segunda-feira, 15 de novembro de 2010


Tivemos uma história política tumultuada, sobressaltada, onde os ditadores civis e militares marcaram a fogo nossa memória e nos deram uma espécie de anestesia coletiva da qual vez ou outra acordamos. Ao contrário dos americanos que hasteiam orgulhosamente sua bandeira na porta, nós brasileiros somos meio encabulados nessa área de mostrar um patriotismo explícito. Não cultivamos o amor nem a exposição dos nossos símbolos. Isso somente muda na Copa quando bandeiras, escudos, chapéus e roupas se enfeitam com as cores da pátria e ninguém é capaz de censurar nem estranhar esse súbito amor pela nação que se desenrola de quatro em quatro anos em meio a foguetes e charanga.

O dia 15 de novembro ficou marcado na história como o dia da proclamação da República. Só aos poucos a população tomou conhecimento de que a parada militar, ocorrida pela manhã, no ano de 1889, conduzira à mudança de regime. Logo após o dia 15 de novembro, o regime lutava para consolidar-se. Dois grupos adquiriram especial importância: os militares e os republicanos históricos, sendo os últimos, representantes da burguesia cafeeira.

Muitos brasileiros não sabem o que é república e neste feriado de segunda-feira, dia de sua proclamação, vai ter gente perguntando o que é isso, garanto. Muito desse receio de expandir o patriotismo veio de nossa história onde os símbolos patrióticos foram apropriados e espoliados por ditaduras de tal maneira que acabamos por confundir o Estado com os generais. A nossa bandeira, nem muito bela nem muito correta em matéria de heráldica nos deixa sempre um ranço de militarismo e com isso afasta a população civil que somente na época dos jogos, timidamente, como quem apresenta uma amante proibida, exibe orgulhosamente sua bandeira, venera-a, lhe faz carinhos, beija o símbolo nacional como se ele fosse a mais terna das namoradas.

Já se disse que a seleção é a pátria de chuteiras tal a importância que o futebol alcança em nosso país. Detentores de cinco títulos mundiais temos realmente de nos orgulhar de nossa performance em campo que vem desafiando os anos sempre com uma nova safra de craques que vão substituindo e demolindo os mitos antigos. Da seleção de 70 à seleção de hoje, praticamente não sentimos falta de quem já se foi, de quem perdeu o jogo da vida, pois há sempre uma nova geração para segurar a chama.

Quando um Deodoro febril mandou às favas o Império, nascia a República sem nenhuma legalidade e sem o batismo do apoio popular. República que às vezes acho que ainda não foi proclamada, devido a tanta dependência que temos. Acordamos todos unidos com Tancredo que cedo se foi, mas deixou a marca de sua coragem e tornou-se símbolo de uma luta pela liberdade. Mas não tardou para que a República mergulhasse nos mesmos vícios, na mesma luta mesquinha que torna os políticos mais importantes que o povo, quando na verdade eles não são nada mais que delegados temporais desse povo.
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Chegamos ao estágio Collor quando tivemos de recorrer à Justiça para reintegrar o país no seu caminho, para livrar a corrupção que corria desenfreada da Casa de Dinda para o Alvorada passando pelos porões das Alagoas. Mas nem isso desacelerou nosso passo. Lula que veio como o cavaleiro da esperança, o Prestes que fez a revolução pelo voto não demorou a envolver-se nas malhas do mensalão, o maior escândalo político de nossa história. Não adianta argumentar que Lula passou incólume pelo episódio. O partido que ele criou, os homens que ele escolheu, a República que ele comandava sai enlameada daquele episódio que igualmente não foi o final.

Republicano passou a ser sinônimo de cidadão correto e de cidadania. Ser republicano é uma graça alcançada apenas por poucos como os estigmas de Cristo o são para os religiosos. Só para colocar água na fervura, é bom lembrar que Adolf Hitler era um republicano. Ele não chegou ao poder por direito divino nem por um golpe armado. Ele foi conduzido ao comando da Alemanha por eleições republicanas com a benção e aprovação do povo germânico. Só depois de instalado no poder é que ele deu o golpe e criou um dos regimes mais perversos que a Terra já viu. Perverso e republicano.

