São Caetano, aqui ao lado. Mesmo cruzando com alguém conhecido é raro parar para um aperto de mão ou um cumprimento mais fraterno; quando muito um "oi" e vamos em frente. Aliás, se parar para um papinho na Marechal, corre risco de ser arrastado pela multidão que vem na retaquarda, frente e verso.
Deixa contar rapidinho o cúmulo da indiferença. Em uma da minhas necessárias consultas em um hospital de referência aqui de São Bernardo, esperei cerca de 120 minutos para ser atendido, mesmo com hora marcada. Quando o médico chegou instalou-se em sua sala e, meia hora depois, berrou meu nome. O cara, jovem ainda, de narizinho empinado sem me olhar, determinou, "sente-se". Fez algumas perguntas, umas anotações, parou para atender o celular e disse pra eu voltar em 15 dias. Durante o período que estive com o cara ele sequer levantou a cabeça e olhar na cara e muito menos nos olhos de sua vítima. A consulta durou cerca de 15 minutos e sai como entrei. Embora o tal médico já me conhecesse, de um encontro com seu primo vereador aqui em São Bernardo, não disse bom dia muito até logo.
Prezada Nivea e amigos deste espaço: precisa mais ?
Parabéns pelo excelente artigo.
abraços
Oswaldo Lavrado - SBCampo
de volta para esclarecer que....
ResponderExcluirmeu micro deve estar pirando, com o repetéco da mensagem. Muita vezes não vai nem o original, porém, quem sabe pra compensar, este infeliz resolveu repetir o comentário. Provavelmente o tempo "xoxô" aqui no ABC, garoa, frio e neblina, tenha contruibuído para o piripaque desta máquina, muita vezes necessária e algumas outras tantas inútill. Desculpem a ocupação indevida de espaço.
abraços
Oswaldo Lavrado -SBCampo
de volta para esclarecer que....
ResponderExcluirmeu micro deve estar pirando, com o repetéco da mensagem. Muita vezes não vai nem o original, porém, quem sabe pra compensar, este infeliz resolveu repetir o comentário. Provavelmente o tempo "xoxô" aqui no ABC, garoa, frio e neblina, tenha contruibuído para o piripaque desta máquina, muita vezes necessária e algumas outras tantas inútill. Desculpem a ocupação indevida de espaço.
abraços
Oswaldo Lavrado -SBCampo
Olá Nivia...
ResponderExcluirViu com o Oswaldo Lavrado gostou do seu texto? Até o repetiu, para deixar isso bem claro (rsssssss...). Também gostei do que vc escreveu. Olha, Nivia e amigos do blog, quando se fala em relacionamento, ninguém aqui citou ainda, mas o mundo virtual têm sua parcela de culpa no distanciamento das pessoas, concordam?
Para que todos tenham uma idéia, eu tenho uma sobrinha que conversa com a mãe pelo computador. Uma em cada quarto da casa. O pai, quando chega do trabalho vai esquentar a comida e não tem ninguém para bater um papo, trocar uma idéia. Como não é chegado a informática, acaba indo se deitar sem ao menos um boa-noite da filha ou da esposa.
Nossa geração é fria, com o olhar gelado por isso. O relacionamento dos nossos jovens nos dias de hoje é pelos "Orkuts" da vida, troca de e-mails, messenger, etc...
Quando arriscam alguma conversa é pelo celular e nada mais que alguns segundos, percebem? Aquelas brincadeiras dançantes de antigamente, cinemas com amigos(as) e com o namorado (a), encontro para brincadeiras, não existem mais, tudo acabou, infelizmente.......
Bjos,
Gabriela - Cásper Líbero - SP.
Cruzes, o que houve com o Oswaldo Lavrado? Repetiu novamente? Socorroooooooooooooo, Edward....
