quinta-feira, 10 de junho de 2010


DO AMOR E DE AMAR


Do amor e de amar se fala muito e se faz pouco.

Do amor e de amar se mercantiliza o sentir.

Quando se quer bem o melhor presente é o do apreço, aquele que não tem preço, nem forma, mas é perfeito em sentimento, brilho, luz e cor.

Quando se quer bem o melhor presente é o respeito, o cuidado, a consideração que somados querem dizer amor, significam vida e plenificação do Ser que somos.

Amar pode dar certo, só impõe uma condição essencial – a disponibilidade. Por sermos tão indisponíveis, tão centrados, tão egoístas, jogamos fora oportunidades para conhecer e viver o amor. Podemos até conhecê-lo, mas se continuarmos focados no Eu jamais chegaremos ao Nós, porque desconsideramos o Tu.

Amar é sinônimo de compartilhar, dividir, com-por, com-prazer, com-pactuar, co-habitar, contribuir para a realização do outro, sem cobrar o investimento, que vem em dobro em sentimento.

Amar é uma arte que a poucos é dado saber o segredo. O amor que vive e sobrevive para sempre é acompanhado permanentemente por respeito mútuo, admiração, cordialidade, gentileza, companheirismo, entrega, superação, aceitação. Senão, não é amor.

Por isso, o amor é raro.

Por isso, o amor é caro.

Por isso o amor é tão procurado – tarefa para a vida inteira, porque de construção lenta para ser duradouro. É como uma jóia artesanalmente lapidada, por mãos inspiradas. Mãos que amam tanto quanto a alma e o corpo amam.

Por ser tão raro, o amor dificilmente é reconhecido e facilmente é confundido.

Amar não é ser proprietário de quem se ama. Amar não impõe regras nem proibições. O amor não aprisiona nem acorrenta. Por amar não se manda conta ao parceiro, cobrando pelo sentimento, pela dedicação, pela companhia.

Se a recíproca não existe se desfaz a sociedade. É isso que comumente não aceitamos. Amar não se conjuga no singular. Somente no plural. A rejeição nos faz sofrer e perder as fronteiras da realidade. As tentativas, todas, são vãs quando só um ama. Essa percepção é dolorida mas necessária para que possamos manter a auto-estima, a dignidade e o respeito por nós mesmos, enquanto pessoas.

O Dia dos Namorados está chegando. Que tal reservar alguns momentos para refletirmos um pouquinho sobre a nossa maneira de ser no amor e no amar? Sempre é tempo para buscarmos transformação que qualifique o nosso bem-querer!

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*Nivia Andres é jornalista e licenciada em Letras. Suas opiniões e vivências estão no blog Interface Ativa! Para conhecer o blog da jornalista, acesse http://niviaandres.blogspot.com
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27 comentários:

  1. Olá Nivia

    Bom dia

    Amar é para toda a vida e além dela. Paixão sem amor é uma fogueira apenas com gravetos. Apaga logo.
    Feliz de quem encontra o amor. O amor recíproco ou o amor de “amar o próximo”.
    Lida crônica querida amiga. Uma ode ao dia dos namorados.

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  2. Estimada e linda Nivia Andres: adorei sua crônica sobre o amor, principalmente o penultimo parágrafo, uma grande lição. Para refletir com serenidade, no resgate da auto-estima sempre que ela estiver ameaçada.
    Besito grande!
    Milton Saldanha

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Nívia amei sua crônica.
    Amor é algo tão sublime,tão bonito,e não só o amor entre homem e mulher,mas o amor fraternal, o próximo,aqueles que muitas vezes pode não ter nada a oferecer,mas demonstra dentro de si um amor incondicional.
    Mas sem dúvida,antes de qualquer coisa devemos amar a nós e depois todos aqueles que nos rodeiam.
    Gosto muito dessa frase de Victor Hugo.
    A medida do amor, é amar sem medida.
    Beijosssssssssssssss.

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  5. Nívia Fantástica a sua crônica, impecável em toda a assepsia da palavra amor.
    Por mais que eu tente elaborar algo na intenção de adornar em formas de rodeios essas lindas palavras desse texto maravilhoso, seria impossível competir com tanto senso de uma espiritualidade superior, que exalaram das suas nobres ondas cerebrais, e que foram materializadas em forma de luminosa escrita para reverenciar o bem maior que é a capacidade de amar.