Os nossos ditadores militares acreditavam - ou faziam a gente acreditar - que estavam salvando a República das garras satânicas do comunismo. E por isso criaram Atos Institucionais dignos da melhor ditadura, mas todos santificados pelo selo republicano que recebeu inclusive o endosso do Congresso. Era republicano Getúlio Vargas com seu Estado Novo e nem por isso podemos eximi-lo dos pecados mais graves contra a nossa democracia.

Republicano está na moda hoje, como já esteve ser de esquerda ou ecologista. São manias e ondas passageiras desse abençoado país que nem o Imperador consertou nem a República deu jeito, um país construído em nome de uma igualdade que é teórica, em nome de princípios que não são respeitados e de uma Constituição que pode ser rasgada ao sabor do vento como o foi no caso do Projeto Ficha Limpa. Mas como é moda, sejamos republicanos, tão ou mais republicanos que os franceses com sua guilhotina e os ingleses com sua forca os dois maiores símbolos da República no mundo.
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*Edward de Souza é jornalista e radialista
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29 comentários:

  1. Bom dia, Edward, tudo bem?
    Ausentei-me por uns dias do blog, estavam viajando e com saudades de todos vocês. No Jornal Comércio da Franca, onde você escrevia sua coluna, li hoje pela manhã, edição de ontem, uma crônica assinada pelo Corrêa Neves, muito interessante, Edward. O jornalista explica em seu texto que Dilma, futura Presidente do Brasil, não é a primeira mulher a ocupar o cargo mais importante do país. Antes dela tivemos três mulheres. A primeira em 1777, Maria I, a Piedosa, conhecida na historia como "Maria, a Louca"; a princesa Leopoldina, em 1817, casada com o príncipe imperial D. Pedro I e a princesa Isabel, em 1871.

    Mas, você pode me perguntar e daí com a Proclamação da República? Acontece que foi exatamente a última destas governantes do Brasil, a princesa Isabel que, ao libertar os escravos em 13 de maio de 1888, um domingo, irritou profundamente a elite cafeeira, que prometeu acabar com a monarquia no Brasil. Ao ser ameaçada pelo Barão de Cotegipe de que perderia o trono caso insistisse na libertação dos escravos, Isabel disse a frase famosa: "mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para libertar os escravos do Brasil".

    E isso aconteceu um ano depois, em 1889 quando um golpe militar financiado pelos cafeicultores derrubou a monarquia e instalou a República no Brasil. Em seu excelente texto de hoje, Edward, você diz que a República nasceu sem nenhuma legalidade e sem o batismo do apoio popular. Acrescento que quando isso aconteceu, em 1889, as coisas ficaram piores do que nos tempos da família real. A inflação disparou, o Congresso foi fechado, a censura instalada e a economia entrou em colapso. E até hoje, nós, brasileiros e brasileiras, ainda procuramos nosso rumo.

    Beijos, Edward, parabéns pela crônica.

    Giovanna - Franca - SP.

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  2. Bom dia, Giovanna, também li, ontem, logo pela manhã, esta crônica escrita pelo amigo Corrêa Neves Junior, no Jornal "O Comércio da Franca", cujo título é Dilma IV. Excelente texto e uma aula de história, provando que Dilma é a quarta mulher a assumir os destinos de nossa Pátria. Com um detalhe: Dilma é a primeira mulher a ser eleita com o voto popular, que isso fique claro. Parabenizo o Junior pelo artigo assinado neste último domingo e a você por ter colocado em seu comentário, Giovanna, alguns tópicos da matéria assinada por ele.

    Beijos...

    Edward de Souza

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  3. Olá Edward, meu amigo/irmão

    Bom dia


    Se o Brasil tivesse prosseguido com Monarquia hoje provavelmente, teríamos um regime parlamentar como acontece em vários países europeus. E todos eles pertencem ao primeiro mundo.
    A República, como já foi comentada, começou torta, ao contrário dos Estados Unidos, que lutou desesperadamente por sua independência. Seus heróis são super-conhecidos até por analfabetos brasileiros.
    A Constituição Americana é a mesma promulgada em 1787 (salvo engano) com alterações (apenas alterações).
    O Quatro de Julho (dia da independência) é festejado largamente por todo o povo americano. Uma lição de cidadania para o mundo.
    Aberrações históricas foram acontecendo em nosso País.
    Por ocasião da libertação dos escravos, os fazendeiros (barões do café) exigiam indenizações por se verem privados da mão de obra negra. Um regime desumano, imoral e horroroso.
    É interessante observar que se nos aprofundarmos na pesquisa da genealogia dos mandantes de então, vamos verificar que o poder permanece na mão de seus descendentes.
    Hoje, quando a data deveria ser festejada, os brasileiros continuam alienados como sempre.
    Preocupam-se apenas em emendar o feriado com fins de semana e nada mais. E viva o Carnaval, o futebol e as sextas-feiras (dia internacional da cerveja).

