quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

TERÇA-FEIRA, 1 DE FEVEREIRO DE 2010

.
.
.Como prometido no artigo anterior, revelamos outro episódio envolvendo nosso glorioso Aristides Murara, competente técnico de externa da Rádio Diário do Grande ABC que, ao contrário da simpática Salomé, encontrou pela frente num estádio um servidor fiel, dedicado, zeloso e disposto a cumprir a risca as determinações que lhe foram passadas por seus superiores. Neste caso, um fiscal da Federação Paulista de Futebol (FPF).
.
.
Era domingo de fevereiro de final dos anos 1980 e havia um sol para cada habitante da cidade de Campinas, onde ocorreu esta história, num grande jogo entre Guarani e Santos pelo Paulistão. O time campineiro estava bem no campeonato e o Santos, como sempre, atração em qualquer lugar. Assim, o Estádio Brinco de Ouro da Princesa, campo do Bugre, como também é conhecido o Guarani, estava apinhado de torcedores.

As cabines de Imprensa são acanhadas, uma espécie de cubículo, comportando apenas narrador e comentarista, desde que um dos dois não seja obeso. Lá nos aboletamos e instalamos os apetrechos da Rádio Diário do Grande ABC. A equipe, nesse domingo, era formada por Edward de Souza (narrador), eu (comentarista), Sidney Lima (repórter) e Aristides Murara, responsável para colocar a transmissão no ar, com a conexão da linha entre Campinas e São Bernardo, sede da rádio. Com tudo certo na cabine, Murara desceu ao gramado para instalar o equipamento do repórter de campo. O calor superava os 30 graus e, certamente poderia cozinhar ou fritar ovos, se expostos ao sol. No campo, vários outros operadores de rádio e televisão exercendo sua função natural em transmissões externas.
.
Meio incomodado com o calor e para amenizar a fornalha, Aristides Murara tirou sua camisa e a deixou na cabine com os companheiros. Lá embaixo, iniciou o trabalho de instalação da aparelhagem do repórter da Diário. Na cabine, semelhante a um micro-ondas, eu e o Edward apenas aguardávamos o momento de entrar no ar, com a equipe toda, e cumprir mais uma rotina de trabalho, como tantas outras realizadas em transmissões externas. No entanto, do cubículo notamos algo anormal entre o nosso Murara e um cidadão de jaleco laranja (que identificava os fiscais da FPF). Os dois gesticulavam e estavam aos berros, mas não conseguimos captar do que se tratava em virtude da distância considerável.

Outras pessoas que estavam no gramado se aglomeraram para assistir a pendenga entre o funcionário da Rádio Diário e o servidor da Federação Paulista. Ameaçando acionar a polícia o rapaz da FPF não deu alternativas ao nosso Aristides Murara, que deixou o local e retornou à cabine. Lá chegando foi indagado por nós sobre o ocorrido. Nervoso, rosto vermelho de raiva e do sol, foi dizendo: "o fiscal da Federação não quis me deixar trabalhar sem camisa; respondi que ela estava nas cabines de rádio, mas o cara não quis saber". "Bem, e precisava discutir tanto?, indaguei. "eu disse ao fiscal que se os atletas jogam de calção, por que eu não poderia trabalhar sem camisa? resmungou o Murara, "aí o sujeito me chamou de ignorante e estúpido”. Disse-lhe que não tinha autoridade pra impedir que eu trabalhasse no campo, com ou sem camisa. “Então o fiscal ameaçou acionar o polícia e, antes que eu fosse retirado a força, resolvi sair", completou nosso agitado operador.
.
Como o trabalho teria que ser feito, sugeri a ele que colocasse a camisa e retornasse ao campo, já que não seria conveniente trabalhar sem o repórter neste importante jogo. A contragosto, Murara colocou a camisa e desceu para o gramado. No entanto, foi barrado pelo chefe dos fiscais, acionado pelo subordinado que pintou a história com as cores que lhe interessavam. A transmissão aconteceu sem repórter, somente com narrador e comentarista. Vale lembrar que havia no gramado outras pessoas, inclusive repórteres e operadores de som de outras emissoras, sem camisa. Consta que, percebendo isso, o chefe dos fiscais da FPF ordenou aos seus subordinados que exigissem de todos no campo que colocassem a camisa. Sem intenção, o fiscal escolheu, aleatório, o Murara como o primeiro a receber a determinação. Vendo que os demais trabalhavam normalmente sem camisa, nosso companheiro, que nunca havia recebido tal determinação, além de surpreso, ficou irritado e foi ríspido na resposta ao rapaz da FPF. Daí para o atrito foi apenas questão de segundos.

