segunda-feira, 19 de julho de 2010


CADA POVO TEM O

GOVERNO QUE MERECE


Depois de um período de descanso forçado, volto a “escrevinhar” neste espaço gostoso.

Fiquei longe desta máquina por algum tempo. Por recomendação médica e sob a vigilância constante de minha esposa, o micro ficou distante dos meus dedos e de meus olhos.

Hoje, finalmente, aqui estou. Leio com sofreguidão as matérias postadas. Como sempre, escritos inteligentes e pertinentes ao que estamos vivendo atualmente.

“O Orgulho de ser Brasileiro”, da Nivia, “Juventude, Poder e Glória”, do Edward e “Os Psicopatas da Tecnologia”, do Saldanha. Os comentários que se sucederam sobre cada um desses artigos foram todos de alto nível.

De certa maneira, todos eles se referem à má educação e a falta de cultura de nosso povo. Um fato que devemos lamentar ainda por muito tempo.

As pessoas se queixam dos governos federal, estadual e municipal, mas não conseguem enxergar ou sentir que a culpa é de cada um de nós.

Como disse a Nivia, não nos lembramos em quem votamos nas últimas eleições. O povo brasileiro é completamente despolitizado e irresponsável quando se trata de atender aos interesses do próximo. Não existe o mínimo de ufanismo.

Durante a copa de futebol realizada na África, como em todas as outras, verificamos a postura de nossos jogadores quando da execução dos hinos nacionais. Alguns fingem cantar e outros deixam a desejar quanto à maneira de se comportar.

Parem durante alguns instantes em uma rua qualquer de nossas grandes, médias e pequenas cidades e verifiquem “in loco” que o desrespeito às leis e regulamentos que protegem o cidadão são comuns a todo instante.

Em minha cidade (Mongaguá), há uma excelente ciclovia. Muitos ciclistas fazem questão de transitar fora dela e ainda o fazem com um olhar de desafio. Se qualquer cidadão chamar a atenção do faltoso certamente estará correndo o risco de ser agredido!

Pessoas dirigindo falando ao celular, com crianças no banco da frente quando não no colo do pai ou da mãe.

Os limites de velocidades são desrespeitados e são muitos os acidentes horríveis que acontecem, todos os dias, em nossas estradas.

Estacionamento em guias rebaixadas e sobre as calçadas...

A população brasileira não conseguiria suportar a uma “tolerância zero” aplicada em algumas cidades norte-americanas.

Mas, a indiferença é muito maior quando se trata de procurar e pesquisar sobre candidatos aos cargos eletivos deste país. Há muito corporativismo quando, na verdade, o interesse maior deveria ser o bem estar geral.

Votamos em corruptos (políticos venais) por desconhecer o passado deles ou simplesmente por interesses escusos e egoísticos (lembram daquele deputado que ganhou na Mega Sena mais de 200 vezes? Os Sarneys da vida?)

A mídia implacável despeja um monte de asneiras todos os dias. E o povo, por falta de visão cultural, deixa-se levar, ignorando que se transformaram ou se transformam em mera mercadoria.

“A mediocridade é um fato consumado na sociedade onde o ar é depravado” (trecho da música “Caixinha, Obrigado!" - Juca Chaves).

Nas matérias de meus amigos mencionadas no início deste artigo verifica-se que a luxúria, a ignorância, o consumismo exacerbado, a inveja entre outros defeitos morais, são a causa de todos os nossos males. Como mudar isso?

Com a resposta, os leitores deste já consagrado blog.

------------------------------------------------------------------------------------
*J. Morgado é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. J. Morgado participa ativamente deste blog, para o qual escreve crônicas, artigos, contos e matérias especiais. Contato com o jornalista: jgarcelan@uol.com.br
-----------------------------------------------------------------------------------

34 comentários:

  1. Começando por nós mesmos... A tendência é apontarmos e criticarmos esses vícios e defeitos no próximo. Devemos tomar, por mais vezes, nosso espelho como interlocutor.
    Grande abraço
    João batista

    ResponderExcluir
  2. Boa tarde, amigos e amigas!

