quinta-feira, 23 de julho de 2009

"ASSISTIMOS A UM MUNDO EM EXTINÇÃO"
NIVIA ANDRES
*
A Caverna

A Caverna, do festejado escritor português José Saramago, é uma história de gente simples: um oleiro, um guarda, duas mulheres e um cão muito humano. Esses personagens circulam pelo Centro, um prédio de cinquenta andares onde os moradores usam crachá, são vigiados por câmeras de vídeo e não podem abrir as janelas de casa. Monumento do consumo, o Centro possui um shopping center com lojas, cinemas e teatros, um bingo, um cassino, jardins suspensos, um hospital e até uma muralha da china, tudo asséptico e sufocante, como convém a um símbolo da modernidade. É no Centro que trabalha o guarda Marçal. É para o Centro que seu sogro, o oleiro Cipriano, vendia a louça ordinária de barro que fabricava artesanalmente na aldeota em que vivia - agora, os clientes do Centro preferem pratos e jarros de plástico. Filho e neto de oleiros, sem outros ofícios na vida, Cipriano perde a razão de viver. E a convite do genro, muda-se para o Centro, essa verdadeira gruta onde milhares de pessoas se divertem, comem e trabalham sem verem a luz do sol e lua. Enquanto isso embaixo dos diversos subsolos de estacionamentos e frigoríficos, os funcionários do Centro descobrem uma estranha caverna. Driblando a vigilância, Cipriano consegue entrar lá dentro. O que descobre é aterrador. O oleiro, a filha e o genro retornam à aldeia: são salvos pela lucidez num mundo que se sustenta por sua própria cegueira.
Dois espaços físicos desiguais e opostos. Uma pequena olaria, um centro comercial gigantesco. De um lado a simplicidade, do outro a ostentação - um mundo em rápido processo de extinção, outro que cresce e se multiplica como um jogo de espelhos onde não parece haver limites para a ilusão enganosa. Este romance fala de um modo de viver que vai sendo cada vez menos o nosso e cujas consequências sobre a mentalidade humana são cada vez mais visíveis e ameaçadoras. Todos os dias se extinguem espécies animais e vegetais, todos os dias há profissões que se tornam inúteis, idiomas que deixam de ser falados, tradições que perdem sentido, sentimentos que se subvertem.
Uma família de oleiros compreende que deixou de ser necessária ao mundo. Como uma serpente que despe a pele para poder crescer noutra que mais adiante se há-de tornar pequena, o centro comercial diz à olaria: «Morre, já não preciso de ti». Em A Caverna José Saramago tematiza o processo acelerado de desumanização que estamos vivendo. Com os dois romances anteriores -Ensaio Sobre a Cegueira (1995) e Todos os Nomes (1998) – A Caverna forma um tríptico em que o autor deixou inscrita a sua visão do mundo atual, da sociedade humana tal como a vivemos. Não mudaremos de vida se não mudarmos a vida, eis a questão. A propósito da trilogia, Saramago comentou que têm, de fato, uma identidade própria. “Em primeiro lugar, do ponto de vista formal, são alegorias. Depois, têm todos um estilo mais sóbrio, mais direto, menos expansivo, menos "barroco". E, por último, de uma maneira mais ou menos metafórica, eles são o que chamo a diferença entre a estátua e a pedra. Diria que ao contemplarmos a estátua, não estamos a pensar na pedra que está para além da superfície trabalhada pelo escultor. Agora, já não é a estátua que me interessa, mas a pedra que a faz. (...) Estes três últimos livros são tentativas de ir além da superfície, ver o que está lá dentro e, provavelmente, perder-me no seu interior... O que me preocupa neste momento é saber: que diabo de gente somos nós?"
Para Saramago, "a literatura sempre tem algo importante para dizer num mundo como o atual, onde o ser humano é a coisa mais descartável que há". "Perdemos o sentido do protesto, o sentido crítico, parece que vivemos no melhor dos mundos possíveis", disse. "Vivemos rodeados de inseguranças: insegurança na sociedade, no trabalho, na vida diária", acrescentou. A Caverna não é um manifesto político nem ideológico, mas um romance", disse Saramago, acrescentando que a obra apenas pretende que pensemos para onde vamos. Saramago assegurou ainda que "a globalização econômica é uma nova forma de totalitarismo e que a democracia é um ponto de partida e não de chegada". Em sua opinião, quando os cidadãos creem que a têm, é quando começam a perdê-la. "Assistimos a um mundo em extinção. O único lugar seguro são os shoppings que, curiosamente, não têm janelas. E um lugar sem janelas é uma caverna". O texto completo de A Caverna pode ser encontrado na internet, no endereço:
http://www.esnips.com/doc/a0611a51-6294-415b-913c-ccd990631016/José-Saramago---A-caverna-(rev), assim como outros títulos de Saramago: Todos os Nomes, Terra do Pecado, O Homem Duplicado, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, O Conto da Ilha Desconhecida, O Ano da Morte de Ricardo Reis, Memorial do Convento, Manual de Pintura e Caligrafia, Levantando do Chão, História do Cerco de Lisboa, Folhas Políticas e A Jangada de Pedra. Leitura boa e gratuita. Aproveitem!
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*Nivia Andres, jornalista, graduada em Comunicação Social e Letras pela UFSM, especialista em Educação Política. Atuou, por muitos anos, na gestão de empresa familiar, na área de comércio. De 1993 a 1996 foi chefe de gabinete do Prefeito de Santiago, Rio Grande do Sul. Especificamente, na área de comunicação, como Assessora de Comunicação na Prefeitura Municipal, na Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACIS), no Centro Empresarial de Santiago (CES) e na Felice Automóveis. Na área de jornalismo impresso atuou no jornal Folha Regional (2001-06) e, mais recentemente, na Folha de Santiago, até março de 2008.