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  4. Nunca concordei com o patriotismo ocasional. Timidamente como quem apresenta uma amante proibida... ótimo isso, perfeito. Será que a nossa república está em processo de proclamação, Edward? É possível.
    O poder corrompe mesmo. Fato.
    Eu nunca havia atentado para a condição de republicano de Adolf Hitler.
    Entre guilhotinados e enforcados vamos nós, perdendo a cabeça e com a corda no pescoço. Ser brasileiro é mais que ter uma nacionalidade, é ter uma alma evolutiva. [sorrio].
    Cada nação presta a sua contribuição para o nosso tempo. Cada qual dona de suas tragédias e fortunas. Creio que todo esse processo contribui para algo, e torço de todo o meu coração para que as questões sociais mais desdenhadas recebam um pouco de luz. Nada é perfeito.

    Jefhcardoso

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  5. Olá Edward, uma crônica maravilhosa esta que escreveu. E uma verdade, o Brasil é mesmo uma Pátria de chuteiras. Infelizmente, temos memória curta e esquecemos coisas simples que faziam a vida do povo um pouco melhor, nem que fosse por um único dia. Hoje, acredito que nem em Brasília tem desfile de Proclamação da República. Acho que muito menos o Presidente lembrou que era feriado da República. Para muitos, este 15 de Novembro é apenas uma oportunidade de tirar uns dias de folga, ir para praia, ficar de papo para o ar, jogar uma pelada, e fazer tudo o mais que não conseguimos fazer normalmente, mas a real intenção do feriado ninguém lembra mais.

    Beijos,

    Larissa - Santo André - SP.

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  6. Edward, fiquei muito feliz ao saber que somos vizinhos. Franca é uma cidade pela qual tenho muito carinho. Fui estagiário da Sta Casa de Franca (CTI) durante o ano de 98. Foi um tempo muito proveitoso para os estudos em Fisioterapia.

    Fiquei muito honrado em receber seu comentário positivo aos meus humildes textos. E fiquei muito grato por toda a sua atenção e apoio.
    Espero continuar mantendo contato com você. Abraço, amigo, e até breve!

    Jefhcardoso

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  7. Ôi Edward...
    Nós somos um povo alegre por formação, pouco se importando, infelizmente, com datas comemorativas, como o 7 de Setembro, 15 de Novembro e até o dia 19 de novembro que está chegando, quando comemoramos o Dia da Bandeira. A miscigenação entre índios, negros, portugueses e as pitadas de japoneses, italianos e alemães criaram uma espécie de raça que segundo o samba “não tem medo de cachaça” e já definiu que escorregar e cair é jeito que o corpo dá. E assim vamos de crise em crise gozando de nossa própria miséria com uma bola no pé e um estandarte na mão para enfrentar esse mundo velho e globalizado. Ninguém como nós sabe transformar um gato irritado num alegre tamborim e também como nós, ninguém é capaz de sorrir com a barriga vazia e a cabeça cheia de problemas e da mais pura aguardente nacional. Talvez por isso mesmo o carnaval pegou entre nós, pois somos historicamente afeitos a desobedecer leis e normas, jogar lixo nas ruas e pisar na grama. Só não aprendemos a ter cidadania e a comemorar importantes datas como a de hoje, Dia da Proclamação de nossa República.

    Beijos, parabéns pela crônica!