    À mercê dos desmandos da Internet, da chuva e do frio intenso, só agora, quando a tarde vai alta, consigo publicar a matéria de nosso querido colega J. Morgado, já restabelecido, felizmente, da gripe que o acometeu e o afastou de nosso convívio por algum tempo.

    E o assunto que traz J. Morgado é relevante. Necessariamente, neste ano de eleições, terá que ser objeto de reflexão pelos brasileiros que pensam. E os brasileiros que pensam terão que ajudar aqueles que ainda não descobriram como é importante a informação que se transforma em conhecimento e que provoca questionamento, crítica e posicionamento.

    Então, avante! Há muito trabalho pela frente!

    Um abraçoa todos e aproveitem o dia!

    ResponderExcluir
  3. Oi pessoal, eu já estava preocupada com nosso blog. Parou por uns dias, fiquei apreensiva. Como já estou viciada neste espaço, vim dar outra olhada e fiquei contente em ler um novo texto. Mais ainda em saber que J. Morgado está bem e de volta ao blog. Sobre a crônica de hoje, depois de todas as atenções estarem voltadas para a Copa da África, as eleições se aproximam. Cabe esperar que o eleitor tenha amadurecido a ponto de saber escolher, consciente e livre, quem ele pretende ver no Comando do nosso País.

    Durante anos, o Brasil tentou construir uma filosofia ufanista, baseada na ideia de que era um país destinado a viver sem problemas. A conclusão lógica era de que Deus é brasileiro e, por isso mesmo, nada nos atinge. Quando descobrimos que éramos iguais a todos, não éramos aquele país do futuro, donos do mundo, entramos numa fossa coletiva e fomos para o outro extremo: o do pessimismo, do “não tem jeito”, da perda da confiança e da autoestima. Um país que resistiu ao cataclismo político da “redentora” de 64, não é um país medíocre. É tocar pra frente, sem medo de abismos. E escolher com sabedoria nossos representantes. Assim vamos poder nos orgulhar em dizer que temos um governante a altura de nossa grande Nação.

    Bjos,

    Carol - Metodista - SBC

    ResponderExcluir
  4. Bom te-lo de volta Sr. J. Morgado. E desta vez com um assunto que precisa ser batido e rebatido. Concordo com as suas palavras. Mesmo omissos, somos responsáveis por tudo que nos governa direta ou indiretamente. Somos agentes históricos e devemos procurar informar -nos sobre as intenções dos candidatos que se apresentam. Seu curriculo, sua vida pública, seus ideais, seu plano de governo, seu comprometimento com a população. Assim agindo, diminuimos o risco de sermos enganados após as eleições.
    Educação e informação são fundamentais para o exercicio da cidadania consciente e para a construção de uma sociedade mais justa e feliz.
    um grande abraço.

    ResponderExcluir
  5. Boa noite J. Morgado!
    O ofício de esperar é próprio do brasileiro, inspirando até peça teatral: “Brasileiro, profissão esperança”. O que não podemos é deixar que a simples expectativa da esperança trave nossos ideais, trave a nossa constante luta em prol de algo melhor. É preciso saber que a esperança por si só não leva a lugar nenhum. É necessário lutar para que ela aconteça. Precisamos lembrar sempre que, quem quer um mundo limpo varre sua porta.

    Fico feliz que tenha se restabelecido, J. Morgado, para nos brindar com suas crônicas.

    Tatiana - Metodista - SBC

    ResponderExcluir
  6. Vou mandar benzer o blog, a coisa anda feia. Sorte é que cai um levanta-se outro. A Nivia disse ontem que o Edward está com problemas, doente, espero que não seja nada grave, fiquei preocupado, até porque vi o blog parado. Hoje, com alegria acabo de ler o texto de J. Morgado, ausente um bom tempo. Espero que todos voltem com força e saúde, vou rezar para que isso aconteça. Quanto a crônica do J. Morgado, o Brasil tem saída sim. Temos vários portos e aeroportos. Ou então uma arma importante que pode ser usada em outubro. Vamos nos lembrar disso.