Acesse o blog da jornalista: http://niviaandres.blogspot.com/
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37 comentários:

  1. Olá Nívea

    Você nos brinda hoje com uma magnífica resenha do livro “A Caverna” do premiado José Saramago (Prêmio Nobel de Literatura 1998).
    Não li o livro. Entretanto, verifica-se que a sociedade descrita pelo escritor, longe de ser uma “ficção” está acontecendo. O excesso de materialismo acabou levando a sociedade, a exemplo de pássaros encerrados em gaiolas de ouro e alimento em abundância, a perderem o bem mais precioso; a liberdade!

    J. Morgado

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  2. Jornalista Nivia Andres, parabéns pela bela resenha sobre esse livro do escritor português José Saramago. Gosto de ler obras desse escritor e tenho esse livro, mas não terminei a leitura, iniciada no começo dessa semana. Gostaria de aproveitar a oportunidade e me desculpar de público com o Professor João Paulo de Oliveira e com os demais frequentadores desse blog pela brincadeira rude e agressiva que postei dia desses aqui. Por e-mail manifestei esse meu desejo ao Edward e ele me pediu que fizesse isso aqui, publicamente. Está feito o registro. A todos peço que me perdõem. Prometo que isso jamais irá acontecer.
    Bom dia a todos!

    Miguel Falamansa - Botucatú - SP.

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  3. Ôi Nivia...
    Eu gosto do José Saramago. Tenho dois livros dele e já os li, "Terra do Pecado" e "A Jangada de Pedra". "A Caverna" despertou meu interesse, depois de ler seu artigo e vou comprá-lo. Não consigo ler um livro pela internet, apesar da novidade. Existem outros sites que disponibilizam leituras completas de várias obras, mas penso que o gostinho da leitura é você estar com o livro em suas mãos, folheá-lo com carinho e curti-lo num cantinho só seu. Bem... Cada um tem um gosto.
    Obrigada pela indicação, foi ótima...

    Liliana Diniz - Santo André - SP.

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  4. Ôi Nivia, sem dúvida, uma bela indicação. Já li esse livro e adorei. José Saramago, além de grande escritor é simpático. Sempre que lança uma obra vêm ao Brasil falar sobre ela. Tem um carinho muito especial por todos nós brasileiros. Ele ótimo.
    Desses dois livros que a Liliana citou e disse que já leu, tenho apenas "A Jangada de Pedra", muito bom.
    Parabéns pela fina descrição dessa obra, Nivia!
    Bjos,

    Karina - Campinas - SP.

