quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

QUARTA-FEIRA, 16 DE FEVEREIRO DE 2011
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O sol começava a se esconder, tingindo o céu em tons alaranjados, num belo espetáculo de cores. Era uma quinta-feira qualquer de janeiro. Estávamos sentados em um pedaço de tronco de árvore que ficava na frente da casa do meu avô, escutando seus casos. Era de costume, nos dias quentes de verão, eu, meu pai, meu irmão, tios e primos sentarmos na frente da casa do meu avô proseando até tarde.

Na condição de moleques, meu primo, eu e o mano só ouvíamos, pois éramos educados e orientados a não nos intrometer nas conversas dos mais velhos. Foi então que apareceu um amigo do meu avô, conhecido como Juca, homem velho, tinha uns setenta anos, mas aparentava ter mais. Era magro, alto, muito enrugado, fumava cigarros de palha um atrás do outro, fedia pra caramba, usava uma camisa de mangas compridas, encardida, e tinha um bafo de onça terrível, mas era um bom contador de “causos” e de uma esperteza incrível na hora de interpretar as cenas dos seus contos. Era isso que nos prendia ouvindo suas histórias. Boca aberta, olhos fixos e arregalados escutávamos naquele dia o relato da luta que ele travou com o diabo.

Dizia ele que na fazenda em que morava tinha uma porteira mal assombrada, bem na subida, perto de um morro, próximo de uma curva, e que o capeta ficava de guarda lá, não deixando ninguém passar. Certo dia ele resolveu ver de perto se isso era verídico. Juca levantou a sobrancelha esquerda e exclamou com uma voz rouca e estridente, para a atenta platéia:
- Eu passei lá!
Meu avô, também um excelente contador de “causos” ficou curioso, como todos nós, para saber o que acontecera naquela travessia infernal e perguntou pro Juca:
- O que você fez Juca, negociou com o capeta?
- Não, seu Valentim, foi pior, respondeu ele, o fedorento é muito ruim de negócio, arriei o meu cavalo, montei no pobre coitado, coloquei a minha capa, peguei o meu chicote e disse aos meus amigos: “vamos ver se o “demo” pode me enfrentar”.
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Assustado, ainda criança, neste momento do relato agarrei no braço do meu pai, que me acolheu, dando-me confiança, na certeza que eu poderia ouvir aquela história até o fim. Meu irmão, dois anos mais velho, também apavorado abraçou meu pai. De olhos bem arregalados, nós, os meninos, ficamos na expectativa para saber como Juca enfrentaria o diabo. E ele continuou a contar:
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- Chegando perto da porteira meu cavalo empacou, peguei o chicote e dei uma estalada no ar. O pobre coitado empinou, jogando-me ao chão. Em seguida disparou rumo à sede da fazenda, deixando meus amigos preocupados. Mas ninguém teve coragem de ir onde eu estava. Levei a mão no trinco da porteira, escutei o som de um chicote no ar e, assustado, olhei para todos os lados. Não via nada, fiquei todo arrepiado, mas não podia mostrar fraqueza. Abri a porteira, dei um passo a frente e uma voz forte, em um tom gutural, invisível, falava assim: “aqui se num passa”.
Respondi: “passo sim senhor”.
- Num passa!
- Passo.
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Quando Juca nos contava isso estava sentado de cócoras, e com uma esperteza incrível para a sua idade, pulava e repetia várias vezes com a voz ainda mais estridente:
- Vamos ver coisa ruim, se você é bom mesmo. Dei mais um passo a frente. Minha capa foi arrancada por uma força descomunal, mas segui firme. O chicote começou a estalar nas minhas costas, com a voz infernal do chifrudo ameaçando: “num passa... Não vai passar”!
Nesse momento Juca levantou a camisa mostrando as cicatrizes que tinha nas costas, que segundo ele teriam sido feitas pelo diabo.
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- Peguei meu chicote, continuava ele, e comecei a dar chibatadas também, para todo que é lado, pois o chifrudo levava vantagem sobre mim, ele era invisível, e eu gritava: “aparece covarde, aparece”! Quanto mais chicotada eu levava mais aumentava a minha raiva e vontade de mandá-lo de volta para as profundezas dos infernos. Assim foi uma hora e meia de berros e chicotadas, tanto eu gritava, como o diabo também. Acho que ele apanhou mais, por causa dos gritos fortes que dava.
E assim, ouvindo o velho Juca, as horas passavam sem que percebêssemos. O homem era um verdadeiro ator. Nossa imaginação ia longe ouvindo sua história. Um mortal lutando contra o demônio.
O velho contador de casos prosseguia:
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- Eu já estava quase sem forças e as chicotadas do diabo eram cada vez mais fracas, acreditava que ele também estava cansado. Avancei mais alguns passos gritando bem alto: “passei! Passei”! Fiz uma poeira com os pés. Foi o suficiente para deixar em parafusos o coisa ruim, ele estava realmente exausto. Encontrei forças não sei de onde e dei-lhe uma chicotada bem certeira no meio da fuça. Gemendo, ele saiu correndo, entrou em um buraco no meio da terra, sumindo para sempre e nunca mais proibiu ninguém de passar naquela porteira, que era um atalho para chegar a cidade. Fiquei conhecido na região como “Juca Diabo”, e todos passaram a me respeitar.
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Afastei um pouco do meu pai, eu estava com um calor tremendo e suando frio. Comentei com meu primo: “nossa, que luta hein? Se fosse meu pai ou o meu avô, não errariam nenhuma das chicotadas e mandariam o diabo para o inferno mais cedo”! Meu pai levantou-se. Depois de despedir-se da turma, pegou-me no colo. Abracei seu pescoço e com carinho papai virou meus pés para trás, de forma que eu não sujasse sua roupa. Levou-me para casa, esperou que eu adormecesse em seu colo, para depois colocar-me na cama.
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Eu me sentia seguro em seus braços e a história do Juca não me incomodou, dormi a noite toda. Tinha ainda um trunfo. Debaixo da minha cama eu guardava um chicote que o meu avô deu-me de presente. Como havia prestado bem atenção na história do Juca, se o capeta aparecesse de madrugada, saberia lidar com ele, dando-lhe boas e caprichadas chicotadas.
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*Padre Euvideo é aprendiz de contista
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34 comentários:

  1. Bom dia, amigos (as)...
    Para muitos certamente uma surpresa, não para mim que vez ou outra recebo um conto do Padre Euvideo. E vou mais além, Padre Euvideo pretende ainda escrever um livro, mas não de contos, de ficção, seu tema preferido. Já começou a escrever e eu fui privilegiado, convidado por ele para ler o rascunho. Garanto, caso ele conclua o livro, o tema é simplesmente espetacular e vai agradar em cheio. Infelizmente não posso dar maiores detalhes. O conto de hoje é a estréia de Padre Euvideo neste blog, depois de muita insistência de nossa parte. Preservamos a escrita do autor, modificando apenas o necessário.

    Divirtam-se com “Juca Diabo”, primeiro conto escrito pelo Padre Euvideo neste blog. Voltamos no decorrer do dia.

    Um forte abraço...

    Edward de Souza

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  2. E que surpresa agradável, Edward! Achei engraçadissimo este conto do Padre Euvideo, com gosto de quero mais...

    Vá em frente, Padre e envie mais contos para o blog!

    Bjos

    Carol - Metodista - SBC

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  3. Oi Padre Euvideo, uma coisa não se pode negar, o tal Juca era mesmo valente, enfrentar o "coisa ruim" invisível a chicotadas e vencê-lo, é uma proeza e tanto. Cá entre nós, Padre, Juca exagerava um pouquinho em seus "causos", não? (rsrsrsrsrsrsrsrs). Adorei!

