domingo, 25 de julho de 2010

NO TEMPO EM QUE O AMOR ERA ETERNO

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Sou da geração em que os namorados fugiam e o amor era eterno. Tudo acertado, na calada da noite eles desabavam num carro emprestado ou num lombo de cavalo e deixavam loucos pais e mães. A moça era levada à casa de um casal amigo das duas famílias que garantiam sua virgindade até a hora do casamento. Mas o estrago já estava feito. Uma moça de família passar uma noite com o namorado numa estrada ou em casa estranha! Era o bastante para vencer a resistência familiar e correr as proclamas, enquanto os dois fugitivos eram mantidos isolados um do outro, depois da prazerosa noite de amassos. Muitos pais sérios de hoje casaram nessa base, uma história romanesca e cômica.

Meu avô, no começo do século passado, percebendo que sua amada estava prometida para o filho de um rico fazendeiro, arquitetou um plano audacioso para a época, principalmente porque a jovem, que viria a ser minha avó, tinha pouco menos de 14 anos de idade. Montado num cavalo, pela madrugada chegou de mansinho e bateu na janela onde a jovem, acordada, o aguardava. E fugiram pelas ruas poeirentas de Franca. Amanheceram num posto policial da cidade onde se casaram, por ordem do delegado de polícia, que chamou o capelão para celebrar as núpcias. Antes, os pais dos noivos, furiosos, foram comunicados e mesmo contrariados, participaram da cerimônia. Tudo pela honra, afinal, uma menina de 14 anos, virgem, havia fugido de casa no lombo de um cavalo e passado a noite em companhia de um homem pouco mais velho. Um amor eterno, registraria a história, que só a morte conseguiu interromper, depois de 10 filhos e muitos e muitos anos de feliz e pacífica convivência.

Tempos depois, nos anos 50, 60, a vida continuava difícil para um adolescente. Para conhecer melhor aquela menina bonita da escola, precisava torcer para que ela aceitasse o convite para a matinê de cinema. Depois, tinha que conseguir a autorização dos pais. Tudo isso para poder segurar na mão. Sexo, nem pensar. Era preciso amargar um longo namoro no sofá e muito tempo depois arriscar um pedido formal de casamento.
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Foi na minha época que surgiram as calças de naycron - revolucionárias -, as camisas Volta ao Mundo, assim como os sapatos Vulcabrás - eu usei esse sapatão como uniforme escolar. E do sabonete Life Boy. Ainda tinha os seriados enlatados da televisão. Bonanza, Combate, Missão Impossível, Bat Masterson, Magnum, Papai Sabe Tudo, Vigilante Rodoviário... Lembram-se disso? Do James West? Coisas inocentes... E como marcou o tal de Repórter Esso, hein?

E mais: sou da geração dos hippies que revolucionaram totalmente os costumes, pregando o amor livre, a não violência e protestando contra a guerra no Vietnã. Eram totalmente adeptos do pacifismo. Moravam em comunidades onde todas as tarefas domésticas eram divididas. E por aí afora. Fase importantíssima. Com eles apareceram os exercícios de meditação, os incensos, as gírias e algumas drogas - infelizmente. Seus cabelos eram compridos e suas vestes despojadas. O lema era “Paz e Amor”.

Hoje tudo mudou. Ninguém pede mais autorização aos pais para namorar e não se foge. Muito ao contrário, se fica. Nunca entendi e nunca vou entender, pois não faz parte da minha geração a diferença entre ficar e namorar. Mas deve existir algum, pois as meninas e meninos separam definitivamente uma coisa da outra e parece que ficar, segundo ouvi dizer, tem um conotativo mais irresponsável, menos comprometedor, tipo arte pela arte ou amor pelo amor. E assim os casais vão ficando, ficando até que alguma gravidez indesejada ou um desejo súbito os leve ao casamento que não precisa mais do consentimento dos pais e muito menos da aquiescência do pároco. Basta juntar as escovas e tudo está revolvido sem escândalos.