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  5. Olá, amigos! Bom dia!

    A paisagem meridional acordou gelada, com temperaturas negativas na madrugada. Agora o termômetro marca 1°. Muito frio!

    Resolvi sugerir ao Edward a resenha do livro A Caverna, de José Saramago, tendo em vista o assunto que temos abordado há vários dias no blog - a gradativa desumanização do homem, o consumismo, a destruição da natureza...Hão de concordar todos que vivemos numa época de velozes transformações, mas o que deveria significar progresso, conforto, avanço tecnológico, está levando o homem à ruína. Ou mudamos, ou seremos extintos, por obra de nossas próprias mãos.

    Penso que esta obra é um libelo, uma metáfora ou uma alegoria pra lá de real do mundo contemporâneo.

    Procurando alguns subsídios para a minha resenha encontrei, na internet, um site que traz esta e outras obras de Saramago, com textos completos. Achei interessante indicar porque muitas pessoas que não têm possibilidade de adquirir o livro terão acesso a ele. Confesso, também, como a Liliana, que prefiro o papel, manusear a obra, folheá-la, digeri-la...

    Aproveito para sugerir outros títulos do autor, que considero muito bons: O Evangelho Segundo Jesus Cristo (notem que Saramago é ateu, mas reescreveu o Novo Testamento de forma surpreendente); Ensaio Sobre a Cegueira (nosso Fernando Meirelles dirigiu o filme, mas o livro é melhor! Recomendo!); Todos os Nomes; História do Cerco de Lisboa; Memorial do Convento e Cadernos de Lanzarote (uma espécie de diário, em que Saramago conta sua rotina, como escreve seus livros, suas andanças pelo mundo...Muito bom!).

    Ainda uma observação. Não estranhem sua forma de escrever. É peculiar. A narrativa é caudalosa - parágrafos imensos, como se fosse um fluxo de consciência. Saramago diz que escreve como fala...

    Uma informação. Há poucos dias, Saramago foi eleito Sócio Correspondente da Academia Brasileira de Letras, ocupando a vaga do escritor francês Maurice Drion. Li a notícia no blog que ele mantém na internet http://caderno.josesaramago.org/
    A cada dia ele comenta sobre um assunto. Muito interessante. Vale a pena acessar.

    Um abraço a todos e boa leitura. Volto mais tarde.

    Nivia Andres - Santiago, RS

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  6. Olá Nivia!
    Todo o seu relato sobre essa obra é maravilhoso. mas essa parte final é divina, permita-me reproduzir: ""Assistimos a um mundo em extinção. O único lugar seguro são os shoppings que, curiosamente, não têm janelas. E um lugar sem janelas é uma caverna". Demais, não? Um lugar sem janelas é uma caverna. Só não sei onde Saramago se baseou para afirmar que shopping é um lugar seguro. Aqui no Brasil está provado que não é. Além de furtos e assaltos em shoppings, vez em quando explode a canalização do gás da praça de alimentação e mata muita gente, como já aconteceu.
    É que não li o livro, por isso estou brincando. Mas vou ler, com certeza.
    Beijinhos Nivia...

    Mônica - São Bernardo - Metodista

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  7. Confesso que só a resenha desse livro já deu medo.
    Fica difícil arriscar uma opinião aproximada sem ler, mas parece que esse livro é uma espécie de alerta ao inferno que nós estamos submersos.
    E o que é pior, estamos depredando a única casa que ainda nos resta, o inferno.

    Padre Euvidio.

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  8. "Quem tem imaginação, mas não tem cultura, possui asas, mas não tem pés."
    ( Joseph Joubert )

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  9. "O homem que não lê bons livros não tem nenhuma vantagem sobre o homem que não sabe ler".

    ***LUMEM***

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  10. Ser uma pessoa culta, é uma responsabilidade muito grande.
    Por que quando usamos o aprendizado para escravizar as pessoas, a cobrança é cruel. Noites e noites sem dormir, pensamentos de uma vida fracassada.
    O fim da caminhada vem aproximando, ai eu me pergunto:- será que valeu a pena?