    Daniela - Rio de Janeiro

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  8. Bom feriado a todos! A sempre competente e provocadora crônica do Edward de Souza abre caminho para mil elocubrações (uso aqui como brincadeira, essa palavra é horrível). Há muitos pontos e considerações a pinçar e comentar, e nem sei por onde começar. Primeiro, suponho que o sentido de "ilegalidade" aqui exposto se refere ao golpe militar que foi a proclamação. O regime não mudou numa assembléia nacional constituinte (aí seria uma mudança dentro da legalidade) e sim pela voz das armas. Contudo, sempre é bom pensar que legal ou ilegal não é sinônimo de legítimo ou ilegítimo. Uma mudança pode (eventualmente) ocorrer pela força e ser legitima, mesmo sendo ilegal. Foi o caso da Revolução Francesa e da queda de alguns regimes opressivos. A queda da Bastilha foi uma ilegalidade, pelo ponto de vista do regime vigente, mas absolutamente legítima pelo ponto de vista do humanismo. Voltando ao Brasil, gostaria de observar que a abolição foi fator importante na queda da monarquia, porém não decisivo e único. A gente nunca pode pensar um país como uma ilha isolada que segue seu caminho sem influências externas. Nem Cuba cabe nessa definição, pois foi dependente dos seus aliados do bloco comunista. A instauração da república aqui foi também decorrente de uma soma de influências, pressões e arranjos de um contexto internacional. E sobretudo uma luta das oligarquias que já detinham o poder econômico mas não o poder político. Já as lideranças militares, a mão armada do golpe, sofreram as influências dos seus colegas franceses, que deram as bases para a formação técnica e pensamento político do nosso exército. Outro aspecto que muitos esquecem foi a Guerra do Paraguai, eclodida no governo de Pedro II, e que fomentou um pensamento militar até então bastante obscuro. Caramba, isso vai longe, o tema é empolgante, e não posso abusar da paciência de vocês. Vou tomar um café e depois volto. Abraço grande Edward de Souza!
    Milton Saldanha

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  9. O que vou contar aqui vai causar espanto em muita gente. Pedro II, que governou o Brasil por 50 anos, uma figura interessante e admirável, intelectual refinado, nutria simpatias pelo sistema republicano. Pode parecer uma heresia, mas é verdade. Sou leitor voraz de História e já li isso em mais de uma fonte. Não é difícil entender depois de ler alguns livros sobre ele, que tinha absoluta rejeição às pompas do poder e ao formalismo do cerimonial. Fazia isso com enfado e reclamava sempre. Bonachão, saia das reuniões do ministério e ia tomar sorvete em algum logradouro do velho Rio. Era uma figura simples e até pão duro. Fez empréstimo pessoal para viajar ao exterior, não usou o tesouro nacional. Com a queda do regime, poderiam ter deixado o velho em paz, em alguma chácara gostosa, para terminar seus dias com honra. Ao contrário, deram prazo para deixar o Brasil, país que ele tanto amou. Foi muita crueldade. Pedro II não merecia isso.
    Beijos!
    Milton Saldanha

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  10. Eu não esqueci de seguir, simplesmente a página não abria de jeito nenhum, mas hoje consegui, rs.
    Eu falei tanto de amizade virtual e você só se deteve ao brigadeiro? rsrs
    Te garanto que falo mais de alimentação saudável, atividades físicas e outras coisas ótimas para perde peso.
    Eu estava hoje me perguntando quantos estariam em casa sem saber o motivo do feriado. Ótimo texto! Eu acrescentaria somente que os brasileiros que moram no exterior sempre começam a ser mais patriotas... Seria saudade? rs
    Ótimo feriado!
    Bjs

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  11. Queridos Edward de Souza, J. Morgado e Milton Saldanha, vocês são ótimos. E se completam, como bons jornalistas que são. Nesta crônica deste feriado da Proclamação da República aprimorei meus conhecimentos ao ler este texto escrito pelo Edward, muito ao seu estilo. Não sabia que Hitler era republicano, muito menos que havia sido eleito pelo voto do povo alemão, dando depois o golpe e comandando a terrível chacina contra a humanidade.

    Sobre D. Pedro II também desconhecia o que você acaba de contar, Milton. Achei interessante e acabei ficando com pena do nosso Imperador. Vendo hoje nossos políticos metendo a mão em nosso tesouro, imagino D. Pedro fazendo empréstimo para uma viagem ao exterior. Se D. Pedro II pudesse imaginar que um dia um dos seus sucessores no trono teria até um jato particular com todo o conforto que possa existir, viajando o mundo todo com o dinheiro do povo, em menos de um ano, teria um ataque cardíaco e voltaria à tumba. Será que D. Pedro, caso tomasse conhecimento das mordomias dos nossos governantes não se arrependeria de ter sido assim, tão honesto?