    Bjus

    Tatiana - Metodista - SBC

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  4. Oiê, amigos (as)...
    Bom dia padre, que o Juca Diabo lhe proteja com sua agilidade e destreza. Belo e interessante conto que nos conduz à meninice aqui na cidade grande, mas também repleta de "satanazes", vermelhos e chifrudos. Felizmente, aqui ainda vicejam alguns "jucas diabos" e seus chicotes justiceiros. Faltam apenas as porteiras.
    Prossiga padre, pois começou bem sua nova fase da vida, agora como contista. Pela mostra, ficarás rico e famoso. Amém.

    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCampo.

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  5. Eu creio que o Juca gostava de ver os meninos daquele tempo fazendo xixi na cama, contando "causos" como este, Padre. Até eu fiquei com medo, cruzes. Vou providenciar um chicote para colocar debaixo da minha cama, nunca se sabe...

    Nota 10, Padre, o Senhor tem dom para escrever contos!

    Gabriela - Cásper Líbero - SP

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  6. Padre Euvideo, o "Juca Diabo" a estas alturas deve estar estalando seu chicote em outro plano, claro. Fica então para o senhor a minha pergunta. Se o "coisa ruim" era invisível, como é que ele, Juca, ficou sabendo que acertou uma chicotada bem na "fuça" dele? (rsrsrsrsrsrsrs). Uma delícia este conto, achei cômico seu relato, parabéns!

    Bjus,

    Giovanna - Franca - SP.

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Abençoados amigos, confesso que fiquei surpreso com o conto postado aqui hoje.
    Já faz algum tempo que o Edward engavetou esse conto.
    Eu pensava que nunca iria ter uma boquinha nesse considerável espaço democrático e prazeroso de seguir.
    Conforme eu ia lendo dava boas risadas, mas no final derramei algumas lágrimas, pois veio na memória o meu pai e aqueles tempos inocentes que não voltam mais.
    Tenho infinidades de outras boas histórias que com o aval do nosso mestre e professor Edward de Souza quem sabe no futuro poderá vingar mais uma.

    Padre Euvideo.

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  9. Olha Giovanna, O Juca dizia na época que fazia poeira arrastando os pés no chão para que o diabo ficasse sujo e assim ele podia lutar de igual por igual com o chifrudo.
    Segundo o Juca a poeira era o agente revelador do diabo.

    Padre Euvideo.

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  10. Não se pode negar, Padre Euvideo, além de corajoso era inteligente o Juca Diabo. Essa explicação que o senhor acaba de dar sobre a poeira atirada contra o "Demo" para enxergá-lo é, no mínimo, original. Convenhamos, o Juca era também um pouquinhooooooooooooooooo, exagerado...

    Um conto gostoso de ler, divertido, dei boas risadas e gostei de ler sobre o exemplo de educação dos meninos da época, que não se intrometiam na conversa dos mais velhos. Hoje, Padre, não só entram na conversa como tomam conta do assunto e deixam os mais velhos a ver navios.

    Parabéns pelo conto, muito bom!

    Tânia Regina - Ribeirão Preto - SP.

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  11. Formidável, Padre Euvideo, meus cumprimentos, difícil deixar de dar boas gargalhadas lendo seu conto, por sinal tetricamente ilustrado pelo Edward, que cometeu um pecado, engavetando seu texto por muito tempo. Edward, você estava nos privando desta cômica leitura, isso não se faz, hummmm!

    Abçs

    Juninho - SAMPA

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  12. Que estilo, Padre Euvideo, divertido a bessa esse conto! Foi a primeira vez que ouvi falar que o diabo usava chicote, seria nos tempos antigos, ou na imaginação do Juca? Nos modernos usa tridente, garfo incandescente e outros apetrechos. O que tinha antes e hoje também são os chifres que nunca o abandonaram, coitado!

    Muito legal, Padre!