    José Sarney

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  11. Ôi Gente, estava morrendo de saudades de todos vocês. E volto hoje ao blog justamente nesse cantinho que mais gosto, a resenha de um bom livro, escrita pela Nivia Andres. Já disseram aqui, mas, eu repito. Quando a gente lê um texto sobre um bom livro, bem escrito como esse que acabo de ler, abre o apetite. É como se estivéssemos morrendo de fome e colocassem na mesa a comida que mais gostamos. Começamos a engolir saliva. Eu sou assim, adoro ler e nunca deixei de comprar um livro que tenha me chamado a atenção. Mais ainda, nunca li José Saramago. Nada contra, talvez falta de ter lido alguma coisa sobre ele e suas obras, pode ser isso. Esse quero comprar, também não tenho paciência de ler pela internet. Prefiro estar com o livro em mãos. Pelo que li no blog, ninguém gosta, pelo menos as opiniões até aqui. Edward, faça uma pesquisa, aposto que a maioria prefere o livro.
    Nivia, beijos e obrigada pela dica, O.K.?

    Thalita - Santos - Unisantos

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  12. Legal sua resenha, Nivia!
    A Thalita disse que ninguém lê pela internet. Nossa Thalita, são milhares que lêem e não é só por causa de dinheiro não. Comodismo é outro fator. Você não precisa procurar feito doida uma obra pelas livrarias da vida e tem tudo mastigadinho em casa. Eu já frito minhas pipocas, refrigerante de lado e vou lendo. Quando canso, marco onde parei e volto no dia seguinte. Essa do José Saramago eu não tinha o site, agora vou começar a ler. E não engordo não, viu? Continuo comendo e magrinha.
    Obrigada Nivia, lindo seu texto...

    Priscilla - São Paulo - Cásper Líbero

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  13. Queridos amigos e amigas do Blog:

    A Nivia Andres traz, com seu estilo e propriedade, a resenha da Caverna, de Saramago, ao mesmo tempo em que provoca, a todos nós, para uma profunda reflexão sobre a animalidade de nossas vidas.

    Quando pequenos, aprendemos que somos a única espécie racional do mundo animal. Infelizmente, ao crescer, percebemos que os outros animais têm mais senso de vida do que nós próprios.

    Temos por aqui nossas cavernas. Ilusórias, cheias de ostentação e pouco ou nenhum conteúdo.
    Uma realidade que poderemos alterar, para resgatar os verdadeiros valores da vida humana, se antes tomarmos conhecimento do túnel escuro onde estamos metidos.

    Parabéns, Nivia. Tal como faroleira, seu texto é uma luz em meio a escuridão.

    Abraços,

    édison motta
    Santo André, SP

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  14. Olá Nivia!
    Sabe o que eu não entendo? O caso desse site do escritor José Saramago ser gratuíto. E como ficam as vendas do livro? O escritor português deu autorização para a publicação de suas obras? Se você montar um site com músicas de determinado cantor, logo bloqueam seu site ou blog. Por isso a pergunta.
    Legal seu texto, parabéns!

    Márcia Regina - Curitiba - PR

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  15. Esse tal de José Saramago é um débil mental. O evangelho, desse idiota brinca com a santidade de Maria, e com a virgindade de Jesus.
    Veja Só o que tem no livro desse idiota!

    "Maria de Magdala ensinara-lhe, Aprende o meu corpo, e repetia, mas doutra maneira, mudando-lhe uma palavra, Aprende o teu corpo, e ele aí o tinha, o seu corpo, tenso, duro, erecto, e sobre ele estava, nua e magnífica, Maria de Magdala, que dizia, Calma, não te preocupes, não te movas, deixa que eu trate de ti, então sentiu que uma parte do seu corpo, essa, se sumira no corpo dela, que um anel de fogo o rodeava, indo e vindo, que um estremecimento o sacudia por dentro, como um peixe agitando-se, e que de súbito se escapava gritando, impossível, não pode ser, os peixes não gritam, ele, sim, era quem gritava, ao mesmo tempo que Maria, gemendo, deixava descair o seu corpo sobre o dele, indo beber-lhe da boca o grito, num sôfrego e ansioso beijo que desencadeou no corpo de Jesus um segundo e interminável frêmito."