    Gostei também das explicações dadas pelo J. Morgado sobre a Constituição Americana e também a lição de cidadania que dão ao mundo, quando festejam ruidosamente o Dia da Independência daquele país. Enquanto por aqui, milhões de brasileiros fogem para praias, sítios e aproveitam o feriado, cujo significado a maioria não sabe. Um dia esse país toma jeito, eu acredito!

    Bjos a todos,

    Tatiana - Metodista - SBC

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  12. Vou começar pela Liliane, muitos aqui podem não entender. É que ela escreveu um texto em seu blog falando sobre amizades, principalmente virtual, mas não se esqueceu de comentar sobre os deliciosos brigadeiros que fez e eu, chocólatra assumido e proibido pelos médicos, fiz questão de tocar neste assunto. Verdade, Liliane, deixei o assunto principal de lado, mas volto e ainda falo também sobre isso, tá bom? Beijos, obrigado pela visita, você é mais uma amiga querida que temos aqui no blog.

    Meu amigo Jefh Cardoso, também um novo amigo que com certeza vamos contar sempre, obrigado pelos comentários e pela visita. Foi com prazer que estive em seu espaço e vi, com alegria, que é um dos mais concorridos da internet, com quase dois mil seguidores. Barbaridade, tchê! Você citou a Santa Casa de Franca, mas nos idos 1998. Quem te viu, quem te vê, caro, Jefh Cardoso. Hoje a Santa Casa capenga nas mãos do Governo do Estado, com um atendimento precário, apesar de contar com um competente quadro clínico. Outra coisa, acabo de postar em minha lista de blogs, lado esquerdo, o seu blog e recomendo a todos que façam uma visita ao amigo, vão gostar.

    Amigos J. Morgado e Milton Saldanha, grato pela participação importante, ilustrando com maestria o texto que aqui foi postado sobre a Proclamação da República. Tatiana, Larissa e Daniela, vocês são ótimas, obrigado pela participação inteligente, como sempre. Volto logo mais, São Pedro ( não confundam com D. Pedro) resolveu abrir as comportas do céu neste instante e estou sendo incomodado pelos raios e trovões que riscam o céu de Franca e região.

    Abraços...

    Edward de Souza

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  13. Dileto amigo J. Morgado: tenho em algum lugar das minhas estantes (bagunçadas)a Constituição americana, no original, que já li há muito tempo. Sinceramente, é um blá, blá, blá meio inútil, sem nenhuma utilidade real no mundo contemporâneo. O Brasil já está na oitava constituição, a primeira foi a de 1824, a atual é de 1988, o que mostra que o país, bem ou mal, está atento a um fato incontestável: os tempos passam, o mundo muda. Alguns criticam nossa Constituição justamente naquilo que considero sua maior virtude, que é o seu caráter regulamentador. E o fato de ter mudado 8 vezes, enquanto a dos EUA nunca muda, mostra que de certo modo a deles perdeu a função, que é a de organizar a sociedade na medida do possível.
    Grande abraço"
    Milton Saldanha

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  14. Olá Amigos

    Boa tarde

    Acabo de reler a saga sobre o café de Francisco Marins.
    Três volumes fantásticos. “Clarão da Serra”, Grotão do Café Amarelo” e “...A Porteira Bateu”.
    Um romance histórico onde Marins descreve o desbravamento de uma região do interior paulista, com o braço escravo, fatos do império, república etc. e os principais problemas políticos de então.
    Recomendo a leitura. Uma visão geral sobre o Brasil dos séculos XIX e XX (início).

    Um abraço a todos

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  15. Olá Edward, tinha eu a certeza que você hoje iria escrever uma crônica sobre a Proclamação da República. Você sempre fez isso com competência em todas as datas comemorativas. E vou sempre aprendendo, com seus textos e com os comentários que acompanham sua crônica. J. Morgado e Milton Saldanha tiveram boa participação neste espaço. Sobre seu último comentário, Milton Saldanha, dou-lhe razão. De que adianta uma Constituição antiga, que nunca muda, como a dos Estados Unidos? Vivemos em outro século, a Constituição americana data de 1700 e mais alguma coisa e é preciso que leis criadas sejam modificadas e adequadas aos novos tempos. Nisso o Brasil está um ponto a frente. Estamos atrasados é em relação ao Código Penal, não tão antigo como a Constituição Americana, mas totalmente superado diante da violência que campeia em todas as partes do nosso solo.