ResponderExcluirFalando sério, Nivia, seu artigo é ótimo, uma análise correta do mundo atual em que vivemos. Todos os problemas relatados por você, nessa ânsia de se querer abraçar o mundo de uma só vez, é que tem causado essa avalanche de divórcios que estamos vendo nos dias atuais.
Não tem amor que dure quando duas pessoas que vivem num mesmo teto nem se cumprimentam, como relatou a Gabriela acima. Fui criado de uma forma diferente. Na hora do almoço, todos sentavam-se à mesa. Papai na cabeceira ditava o rumo da conversa. Procurava saber como os filhos estavam indo na escola, ouvia queixas e pedidos de minha mãe e nossa vida seguia sem nada que pudesse abalar a estrutura de um lar, mesmo pobre, mas feliz. Uma pena que todos esses bons costumes tenham mudado...
Padre Euvidio
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCara jornalista Nívia...
ResponderExcluirSeu texto é irretocável e toca fundo em cada um de nós.
Não é a toa que consultórios médicos e clínicas de psicologia, estão cheios de pacientes, com queixas de depressão, que muitas vezes nada mais são do que indiferença e vazio existencial, que sentem em suas vidas.
Há muitas pessoas que só precisam de um olhar atento, um abraço, um aperto de mão, ou um "olá" para se sentirem vivas.
Receba meu carinho, através dessas flores, que ilustram seu nome e refletem sua alma.
um grande e carinhoso abraço..
"... As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam
ResponderExcluirPorque o amor e o ódio se irmanam na geleira das paixões
Os corações viram gelo e, depois, não há nada que os degele
Se a neve, cobrindo a pele, vai esfriando por dentro o ser
Não há mais forma de se aquecer, não há mais tempo de se esquentar
Não há mais nada pra se fazer, senão chorar sob o cobertor..."
Elis Regina consagrou essa obra prima de Sergio Natureza e Tunai (As aparências enganam). Deixamos morrer nossos olhos, paramos de olhar... Deixando de enxergar ao outro cegamos a nós mesmos. Perdemos a identidade, a essência, a alma. Passamos ao que somos em lugar do quem somos.
O texto da Nivia Andres é um chamamento, um grito que tem de ecoar em nossas consciências e nos despertar. Mais que um texto, mais que um recado, uma atitude indispensável àqueles que se pretende dizer vivos.
Abs,
Silvia Carneiro - Jornalista
Queridas amigas e amigos: quem me conheceu nos meus tempos de chefia de grandes redações de jornais, inclusive o Edward e o Lavrado, mais o Édison Motta (que sumiu, faz falta aqui), conhecia minha fama (no sentido profissional e restrito) de durão, realmente exigente. Lembro-me, por exemplo, quando chefiava a Sucursal do ABC do Estadão/JT de ter ficado 6 meses com uma vaga de repórter aberta porque queria contratar o melhor dos melhores. Graças a isso sempre tive a honra e alegria de coordenar equipes de alta competência. Pois bem, porque estou dizendo tudo isso? Para afirmar que contrataria a Nivia Andres hoje, agora, para qualquer equipe que estivesse formando. Seu texto de hoje, carregado de sensibilidade, lembrou-me a diferença das gostosas redações onde trabalhei no passado com as atuais. Antes, com a velha máquina de escrever barulhenta, nossas redações eram zonas totais, onde a gente quebrava a hierarquia brincando com os chefes de igual para igual, todo mundo ria muito, o trabalho era também uma grande diversão. Certa vez, na Última Hora, quando eu trabalhava de repórter do Samuel Wainer, lembro-me que chegou uma atriz para dar uma entrevista e ficou encantada com aquela bagunça que a gente fazia, coisa que não existia em nenhum ambiente de trabalho a não ser de jornal. E nem por isso os jornais saiam prejudicados, eram fantásticos, principalmente quando lembramos que não havia as facilidades tecnológicas de hoje, quando repórter mal tira a bundinha da cadeira. A gente não, pegava touro a unha, indo pra rua todo dia. E como é uma redação agora? Silenciosa, fria, formal, tensa. Aqueles monitores altos na frente das pessoas sequer permitem que se vejam seus rostos, seus olhos e sorrisos. Ganhamos muitas facilidades, mas perdemos o principal, o calor humano.