Imagino que essa geração dará casais bem mais sadios que a nossa, acostumada ao rigor dos pais mal-humorados e das mães vigilantes, para não falar naquele irmão menor ávido comedor de chocolates e vigilante na preservação do patrimônio moral familiar. Quando pequeno fui um destes “malinhas” - conhecidos na época como "velas" - a serviço de minha avó. Para ganhar balas e doces ela me deixava como um cão de guarda em volta de uma tia que namorava num banco de madeira, colocado no alpendre da casa. E pedia para que eu ficasse no meio do casal, coitados. Ao lado do aspecto cômico, muita crueldade se praticou em nome da moralidade, como separar casais que se amavam, exilar filhas amorosas e até surrar namorados mais ousados. Não é à toa que o “bardo” continua fazendo sucesso com seu Romeu e Julieta, pois os amores impossíveis são sempre mais lembrados que o amor comum.

As pessoas de mais de 50 anos aprenderam a tapa e na rapidez a assimilar todas as mudanças do mundo. Não existem mais velhos como antigamente. Essa foi uma geração que mudou tudo. Culpa da pílula, dos Beatles, da Internet, da globalização, do Muro de Berlim, da televisão, da tecnologia, do Viagra. Até morrer ficou diferente, perceberam? Os filhos, por falta de emprego, não têm mais anseios de ir embora. Ficam morando eternamente e com os controles remotos da TV, do DVD, do ar-condicionado na mão. Afinal, quem detém o poder do controle remoto manda na casa. São eles.

Acredito que essa geração nunca ouviu falar que os casais antigos fugiam, nem saiba ou imagine o que é isso dispondo de toda liberdade que eles dispõem para se encontrarem e se afastarem, se experimentarem e experimentarem a vida sem que por isso reputações sejam derrubadas. Tudo bem longe do meu tempo onde uma “moça falada” estava condenada à perpétua solidão ou à constante troca de pares, pois não mais era noiva adequada a ninguém e muito menos apreciada pelas famílias de quem herdariam o nome. Cheguei a uma conclusão, vivo num mundo muito louco onde cada um veste sua fantasia e pula sozinho; e desta época jamais sentirei saudades!
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*Edward de Souza é radialista e jornalista
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31 comentários:

  1. Bom dia amigos e amigas deste blog...
    Vocês nem podem imaginar as dificuldades que um editor de blog encontra quando tenta postar um texto e o Google insiste em não atender as solicitações que tentamos fazer. A Nivia e outras amigas e amigos com blog na internet certamente passaram por isso. Foi uma luta para postar esta crônica de final de semana, mesmo assim, com alguns problemas que tentaremos solucionar, quem sabe no final do dia, quando tudo deve voltar ao normal. Até os comentários ficaram um pouco mais abaixo do texto, mas, por enquanto, não tem como mudar isso. O importante é que a crônica aí está. Quem viveu a época descrita neste texto, certamente vai conseguir entender esse recado. Muitas (os), creio, a maioria que desconhece o que foi contado, pelo menos vai entender um pouco desta época romântica dos velhos e bons tempos.

    Deixo mais uma vez meu abraço afetuoso ao querido amigo irmão J. Morgado pelo aniversário ontem.

    Um forte abraço a todos...

    Bom domingo!

    Edward de Souza

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  2. Oi Edward, tudo bem?
    Adorei ler essa crônica e fiquei emocionada com essa história protagonizada pelos seus avós. Sabe, no fundo, bem lá no fundo, mesmo com todas essas mudanças de costumes, nós, mulheres, não mudamos. Continuamos sempre românticas e a espera de um príncipe encantado, pode crer. Difícil, e como, é encontrar nos dias de hoje um príncipe encantado que nos faça sonhar.....

    Bjos, bom domingo e mais uma vez meus cumprimentos ao J. Morgado pelo aniversário ocorrido ontem!