    Mais uma vez meus cumprimentos pela crônica, Edward. Excelente!

    Beijos a todos,

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  16. Boa tarde, Edward!
    Mesmo a Proclamação da República do Brasil não tendo acontecido de uma forma heróica, com derramamento de sangue (ainda bem), esta data deveria ser respeitada e festejada por todos os brasileiros, como ocorre com o Dia da Independência nos Estados Unidos. Não se pode culpar aqui os brasileiros. O exemplo precisa vir de cima, nossos governantes deveriam investir, como faz o norteamericano, na divulgação da data, promover desfiles e conclamar o povo a sair às ruas e prestigiar o acontecimento. Sem ter o que fazer, ainda por cima num feriado prolongado, queriam que o povo ficasse em casa, beijando a Bandeira do Brasil? Falta motivação e com isso, a cada ano que passa, mais e mais estas importantes datas caem no esquecimento.

    Adorei sua crônica, Edward!

    Bjos,

    Carol - Metodista - SBC

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  17. Eu me esqueci, mas deixo um beijo para a Liliane e para o Jefh, que estão agora com a gente neste espaço. Assim que possível vou visitar o blog dos dois. Primeiro o da Liliane, o Edward disse que lá só tem coisas boas... Também adoro chocolates, Edward. Cada um que como fico três dias malhando, muito sacríficio, ufaa!

    Bjos,

    Carol

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  18. Ôi Edward, como gosto de ler crônicas assim, como esta de hoje. Adoro histórias do Brasil e estou sempre aprendendo mais aqui. Você disse num dos últimos comentários que estava desligando o micro por causa da tempestade em Franca, não foi? E com granizo, meu Deus! Eu estava no trânsito e com dificuldade consegui chegar em casa. Uma chuva violenta e que durou mais de uma hora. Esta é para testar as novas obras do nosso prefeito, com certeza.

    Voltando ao assunto escrito hoje por vc, o que eu não acho certo são determinados feriados que não dizem nada, sabe, Edward? Datas como 7 de Setembro, 15 de Novembro devem mesmo ser comemoradas por nós brasileiros e isso deveria ser ensinado em escolas. Mas, nada contra os negros, não sou rascista, dia 20 o país para novamente. É feriado na maioria das cidades em comemoração ao Dia da Consciência Negra. Para quê isso? Para nós, em Franca, quatro feriados num só mês, e perto do final do ano, o que prejudica o comércio. Dia 2, Finados, Dia 15, Proclamação da República, dia 20, Consciência Negra e dia 28 aniversário da Padroeira de nossa cidade.

    Beijos, Edward, estava com saudades do blog...

    Ana Paula - Unifran - Franca - SP.

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  19. Boa noite, Edward.
    Acompanhando sua crônica, quando você escreve que "um Deodoro febril mandou às favas o Império, nascia a República sem nenhuma legalidade e sem o batismo do apoio popular", lembrei-me que li, não faz muito tempo, que D. Pedro II era muito amigo do Marechal Fonseca, depositava nele a maior confiança e tinha a certeza que jamais seria traído. E foi. De acordo com o livro que li, o Marechal Deodoro da Fonseca saiu de sua cama, incentivado pelos barões do café da época, com muita febre e pela madrugada, quando proclamou a república, destituindo o amigo do poder e mandando-o ao exílio. Cá entre nós, "mui amigo" o tal Deodoro da Fonseca, não? Mais tarde recebeu o troco, teve seu tapete puxado e não ficou nem um ano no Poder. Mereceu.

    O Milton Saldanha lembra que D. Pedro era simples e até pão duro. Fez empréstimo para fazer uma viagem e não recebeu nem mesmo um pedaço de terra para terminar por aqui seus dias, ele que amava tanto nosso Brasil. Foi sumariamente expulso do país. Assim começou nossa República, manchada por traição e desrespeito a uma figura que só o bem queria para o nosso Brasil.

    Um bom final de feriado a todos!

    Andressa - Cásper Líbero - SP.