ResponderExcluirBeijos!
Milton Saldanha
Caro padre Euvídio: tenho lembranças boas parecidas com as suas, da convivência familiar. Meu pai, minha mãe, avó e os 4 filhos almoçavam e jantavam juntos todos os dias, por sinal fartas e saborosas refeições. Meu pai, na cabeceira, falava dos mais variados assuntos, a gente dialogava o tempo inteiro. Claro, saiam bobagens, todo mundo ria, havia bom-humor, mas na maior parte do tempo os assuntos eram sérios, importantes, atuais. Isso teve fortíssima influência na minha formação cultural. Aprendi assim a me expressar, e creio também que tenha sido o segredo da minha facilidade para escrever, da base cultural e memória privilegiada, que me garantiram uma bela (e geralmente bem remunerada) carreira na grande imprenssa, por mais de 35 anos, fora os extras que hoje exerço por minha conta, com meu jornalzinho de dança, já aposentado e tranquilo. A raiz de tudo está lá, naqueles encontros familiares incríveis. E não parava ali. Naquelas noites frias do inverno gaúcho a gente se reunia de novo na sala, para ouvir música e conversar mais ainda. Muitas vezes meu pai, homem culto, traduzia do inglês reportagens inteiras da revista Life. Depois de ouvir, encantados, descobrindo o mundo e a vida, a gente discutia o assunto. Não foi fantástico isso? Sorte nossa, não havia TV para nos emburrecer. Certa noite, em São Borja, lá na fronteira com Argentina, faltou luz. Meu pai acendeu uma vela, no centro da mesa, nos chamou e nos contou como se formou o mundo e o universo. Momento magnífico, nós ali, crianças, de olhos estatelados, a imaginação voando pelo espaço junto com aquelas palavras que nunca se apagaram das nossas memórias.
ResponderExcluirBeijos!
Milton Saldanha
Ôi Nivia, fiquei encantada com seu texto e com os comentários aqui postados. O Edward tratou de nos emocionar. Sim, porque gostamos muito de você e saber o quanto você é querida funciona como se o elogio fosse a nós dirigido. O Milton Saldanha e o Padre Euvídio contando dessas reuniões familiares de antigamente. Não tenho idade para isso, mas sei porque, em minha casa, tudo é dessa forma. Apesar da diferença de horários nesse mundo maluco em que vivemos hoje, sempre que possível estamos todos, eu, minha irmã Katia, de 16 anos, e meus dois irmãos, Roberto e Jeferson de 18 e 20 anos, sentados com papai e mamãe na hora das refeições. Como é gratificante essa reunião familiar e como ela nos faz bem...
ResponderExcluirFalta calor humano, amor no coração das pessoas, hoje preocupados com o vil metal. Esquecem-se que tudo passa nesta vida, nada vamos levar quando daqui partirmos. Eu estou sempre em contato com minhas amigas e amigos pela internet, sabemos nós que hoje é impossivel se desprezar esse mundo virtual, mas faço questão de encontrá-las, encontrá-los, abraçá-los e sentir a proximidade do contato, do calor humano. Isso é muito importante neste Universo que vai se fechando com os passar do tempo. Lindo texto, Nivia, comentários como sempre inteligentes e que nos ajudam a refletir...
Beijos a todos vocês! Amo vocês!
Andressa - Cásper Líbero - SP.
Olá Nivia...