No retorno ao Grande ABC, Murara indagava inconformado: "pô, não entendo, o campo fica cheio de gente (jogadores) só de calção e o cara veio logo implicar comigo porque estava sem camisa?". Em parte nosso "Rapunzel" (charge ao lado), tinha alguma razão. Do Rio de Janeiro para cima, com o calor e alta temperatura, o pessoal da Imprensa já sai de casa só bermuda, vai à praia e com a mesma vestimenta trabalha nos estádios, nas cabines e no gramado. Hoje, por determinação da Fifa, esse procedimento é proibido nos estádios do mundo inteiro, com ou sem calor.
___________________________________________
*Oswaldo Lavrado é jornalista/radialista radicado no ABC.
___________________________________________

31 comentários:

  1. Boa tarde amigos (as)...
    Este texto escrito nesta terça-feira pelo amigo-irmão Oswaldo Lavrado mostra outras peripécias do nosso glorioso Aristides Murara, eficiente operador de som da antiga Rádio Diário do Grande ABC. Lavrado cumpre também a promessa que fez, na crônica anterior, de falar sobre o ocorrido com Murara no Estádio Brinco de Ouro da Princesa, para mim, um dos mais belos estádios de futebol do nosso interior. Com o defeito apontado pelo Lavrado. As cabines de imprensa são acanhadas e dois pesos pesados dificilmente se acomodam em suas pequenas dimensões.

    Na foto acima, uma homenagem que presto ao saudoso amigo Waldomiro, um companheiro dos finais de tarde que vez ou outra nos acompanhava em viagens pelo interior e também em algumas capitais, entre elas o Rio de Janeiro. Waldomiro não era radialista nem jornalista, tinha outra profissão, mas era por demais querido por todos nós. Infelizmente nos deixou cedo. Mais uma história do rádio para você se divertir e comentar.

    Quanto ao anúncio de "Confidências de um aloprado", adianto que não se trata de uma série, mas uma crônica contundente, usando os e-mails enviados por um homem desesperado que passou a agredir amigos com maldade depois de ver que seu lar transformou-se num verdadeiro inferno, por absoluta incompetência do personagem, que não soube educar seus filhos e continua a dar ainda hoje maus exemplos a eles, usando sua imaginação fértil para mentir e denegrir amigos. Não deixem de ler!

    Um forte abraço...

    Edward de Souza

    ResponderExcluir
  2. Oi Oswaldo Lavrado, entendo que o Aristides Murara não agiu corretamente. Mesmo com o forte calor, entrar num campo sem camisa é desrespeitoso. Os jogadores atuam com calções, mas vestem as camisas e são atletas que correm atrás da bola, não se pode exigir que o traje seja a rigor, imagine jogadores correndo num campo com ternos e gravatas... Além disso ele estava representando uma rádio e não fica bem para o nome da emissora ter um funcionário peladão num campo, trabalhando, não é mesmo? Leio sempre as histórias que conta sobre rádio e gosto muito. Aliás, devo ter lido todas elas.

    Bjos

    Larissa - Santo André - SP

    ResponderExcluir
  3. Desculpe-me Larissa, posso até concordar com vc que não fica bem um funcionário de uma emissora de rádio, ou mesmo TV, entrar num campo, a serviço, sem camisa, mas o Oswaldo Lavrado relata, quase no final do texto, que outros repórteres e operadores de som estavam sem camisa e não foram chamados a atenção. Isso é errado. Dois pesos, duas medidas. Pelo visto, foi mesmo incompatilidade de gênios, entre o Aristides Murara e o fiscal da Federação Paulista.

    Sempre gostoso ler suas crônicas sobre as transmissões esportivas, Oswaldo Lavrado, parabéns pelo texto!

    E estou curiosa para ler "confidências de um aloprado". Intrigante esse caso.