    Saúde para todos!

    Birola - Votuporanga - SP.

    ResponderExcluir
  7. No Brasil, quando os homens públicos são flagrados em roubalheira e corrupção desenfreada, não sabem de nada, não viram nada, não se lembram de nada. Culpa dos eleitores, que deveriam escolher candidatos que comprovassem, por meio de atestado médico, não sofrerem de amnésia (rsrsrsrsrsrsrsrs).
    Disse Eça de Queiroz: "Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão". Outubro é mês de eleição pensem certo, como Eça de Queiroz.

    Ana Elisa - Mauá - SP.

    ResponderExcluir
  8. Nosso estimado mestre J.Morgado observou que tivemos uma série de crônicas na linha de comportamento. Foi mero acaso, não estava planejado, e ficou interessante. Durante muitos anos eu quebrei a cabeça tentando decifrar, com todo tipo de leitura, as causas da tragédia brasileira. Até no processo da colonização fui buscar respostas. Até que certo dia, finalmente, o óbvio se instalou: nosso país só tem um problema: corrupção. Todo o resto é consequência. Logo, se o governo (em qualquer época, de qualquer partido, nivel e porte) é corrupto, como esperar que o povo tenha alguma referência moral altruísta e ética?
    Beijos!
    Milton Saldanha

    ResponderExcluir
  9. Um exemplo: o mensalão. Este tema não entrará nos debates de campanha entre os candidatos, porque todos os partidos -- repito, todos -- foram flagrados nessa maracutaia de grosso calibre. PT, PTB e outros no episódio que inaugurou a série; PSDB no caso Azeredo, em Minas; DEM na recente crise do Distrito Federal. E vai por aí, o novelo é longo. Nenhum deles terá moral para criticar o outro. E ainda negam quando a gente diz que são todos iguais. Não, não são iguais, realmente: alguns conseguem ser ainda piores.
    Abraços a todos!
    Milton Saldanha

    ResponderExcluir
  10. Todavia, teremos que fazer alguma escolha nas eleições. A escolha do menos ruim; do menos ladrão; do menos cínico. Onde doa menos no lombo de todos nós.
    Saudações!
    Milton Saldanha

    ResponderExcluir
  11. LUIZ ANTÔNIO DE QUEIROZsegunda-feira, 19 julho, 2010

    Olá amigão,

    Concordo com o seu posicionamento.
    Considerando que no meu entendimento a lideranças devem ser selecionadas de forma natural. Considerando que a nossa democracia ainda é vinculada a interesses das nações mais ricas.
    Considerando que há necessidade de aprimorarmos nossa educação.
    Considerando os seus brilhantes apontamentos, o meu voto será nulo.
    Abraço Fraterno,
    Luiz Antônio de Queiroz
    Franca-SP

    ResponderExcluir
  12. O Senhor Luiz Antônio de Queiroz, de Franca, está certo e penso como ele. O Voto Nulo só é perigoso para os corruptos e para os oportunistas, mas para o cidadão jamais. Quem deve temer o voto nulo são os que se prevalecem e tentam tomar posse do país. Nada mais legítimo na história da humanidade do que o direito e o dever dos cidadãos de dizer "NÃO, E NÃO ACEITO, EU NÃO QUERO!"