ResponderExcluirLendo seu texto maravilhoso de hoje e os comentários, creio que a fórmula para construirmos um mundo melhor não é assim tão dificil. É preciso começarmos pela base, que é a família. Tenho exemplos na minha. Só papai está vivo e comanda comigo a churrascaria em Itú e um sítio de 30 alqueires que temos aqui perto, com algumas cabeças de gado e plantação de café. Éramos unidos, até quando mamãe era viva. Aos poucos todos foram se distanciando. Meu irmão casou-se, mudou para Brasília, tem filhos e eu não conheço ainda meus dois sobrinhos, a não ser pelas fotos que ele mandou. Outros parentes, antes chegados, da mesma forma desapareceram.
Quando mamãe era vida, lutava para que todos se reunissem em festas de aniversário, Natal e Ano Novo. Quando ficávamos mais de 20 dias sem nos encontrarmos, ela arrumava uma festa e convidava todos. E aí de quem se atrevesse a não comparecer. Mamãe mandava buscar o foragido em sua casa ou onde quer que estivesse. Ninguém a desobedecia. Éramos unidos e sinto saudades daqueles tempos.
A Andressa, Milton, Padre Euvídio e outros participantes desse blog mataram a cobra e mostraram o pau. falta proximidade, calor humano nos dias de hoje. Cada um busca uma desculpa para se ausentar e assim a distância entre seres queridos aumenta cada vez mais. É preciso recomeçarmos e para isso, a família é o melhor caminho.
Abraços a você e a todos!
Paolo Cabrero - Itú - SP.
Olá, novamente!
ResponderExcluirQue bom que a conversa sobre o assunto que propus está rolando!
Lavrado, agradeço duplamente pelos seus gentis comentários. É impressionante a frieza e a indiferença que observamos em muitos consultórios médicos, não é? Parece que somos invisíveis e o doutor está ali só para cumprir horário... Tenho certeza que a nossa querida amiga Liliana será uma médica diferente, sensível e dedicada aos seus pacientes! O Lavrado só vai ao médico porque precisa de cuidados especiais. Não merecia esse tratamento indesculpável do profissional que o atendeu.
Gabriela, querida, achei incrível essa estranha família que se comunica virtualmente, quer dizer, mãe e filha, porque o pai foi deletado do convívio. Tens razão, a internet é fantástica, mas tem que ser utilizada com moderação!
Padre Euvídio, o Senhor tem razão. É imenso o valor de uma reunião familiar, à volta de uma mesa de refeições. Minha famílioa também sempre gostou de conversar e trocar ideias à mesa. Obrigada pelo seu comentário. E as pererecas, como estão?
Professor João Paulo, querido amigo, de quem sempre recebo comentários valiosos no meu blog! Realmente, é constrangedor cumprimentarmos uma pessoa conhecida que finge não nos ver porque não quer parar e trocar uma palavrinha...Ou que nos liga com segundas intenções e nem pergunta como estamos passando... Mal dos tempos!
Cris, obrigadão, querida. Adorei ver meu nome cercado por flores! Um luxo, graças ao teu talento. Pois é, as pessoas desaprenderam com é bom o contato proporcionado por um abraço, um aperto de mão, um carinho, um elogio, face a face. Tempos que nos reciclar...
Sílvia, colega, a música da Elis é um fundo perfeito para o meu artigo. diz tudo. Obrigada pelo teu comentário.
Queridíssimo conterrâneo Milton Saldanha, aceito trabalhar com você, mas tem que ser numa redação antiga, cheia e máquinas de escrever, risadas e muito convívio humano. Nada de frieza e indiferença. Não peguei este tempo maravilhoso, porque quando comecei a trabalhar num jornal já havia computador, mas como a turma era muito amiga, rolava um clima legal, mesmo nos momentos mais tensos e de correria para fechar a edição...Faço minhas as tuas palavras, família reunida e que gosta de conversar é uma bênção!
E Edward! Que maravilha a tua crônica para o Comércio da Franca. Se o pessoal ainda não leu, sugiro que apreciem o talento do nosso chefe. Hoje ele conta que tem algum feitiço que atrai chatos, bêbados e similares, que o alugam, em qualquer lugar que esteja. Haja paciência! Imperdível!