    Beijus,

    Giovanna - Franca - SP

    ResponderExcluir
  4. Olá Oswaldo Lavrado, você afirma, no último párágrafo do seu texto, que hoje é proibido entrar num campo de futebol de bermudas ou mesmo sem camisas. Mas é o fim da picada, concorda? E as famosas cheerleaders que dançam antes do começo de um jogo de futebol ou de basquete e nos intervalos, praticamente seminuas? Erguem as belas pernas e mostram tudo, ou quase tudo, para delírio da platéia. Agora um profissional a serviço não pode entrar num campo sem camisa? Faça-me um favor. Só quero saber uma coisa, pode me informar? Quanto terminou o jogo entre Guarani e Santos? Deu peixe na cabeça?

    Abçs

    Juninho - SAMPA

    ResponderExcluir
  5. Edward, o caso deste aloprado só podia mesmo dar zebra. O cara é ateu, tem amante, briga com a sombra e não deu educação aos filhos, queria o quê? Vou acompanhar com atenção esta publicação, está chamando a atenção.

    Abçs

    Juninho - SAMPA

    ResponderExcluir
  6. Fui ao Brinco de Ouro duas vezes, não sou muito chegada a futebol, mas a convite de alguns amigos e amigas acabei assistindo a um jogo entre Guarani e São Paulo (esses amigos são sãopaulinos) e vi o clássico aqui de Campinas, Ponte Preta e Guarani. Neste último jogo fiquei tensa, muita briga e confusão e prometi não voltar mais a um campo de futebol. O caso ocorrido com o operador da rádio, Oswaldo Lavrado, concordo com a Giovanna. Se outros estavam sem camisa, porque ele não poderia também ficar? E o calor em Campinas, de fato, é de arrasar, hoje está um dia assim, insuportável, sorte que chove muito.

    Bjos

    Vanessa - Campinas - SP

    ResponderExcluir
  7. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  8. Olá Oswaldo Lavrado, falso moralismo, nada mais que isso. Onde já se viu uma cidade de praia e quente como o Rio de Janeiro se proibir um repórter ou operador de som de trajar uma bermuda e camiseta? Vamos lá que proibam ficar sem camisa, mas uma bermuda e uma regata até que vai muito bem com este clima que vivemos aqui. Imagine só hoje, se não estamos bem pertinho dos 40 graus! Estes fiscais, tanto aí de São Paulo como do Rio e de outros pontos do Brasil, deveriam estar atentos para a invasão do gramado, se a rede está ou não com problemas ou se as bolas que vão colocar no jogo estão bem calibradas e deixar o pessoal trabalhar a vontade. O mundo não vai acabar só porque um funcionário de uma rádio, sofrendo com o calor, tirou a camisa. No próximo jogo que eu assistir aqui no Rio, e vou sempre, quero observar se os repórteres estão todos bem vestidinhos, duvido!

    Bjos

    Daniela - Rio de Janeiro

    ResponderExcluir
  9. Oswaldo Lavrado, eu gostaria de saber o que aconteceria se trabalhasse em rádio uma operadora de som que entrasse num gramado de um estádio como este de Campinas, sem camisa, com tudo de fora. Teria sido expulsa pelos fiscais da Federação Paulista? Por acaso retirada pela polícia, acusada de atentado violento ao pudor? Ou continuaria trabalhando, admirada por todos e mais tarde convidada para participar de um BBB? Ou quem sabe ainda ser apresentadora de TV? Na pior das hipóteses, tenho certeza que posaria para a Playboy...

    Beijinhos

    Gabriela - Cásper Líbero - SP

    ResponderExcluir
  10. Como vocês são maldosos, o pobrezinho do fiscal estava apenas cuidando da saúde do Aristides, imaginando que o sol forte poderia provocar câncer de pele no menino, gente! Por isso pediu que ele vestisse a camisa. Como não deve ter gostado dos outros que procediam da mesma maneira, deixou que se fritassem sob o escaldante sol de Campinas. Isso...