    Regina Yara Macedo- Curitiba - PR

    ResponderExcluir
  13. A propósito de corrupção, vejam o que está acontecendo em Porto Alegre. O rio Guaíba tem uma longa extensão urbana com vista linda, para o rio, onde se vê o famoso por do sol. Perto de uma curva, formando uma espécie de baia, está uma das melhores vistas. Ali existia um estaleiro, para construção e reparos de navios pequenos. Era o Estaleiro Só, que faliu há muitos anos. A beira do rio é área pública. Então certo dia alguns espertalhões do mercado de imóveis decidiram construir ali, onde era o estaleiro, um condominio de alto luxo. Que privaria todo o resto da população do direito à paisagem e também às áreas de lazer que podem ser planejadas. Comprando prefeito e câmara inteira, a bandidagem do colarinho branco tentou modificar a lei de zoneamento municipal para fazer a obra. Uma parte da população se revoltou, se mobilizou de forma bem organizada, e vem fazendo um movimento de resistência desde então. A briga tá feia. Tenho uma amiga na cidade, jornalista e escritora, a Tânia Faillace, muito famosa no Sul, que vem participando ativamente desse movimento. E quero sugerir uma crônica didática dela aqui no blog para explicar tudo, com mais competência do que eu, que não conheço os detalhes. Eles mandam até fotos, do site do movimento. Com a palavra Edward de Souza e Nivia Andres.
    Abraços!
    Milton Saldanha

    ResponderExcluir
  14. Olá Amigos

    É com imenso prazer que aqui estou.
    Antes de ir para a minha caminha não poderia deixar de agradecer aos comentários inteligentes e pertinentes.
    Milton, meu amigo, esse caso de Porto Alegre junto ao belíssimo Rio Guaíba (cantado em prosa e verso) é comum em todo o país. A exploração imobiliária é uma praga.
    São esses indivíduos que corrompem e são corrompidos. São eles que ludibriam os eleitores menos esclarecidos e consegue eleger presidentes, governadores, senadores, deputados, vereadores... E ainda colocar seus capangas em cargos de primeiro, segundo e terceiro escalão.
    Já percorri o Brasil Sertão e lá, em enormes áreas, placas indicando os proprietários. Nomes conhecidíssimos e sempre envolvidos em maracutaias.
    Devemos ler aqui a jornalista empenhada em defender o Rio Guaíba e outros que lutam para esclarecer a nossa pobre população.

    Um abraço a todos

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

    ResponderExcluir
  15. A origem da expressão “Cada povo tem o governo que merece”

    O autor da frase, dita sempre que as coisas na política começam a ficar feias, é o filósofo e diplomata francês Joseph De Maistre (1753-1821). Crítico fervoroso da Revolução Francesa, o conservador era um inimigo das repúblicas e defensor das monarquias.

    Sua famosa expressão foi escrita pela primeira vez numa carta datada de 15 de agosto de 1811 e publicada posteriormente em Lettres et Opuscules Inédits, na França, em 1851. A intenção de De Maistre era, no fundo, criticar os eleitores, e não os maus governos. Afinal, para um filósofo contrário à participação popular nos processos políticos, quem tem direito de escolher e não sabe fazê-lo deve mesmo ser punido com os desmandos de seu governo.

    Fonte: Aventuras na História

    Padre Euvideo.

    ResponderExcluir
  16. Se o francês Joseph De Maistre (1753-1821), pudesse ver o que está acontecendo com o Brasil atual, ele certamente iria ver que a sua frase faz muito sentido por aqui!

    ResponderExcluir
  17. Caro J Morgado

    Como vai? está bem melhor suponho. É o que todos nós desejamos.
    Eu tenho andado de avião pra lá e pra cá e nas costas das poltronas vejo a seguinte propaganda: Brasil na próxima década será a quinta potência do mundo.
    Estamos sonhando ou acordados? Quem será a quinta potência? O Brasil ou os Brasileiros?
    Nossa educação e nossa ética estão longe de representar um país nestas condições de desenvolvimento.
    A propaganda enganosa...Enquanto os anos passam para que esta profecia otimista dos gurus políticos se cumpra será necessário que todo o nosso povo ande de avião e não de ônibus Itapemirim...
    Na verdade, aqui no Espírito Santo, estado pobre que agora tenta se igualar aos estados mais ricos por conta do petróleo, possui um atrazo cultural e de costumes enorme.
    Como J Morgado falou na crônica as bicicletas daqui só andam na contra mão por qualquer espaço que lhes apareça. Vez em qaundo um deles atropela um pedestre ou é atropelado pela audácia de se colocar a frente dos veículos pensando ser seu direito. Depois na eternidade, não sei de que lado, céu ou inferno devem reivindicar seus direitos.
    Enquanto isso, em plena Praia da Costa, Vila Velha-não há banheiros públicos suficientes, nem comércio que ofereça banheiros- os homens simplesmente parecem animais, fazendo toda sorte de torpezas em plena rua.
    Exigir que este povo seja politizado será difícil massacrados por Faustão, Fantástico, Pânico, que ensinam a violência -vingança- e outras coisas mais.
    Enfim, será difícil mudar se não mudarmos a nossa própria educação familiar, nossos valores culturais, nosso temor a Deus - que hoje é pràticamente nenhum -, mudarmos os nosso políticos corruptos votando com consciência, analisando o histórico ou seja seu passado próximo, suas realizações e não se deixando enganar pela mídia corrupta com as propagandas enganosas.
    Lembram-se do Milagre Brasileiro da década de 70 ?
    ANFERMAM