Voltaremos!
Voltei correndo, pois jamais poderia deixar de agradecer um comentário de minha querida amiga Andressa, sempre tão sensível e humana. Ela percebe e alimenta o valor do convívio, seja familiar, seja com os amigos e colegas. A vida é bem mais bonita, quando temos com quem dividi-la, até nas adversidades. Beijos, amiguinha!
ResponderExcluirE, Paolo Cabreiro, diletíssimo amigo, você se ressente do maravilhoso poder agregador de sua mãe, que trazia a família unida. Quem sabe, na sua ausência física, isso não é uma deixa para que você tome o lugar dela na re-união de sua família? Acho que vale a pena tentar. Junte-os novamente, em alguma ocasião especial...
E te prometo que, quando o pessoal do blog se encontrar, será aí em Itú, na tua churrascaria. Já somos uma família também! Abraço caloroso e obrigada pelo gentil comentário!
Prezada Nivia. Não é só o amigo do Edward, o "Tonhão", que é seu fã, tá? Eu sou um deles e barulhento. Faço questão de demonstrar isso aqui no blog. Seu texto e comentários de hoje mostra também o quanto você é sensível. Queria que me permitisse deixar um texto escrito por Paulo Tadeu Rodrigues Rosa, de Belo Horizonte, no "Recanto das Letras", blog que divido minha leitura juntamente com esse que já considero nosso.
ResponderExcluirQuero que os amigos e amigas do blog do Edward prestem atenção, diz tudo sobre o artigo postado hoje pela nossa querida e culta Nivia Andres: "No mundo moderno, as pessoas estão muito preocupadas com o ter, com o conquistar, com o desenvolvimento, mas se esquecem das relações sociais. As pessoas se esquecem que devemos ser solidários com o próximo, que devemos cultivar a paz ao invés da violência. Mas, infelizmente esta não é a realidade e é por isso que a Humanidade tem sofrido tanto, os animais estão em extinção e as geleiras estão descongelando. Caso nada seja feito o mundo caminha para os caos, mas muitos preferem viver em suas próprias torres de marfim acreditando que poderão ser salvos. É preciso deixar o mundo da ficção, pois caso contrário poucos serão os sobreviventes".
Abraços Nivia e não se esqueça de me colocar na sua lista enorme de fãs, tá?
Eurípedes Sampaio - Jundiaí - SP.
Caro Oswaldo Lavrado: é uma delícia bancar o louco de vez em quando, adoro, principalmente com certa imunidade que os meus cabelos brancos me conferem. Uma delas: quando cumprimento uma pessoa e ela não responde, fico repetindo até que ela se manque e assuma, na marra, a educação da resposta. Alguns ficam me olhando como louco, mas juro que faço isso. Funciona.
ResponderExcluirAbração,
Milton Saldanha
Eurípedes, que glória! Entraste duas vezes para comentar e, ainda, com uma belíssima contribuição do Paulo Tadeu, de Belo Horizonte, para o Recanto as Letras, também um espaço valioso de comunicação e troca de ideias. O texto é perfeito - precisamos de amor, paz e justiça e de tudo de bom e belo que advém desses dons. Quem habita em torres de marfim, aprisionado, vegeta, não vive!
ResponderExcluirUm abração e nada de listas, você está no meu coração! Gratíssima!
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ResponderExcluirCaro Saldanha, acima você lembra da deliciosa bagunça que reinava nas redações dos jornais. Pois bem, lá nos anos 70, na velha casinha do Diário, na rua Catequese, Santo André, no estreito corredor de entrada, estava formada uma pequena fila composta por Soninha Nabarette, Daniel Lima, Josué Dias, Renato Campos e eu (nessa ordem). Matreiro, o Josué Dias, passou a mão no bum-bum da Sônia, que não ia muito com a cara do Daniel. Furiosa e sem perguntar quem foi o atrevido ela desferiu uma bofetada no rosto do primeiro que estava atrás dela. Era o Daniel, que por pouco vira no avesso. A pendenga foi contornada por mim e pelo Renato Campos. O Josué, autor da "tragédia" rolava de rir e, claro, jurado de morte pelo Daniel, com quem também não se bicava. A vingança do Daniel funcionou, já que em poucos dias ele fez a cama do Josué e tomou seu lugar na editoria de esportes. Época que não havia computador e os profissionais se comunicavam, mesmo que a forma não fosse a mais convencional, como fez o Josué com a Soninha e o Daniel. Bons tempos, caro Saldanha, bons tempos.