    Bj

    Carol - Metodista - SBC

    ResponderExcluir
  11. Olá Lavrado

    Boa tarde

    Esse Aristide Murara, que não conheci, pois não era do meu tempo, me fez lembrar aquelas garotos ranhetas de minha infância. Reclamavam por qualquer coisa limpando com a mão ou com as fraldas da camisa o ranho que lhe corria pelo nariz.
    Contrariados desatavam a chorar e chamavam pela mamãe.
    Fazer uma comparação com os jogadores de futebol que usavam calções e a DEVIDA camisa é no mínimo dar uma de “João sem braço”
    Por outro lado, como todo ignorante que arruma uma atividade de mando ou coisa parecida, acha-se o “rei do pedaço”, no caso o tal fiscal da FPF. O poder sobe a cabeça de indivíduos de pouca inteligência e injustiças são cometidas a todo o momento.
    Por causa da teimosia de um e a ignorância do outro, o trabalho jornalístico ficou comprometido.
    Excelente crônica meu amigo

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

    ResponderExcluir
  12. Prezado J. Morgado, não sejamos injustos com o rapaz. Percebe-se pela foto que era um jovem ainda, hoje com 20 e tantos anos a mais. Vaidoso, imaginou que poderia ganhar "uma cor" se ficasse exposto ao sol e acabou arrumando toda esta confusão com o fiscal. De uma forma ou de outra e deixando de lado a brincadeira, se o rapaz voltou com a camisa, não teria nada de mais que continuasse o seu trabalho. Absurdo ter sido impedido de trabalhar por causa de uma discussão. O tal fiscal julgava-se o todo poderoso para agir desta maneira. Erraram os dois e um trabalho profissional foi prejudicado, isso concordo!

    ABÇS

    Birola - Votuporanga - SP

    ResponderExcluir
  13. Edward, voltei porque fiquei impressionada com o caso deste senhor que será publicado no blog, cuja chamada está no rodapé do texto do Oswaldo Lavrado. Só não entendi. Ele escreveu toda a sua história e pediu para ser publicada com seu nome? Não teme ser ainda mais prejudicado? Também não entendi o "aloprado", tem a ver com maluco, ou coisa assim?

    Bj

    Carol - Metodista - SBC

    ResponderExcluir
  14. Oiê, amigos (as)...
    Obrigado pela atenção ao artigo simples e modesto, porém verdadeiro.

    Irmão Edward, bom, muito bom você lembrar do nosso querido Waldomiro de Lima, companheiro de todas as horas e que faleceu aos 50 anos, em 2006.
    Larissa: Quando sai um gol o autor geralmente tira a camisa e leva o cartão, amarelo ou até vermelho.
    Giovanna: de fato não pega bem um profissional de qualquer área, sem camisa dentro do campo. Todo nosso pessoal (da Rádio Diário) tinha recomendação para não agir dessa maneira, porém o Murara era irreverente. Deu no que deu.
    Juninho e Gabriela: na mesma linha - Já vimos caras até pelados em campo. Não é difícil a TV mostrar nêgo de cuecas no gramado. Uma festa.
    Vanessa: o campo do Guarani é um dos mais belos do Brasil, porém tudo ali é apertado.
    Daniela: No "seu/nosso" Rio de Janeiro o futebol é sempre uma grande festa. No Maracanã o cara só não entra pelado porque, por lei, é atentado ao pudor. O carioca sabe, salvo uns poucos malucos, usar um estádio pra se divertir.
    Carol: você ficou com peninha do Murara, mas ele, mesmo errado, enfrentou o fiscal da FPF e por pouco acaba no "xilindró" de Campinas.
    Mestre Morgado: o que houve no caso do Murara foi um festival de erros e equivocos, mas tudo acabou em pizza campineira.
    Birola, véio de guerra: de fato o Murara, a época, era mesmo um jovem cheio de vigor, teimosia e rebeldia que as vezes enfiava a gente (comandante da equipe)em saia justíssima ou grandes encrencas. Mas, fazia parte do contexto.
    Mais adiante relato a história do repórter (Walmir Fracarolli) que seria impedido de trabalhar por ter esquecido a credencial. Nesse caso, engraçado demais, os protagonistas, entre eles o nosso Edward, encenaram melhor de fazer inveja aos que o Toni Ramos ou Lima Duarte da vida. Lembra do Dácio, Edward ? Mais a frente a gente conta detalhes aqui no blog.