    ResponderExcluir
  18. Olá amigo J.Morgado. Feliz retorno à rotina.

    Debutando como comentarista das crônicas exibidas neste Bolg do amigo Edward, depois de reiteradas "cobranças" da Cristina Fonseca, ouso a dar meu "palpite" sobre este atual e momentoso assunto: O despreparo do eleitor.
    Para quem não sabe, antes da aposentadoria fui Advogado de uma Câmara Legislativa e pude conviver com centenas de políticos. Ao longo do tempo pude dimencionar seus valores, e não posso condenar o povo pela infelicidade de escolher maus políticos. Isso porque o eleitor menos esclarecido vota "do umbigo para baixo", ou seja, não tem discernimento para separar o joio do trigo. E olha que eles são maioria absoluta, para não dizer qualificada.
    Conviví com políticos de escol, e também com medíocres.
    Alguns ofereciam apoio político ao Prefeito em troca, pasmem, de caminhões de terras aos seus eleitores. É que o clientelismo imperava, e o que prevalecia era a ânsia de se manter no poder.
    Sabe, amigo J.Morgado, estou apreensivo com a possibilidade de aplicações de milhões (ou bilhões) de reais em verbas públicas para construção de novos Estádios de Futebol para a Copa do Mundo de 2014. Porque na medida em que os prazos legais da Lei de Licitações ficarem apertados, e corrermos o risco da FIFA nos recusar e mandar a Copa para outros rincões, vai ser uma "farra", sem precedentes, com o dinheiro público, que deixará o mensalão no chinelo.
    Deixando essas mazelas de lado, quero felicitar sua Esposa, por lhe "pegar no pé" e exigir repouso absoluto, o que proporcionou seu retorno ao nosso convívio.
    Parafraseando-o, desejo-lhe Paz, Muita Paz, acompanhada de muita alegria.

    Waldir S. Paludeto -Franca-SP

    ResponderExcluir
  19. Bom dia a todos!
    Em função da mobilização com a Copa do Mundo, andei me lembrando de uma conversa que tive com um amigo, anos atrás. Ele liderava uma equipe numa agência de publicidade e trabalhava em ritmo alucinado. No decorrer do papo, ele desabafou dizendo que era difícil conviver com colegas que não sabiam para que lado ir, o que fazer, como agir, e que por causa dessas incertezas perdiam tempo e faziam os outros perderem também. E exemplificou: “Sabe por que eu sempre gostei do Pelé? Porque o Pelé pegava a bola em qualquer lugar do gramado e ia com ela reto para o gol. Ele sabia exatamente para onde tinha que chutar”.

    – Isso que você nem é muito fã do esporte – comentei.
    – Pois é, não jogo futebol, mas tenho alma de artilheiro: entro em campo e já saio perguntando onde é que é o gol. É pra lá? Então é pra lá que eu vou, sem desperdiçar meu tempo, sem ficar enfeitando. Taí o que a gente precisa se perguntar todo dia quando acorda: onde é que é o gol? Muitas pessoas vivem suas vidas como se dopadas, chutando para todos os lados, sem nenhuma estratégia, contando apenas com a sorte. Elas acreditam que, uma hora dessas, de repente, quem sabe, a bola entrará. E, até que isso aconteça, esbanjam energia à toa.