    Carol - São Bernardo do Campo - SP

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  3. Edward, não concordo com tanta liberalidade nos dias de hoje, mas cá entre nós, como era difícil namorar nesta época relatada por vc, não? E aguentar esse "malinha" (rsrsrsrsrsrsrsrs), pior ainda. Será que de vez em quando não tascavam um beijinho no "malinha" por engano? Ele ficava sempre no meio, vc contou! Adoro ler essas crônicas que vc escreve e achei super romântico o caso de amor dos seus avós. Uma fuga a cavalo para se casarem é mesmo cinematográfico.

    Beijinhos, bom fim de semana!

    Tatiana - São Bernardo - SP.

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  4. Meu amigo/irmão Edward

    Um domingo como este no litoral com o verde da Serra do Mar e o mar cinza azulado. Um sol acanhado é verdade, mas um lindo dia. Temperatura fria, afinal estamos no inverno.
    Tudo isso e uma crônica gostosa de ler. Poesia pura de uma época também poética.
    Você alcançou ainda, os últimos “Romeus e Julietas”. Eu, mais velho, peguei um pouco mais. Saudade sô!
    Tirava-se linha com uma garota durante algum tempo e depois de olhares cúmplices trocados, a primeira aproximação. Começava o namoro; escondido nas primeiras semanas ou meses. Depois o pedido aos pais para a autorização e muitas vezes resistência dos paternos (tanto de um lado como do outro). Enfim, o noivado! O casamento poderia esperar meses ou anos.
    “Velas” é como eram as companhias destinada a vigiar os namorados. Eu tive as minhas.
    Mas, como sempre houve, aconteciam os casamentos apressados. Os noivos ou namorados não conseguiam conter seus arroubos e fazia-se a festa.
    Minha avó casou-se no início do século XX grávida. Tinha então 16 anos.
    Hoje, fica-se ou namora-se, sei lá (acompanho as dúvidas do Edward) e não demoram muito, os enamorados dormem juntos na casa da namorada ou do namorado. Uma situação aceita provavelmente em razão da violência em que vivemos.

    Obrigado Edward, por nos levar a fazer turismo no passado.

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  5. Edward, adorei a crônica deste domingo. Algumas coisas vivi, outras não. Mas foi uma época muito romântica e divertida. Não sei, mas acho que existia mais ternura e aventura.rs,rs,rs... Obrigada por relembrar. Bom domingo.!!!!

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  6. Boa tarde, amigos e amigas!

    Olá, Edward!

    Você nos fez reviver bons momentos, onde o romantismo era muito mais exercitado. Não que hoje ainda não exista.

    Lendo a linda história de seus avós, lembrei da dos meus, bem sui generis! Maria Gaiguer, jovem professora, namorou o comerciante João Andres. Mas o romance durou pouco tempo, pois Maria achou que o moço era muito festeiro. Pouco tempo depois conheceu Maximiliano Kuicera e com ele casou-se. João Andres, por sua vez, casou-se com Amábile Callegaro. Os dois casais tiveram nove filhos, cada um. Vinte e poucos anos depois, Luiz Carlos Andres, filho de João e Amábile, encontrou a mulher de sua vida, Maria Lídia Kucera, filha de Maximiliano e Maria. E aqui estou, Nivia Maria, e os irmãos João Luiz, Carlos Max, Nina e Márcia, nascidos desta união felicíssima!

    São lindas histórias! Cada família tem uma para contar. Dariam belos romances, certamente!

    Hoje, com o seu relato, Edward, lembrei-me muito de meus adoráveis avós e de meu querido pai, que já se foram...

    Um abraço a todos e aproveitem o domingo!