    Padre Euvideo.

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  6. Qualquer ato de amor, mesmo que seja breve, nasce para ser perpétuo! Adorei sua crônica, Nivia, lindíssima......

    Bjos

    Carol - Metodista - SBC

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  7. Olá Nivia, que lindo esse trecho dessa sua crônica maravilhosa: "Amar é uma arte que a poucos é dado saber o segredo". Verdade! Em toda nossa vida percorremos um caminho... Não se sabe se é longo ou curto, mas o que importa são as pessoas que conhecemos e marcam nosso coração... O amor não fica imóvel, como uma pedra; ele precisa ser feito, como o pão; refeito o tempo todo, renovado. Disse Michelângelo: "O amor é a asa veloz que Deus deu à alma para que voe até o céu".

    Parabéns pelo belo texto, amiga!

    Abraços...

    Edward de Souza

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  8. Cara amiga Nívia. Realmente, não me enganei nas impressões que tive a teu respeito. Somente pessoas especiais sabem expor sobre o que é o verdadeiro amor. E que frase linda: "Amar não se conjuga no singular..."
    fique com Deus
    João
    Ah, que honra para mim dividir o espaço de hoje com você. Amei demais.
    JB

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  9. Boa tarde, amigos e amigas!

    Grata pelas gentis palavras, Juliano, Milton, Cris, Ana Célia, Euvídeo, João Paulo, Edward, Carol,João.

    Creiam, escrevi o que realmente penso, sinto e exercito. Tenho muitos defeitos, mas é perfeita, em mim, a capacidade de amar...

    Um abraço a todos eaproveitem o dia!

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  10. João Batista, aniversariante, é um enorme prazer dividir o espaço com você!

    E a festa, onde vai ser!

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  11. Nívia,
    A festa será amanhã, à noite, na minha casa da cidade com meus familiares e um monte de amigo.
    Sabe, nem bem acabei de fazer o almoço que os executivos encomendaram e já começo os preparativos para o bolo e o jantar de amanhã (risos). Assim é a vida de um aposentado!
    Tenho uma grande amiga dai de Porto Alegre que também aniversario hoje, a Juçara Mendes Flores.
    Abraços
    João

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  12. Boa noite, Nivia!

    Quero lhe dizer que gosto muito de tudo que você escreve neste blog. Você, Edward, Milton Saldanha, J. Morgado, o Marqueiz, cujas memórias exibidas aqui são sensacionais e escrevia muitíssimo bem, são fantásticos. E muitos outros bons articulistas que também aprecio quando escrevem. Infelizmente não sei me expressar com palavras bonitas como os demais comentaristas, mas quero que saiba que consigo entender a beleza de sua crônica, onde o amor ocupa um lugar muito especial. É isso, Nivia, que o mundo precisa. Muito amor, só assim vamos poder viver num Planeta mais humano.

    Aceite meus cumprimentos!

    Miguel Falamansa - Botucatu - SP.

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  13. Oi Nivia, com problemas de acesso no dia de hoje, atrasada, mas li emocionada sua belíssima crônica. Esse seu texto é lindo, verdadeira poesia em forma de prosa. Parabéns.

    Bjos,

    Tatiana - Metodista - SBC

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  14. Olha, a ciência me ensinou a trabalhar com dados concretos.
    O meu mestre e professor Dr. Miguel Arcanjo (professor de medicina e psiquiatria da Universidade de São Paulo), ressalta constantemente que a sensação do amor é simplesmente reações químicas.
    Segundo os estudos a que nós submetemos, quando a pessoa fica apaixonada, o organismo produz grandes dozes de três substancias: feniletilamina, dopamina e norepinefina.
    As anfetaminas naturais provocam a euforia e podem causar dependência.
    Isso explicaria o comportamento das pessoas incapazes de relacionamento duradouros, sempre à procura de novas aventuras.
    A endorfina, é a substancia que dá a sensação de segurança, calma e tranqüilidade.
    Uma das mais recentes novidades na química do amor é a oxitocina.
    Alem de ajudar as mulheres nas contrações do parto, o Dr. Miguel Arcanjo, acredita que essa substância também pode ser responsável por orgasmos mais poderosos, seguidos de relaxante sensação de bem-estar.