    “Goal”, em inglês, significa objetivo. Você deve ter um. Conquistar um cliente, ser o padeiro mais conceituado do bairro, melhorar a aparência, sair de uma depressão, ganhar mais dinheiro, se aproximar dos seus pais. Ligar para um (a) ex. Pode até ser algo mais simples: comprar as entradas para um show, visitar um amigo doente, trocar o óleo do carro, levar flores para sua mulher. Ou você faz sua parte para colocar a bola dentro da rede, ou seguirá chutando para as laterais, catimbando, sem atingir nenhum resultado.

    Quase invejo quem tem tempo a perder: sinal de que é alguém irritantemente jovem, que ainda não se deu conta da ligeireza da vida. Já os veteranos não podem se dar ao luxo de acordar tarde, e, no caso, “acordar tarde” não significa dormir até o meio-dia: significa dormir no ponto, comer mosca. Não dá. Depois de uma certa idade, é preciso ser mais atento e proativo. Parece um jogo estafante, nervoso, mas não precisa ser. O gol que você quer marcar talvez seja justamente aprender a ter um dia a dia mais calmo, mais focado em seus reais prazeres e afetos, sem estresse. É uma meta tão valiosa quanto qualquer outra. Só que não pode ser um “quem sabe”, tem que ser um gol feito. Essa é a diferença entre aqueles que realizam as coisas e contribuem para o engrandecimento de nosso país e os que ficam só empatando.

    Martha Medeiros - Escritora

    ResponderExcluir
  20. Olá Amigos

    Bom dia

    Nas próximas eleições teremos candidatos fabricados pela mídia e que se tornaram ídolos da população. Romário, Netinho (vereador e candidato a senador) e muitos outros. Teriam eles capacidade para fazer algo de útil ao povo?
    O pré-sal e os estádios para a Copa de 2014 como foi mencionado pelo meu amigo Paludeto, certamente será à base de muitos enriquecimentos ilícitos.
    Certa ocasião, um vendedor de bananas aqui em minha cidade se candidatou ao cargo de vereador. Quase abocanhou o cargo. Ficou como suplente.
    Tempos depois, perguntei ao dito cujo quem ele nomearia como assessores se tivesse ocupado um lugar na câmara. Não titubeou. Respondeu que seu filho, sua esposa (pessoas capazes, segundo ele) entre outros seriam os escolhidos!

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

    ResponderExcluir
  21. Bom dia amigos (as) deste blog...
    Confesso-lhes, não é nada agradável escrever em pé, mas foi a solução encontrada para que somente hoje, depois de quatro dias de molho, pudesse deixar meu abraço e um pequeno comentário sobre o texto do meu amigo-irmão J. Morgado. Para isso, pendurei o notebook na estante de livros e com ele trago a cópia de algumas linhas da matéria "Falta Amor à Pátria", que escrevi faz algum tempo para o Jornal "O Comércio da Franca", aproveitando o gancho nesta matéria do Morgado onde o amigo cita a Copa da África e a postura de nossos jogadores quando da execução dos hinos nacionais. Eis o trecho:

    "Saudade do tempo que a gente, além de marchar, estudava Organização Social e Política do Brasil, aprendendo os conceitos básicos de cidadania e democracia. Tempo em que a bandeira do Brasil tremulava nos mastros das escolas e não servia de saída de banho, como agora usam em estampa de cangas e biquínis. Hoje sobra desrespeito e falta patriotismo. 7 de Setembro é a data da Independência do Brasil. É isso que os professores devem ensinar nas escolas. É por esse motivo que os estudantes devem marchar com a melhor roupa, com o maior orgulho de sua pátria, com espírito cívico. Homenagear o País, as suas datas nacionais, não tem nada de vergonhoso nem de atrasado, pelo contrário. Se a situação econômica não é lá essas coisas, se os políticos são medonhos, se existe uma infinidade de problemas, isto não tira o mérito de constituirmos um povo e uma pátria.