    Priscila - Metodista - SBC

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  13. Padre Euvideo, fica a impressão que o Juca confundiu o "Capeta" com o espírito de um capataz que açoitava escravos nas fazendas nos tempos antigos. Para dar tantas chicotadas assim, só pode ser. Também eu, como a Priscila, nunca ouvi falar que o "coisa ruim" usava chicote. Mas que é um "causo" bem contado e divertido, isso é fato. Gostei!

    Vanessa - Campinas - SP

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  14. Já que o Padre Euvideo entregou o "peixe"e vocês acusam-me de ter "amoitado" o conto que ele escreveu e que postei somente hoje, adianto que o único culpado foi ele, que não definiu o que queria com o conto, quando o enviou. Fiquei esperando o Padre se definir, pensei que havia me mandado o texto apenas para que eu lesse. Ontem é que resolvi dar uma olhada, achei engraçado como todos vocês e postei, certo que iria agradar.

    Como o Padre, também senti saudades daqueles bons tempos de prosa nos finais de tarde na porta de casa. Minha mãe colocava sua cadeira na calçada, em frente nossa casa, por volta das 6 da tarde, Logo as vizinhas chegavam e a conversa rolava solta. Coitada da vizinha ausente desta roda. Ficava com as orelhas vermelhas, descascavam a bucha nela, sem dó nem piedade.

    Os contadores de "causos" eram muitos naquele tempo, um mais mentiroso que o outro. O Padre Euvideo deve se lembrar do "Joaninha da Catraca" e do "Abílio Perú", de Franca. Quando um dos dois estava presente, logo a roda se formava. Mentiam tanto que seus "causos" são comentados em Franca até nos dias de hoje. O Juca Diabo não conhecí, pelo menos não me lembro, mas deve ser da mesma escola dos grandes e conhecidos contadores de "causos" da antiga Franca.

    Vou encomendar ao Padre um novo conto, desta feita sobre o ET de Diadema, que tem apavorado os habitantes daquela cidade do ABC. Comentam que até criancinha o danado anda comendo.

    Abraços a todos, meus cumprimentos, Padre!

    Edward de Souza

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  15. Vade retro, satanás! Gente, meu avô contava histórias assim, de arrepiar, e depois, como dormir? Debaixo da cama ficavam os "coisa ruim", dos quais não se diziam o nome, as mulas sem cabeça e todos os outros apavorantes personagens. Parabéns, padre, muito bom.

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  16. Olá Padre Euvídeo


    Boa tarde

    Uma viagem hoje pela manhã me impediu de deixar meu comentário logo cedo como sempre faço.
    Tive hoje duas gratas surpresas: a primeira foi ver a floresta da Serra do Mar toda florida de manacás. Um espetáculo maravilhoso que nunca tinha visto apesar de meus mais de setenta anos viajando sempre pela região dos caminhos do mar. A segunda foi, assim que cheguei à minha casa, ligar o micro, e ver no blog o seu espetacular e maravilhoso conto. Um conto gostoso, tão a gosto de muita gente que adora as histórias regionais. Fantástico!
    Conto com você para continuar a expor suas histórias neste blog. Vou me divertir muito. E tenho certeza que todos os leitores também se divertirão.
    Parabéns meu padre amigo.

    Um fraterno abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  17. Uma das melhores coisas dos relacionamentos é a possibilidade de compartilhar ideias, sonhos e temores. Parabéns Padre Euvídeo! Parabéns Edward, pela oportunidade e compartilhamento. Aproveito para agradecê-lo a consideração pelo meu espaço e sua importante presença lá no Memórias. É sempre um prazer estar aqui e recebê-lo lá. Abraços!

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  18. Ganhamos um novo contista no blog, quem diria! E não contava nada pra ninguém, não é Padre Euvideo? Tem um jeito especial de contar histórias. Essa do Juca Diabo chega a assustar até gente grande, imagine só os meninos de anos atrás.