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  7. Caríssimo amigo-irmão Edward de Souza. Ótima sua crônica e retrospecto dos chamados "bons tempos", que na minha opinião de bons nada tinham. Pertenço a uma geração que foi reprimida ao extremo, no seu direito ao prazer. Tabus e mais tabus, atraso, imposições moralistas hipócritas, de pais que diziam uma coisa e praticavam outra, de forma camuflada, ou nem tanto. Invejo as novas gerações, mesmo com algumas retrições que se possa fazer aos exageros. Os jovens de hoje, com certeza, são mais felizes e realizados sexualmente. No passado, como bem mostrou o Edward, não era fácil. Jovens, cuidado com os mitos plantados pelos mais velhos. Curtam a vida! Só tomem os cuidados indispensáveis. Ou seja, sexo sem camisinha, nem pensar.
    Beijos da todos!
    Milton Saldanha

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  8. Olá Criançasssssssssss.
    Edward adorei ler essa crônica,sabia desses fatos,minha mãe sempre os contava para a família,nas reuniões dominicais.
    Olha Menino,confesso que acho essa total liberdade muito sem graça,é um tal de ficar com 5,6 meninas ou meninos em uma única noite,e pelo que sei,muitas vezes nem mesmo o nome sabem um do outro,acabando a noite,um para cada lado,o sentimentalismo,o romance ficou lá atrás,que pena.
    A meu ver antes era muito vigilante,em compensação agora soltou de mais,desequilíbrio total.Achei linda a história de amor de sua avó,e muito romântica, ao contrário do que a maior parte dos homens pensam,as mulheres gostam sim de um amante a moda antiga,do tipo que manda flores,abre a porta do carro,faz elogios,coisas que estão um tanto distante da maioria dos homens que se dizem machões.
    Quem é que não gosta de ouvir uma música romântica do Roberto Carlos acompanhado de um grande amor?Sem falar naquele tempo em que as mulheres colocavam o disco na vitrola,após uma briguinha de casal e ficavam horas ouvindo uma música romântica e chorando dizendo que o mundo acabara.
    Olá J.Morgado,Parabéns por mais uma primavera,e que Deus o proteja para que possa colher muitas outras com muita Saúde e Paz no coração.
    Beijosssssssssssss.

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. Ola Edward

    Perder com um contra é ruim meu!

    Paz. Muita Paz.
    J.Morgado

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  11. Bom dia Edward!
    Hoje em dia o namoro se tornou “quadrado”. O ficar, dizem ser bom, porque você não pertence àquela pessoa, você não precisa dar satisfação da sua vida, dividir sentimentos, é só por um dia. E as pessoas que querem um relacionamento sério, sofrem com isso. Porque fica cada vez mais difícil encontrar alguém que ache o namoro essencial. As pessoas não querem saber de compartilhar sentimentos. O grande problema disso tudo é a mídia, a grande influenciadora dos jovens da geração "Malhação" (novelinha podre onde até pré-adolescentes se beijam sem compromisso), sem contar as novelas de horário nobre, que passam as pessoas fazendo sexo com seus parceiros e que no dia seguinte o trocam por outro. Amor eterno, Edward, só assistindo Romeu e Julieta ou lendo relatos como esses do seus avós. Ninguém sabe o que é amor, muito menos o eterno.

    Bj

    Giovanna – Franca – SP.

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  12. Uma bela crônica, Edward, meus parabéns. Não faz muito tempo, um namoro durava anos. Depois vinha o noivado, a troca de alianças para então ser marcada a data do casamento. Amor eterno não é fácil hoje em dia. O exemplo está entre artistas. Casam hoje, se largam amanhã e agora está de colher. Com a lei aprovada do divórcio, que acaba com aquela burocracia de se esperar um tempo para ser concedido, os casos de separações vão aumentar. Sempre achei que bons filhos nascem de um bom casamento… Um bom casamento nasce de um bom namoro… Um bom namoro nasce de uma boa amizade… Esse negócio de “pegar” uma aqui e outra acolá gera a sensação de objeto. É claro que, infelizmente, muitas vezes, a carência e a falta de valorização pessoal permitem o “ficar”. Namoro, mesmo que demore, com a pessoa certa, é compensador!

    ABÇS

    Birola - Votuporanga - SP.