    Os tempos mudaram. O progresso caminha rasgando até a alma. Já não se vê ninguém mais, com poucas exceções, que fale da imagem da pátria de boca cheia, ou que cante saudosos, os belos hinos impregnados de patriotismo, apregoando civismo. E assim, cada vez mais o brasileiro se sente inferior, sem perspectiva de futuro, de melhoria de vida, de oportunidades. Isso o leva a desvalorizar símbolos nacionais, a ter horror a política, a perder a esperança. Precisamos aprender isso definitivamente. Não existe uma grande nação sem um grande povo". (O Comércio da Franca-03 de Setembro de 2009).

    Quando as coisas melhorarem prometo voltar. Até breve.

    Um forte abraço a todos...

    Edward de Souza

    ResponderExcluir
  22. Bom dia J. Morgado!
    Sem querer criar polêmica com aqueles que resolveram anular o seu voto permita-me citar uma frase de Arnold Toynbee: "O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam." Também penso assim e vou escolher meus candidatos com muito carinho. Nós, mulheres, levamos um bom tempo para conseguir o direito de votar, porque agora anular nossa conquista? É muito comodismo virar as costas e dizer que nenhum político presta, que tudo vai ficar como está ou até piorar. Depende de nós, da nossa escolha, apenas isso. Omissão não vai ajudar a consertar nosso país, muito ao contrário. Parabéns pelo texto, J. Morgado. Não sei ainda o que houve com o Edward, mas espero que se recupere logo, o blog precisa muito dele.

    Bjos a todos!

    Daniela - Rio de Janeiro

    ResponderExcluir
  23. Bom dia, amigos e amigas!

    Querida Daniela!

    O Edward está com um problema de coluna, já em tratamento, que o impede, momentaneamente, de sentar-se. Está em repouso. Creio que logo estará restabelecido.

    Decerto, com o frio que está fazendo, ao exercitar-se, não praticou o aquecimento e o alongamento necessários...eheheheh

    ResponderExcluir
  24. Sra. Martha Medeiros, é a primeira vez que leio um comentário teu e apreciei muito. Levar a vida sem conhecer ou se importar com objetivos é o mesmo que "levar a vida", empurrar com a barriga, esperando a morte chegar e ainda atrapalhar os outros.
    Edward, neste aspecto, de amar a pátria e respeitar seus símbolos, os argentinos dão de dez a zero nos brasileiros.
    Tenham um bom dia!
    João Batista

    ResponderExcluir
  25. Acabo de ler no UOL Noticias.
    Vão se candidatar a uma vaga no Legislativo:
    "Mulher Pera (Suellen Silva,do PTN - Partido Trabalhista Nacional) e Mulher Melão (Cristina Batista do PHS - Partido Humanista da Solidariedade). Teremos frutas na Câmara?!
    Joao

    ResponderExcluir
  26. Oi Senhor J. Morgado, muito bom seu texto e apropriado para a época, quando a campanha política ganha às ruas de todo o Brasil. Gostei de ter lembrado sobre sobre a postura dos nossos jogadores quando era executado o Hino Nacional na Copa do Mundo. O Edward deixou um belo comentário sobre o assunto, trazendo parte da crônica que escreveu para o "Comércio da Franca". Como lia todas as crônicas dele, lembrei-me desta publicação.

    Todos devem se lembrar do jogo entre Brasil e Coreia do Norte, com certeza. Quando o hino da Coreia foi executado, um dos jogadores, cujo nome não recordo, chorou copiosamente e o gesto sensibilizou centenas de pessoas que assistiam ao jogo. Depois disto, li vários artigos fazendo piadinhas com o gesto do coreano. Até programas humorísticos no Brasil fizeram gozação com o jogador, o que é inadmissível. Ao invés de aproveitarem a cena e incutir patriotismo em nossos jogadores, nossa gente, levaram para o lado cômico. Lamentável!