    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCampo

    ResponderExcluir
  15. Corrigindo no final

    "Nesse caso, engraçado demais, os protagonistas, entre eles o nosso Edward, encenaram de fazer inveja ao Toni Ramos ou Lima Duarte da vida. Lembra..."
    E esse "confidências de um aloprado", qual é a dele ?.

    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCampo

    ResponderExcluir
  16. É isso ai Edward!!!

    Ricardão!!! Traga meus açucares!!!

    Saudações euvidianas!!!
    MS P. Euvideo.

    ResponderExcluir
  17. Prezados jornalistas e radialistas Oswaldo Lavrado e Edward de Souza, cujas imagens marcantes figuram no topo desta crônica, abrilhantando mais uma história do rádio narrada com precisão para este blog. Inicialmente agradeço o convite para analisar a crônica “confidências de um aloprado”, o que será feito com profissionalismo, embora, creio, o personagem possa ser prejudicado em suas funções no trato com menores. Já li o conteúdo e posso adiantar que os atos praticados pelo personagem são de um psicopata que necessita urgentemente de cuidados psiquiátricos, visto que deixou um filho com as mesmas características suas e uma filha com distúrbios mentais e sexuais preocupantes. No momento oportuno, assim que ocorrer a publicação, entrarei com meus conselhos médicos.

    O assunto hoje é o relato do extraordinário e competente radialista e jornalista Oswaldo Lavrado sobre a nudez primária do companheiro de emissora, Aristides Murara. Não pretendo defender nenhuma causa ou fazer qualquer tipo de apologia sobre isso, apenas questionar: porque a nudez ainda nos incomoda tanto? Seria fruto de imposição religiosa? E enfim: estaria na arte o caminho para a compreensão e desmistificação da nudez? Existe um provérbio egípcio que diz: Those Who had some shame are dead. (Aqueles que têm alguma vergonha estão mortos). É um antigo provérbio da Era Otomana, quando Cairo tinha muitos banhos turcos. Uma vez ouve um grande incêndio no horário feminino num destes locais e só se salvaram as mulheres que saíram correndo nuas. As que ficaram envergonhadas morreram.

    Não há mais porque temer qualquer nudez, pois segundo Leipzig, o sangue e justiça do Cristo são adorno e a roupa de gala. Na história da arte, da mesma forma é difícil demarcar. Obras-Primas foram alvo de censura em diferentes épocas. Michelangelo, antes de concluir suas pinturas na Capela Sistina foi advertido pelas cenas inadequadas. Boa parte das folhas de parreira e de véus, naquele momento, foram acrescentadas a obra. Nem a Venus de Milo escapou, ela que incorpora o ideal de perfeição e beleza feminina Grega foi condenada por um tribunal alemão em meados do século XIX por ser imoral. O ato de tirar ou não a roupa está condicionada a um contexto social e a percepção que cada cultura tem do corpo humano. Vale lembrar que como humanos somos os únicos animais a ter esta percepção. Em nossa cultura ocidental contemporânea, conforme minha colega de profissão, Dra. Laudemira Losako, mantivemos como alicerce moral a herança do sistema de pudor da Idade Média.

    Sempre que falarmos em nudez, temos que ter a consciência que estamos pisando num campo perigoso, onde ninguém fica sem dar opinião. É um assunto que mexe com todos. É um tema que até para um trabalho de conclusão em um curso de filosofia acaba gerando certa polêmica. Há quem diga, inclusive, que o assunto não é filosófico. A revista VEJA abordou este tema recentemente e mostrou que mesmo hoje e no meio artístico, que é tido como liberal, ainda existe muita discussão em torno disso. A revista o intitulou como: “Puritanismo envergonhado”. O autor da reportagem, Marcelo Bortolini, faz algumas indagações: Quando a nudez é aceitável? Quando é ofensiva? E quem decide isto? São perguntas difíceis de serem respondidas.

    Espero ter contribuído com minhas explicações para este tema sempre desconcertante que é a nudez e prometo voltar ao blog para tecer minhas considerações sobre “confidências de um aloprado”.