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  13. Gostei de sua crônica, Edward, principalmente do relato sobre a fuga dos seus avós num cavalo. Vc só não contou o depois de tudo isso. Em seu texto vc diz que, aquela que viria a ser sua avó, estava prometida para o filho de um rico fazendeiro, ficou por isso mesmo? O "traído" aceitou a derrota pacificamente, ou chamou seu avô para um duelo(rsrsrsrsrs). Brincadeira a parte, também penso como o Milton Saldanha, cujo comentário li acima. Entre fugir e ficar, a última opção é a melhor. O "fica" é um tipo de degustação de uma pessoa com a outra, a partir daí, elas decidem se querem ou não ter um relacionamento com compromisso. Ficar não significa apenas que o casal praticou sexo, muitas vezes esse relacionamento não passa de beijinhos e acaba em casamento. Uma amiga minha, ao tentar marcar o dia do seu casamento foi avisada pelo padre que teria que esperar três meses, não tinha data disponível. Sinal que o casamento não é uma instituição falida, como muitos pensam, mesmo com tantos casais "ficando". Adorei seu texto Edward, conte mais sobre o caso dos seus avós, tenho certeza que todos irão acompanhar com interesse.

    Beijos, uma boa semana!

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  14. Oi Edward, lindíssima sua crônica e romântica a história dos seus avós. A Gabi está certa, fale mais sobre esse caso, chamou a atenção. Sabe, cada um tem um modo de pensar sobre a mudança de comportamento dos jovens, hoje em dia. Eu tenho 23 anos e acho que é preciso primeiro pensar antes de começar qualquer tipo de relacionamento. Os jovens de minha idade precisam primeiro estudar, brincar, viver a juventude antes de começar um namoro sério, principalmente antes de sair por ai “ficando”. Vc diz que as moças de antigamente ficavam "faladas", caso se relacionassem com outros parceiros antes do casamento. Não pense que hoje a coisa mudou muito neste sentido não, Edward. Uma moça que sai por ai “ficando” com vários garotos, é desvalorizada hoje também, muitas vezes tendo fama ruim no bairro ou na escola. A mulher tem que se amar, e se valorizar... Ser popular, ser legal na escola ou no bairro onde mora, não significa "ficar" com todos os garotos. Para namorar sério primeiro temos que saber se estamos preparados para o compromisso, devemos namorar alguém quando a pessoa realmente significa algo para nós. Sem brincar com os sentimentos, sem desvalorizar as pessoas...

    Beijinhos,

    Talita – UNISANTOS – Santos – SP.

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  15. Chegando de viagem hoje pela manhã, mas em tempo de ler mais essa bela crônica que você escreveu, Edward. Penso que o mundo precisa de amor, muito amor para que as coisas mudem. Hoje se mata por nada e nossa juventude despreza esse sentimento maior brincando de "papai e mamãe" com menos de 14 anos de idade. Basta pesquisar na internet que todos vão encontrar dados alarmantes de mães solteiras com menos de 15 anos. Crianças que ainda deveriam estar brincando com bonecas hoje estão com filhos nos braços e não sabem o que fazer com eles. Como educá-los e prepará-los para enfrentar o mundo? O primeiro passo que normalmente dão é em direção da trilha que leva a droga, depois o roubo e a vida que se esvai por um nada. Verdade que os antigos, como foi o caso dos seus avós, casavam-se cedo, mas eu desconheço relato de separação naqueles tempos. O casamento era sério e para toda uma vida. Tenho uma vizinha que vivia correndo atrás da filha, que tem hoje 16 anos. "Ficava" até com o lixeiro do bairro. Apavorados, os pais agora resolveram deixá-la dormir com suas conquistas em sua própria casa e isso ocorre em muitos lares no mundo todo. E a desculpa é sempre a mesma. Dizem: "pelo menos em casa sei que está segura". Conversa mole pra boi dormir. Falta respeito e principalmente amor. Parabéns mais uma vez pelo texto brilhante!