    Dr. Sebastião Honório.

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  15. Miguel, Tatiana, obrigada! Escrevi com carinho, para vocês, que me brindam, todos os dias, com a sua leitura, para trocarmos opiniões.
    É muito bom contarmo com amigos tão gentis e atenciosos. Grata!

    Migeul, suas palavras foram bonitas, sim, vindas do coração, eu sei!

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  16. Agradeço, também, a participação do Dr. Sebastião Honório, que pode ser um gênio na investigação científica, mas tropeça no Português. Caro Doutor, não se constranja, mas "dose" se escreve com "s" e não com "Z".

    O Senhor e o seu mestre, Dr. Miguel Arcanjo, certamente tem a intenção de publicar o resultado de suas pesquisas em periódicos ou revistas especializadas em Medicina. Sugiro que contratem um bom revisor.

    De qualquer maneira, suas informações foram úteis. Agradeço. Sugiro, ainda, que em sua próxima intervenção, acrescente o número de seu registro profissional no competente Conselho de Medicina do seu estado,como é da praxe.

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  17. Nivia, que coisa mais linda vc escreveu. Saiba que adorei e tomei a liberdade de imprimir para guardar. O amor, Nivia, realmente, é raro, e amar, concordo também com vc, é uma arte. Quando, o amor se instala, acompanham-no todas as perguntas e todas as respostas. As perguntas feitas, têm sempre as respostas perfeitas. Coisas que só o amor explica.

    Bjos, Nivia!

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  18. Gabriela, obrigada! Também escreveste um belo poema: "Quando o amor se instala, acompanham-no todas as perguntas e todas as respostas. As perguntas feitas, têm sempre as respostas perfeitas. Coisas que só o amor explica."

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  19. Boa noite, Nivia!

    Divina sua crônica, adorei! O amor transcende a tudo, Nivia. Amor é magia, encanto, e não tem sexo… Amor é viver cada minuto com sabedoria, superar dores, sofrimentos... Amor é ter noite e dia num só momento, não tem hora, nem o tempo cronometrado.

    Bjos, meus cumprimentos por essa maravilha que escreveu.

    Tânia Regina - Ribeirão Preto - SP.

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  20. Oi Nivia, um encanto seu texto. Amo ler crônicas sensíveis como a sua, que mexem com nosso coraçãozinho. Tenho anotada comigo uma frase linda de Machado de Assis: "cada qual sabe amar a seu modo. O modo... Pouco importa. O essencial é que se saiba amar".

    Beijos

    Daniela - Rio de Janeiro

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  21. Tânia Regina e Daniela, grata pelas belas palavras! É verdade, o amor transcende a tudo, pena que muitas pessoas não entendam isso...

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  22. A pedido do doutor Miguel arcanjo (professor de medicina e psiquiatria da Universidade de São Paulo), venho por meio desta, pedir perdão a articulista “Nivia Andres” pelos erros de português executados no meu comentário anterior.
    Mais uma vês peço-lhe desculpas por ter cometido um inaceitável erro gramatical. Os requisitos exigidos pela nobre jornalista não são passiveis de erros, portanto fico na incumbência de acordo com o possível de rever os meus comentários seguramente sob correção do sistema ortográfico do Windows.
    Por favor, aonde eu escrevi “dozes leiam doses”.

    Dr. Sebastião Honório-
    CRM. SP. 9991

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  23. Chiiiiiii... Dr. Sebastião Honório, até em sua retificação encontrei erros. "Mais uma vês" não se escreve com S nem têm o acento circunflexo. Escreve-se "Mais uma vez", Com Z e sem o acento. Precisa mesmo de um revisor, a coisa anda feia para o seu lado.
    Nivia, nota mil para sua crônica sobre o amor.

    Abçs

    Birola - Votuporonda - SP.

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  24. Por favor, aonde escrevi “vês leiam vez”.
    Obrigado birola!

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  25. Nívia,

    "Amar não se conjuga no singular"! Lindo e verdadeiro. Parabéns!

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  26. Birola, caro amigo, obrigada por sua força! Vigilante, sempre!

    Ilca, querida! É uma honra receber um comentário seu, principalmente de alguém que sabe o que é viver um grande amor, no plural! Um abraço e contamos com sua presença, sempre!

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