    Se esse animal desse escritor não for para o inferno, ninguém mais vai.

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  16. Este comentário foi removido pelo autor.

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  17. Eu também fiz uma pesquisa das resenhas dos livros desse escritor, fiquei atordoado com esse evangelho.

    Maria, deitada de costas, estava acordada e atenta, olhava fixamente um ponto em frente, e parecia esperar. Sem pronunciar palavra, José aproximou-se e afastou devagar o lençol que a cobria. Ela desviou os olhos, soergueu a parte inferior da túnica, mas só acabou de puxá-la para cima, à altura do ventre, quando ele já se vinha debruçando e procedia do mesmo modo com sua própria túnica, e Maria, entretanto, abriu as pernas, ou as tinha aberto durante o sonho e dessa maneira as deixara ficar, fosse por inusitada indolência matinal ou pressentimento de mulher casada que conhece os seus deveres.

    Depois falam que o padre Euvidio que é doido.

    Valentim Miron- Franca SP.

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  18. Márcia Regina, o site onde eu encontrei algumas obras de Saramago disponíveis para leitura não é do autor. Há livros de diversos autores, até de Jorge Amado, pelo que pude notar, em rápida e ainda não acabada busca.

    Senhores Pe. Euvídio e Valentim Miron,lamento se a leitura de passagens do livro "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" os escandalizou. Garanto que se mantiverem o distanciamento necessário e lerem toda a obra em questão sem qualquer preconceito, poderão entender o que o autor quis dizer escrevendo esse livro. A título de informação, o Vaticano não emitiu qualquer admoestação a Saramago nem baniu o seu livro, quando publicado. E ademais, estamos falando de literatura, ficção, imaginário...Nada que mexa com as Sagradas Escrituras.

    Ainda uma palavra aos dois amigos. Não é sobre a obra a que se referiram que estamos tratando hoje, lembram?

    Nivia Andres - Santiago, RS

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  19. Pois é Nivia, o pessoal desse blog anda sempre um passinho à frente. Você capricha, faz uma bela resenha sobre o livro "A Caverna", e lá vem eles analisando os escritos de José Saramago de outras obras. O pior é que pegam uma ou duas frases e soltam os cachorros pra todos os lados.
    Padre Euvídio, o senhor já se mostrou ponderado aqui nesse blog. Acompanho todos os dias e não conseguia deixar meus comentários. Agora aprendi a fazer isso. O senhor não estaria exagerando ao fazer julgamento sem o devido conhecimento do teor desse livro completo? Bem entendido. Desse livro ao qual o senhor se refere, não o que está na pauta do dia hoje, que é "A Caverna".
    É o meu primeiro comentário, Nivia, no entanto faz mais de dois meses que venho ao blog. Tenho 23 anos e minha irmã, de 13, me ensinou a postar os comentários, acredita?
    Beijos...

    Thiara - Porto Alegre/RS

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  20. Olá Nivia...
    Li todo o seu artigo e adoro resenhas, são boas indicações para se comprar um bom livro. Aqui na minha cidade, aos sábados, antes era aos domingos, o Comércio da Franca, em seu Caderno Letras, publica sempre a resenha de um livro.
    Antes de postar esse comentário li outros e vi que armaram uma polêmica. Claro está que a razão disso é que buscaram outras obras do autor (José Saramago), ao invés dessa indicada por você. Eu, por exemplo, o que poderia dizer sobre "A Caverna", baseado apenas no seu texto? Não teria como analisar o conteúdo desse livro que não li, concorda? E para fazer isso, mesmo pela internet, levaria uns dias para voltar aqui e deixar minha opinião. Penso que uma resenha serve como ajuda para quem gosta de literatura, buscar uma obra que lhe interessa ler, isso...
    Bjos!

    Ana Paula - Franca - SP.

