domingo, 8 de fevereiro de 2009

GERAÇÃO COVARDE QUE ESPANCA OS PAIS

Edward de Souza

Espancar os pais está se tornando um problema generalizado, que ninguém quer comentar. Os pais estão realmente vivendo com medo de seus filhos. Muitos escondem a verdade, devido a temor ou constrangimento, outros confessam ser embaraçoso dizer que levou uma surra do filho, ou filha. Lamentavelmente, os pais não recebem ataques apenas de jovens delinqüentes ou drogados. Uma proporção cada vez maior de idosos está sendo espancada por filhos e filhas de meia-idade. E o que é pior, esses filhos não demonstram o mínimo remorso. Não se arrependem nem um pouco. Pesquisadores e estudiosos tentaram e ainda buscam encontrar uma explicação plausível. O máximo que estes profissionais reuniram foram hipóteses, algumas bem fundamentadas, do porque filhos estão espancando os pais. Entre elas estão a falta de autoridade: principalmente quando um ou ambos os pais renunciam a posição de comando. A maioria se esquiva de declarar com firmeza que são eles, e não os filhos, que devem estabelecer as regras. As drogas são as mais comentadas causas de agressões conta os pais. Nesse caso, a violência não acontece por acaso. Comportamentos indesejados devem vir se processando há muito tempo, geralmente negligenciados, até que o filho chegue a levantar a mão contra os pais. A fármaco-dependência entre os adolescentes pode a tal ponto perturbar a percepção do que é certo e errado que eles nem precisam estar usando drogas na hora do ataque. As drogas também podem produzir uma erosão em longo prazo nos mais básicos valores humanos do jovem. Estudos demonstram que, pais que exercem autoridade sem violência têm apenas uma possibilidade em 400 de vir ocupar o lugar de vítima. No entanto se apenas um dos pais usa violência em casa, a probabilidade de vir a ser agredido se eleva para 200 em 400.
Quantas famílias no Brasil estarão neste momento sendo afetadas? Dificilmente saberemos. O importante é reconhecer que o problema existe. Assim como também existe solução. Profissionais sérios, verdadeiramente especializados, ou associações de orientação e assistência às famílias devem ser procurados. O pior a fazer, nestes casos, é nada fazer!...

3 comentários:

  1. Homessa! Então agora são os filhos que batem nos pais. Só faltava esta!
    Pergunta-se: O que é que, nós adultos, andamos a fazer, ou a não fazer, aos nossos jovens? Será que estamos a lidar com eles da melhor forma? Ou há algo que nos está a escapar? Será que se tem que voltar ao tempo do “castigo”? Incutir-lhes medo de represálias? Não, não é por ai! Será que se tem de deixar fazer o que eles querem? Também não é este o caminho! Então o que é que se deve fazer? Há tanta informação, tanta informação que nós, adultos, acabamos por não saber como lidar com os jovens. Uns dizem uma coisa outros dizem outra e ficamos ainda mais confusos, culpados, ansiosos ao ponto de ficarmos como que paralisados perante estas atitudes. Basta…. Basta!

    Maria Tavares -Lisboa - Portugal

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  2. Ora, se estes jovens batem nos pais, na escola será bem pior.
    Conheci um casal de nível social alto (professor de liceu e advogado) que defendiam que não devia bater nos filhos, mas falar com eles. Até que, quando os filhos se tornaram adolescentes e queriam as coisas e os pais não podiam dar, eram os filhos que batiam nos pais.

    José Queiróz - Maringá -PR

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  3. O problema talvez não seja dessa juventude de hoje, mas sim dos pais frouxos da atualidade. Nos meus tempos de criança, bastava meu pai olhar seco em minha direção e eu gelava todo. Sabia que tinha feito algo errado, abaixava os olhos e pedia perdão. O que se vê hoje? Os pais fazendo os gostos dos filhos, dando carro, dinheiro, roupas de griffe, muitos sem poder e dá no que dá. Os pais frouxos de hoje vão colher o que plantaram. Triste dizer isso, mas vou além. Sorte desses pais que apanham dos filhos. Muitos são assassinados por eles, preciso dar algum exemplo?
    Parabéns pelo artigo, Edward, e pelas suas cem colunas, que eu acompanho atentamente, no Jornal Comércio da Franca.

    Francisco Heitor - Franca - SP.

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