    Fiquei curiosa, Padre, onde será que o Juca arrumou os arranhões nas costas que mostrava para vocês quando contava suas histórias? Deve ter passado por baixo de uma cerca de arame quando menino, rrrrrrrrrs. Parabéns, Padre Euvideo, agradou em cheio!

    Andressa - Cásper Líbero - SP

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  19. Meu caro Padre Euvideo, concordo com a maioria, você é um bom contador de "causos" e com uma memória fantástica para se lembrar de todos estes detalhes. Agora o Edward encontrou um parceiro para resgatar estas velhas histórias no blog. Tanto ele como você, Padre, viveram uma época inesquecível dos capetas, Saci-Perere, lobisomen, mula sem cabeça e tantos outros personagens que ilustram nosso folclore. Guardaram as boas e gostosas histórias dos avós, pais e isso enriquece sobremaneira este espaço cultural. Espero que Juca Diabo não seja o primeiro e único conto que escreve, Padre. Continue, vamos acompanhá-lo e sempre aplaudindo. Parabéns!

    ABÇS

    Birola - Votuporanga - SP

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  20. Dificil, Padre Euvideo, era ficar perto do Juca Diabo, pelo que nos contou. Achei muito engraçado esta parte em que escreve, "fumava cigarros de palha um atrás do outro, fedia pra caramba, usava uma camisa de mangas compridas, encardida, e tinha um bafo de onça terrível". Estou acreditando que essa camisa encardida era dos tempos em que ele brigava a chicotadas com o "coisa ruim" e levantava a poeira para enxergá-lo. Valeu a pena ler seu conto, Padre, desopila o fígado e nos transporta para os velhos e bons tempos sem maldade nem violência, onde se ouvia gostosos e bons "causos" como este contado pelo Juca.

    Aplausos!

    Um abraço

    Miguel Falamansa - Botucatu - SP

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  21. Este comentário foi removido pelo autor.

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  22. Oi Padre Euvideo, um conto narrado com estilo e muita graça. Esforcei-me para conseguir um tempinho e deixar meu comentário, mesmo sem tempo algum sobrando. Estou com saudades de todos, recebo diariamente as chamadas enviadas pelo Edward, leio, mesmo que no final de noite os textos postados, mas a maioria das vezes, vencida pelo cansaço, não deixo nenhum comentário.

    Uma curiosidade, Padre Euvideo. Registros apontam o Egito como berço do conto, no entanto é sabido que o gênero surgiu ainda antes, pela via oral, como este do Juca Diabo. As histórias eram contadas à beira das fogueiras pelos povos primitivos. Até chegar nesta época em que os "causos" passavam de avô para neto e de pai para filho.

    Meus cumprimentos pelo conto divertido que escreveu, Padre! Um abraço ao Edward, continuo esperando sua visita.

    Liliana Diniz - Santo André - SP.

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  23. Oiê, amigos (as)...
    Além dos elogios ao excelente conto do padre, outra coisa me chamou atenção aqui nestes comentários.O segundo comentário do Edward:
    Vocês diz, lá em cima, que o ET de Diadema come criancinha. Aqui no ABC (que você conhece muito bem), esse tipo de gente (que come criancinha) tem outro nome e não é coisa para padre resolver. È caso de polícia.

    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCampo

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  24. Vocês não são capazes de imaginar a minha alegria quando eu leio os comentários a respeito desse conto.
    Fico eternamente agradecido a todos pelo carinho e respeito que essas palavras representam no coração de um simples padre.
    Liliana, todos nós estamos com saudade de você também.
    Miguel, só pra você ter uma idéia, a camisa do Juca era originalmente branca, mas ela parecia amarelada puxada pro marrom com a gola no rumo da nuca em negrito.
    Birola, obrigado pela força.
    Andressa, eu acho que as marcas nas costas do Juca, eram as chicotadas que a mulher dele dava de vez em quando, e ele usava esse artifício para dar uma de machão.

    Padre Euvideo.