    Penso como a Daniela e vou escolher meus candidatos e votar com a consciência de ter cumprido meu dever de cidadã e tentado ajudar nosso país colocando no Poder homens honestos que tenham compromisso com a nossa pátria. Não quero ser omissa e meu voto é a minha arma.

    Bjos,

    Giovanna - Franca - SP.

    ResponderExcluir
  27. Amigas e amigos: voto nulo é também uma atitude política. É forma de protesto, válida. Não pode ser confundido com alienação. Não é meu caso, pretendo votar, mas entendo a intenção de quem vota nulo. Para o governo de São Paulo me vejo numa sinuca de bico: há o risco de segundo turno com dois candidatos que não me agradam. Será duro decidir.
    Abraços!
    Milton Saldanha

    ResponderExcluir
  28. Rafael M. Gutiérrezterça-feira, 20 julho, 2010

    Buenas tardes amigos de este blog!
    Mis felicitaciones por la hermosa página, y superando a los asuntos contenidos en el mismo.
    Un voto de conciencia es la forma correcta para mejorar un país
    Sinceramente, el periodista J. Morgado!

    Rafael M. Gutiérrez

    Madrid - España

    ResponderExcluir
  29. Tudo bem, prefiro não arriscar e vou votar em alguém, como sempre. Mas vocês sabem que pela Lei Eleitoral, se houver 51% de votos nulos, as eleições são anuladas. Os candidatos são, obrigatoriamente, trocados e ficam inelegíveis por algum tempo.
    João

    ResponderExcluir
  30. Olá João

    Boa tarde

    Quem nasce em São João da Boa Vista o que é?
    Excelente informação a sua.
    Se houvesse uma conscientização geral até que seria interessante ver os atuais postulantes inelegíveis por algum tempo.

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

    ResponderExcluir
  31. Prezado J. Morgado, estou feliz em saber que se recuperou da forte gripe que o derrubou por uns dias. Gostei desta sua crônica, o que me desanima é saber que a política brasileira está cada vez mais no fundo do poço. Li hoje num jornal que Sérgio Malandro - um debiloide assumido - e Tiririca -inqualificável - pleiteiam uma vaga na Câmara Federal. Podem até não ser eleitos, mas o fato de serem aceitos e inscritos por algum partido, já macula a imagem de nossos futuros representantes.
    É de dar desgosto... Vi ainda uma pesquisa que mostra que o eleitor brasileiro é mais rigoroso na hora de comprar um bem de consumo do que na hora de votar. Ele tem mais cuidado ao escolher um carro do que um candidato. Aí mora o perigo. Com esse desprezo ao escolher seus candidatos, acabam elegendo um destes aventureiros e o país que se dane.

    Um abraço

    Miguel Falamansa - Botucatu - SP.

    ResponderExcluir
  32. Olá Criançassssssssssssss.
    Olá meu amigo J.Morgado,espero que estejas bem e melhore a cada dia.
    Você como sempre abordou um assunto interessante e muito pertinente.Mas,fico muito triste em ver o descaso dos Brasileiros quando o assunto é eleição.Como já disse:detesto político,mas amo os bastidores da política,portanto acompanho o máximo possível,e como todos vocês,confesso que estou bastante desacreditada,ás vezes penso que,será que não sabemos votar ou são todos uma cambada de ladrões,se analisarmos todos os candidatos nenhum tem ficha limpa,todos tem um mensalinho,uma corrupçãozinha ali,então fica difícil,sem contar o absurdo de certos candidatosem ter a coragem em se candidatar como a Tati quebra barracos, mulheres frutas e um bando de oportunistas.
    Estava há poucos dias conversando sobre política,uma pessoa próxima me perguntou:Serra é candidato?Dilma é quem mesmo?meu Deus fiquei perplexa,estas são as pessoas que trocam o valioso e único meio de mudarmos a realidade por uma dentadura,uma cesta básica ou qualquer outro favorzinho.
    Fi8co muito feliz J.Morgado com a sua volta e que Deus lhe de muita saúde,para que desta forma possamos contar com sua nobre presença.
    Beijosssssssssssssssss.

    ResponderExcluir