    Abraços

    Laércio H. Pinto - São Paulo - SP.

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  16. Bom dia amigos (as) deste blog...
    Olá Gabriela e Talita. De fato, o caso verídico ocorrido com meus avós merece um comentário maior. Não teve duelo ao por do sol, Gabi, mas a coisa ficou feia para o lado do meu avô. O desprezado jurou que iria matá-lo e meu avô ficou um bom tempo sob proteção do sogro, no caso, meu bisavô, num sítio de sua propriedade. Esse meu bisavô, de sobrenome Maranha, era médico na Itália, mas como não pode exercer a medicina no Brasil, os motivos não consegui descobrir, usou o dinheiro que tinha, que era muito, para comprar propriedades e montar um grande armazém de secos e molhados na cidade. Meu avô, Joaquim, também italiano, que se casou com a Anita, filha deste médico, era pobre, mas acabou se tornando o xodó do sogro e teve ajuda financeira para tocar sua vida, mexendo com construções. Desta união nasceu minha mãe que só assinava o sobrenome do pai, Follis. Eu passei a assinar do meu pai, Souza. Era assim. Acabavam com a árvore genealógica da família, com o machismo de sempre colocar o sobrenome do pai. Tanto que meus parentes assinam Maranha, outros Follis e eu, Souza. Pode isso?

    A história tem ainda um desfecho triste. Meu bisavô, esse médico italiano que se chamava Albino Maranha foi assassinado por três cavaleiros em seu armazém, numa triste manhã. Como guardava muito dinheiro em seu comércio, acabaram sabendo disso e o mataram com uma barra de ferro. Minha mãe, ainda menina, conta que foi um desespero só, quando souberam do triste acontecimento. Levaram, além de dinheiro, muito ouro que meu bisavô guardava. Quanto ao meu avô, depois de um bom tempo o "traído" desistiu de persegui-lo, casou-se com outra e tudo terminou em paz. Isso dá um belo romance, que sempre pensei em escrever. Quem sabe um dia...

    Um forte abraço a todos...

    Edward de Souza

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  17. Este comentário foi removido pelo autor.

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  18. Respondendo ao amigo-irmão J. Morgado, que deixou um toque sutil ontem no blog, sobre a derrota do meu São Paulo para o Santos, por um a zero. Time reserva, caro amigo corintiano. Estamos guardando nossas forças para enfrentar o Internacional de Porto Alegre, time do outro amigo-irmão Milton Saldanha, na próxima quarta-feira. Quem vencer este e o segundo jogo no Morumbi, disputa o título da Libertadores. Enquanto o Corinthians não tem nenhum, estamos indo em busca do quarto título da Libertadores.

    Um forte abraço...

    Edward de Souza

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  19. É isso, Cris, liberdade com juízo, para evitar surpresas desagradáveis. Enquanto o mundo for mundo, sempre vai existir o velho conflito de gerações. Falar na Cris, deixei de lhe agradecer pela ajuda que me deu, enviando algumas ilustrações para esta crônica de final de semana. Foi a correria, Cris. Desculpe-me e muito obrigado mais uma vez pela valiosa ajuda e pelo comentário brilhante que acaba de deixar neste espaço.

    Beijos...

    Edward de Souza

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  20. Meu caro amigo Edward. Obrigada. Apenas dei minha opinião.
    Fico grata a você por me dar o prazer de participar com o que estiver ao meu alcance, neste seu brilhante espaço.
    bjosss

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  21. Achei linda essa crônica Edward e emocionante o caso de seus avós. Foi bom que vc deixasse mais detalhes sobre a fuga a cavalo dos seus avós. Engraçado foi vc acrescentar "pelas ruas poeirentas de Franca". Só mesmo naqueles tempos. Como moro pertinho de Franca, minha cidade é praticamente vizinha, vou sempre fazer um passeio aí e ruas poeirentas nunca vi nenhuma, só com asfalto e bom. Esse prefeito de sua cidade é ótimo, a cidade cresceu assustadoramente e está lindíssima. Também acho que o caso de seus avós e do seu bisavô, assassinado barbaramente em seu comércio é de arrepiar, principalmente porque naqueles tempos, violência, ainda mais para roubar, quase não existia. E pelo seu relato, Edward, não prenderam os malfeitores, lamentável! Valeu a pena ser a postagem deste final de semana, maravilhosa, meus cumprimentos...