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  25. Eu moro aqui em Delfinópolis circuito das águas da serra da canastra Minas Gerais.
    Estava lendo os meus emails, quando abri o email do padre Euvideo me convidando para ler o seu conto no blog.
    Dei boas gargalhadas, aqui no interior de Minas, é comum reunirmos juntos com os mais idosos só para escutar os seus “causos” também.
    Legal padre gostei!

    Joaquim Tadeu de Mello.

    O padre me chama de Juca, mas a minha camisa é limpinha. Hehehehehehe.

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  26. Boa noite, Padre Euvideo, depois de ler seu conto e dar boas risadas, tinha certeza que o pessoal todo estava lhe aplaudindo em seus comentários. Eu estava certa. Nem poderia ser de outra forma. Surpreendeu a todos nós com seu conto! De uma forma altamente positiva, meus parabéns!

    Martinha - Metodista - SBC

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  27. Padre Euvideo, se eu perder o sono esta noite, o Senhor me paga! Mas, não é de medo do seu relato não, mas sim de tanto rir. Como gostei do seu conto, tanto que já imprimi para mostrar a algumas amigas avessas a blogs e Internet. É preciso reconhecer que o Edward tem olho clínico para descobrir talentos e lapidá-los. O senhor é um deles, Padre. Hilariante o "Juca Diabo" e seu duelo de chicotes com o "coisa Ruim".

    Parabéns!

    Daniela - Rio de Janeiro

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  28. Amigos do blog de ouro,boa noite.
    Meu bom amigo Padre Euvidio, a muito tempo não lia uma narrativa como essa.O padre andou escondendo o ouro e o Edward garimpando o encontrou.
    Parabéns Padre Euvidio,estou rindo um bocado com a imaginação do Juca Diabo,que "fumava cigarros de palha um atrás do outro, fedia pra caramba, usava uma camisa de mangas compridas encardida, e tinha um bafo de onça terrível", e sua luta contra o coisa ruím. Abraços Padre Euvidio e aguardemos as próximas historias.
    Abraços Edward pelo "nosso" blog e aos demais amigos pela participação

    Admir Morgado
    Praia Grande SP

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  29. Bom dia amigos (as)...
    Cá estou novamente, aplaudindo o sucesso do amigo Padre Euvideo com seu conto "Juca Diabo". Ontem já cobrei o Padre, exigindo que escreva mais. Quando eu disse que uma das sugestões seria um conto sobre o ET de Diadema, que dizem come até criancinhas, o amigo-irmão Oswaldo Lavrado não entendeu a frase literalmente falando, essa foi minha intenção. Como os comunistas eram antigamente acusados, os mais antigos irão lembrar. Diziam que os "comunas" comiam criancinhas, com talheres. Para ficar melhor explicado, caro Lavrado, devoravam as pobres criancinhas. Da forma como entendeu, não é assunto para padre, de jeito nenhum (hehehehehehe).

    O Admir Morgado reapareceu, com uma pose de artista no blog, já estava sentindo sua falta, como também da querida amiga e médica, Liliana. O Padre conseguiu fazê-los reaparecer. Liliana, está programada uma visita a você e seus pais no próximo mês de março, quando estarei em Santo André. Abraços a amiga Renata Diniz, historiadora e que nos acompanha sempre. Logo mais irei fazer uma visita em seu blog, Renata.

    Obrigado aos queridos amigos e amigas de sempre que estão prestigiando o Padre Euvideo nesta sua estréia. Hoje o conto do Padre continua, estou terminando o livro de contos e sem tempo nenhum para o blog, mas amanhã tem J. Morgado e o seu "Trabuco", com assuntos do dia. Lamento o ocorrido com o ex árbitro Oscar Godói, baleado na noite de ontem na Travessa Diana, Perdizes, São Paulo. Consta que os marginais tentaram roubar seu carro, Godói teria reagido e recebeu três tiros. Está internado e seu estado de saúde é grave. Até quando, tanta violência?

    Abraços a todos!