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  21. José Augusto Medeirosquinta-feira, 23 julho, 2009

    Estou de acordo, Ana Paula. Todas as resenhas da jornalista Nivia Andres são brilhantes, mas para quem não leu o livro que ela indica, não tem como tecer comentários. No entanto, isso a Nivia disse em seu primeiro comentário, estou reprisando: "Não estranhem sua forma de escrever. É peculiar. A narrativa é caudalosa -parágrafos imensos, como se fosse um fluxo de consciência. Saramago diz que escreve como fala..."
    E já li mais. José Saramago detesta vírgulas. Então uma pergunta, já que não posso falar de uma obra que não li. Vocês jornalistas, o que acham dessa maneira de escrever? Sem parágrafos, sem vírgulas.... Será que o porteiro do meu prédio também não escreveria um livro assim? Contaria sua história, entregaria o calhamaço na editora e se virem...
    Sei não, o mundo está mesmo em extinção, pelo menos de bons autores como antigamente, cujo português era irretocável...
    Abraços...

    José Augusto Medeiros - Rio de Janeiro

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  22. Olá Nivia, quero dizer que te admiro e respeito o seu jeito especial de se comunicar através de uma escrita fácil e inteligível. O meu comentário foi a respeito do escritor José “Saramago” que é comunista e ateu, e não da sua excelente resenha. Eu não costumo ler uma obra literária só por indicação. Antes eu faço uma pesquisa das obras e do autor. Foi justamente o que eu fiz.
    O ato sexual em sim é divino, é o homem que polui esse ato com um erotismo desequilibrado.
    Desde que nasci eu aprendi que Jesus nunca teve nenhum contato sexual com nenhuma mulher, durante as suas nove encarnações na terra.
    Eu acredito nisso, e na pureza do mestre dos mestres.
    Até por que para chegar ao nível espiritual que Jesus chegou, é necessário desprender de todas as paixões terrenas. Ai vem esse infeliz do José “Saramago”, romanceando um ato sexual do cristo com uma prostituta, como se fosse o ato mais lindo do universo. Ele não respeitou Jesus e nem Madalena. Eu sei que isto não tem nada a ver com a resenha de hoje, mas eu quero passar aos leitores desse conceituado blog. O desequilibrado que é esse tal de “Saramago”.
    Outra coisa, os católicos que leram esse livro e ficaram no anonimato são uns cordeirinhos. Você lembra dos versos satânicos, pois é os mulçumanos defende a honra de um ideal cristã com a morte.
    Estou falando isso também por que “Saramago” radiou um possível ato sexual de Maria com José. Será que o dia que o esperma do pai desse escritor fecundou o óvulo da mãe dele não daria uma infinidade de livros, com variadas posições. Qual delas será que foi o ápice da encarnação desse idiota?

    Padre Euvidio.

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  23. Tsc...Tsc...Tsc... Penso que as férias escolares gerando a ausência de grande parte das estudantes de jornalismo derrubou um pouco o nível cultural desse blog. Estaria eu errado?

    Amadeu Cardoso - São Paulo - SP

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  24. Amadeu Cardoso, você está certíssimo, por isso que você está aqui.
    Falamansa

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  25. Nivia, o Padre ficou fulo, chutou o balde de uma vez só.... Vou deixar meu comentário para depois, pode sobrar pra mim...Mas, sobre sua resenha, adorei, divina!!!
    Bjos...

    Raquel - São Bernardo

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  26. Thiara de Porto Alegre/RS, Você tem razão, mas um pouco só do que eu vi, já vi que não vou conseguir ler esse livro. Eu já li mais de setenta obras que falam a respeito da vida de Jesus. Cada uma delas o autor encarna uma personalidade diferente. As obras mediúnicas são as mais confiáveis, pois elas são quase que iguais umas as outras, e com poucas contradições.
    Padre Euvidio.