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  20. Meu caro Edward, juro que eu estava até incomodado, depois de ler alguns comentários dizendo que o povo brasileiro, em datas com esta de hoje, em que se comemora a Independência do Brasil, gosta mesmo é de ir para as praias, sítios, camping, etc e tal. A Carol me deu moral e fiquei cheio de brios, quando disse que queriam que nós brasileiros ficássemos em casa num feriadão desses beijando a bandeira sem ter nada a festejar? Está certa, Carol. Cheguei faz pouco tempo da praia porque não tive notícia de nenhuma comemoração que ocorreria em São Paulo para festejar a Proclamação da República. É possível que daqui a pouco, no Jornal Nacional, apareça o Lula, com cara de tonto, em cima de um carro num desfile improvisado que fizeram em Brasília, tenho lá minhas dúvidas. Só não mostram a festa de comemoração pelo dia, que deve ter ocorrido depois, na Granja do Torto, regada a mais pura aguardente brasileira. Aplausos, Carol, o exemplo precisa vir de cima e cidadania ensinada nas escolas, se quiserem um povo patriota e que faça festas em datas comemorativas do nosso país.

    Abraços

    Juninho - SAMPA

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  21. Gilberto Conrado Coutinhosegunda-feira, 15 novembro, 2010

    Caro jornalista Edward de Souza, meus cumprimentos pela crônica deste 15 de novembro. Permita-me citar pela ordem, todos os motivos que culminaram com a Proclamação da República do nosso país em 1889 e, portanto, ao fim do Império. Podemos citar: a crise econômica causada pelas despesas do governo com a Guerra da Tríplice Aliança (ou Guerra do Paraguai), fato que obrigou o Governo Brasileiro a realizar grandes empréstimos (algo próximo a três milhões de libras esterlinas); a proibição, imposta pela monarquia, ao manifesto dos militares na imprensa; o descontentamento das elites agrárias (principalmente os cafeicultores), que se sentiram prejudicadas pela lei Áurea (libertação dos escravos); e o crescimento nas cidades da classe média (constituída por jornalistas, comerciantes, artistas, funcionários públicos, etc.), que desejava e apoiava a república porque almejava maior liberdade, bem como participação na política nacional.

    Grato pela oportunidade!

    Gilberto Conrado Coutinho - Brasília - DF

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  22. Prezado Senhor Gilberto Conrado Coutinho, suas informações estão corretas, faço apenas mais esta observação. A Igreja teve também forte influência para a Proclamação da República no Brasil, porque queria liberdade, ela vivia subordinada ao Imperador, segundo uma tradição muito antiga, de Portugal, conhecida como padroado.
    Então a igreja passou a apoiar a república a fim de possuir total liberdade. A título de informação, ressalto que o nome República vem do latim, res publica, que significa “coisa pública“. É um regime político em que o chefe de Estado é eleito pelo povo de forma direta ou indireta, por meio de uma assembléia representativa, para cumprir um mandato por “tempo determinado”. A república pode ser parlamentarista, sistema em que o poder se concentra no Parlamento, ou Presidencialista, em que o Chefe de Estado detém também a chefia de governo.

    Edward, ótimo seu texto, gostei muito!

    Beijos,

    Michelle - Florianópolis - SC

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  23. Boa Noite!
    Lembro-me que em meu tempo de grupo escolar, tanto 7 de setembro, Dia da Pátria, como 15 de Novembro, Proclamação da República, eram datas muito comemoradas e esperadas. Participei como aluno, da primeira turma da chamada "guarda mirim" de São Paulo, cujo instrutor era um bondoso policial militar chamado "Cabo Danilo". Para ser guarda - mirim bastava ter vontade e marchar corretamente. O dia mais esperado era exatamente o Dia da Pátria. Uma semana antes começava a preparação da roupa, que tinha que estar impecável, especialmente boné e sapatos. Era a glória o desfile, todos nós marchando e a multidão olhando. Eu achava o máximo. Hoje não vejo essa empolgação. Se os jovens podem, caem fora. O texto tratado hoje pelo jornalista Edward de Souza neste blog, me fez retroceder 40 anos na memória. Quando tirávamos o primeiro lugar (em alguma matéria ou prova), recebíamos uma fitinha que era afixada no peito, e orgulhosos, ao som do Hino Nacional – que todos tinham obrigação de cantar em pé, um na frente do outro – comemorávamos. Hoje, tudo é diferente. Infelizmente.