    Bjos,

    Tânia Regina - Ribeirão Preto - SP.

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  22. Só hoje me liberaram para tomar um pouco de sol aqui na clinica onde estou. Aproveitei para ler o manual para boa convivência em ambiente psiquiátrico e catalogar os diversos tipos de manias de cada interno, a pedido do Dr. Sebastião Honório, que teve de fazer uma viagem até a Ilha das Cobras , onde foi dar uma palestra para ensinar pessoas a escolherem o parceiro certo, para não cairem numa roubada.
    O Dr. Sebastião me deu um cargo de assessora para assuntos alienatórios, depois que descobriu que eu fui regente na FEUSP - Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, mas afastada compulsóriamente, porque tive um surto psicótico,quando defendia minha tese de doutorado: "Os efeitos dos raios gama nas margaridas do campo".
    Hoje dedico meus estudos aos efeitos dos raios ultravioletas nas células oxidadas da mente. Este estudo fornecerá subsidios para o tratamento de pacientes que tiveram seus instintos reprimidos na juvenescência e na maturecência e até na 3ª idade.
    A liberação da libido é de extrema importância para o desenvolvimento saudável da personalidade e para a longevidade.
    Mas ele adverte a todos os ativos sexualmente, que não deixem de usar a CAMISINHA , pois o sexo seguro evita gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissiveis, principalmente a AIDS e o HPV.
    Melhor prevenir do que remediar. Tenho certeza que o Dr. Sebastião Honório, quando voltar de viagem, poderá dar maiores detalhes sobre este inusitado tratamento.

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  23. Tenho a informar ainda que o professor João Paulo também é paciente da clinica do Dr. Miguel Arcanjo e por isso descobriu o meu segredo. Vira e mexe ele precisa ficar internado, porque fica a noite toda gritando o nome da Gene Tierney e não deixa os vizinhos dormirem.
    boa tarde.

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  24. Vou precisar ficar atenta às postagens de finais de semana. Você resolveu escrever sempre aos domingos e eu não sabia. Mas acabo de ler sua crônica belíssima. O romantismo destes tempos que você traz de volta deixou de existir, Edward. Hoje, jovens de minha idade não conseguem nem sonhar com um príncipe que venha buscá-la montado em um garboso alazão. Nem mesmo de pé, aparece o tal príncipe, ainda mais a cavalo (rsrsrsrsrsrs). Meus parabéns, adoro ler suas crônicas.

    Beijos

    Andressa - Cásper Líbero - SP.

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  25. EU AMEI ESTA CRÔNICA, LINDÍSSIMA, MIL PARA VOCE. HOJE EU DEFINO ASSIM EDWARD, "O JARDINEIRO DO AMOR ETERNO".

    EIDI BATISTA – SANTOS – SP.

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  26. olá,

    Gostei muito deste blog! Realmente acho que hoje em dia as pessoas esqueceram do amor desta forma. Pensam apenas em ter o outro, em ter sexo ou algo rápido para que ao conhecer mais do outro não se depare consigo mesmo. O que pode ser algo catastrófico para quem vive se evitando! Adorei seu blog! Espero que goste do meu! Abraço!

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  27. Aninha, obrigado pela visita e pelo comentário, fiquei muito contente em tê-la conosco. Seja Bem vinda!

    Seu blog é ótimo, de muito bom gosto.

    Bjos

    Edward de Souza

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  28. Olá Edward!
    Vim retribuir a visita...

    Obrigada pelo carinho!
    Estarei por aqui também!!!

    Abraço fraterno

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