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  27. Prezado Professor João Paulo de oliveira. Sempre que posta um comentário aqui neste blog, me deixa inquieta e pensativa. Hoje uma vez mais. O senhor confessa ter sido um beato e se transformou num ateu. Isso é raro, convenhamos. Foge, inclusive, do assunto tratado nesse blog pela Nivia, que é uma indicaçao precisa e maravilhosa de uma obra deste Prêmio Nobel de Literatura, o escritor português José Saramago. Mas, poderia nos explicar o que o levou a se tornar um ateu? Com a permissão da Nivia, claro. Sua postura, sempre citando esse fato, me intriga........
    Uma boa noite!

    Sônia Mattos - Ribeirão Preto - SP.

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  28. Raquel de São Bernardo, fique a vontade, eu apenas estou ocupando esse espaço democrático só para exteriorizar os meus pensamentos. Ninguém é obrigado a concordar comigo. Pode falar bem ou mal de mim, o importante é que falem.

    Padre Euvidio.

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  29. Comentário tirado da internet.

    O livro trata de um tema muito atual especialmente no Brasil: a diferença de dois mundo distintos como o Centro Comercial, que é exigente, competitivo e que representa o capitalismo em sua fase moderna, e Cipriano, que representa o artesanato e o modo simples de vida. “A Caverna” exige que meditemos nas condições de vida que o homem das sociedades modernas leva: uma vida muitas vezes cega ou baseada em sombras numa parede e põe em dúvida alguns conceitos e conquistas da humanidade: a tecnologia. Apesar de ser ela fonte de todos as nossas comodidades será que não somos prisioneiros dela vivendo mais para nós mesmos do que para a comunidade? Somente com muita reflexão conseguiremos entender, porque escapar é impossível, dessa Caverna chamada “Capitalismo”.

    ***LUMEM***

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  30. “Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito.

    A liberalização da energia atómica mudou tudo, menos a nossa maneira de pensar.

    Não sei por que todos me adoram se ninguém entende minhas idéias.”

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  31. Nivia, José Saramago é um ateu confesso. Seria ele também um comunista enrustido? Só os antigos comunistas combatiam com ferocidade o capitalismo. Só essa pergunta.
    Obrigado!

    Mateus Soares - São Paulo - SP.

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  32. Amadeu Cardoso - São Paulo - SPquinta-feira, 23 julho, 2009

    Prezado senhor Mateus Soares! Enfrentei uma fila para voltar ao blog. Cheguei havia 16 pessoas online, segundo o marcador lá embaixo. E vejo essa sua pergunta. O senhor não acha que ela deveria ser feita ao escritor? Perguntar à Nivia se o José Saramago é comunista enrustido é muito, senhor Mateus. Ela teve a boa intenção de nos brindar com a resenha de uma obra do autor, não falar sobre ele. Ela, ademais a mais, não é empresária do velho português, é uma jornalista e poderia responder sobre o texto que escreveu, concorda?
    Abraços e não fique magoado, senhor Mateus. Senhor Falamansa, eu o ignoro. Não tenho costume de conversar com pessoas com cara de cavalo.

    Amadeu Cardoso - São Paulo - SP

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  33. Olá, mais uma vez!

    Thiara, de Porto Alegre, bem-vinda ao blog! Ficamos felizes com a sua participação. Venha sempre! E quanto à sua irmã, que bom que ela ajudou! Meus sobrinhos também entendem tudo de computador e já me ensinaram muito, e só têm 7 e 11 anos!

    José Augusto, cada escritor tem o seu estilo próprio. Há parágrafos e vírgulas nos textos de Saramago. Aqueles são extensos, estas, raras. Mesmo que muitas pessoas achem seus textos de difícil leitura porque diferentes na forma, Saramago é um dos maiores escritores da Língua Portuguesa de todos os tempos, talvez o maior. Com todo o respeito, não conheço o porteiro do seu prédio, mas não creio que ele ou qualquer outra pessoa escreva como Saramago. Garanto-lhe que a técnica narrativa é milimetricamente pensada e estudada à exaustão. Igualmente não creio que a Academia de Estocolmo concedesse o Prêmio Nobel de Literatura a alguém que não soubesse escrever.

    Mateus, além de ateu, Saramago pertencia ao Partido Comunista português até pouco tempo atrás. Parece que se desencantou com a sigla, mas continua adepto da doutrina, na essência, como podemos observar, lendo-o.

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