    Abraços,

    Laércio H. Pinto – São Paulo - SP

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  24. Nas palavras de Emir Sader, como sempre acontece com os pactos de elite, o povo é quem paga o seu preço.Hoje aproveitam o dia 15 de novembro para curtir uma "preguiça" em casa...é uma pena.

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  25. Edward de Souza nos brindou com assunto de muita importância, neste dia em que se comemora a Proclamação da República do Brasil. Civismo e cidadania deveriam ser ensinados nas escolas, como era antes. Fui professor de Educação Moral e Cívica e OSPB (Organização Social e Política Brasileira) durante anos. Só parei porque estas matérias foram extintas da grade. A partir daí o desrespeito e o descaso para com a Pátria se acentuaram profundamente. É uma pena que o nosso País esteja assim, tão carente de cidadania e de patriotismo. Jamais o governo poderia ter eliminado matérias tão importantes para a vida do cidadão. Lembro-me de uma vez em que, hasteando a bandeira brasileira na entrada daquela escola chamei um aluno que era tido como rebelde e lhe passei tal momento importante. Ele, orgulhosamente, procedeu ao hasteamento. Anos mais tarde, dele ouvi: “professor, aquele momento me deu tanto orgulho que, a partir dali me tornei outro. Hoje sou um vencedor porque aquele momento me ensinou que amar a minha Pátria seria o meu futuro”. Digo sinceramente ao Edward que, até hoje, quando me lembro das palavras daquele aluno fico emocionado e triste ao mesmo tempo. Quantos alunos poderiam continuar se beneficiando de tão importantes matérias em suas vidas.

    João B. Filho – Franca – SP.

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  26. Olá Edward, boa noite!
    Belíssimo texto, como sempre. Você sabe que sou sua fã de carteirinha e não deixo de ler nada que vc escreve. Aliás, precisa escrever mais, anda muito preguiçoso, menino! Sabe, Edward, penso que, homenagear o País, as suas datas nacionais, não tem nada de vergonhoso nem de atrasado, pelo contrário. Se a situação econômica não é lá essas coisas, se os políticos são medonhos, se existe uma infinidade de problemas, isto não tira o mérito de constituirmos um povo e uma Pátria. Comemorar a Proclamação da República é um dever de todos nós, como também as outras datas significativas de nossa Pátria. Isto é civismo e cidadania.

    Beijinhos,

    Tânia Regina - Ribeirão Preto - SP.

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  27. Alguém lembra da data do aniversário de alguma pessoa que não lhe seja querida? A cabeça do povo, nesse aspecto, funciona como a cabeça de cada um de nós. O povo só vai lembrar das datas que lhe são caras. Esses movimentos, onde o povo não foi convidado a articular e participar, não ficam no seu imaginário. Jamais, portanto, as pessoas vão ligar para essas datas. Mas perguntem se alguém vai esquecer do Natal, Carnaval, 1º de maio... É inútil "brigar" contra isso. Amor a datas simbólicas é questão cultural, de raiz, tradição. Não adianta querer forçar a barra, nunca vai funcionar.
    Beijos!
    Milton Saldanha

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  28. Hum gostei de ver, assumir já é o primeiro passo. Que tal começar a praticar RA também? Se anima! rs
    Não vou sumir não, só quero voltar a ter o peso que tinha antes, mas confesso que ri sobre a feijoada, kkkkk.
    Bjs

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  29. Olá Edward e amigos do blog.
    Coo sempre você nos deu uma aula de História, melhor que muitas vistas nas salas de aula da atualidade,textos cansativos e sem graça.
    Infelizmente grande parte dos Brasileiros só demonstram amor a Pátria na época da copa do mundo, depois todos escondem esse amor,que pena, nossa Bandeira é tão linda (a mais linda de todas)e muitas vezes fica lá,escondidinha.
    Realmente o povo jamais se lembrará o significado de cada data, querem mesmo é saber o dia que vai cair para ver se da para fazer uma ponte,preferem feriados na terça ou quinta-feira,assim o final de semana fica prolongado para aquela cervejinha,churrasquinho etc... Que vergonha esquecer datas tão importantes e que marcam parte da História do Brasil, mas fazer o que? questão cultural.
    Beijossssssssssss.

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