    Edward de Souza

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  30. Oi Padre Euvideo, ontem eu li seu conto e achei muito engraçado. Estava com pressa, por isso não dexei meu alô. Eu gostei tanto que acabo de ler novamente, ao lado da minha mãe que deu boas risadas. Legal mesmo, Padre, continue escrevendo, adorei!

    Bj

    Talita - Santos - SP

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  31. Li todos os comentários aqui postados.
    Agradeço todas as palavras de apoio que vocês carinhosamente dedicaram a mim.
    Acredito fielmente que essas palavras representam a energia maior que me dá força para continuar seguindo em frente.
    Muito obrigado.

    Padre Euvideo.

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  32. Olá,
    Adorei o conto...Muito bem escrito deu para sentir a segurança que um pai consegue transmitir ao seu filho...Amei a escrita,me fez lembrar da época que passava as férias na fazenda do meu avô e de seus " causos"

    Abraços,

    Lis.Cuiabá-MT

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  33. Boa noite!
    Mais uma vez fui interpelado pelo meu mestre, Dr. Miguel Arcanjo, (renomado médico psiquiatra e professor de medicina na Universidade de São Paulo). Solicita o mestre que eu explique como é que uma criança pode se tornar um adulto sadio e feliz ouvindo as histórias de assombrações como essa do “Juca Diabo”, contada pelo Padre Euvideo, apresentado com sucesso neste blog do consagrado e brilhante jornalista Edward de Souza. Não é preciso ir longe para entrar no mérito da questão. O universo infantil é repleto de monstros e fantasmas, e há uma série de situações em que eles aparecem para amedrontar a criança. Normalmente esses bichos imaginários despertam o medo na criança durante a noite, outras vezes no meio de uma brincadeira, ouvindo histórias tétricas, na piscina ou no carrossel.

    Como as fantasias e esses medos são praticamente normais nas crianças, os pais devem procurar ajuda no caso do medo começar a provocar alterações na rotina, na atividade social, escolar ou na personalidade da criança. Calcula-se que, no máximo, 5 por cento das crianças que têm pesadelos ou manifestações constantes de medo necessitam de algum tipo de tratamento. A maioria das crianças, quando acometida por crises de medo noturno, corre para o quarto dos pais no meio da noite. Algumas, portadoras de um medo mais intenso e constante, juntamente com sensação de insegurança, nem se atrevem a dormir sozinhas. Antes de qualquer coisa, já começam as noites no quarto dos pais. Alguma parte desse medo pode ser atribuída ao comportamento dos pais. Quando a mãe tem pavor de barata e faz um escândalo ao se deparar com esses insetos, ou quando o pai manifesta sólida convicção nas coisas do além, será muito provável que o filho faça o mesmo.

    As crianças, em geral, não reconhecem quando seus medos são exagerados ou irracionais, por essa razão ouvem histórias tenebrosas como essa do “Juca Diabo” e tantas outras, sem muito abalo emocional, principalmente se estiverem protegidas pela presença dos pais, caso esse do Padre Euvideo. Sem me alongar, não vejo necessidade, termino afirmando com conhecimento de causa que toda criança que é bem amparada pelo pai tem em si um poder maior de enfrentar as torturas mentais que por acaso encontre no decorrer do seu trajeto durante a vida útil.

    Atenciosamente,

    Dr. Sebastião Honório - Médico psiquiatra clinico e psicoterapeuta da USP, com experiência em várias áreas de atuação na especialidade. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Especialização em dependência de drogas na Inglaterra. Título de especialista em psiquiatria pela ABP. Participação como ouvinte e palestrante em Congressos Nacionais, Internacionais, bem como cursos nos EUA.

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  34. Padre Euvideo, gostei do seu conto. Nada de aprendiz, conforme está no rodapé. Um texto cômico, profissional e uma leitura muito gostosa.

    Parabéns e desculpe-me pela demora em vir ao blog, estava viajando.

    Anna Claudia - Uberaba - MG

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