ResponderExcluirAbraços
Oswaldo Lavrao SBCampo
Boa noite a todos...
ResponderExcluirNívia,quanta sensibilidade contida nesse belíssimo texto.
Quando criança,tínhamos o hábito de jantarmos todos juntos,em hipótese alguma meus pais abrira mão dessa reunião familiar,era nesse momento em que conversávamos,expunhamos os problemas,as dúvidas,as incertezas,os medos,as alegrias,e,claro o carinho o colinho fazia parte desse momento tão rico,mas que pena,não existe mais essas reuniões familiares tão gostosas.O que assistimos hoje é que as crianças fazem suas refeições em frente a TV ou Computador,a famílias muitas vezes mal se veem,conversar então é algo raro,vejo pais que tem tempo para tudo,o futebol,a cerveja,os amigos,a novela,a fofoca com a vizinha,mas tempo para os filhos,não.É por essas e outras que essa geração se encontra tão perdida,sem alicerce,sem perspectiva.
Falta ao ser humano parar de correr com tanta sede para os interesses materiais e pensar um pouco nos sentimentos que faz o coração pulsar.
Beijos a todos.
ANA CÉLIA DE FREITAS.
BOA NOITE PESSOAL.
ResponderExcluirAcabei de fazer uma visita ao blog do meu amigo João Paulo,deem uma olhada ele mencionou coisas tão engraçadas da infância de alguns desse blog,vale a pena conferir.
o endereço É:joaopauloinquiridor.blogspost.com
ABRAÇOSSSSSSSSSSSSSSSSS.
Nivia Andres e demais amigos do Blog de ouro, bôa noite.
ResponderExcluirMuito interessante o artigo de nossa amiga Nivia, hoje publicado em nósso blog.
Nasci e fui criado na capital de São Paulo, e apesar de ser Paulistano, sempre residí em bairros periféricos, onde passei minha infância, e esses bairros assemelhavam-se com cidades do interior, devido a terem poucos moradores e que conheciam-se até pelo nóme. Dava-mos e recebia-mos um bom dia, bôa tarde ou bõa noite. As familias juntavam-se nos finais de semana e colocavam a convérsa em dia.
Mas, com o passar do tempo, as coisas mudaram, os visinhos separam-se, tomando rumos diferentes e a amizade construida através dos anos, foi se diluindo, devido a distãncia até não mais existir.
Passei minha mocidade trabalhando no centro de São Paulo, e devido a minha profissão, tornei-me frio mesmo presenciando cenas horriveis que deixavam no pôvo, marcas dificeis de serem apagadas, mas eu não podia e nem devia demonstrar o que sentia.Fui guardando em meu íntimo.
Com o passar dos anos, e próximo a aposentadoria devido ao stress, a angustia,o mêdo guardado, e a pressão sofrida no trabalho, tornei-me dependente de remédios controlados "tarja prêta".
Após aposentar-me, consegui minha independência, divorciei-me e mudei para o Litoral Paulista, onde hoje me encontro em um bairro residencial,por demais tranquilo e bem em frente ao mar. Graças A Deus.
Conheço TODOS os visinhos, cumprimento e sou cumprimentado por todos, vivo muito melhór agóra do que quando residia em São Paulo.
Assim é a vida !!
Abraços a todos.
Admir Morgado
Praia Grande SP