    Dr. Sebastião Honório - Médico psiquiatra clinico e psicoterapeuta da USP, com experiência em várias áreas de atuação na especialidade. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Especialização em dependência de drogas na Inglaterra. Título de especialista em psiquiatria pela ABP. Participação como ouvinte e palestrante em Congressos Nacionais, Internacionais, bem como cursos nos EUA.

    ResponderExcluir
  18. Adorei o Dr. Sebastião Honório, Oswaldo Lavrado. Também mais esta história do rádio, muito legal! O Dr. Honório matou a cobra e mostrou o pau, livrando a barra do Aristides. Frase que citou, incontestável: "quando a nudez é aceitável? Quando é ofensiva? E quem decide isto? São perguntas difíceis de serem respondidas", terminou. E também me deixou na maior expectativa quando disse que vai comentar o caso anunciado no blog do tal "aloprado". Este homem trabalha com menores, Edward? Alguém precisa alertar os responsáveis sobre isso. Um risco enorme correm crianças sob os cuidados de uma pessoa assim, com os sintomas que o psiquiatra acredita ser ele portador. Onde estamos?

    Bjos a todos!

    Andressa - Cásper Líbero - SP

    ResponderExcluir
  19. O azar do Murara é que o fiscal da Federação Paulista era fã do Nelson Rodrigues e com certeza tinha assistido ao filme: "Toda nudez será castigada". Pagou o pato o operador da rádio, Oswaldo Lavrado.

    Bjus

    Priscila - Metodista - SBC

    ResponderExcluir
  20. Oiê, amigos (as)...

    Dr. Sebastião Honório, obrigado por sua honrosa participação e seus comentários sempre oportunos e elucidativos.
    Cara Andressa: você tem razão quanto a nudez. No caso, o Murara somente tirou a camisa em virtude do calor sufocante que fazia naquela tarde em Campinas. Sem nenhum objetivo de atentar ao puder, e se possível fosse, todos nós e mais quem estava no estádio tirariamos toda a roupa, camisa, calça, cueca e até o relógio.
    Priscila: O fiscal da FPF, feito Caxias, estava cumprindo fielmente as ordens que recebeu. Acredito que ele também, se pudesse, tiraria o jaléco e a camisa.
    Valeu gente.

    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCAmpo

    ResponderExcluir
  21. Boa noite, caro Oswaldo Lavrado e Edward de Souza! Acredito que faltou apenas o famoso"jeitinho brasileiro" ao Aristides Murara para contornar toda a situação. Na lábia, teria até continuado em campo sem a camisa, mas partiu para a discussão e o fiscal fez prevalecer a conhecida lei do "quem manda aqui sou eu".

    Andressa, fique tranquila a respeito da crônica "Confidências de um aloprado" que será apresentada neste blog. Juridicamente todas as providências foram tomadas e os dois locais de trabalho deste homem serão notificados, com o relato sobre os distúrbios psíquicos que ele apresenta, para que tomem as devidas providências evitando assim prejuízos de cunho moral e até físico destas crianças sob seus cuidados.

    Tenho em mãos os locais onde ele exerce suas funções, cargos que ocupa e os endereços para o envio das cópias dos e-mails recebidos pelo jornalista Edward de Souza, como também da crônica que em breve todos irão ler neste blog.

    Uma boa noite!

    Francisco Heitor Penteado - Franca - SP

    ResponderExcluir
  22. Sinceramente, vou falar que isso é uma grande palhaçada. Futebol era pra ser informal e divertido para todos que trabalham ao seu redor. No entanto, vemos cada vez mais determinações estapafúrdias de quem trabalha no seu gabinete com ar condicionado. Pensar que isso foi em 1980... a coisa nem era como hoje. Gostei do blog, tbm te sigo. E mais: te indicarei ao meu marido para seguir tbm, pois tenho ctz que ele gostará dos assuntos. Abs!

    ResponderExcluir
  23. Tem selinho pra vc lá no meu blog, viu?

    Que história!!!
    Adorei ler...

    Bjos no coração e tudo de bom pra ti!

    ResponderExcluir
  24. Olá Lavrado

    Bom dia

    Lembra-se dos velhos tempos em que para se entrar em um cinema era preciso usar gravata?
    Todo mundo corretamente vestido (para a época) na sala de espera dos cines Ipiranga, Marabá, Marrocos, Paissandu, Art-Palácio... esperando a próxima seção.

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

    ResponderExcluir
  25. Olá Thaís, obrigado pela visita. Aguardo a presença do seu marido, será um prazer tê-lo conosco neste blog. E pensar que um pequeno ser inescrupuloso e paranóico, com rosto de sapo ainda tem a capacidade de denegrir este blog dizendo que todos os personagens aqui são irreais. Estes personagens fantasmas aparecem todos os dias, tem blog, respondem os comentários e estão sempre interagindo por aqui. Teve, este ser ignóbil, a capacidade de dizer que até os seguidores não existem, como se fosse possível criar todos eles. E encontra respaldo em seus ataques imbecís de uma portuguesa esclerosada e velha que deveria estar fazendo crochê. Quanto a foto de alguns anos atrás postada no blog, nada demais, é minha a foto, sem montagens, como costuma fazer o cara de sapo. Este blog faz amigos e amigas e não vai mais responder a insultos de um ser insignificante e de sexo duvidoso.

    Cristina Lira, um beijo amigo, bom saber que você e as outras amigas são reais... Obrigado pela presença!

    Abraços a todos (as) e desculpem-me pelo desabafo. Não deixem de ler neste blog, "Confidências de um aloprado". Ficarão chocados, certamente!

    Edward de Souza

    ResponderExcluir
  26. Amigo Trabuco, ou melhor, J. Morgado... Em Franca isso acontecia apenas nos finais de semana. Terno e gravata, obrigatórios. Mas nas matinés aos domingos a molecada se divertia a valer, com camisas e calças, claro. Bons tempos, amigão!

    Abraços e uma pergunta: você é real?

    Edward de Souza

    ResponderExcluir
  27. Olá amigo. O que mais me chamou a atenção foi sobre o que vai ser escrito em "Confidências de um aloprado". Essas atitudes parecem coisas de filme, romance etc, mas estão sempre vivas e presentes na história das pessoas. O fato de postá-la em seu blog é educativo e quem sabe, sensibilizará pessoas que assim agem!!! Grande abraço.

    ResponderExcluir
  28. Oiê, amigos (as)

    Caros Heitor, Thais Alves e Cristina Lira, obrigado pela presença.
    No jeitinho brasileiro nosso Murara ficaria em campo até nu, mas partiu pra ignorância e deu no que deu.
    Thais, ainda vão exigir terno e gravata pra gente ver futebol, entrar em piscina, andar pela praia tomar banho de mar. Já para a sauna deve demorar um pouco mais.
    Grato e até a próxima.

    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCampo

    ResponderExcluir
  29. Olá Amigão

    Por enquanto ainda sou de carne e osso teclando esta máquina infernal.
    Quando desencarnar, provavelmente continuarei a visitar o blog e se possível, dar uns petelecos nesses idiotas que andam por aí tentando sabotar, por pura inveja, o trabalho de pessoas honestas.

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

    ResponderExcluir
  30. Amigos do blog de ouro,bôa tarde
    Edward e Oswaldo Lavrado,desculpem pelo atraso,mas como um bom "capanga"ou "fantasma" que escreve,estou aqui para deixar um abraço ao Oswaldo Lavrado por mais ésta historinha dos campos de futeból, quanta "OTORIDADE"do moço da federação.Mandou? tá mandado !!
    Lembrando ao amigo J.Morgado que meu pai foi por muitos anos motorista de caminhão,náquele tempo o coitado além de pegar no pesado ainda éra obrigado a usar camisa de manga comprida e quepe,não tinha desculpas,caso fosse parado em uma blitz,com certeza teria que pagar uma multa.
    Vélhos tempos amigos,vélhos tempos !!.
    Edward,estou aguardando a saga do aloprado que sei,vai deixar alguns amigos(as) do "nosso" blog de queixo caído.
    Pau nele Edward,pau nele que ele gosta.
    Abraços a todos.

    Admir Morgado
    Praia Grande SP

    ResponderExcluir
  31. Estou ansioso para ler as confidencias nada ortodoxas desse tal aloprado, insano, torpe e vil escrevinhador de quinta categoria.

    É meu caro !!! Caiu na rede, já era !!!

    Padre Euvideo: de carne e osso!!!

    ResponderExcluir