quarta-feira, 21 de abril de 2010

UMA SÉRIE INÉDITA ESCRITA POR JOSÉ MARQUEIZ - PRÊMIO ESSO DE JORNALISMO


DEPOIMENTO SOBRE MARQUEIZ
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SONIA NABARRETE- JORNALISTA

"Com talento, Marqueiz transformava linhas mal redigidas em textos irretocáveis".

Uma vez, em um baile, admirei um homem que era disputado quase a tapa pelas damas. Ele dançava divinamente e as mulheres se sentiam privilegiadas em compartilhar com ele alguns rodopios pelo salão. Quis saber o que o fazia tão especial e ele me disse: “Para mim, dançar é um prazer, uma coisa que faço brincando”.
Depois disso, comecei a reparar que pessoas realmente boas no que fazem executam suas tarefas como se fosse uma deliciosa brincadeira. Não é responsabilidade, é diversão. Para José Marqueiz, a grande brincadeira era escrever. Algo que ele fazia com a naturalidade de quem respira. Uma prova disso é que, como passatempo, gostava de reescrever textos mal escritos que lia em alguns jornais. Com talento, transformava linhas mal redigidas em textos irretocáveis. Era um copydesk e tanto.
Conheci Marqueiz antes mesmo de me tornar jornalista. Eu fazia o cursinho pré-vestibular e uma amiga, que era secretária em uma revista, me apresentou dois colaboradores da publicação. Eram Marqueiz e seu inseparável companheiro Hildebrando Pafundi. Naquele momento, nasceu uma amizade que durou toda a vida e que só me fez bem. Com Marqueiz, aprendi não só lições de jornalismo, mas de vida.
Eu me sinto privilegiada por ter convivido com esse grande profissional e ser humano singular, que na montanha russa da vida nunca perdeu a paixão de viver.
Não me admira que num momento de dor e reflexão, quando enfrentava a recidiva do câncer, ele tenha decidido escrever. Deve ter sido muito difícil enfrentar a doença, quando desfrutava a serenidade pós-muito álcool e o amor verdadeiro ao lado de Ilca.
Conhecer seus sentimentos em uma situação tão dolorosa se contrapõe às lembranças dos momentos de tanta alegria que compartilhamos. Mas é também uma forma de conhecer um pouco mais desse grande amigo que, por meio do seu texto, continua presente.
Ilca, obrigada pela generosidade em tornar público esse relato do Marqueiz.
SEGUNDO CAPÍTULO
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Quando vi a Ilca, aquela menina de pouco mais de dezoito anos, cabelos longos e dourados, olhos grandes, lábios sensuais - que mais tarde iria descrever como de anjo -, não resisti e tentei conquistá-la.
Como uma borboleta, ela voava de flor em flor, abraçava e beijava os colegas próximos, sem compromisso, iludindo a todos com a possibilidade de uma chance, espontânea, livre...


A Medicina sempre procura mais conforto para o ser humano. Uma iniciativa simples, mas de grande utilidade, estou conhecendo antes das sessões de quimioterapia. Como serão necessárias várias ampolas de medicamentos, e para que, a cada mudança, seja feita uma nova perfuração nas veias dos braços, o paciente agora recebe um cateter no peito, e que servirá para abrigar a todas as incubações durante os trinta dias em que ficarei nesta enfermaria.

Quem cuida dessa pequena implementação cirúrgica é um jovem médico, supervisionado por uma veterana cardiovascular, bem humorada. Ao ouvir o seu companheiro dizer que pretende aproveitar os próximos feriados – é dia em que se comemorara a fundação da cidade de São Paulo e será prolongado, por ser uma quinta-feira – para festejar o seu primeiro aniversário de casamento. Sem ambição, ou sem dinheiro, não sei, ele revela que pretende passar esses dias de folga com a mulher em uma cidade do interior paulista, famosa pelas suas águas medicinais.

Ela o induz a voar mais longe e sugere Portugal, Itália e França – com destaque para o primeiro e o último. Mesmo antes dele se mostrar interessado ela passa a discorrer sobre as belezas desses países europeus. E ao falar desses locais, lembro-me de quando, aos 25 anos de idade, ganhei um prêmio de jornalismo com direito a fazer essa viagem. Foi um sonho de adolescente que realizava ainda jovem. Sozinho, com pouco mais de duzentos dólares no bolso, embarquei de avião para Lisboa. Nessa capital, andei a pé, da cidade alta à cidade baixa. Passei pelo Tejo, de onde os livros escolares de história diziam ter partido as caravelas que descobriram o Brasil.
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Encontrei uma Lisboa com aparência de abandono, com muros e fachadas de prédios pichadas, muita gente desempregada. É que neste ano – 1975 – os portugueses comemoravam o primeiro aniversário da vitoriosa Revolução dos Cravos, que culminara com fim da ditadura de quase meio século no país. Com apoio dos militares, Portugal usufruía das liberdades de um novo regime político e procurava encontrar o rumo do desenvolvimento em comum acordo com outros países europeus.
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No dia seguinte pegava um trem com destino a Paris – queria conhecer o cemitério de Montparnasse, onde estava enterrado Guy de Maupassant e outros escritores franceses, como Gustave Flaubert, Anatole France, Émile Zola...
Sabendo apenas poucas palavras em francês, desci na estação ferroviária de Auterlitz e peguei um táxi: queria ir até a rua de Plantes, onde sabia morava o muralista Emeric Marcier, naturalizado brasileiro. O motorista de táxi corrigiu de imediato a minha pronúncia. Não era rue de Plântes e, sim, rue de Plantê...


Levava para o muralista alguns números da revista Visão, que trazia na capa a foto dele, anunciando uma reportagem que eu havia feito sobre os murais pintados por ele em uma pequena capela em Mauá, cidade do ABC Paulista. Como era noite, calculei que ele iria me convidar para pernoitar em seu apartamento. Decepção. Ao me ver, pegou as revistas e sequer me convidou para entrar. Despediu-se na porta, alegando que tinha companhia e, como consolo, me deu um guia de Paris.

Andei à noite por Paris como que perdido e, de vez em quando, parava em um bar e tomava conhaque, solicitado no balcão por meio de sinais. O mesmo meio que utilizei, em um restaurante simples, para comer. Cheguei, vi um casal saboreando um prato com frango ao molho, e apontei para o garçom, querendo dizer que eu desejava um prato igual.
A ideia deu certo e, nos dias seguintes em que permaneci em Paris, usei e abusei da mímica, inclusive para ir ao banheiro – muitos desses, ficam na esquina dos quarteirões, para uso público.
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Enfim, pensei, uma cidade que entendia das necessidades fisiológicas do ser humano. E, ao contrário do tão propalado mau humor francês com relação aos turistas, considerei os moradores de Paris bastante educados e solícitos. Talvez, ou certamente, por sentirem-se condoídos de minha situação – um latino-americano perdido em Paris, e expressando-se apenas em português. Foi uma viagem rápida, entre Lisboa e Paris. Menos de uma semana depois, regressava para São Paulo, mais precisamente para Santo André, onde a primeira coisa que fiz foi ir ao encontro da Ilca – o novo amor que nascia em mim.

A Ilca – com a quem convivo há mais de 32 anos – surgiu como apenas uma das minhas várias conquistas amorosas. Tanto que, no dia em que a encontrei, numa praça, duas mulheres se encontravam no local e o pior – namorava as duas. Uma, jornalista, três anos mais velha que eu, e, a outra, uma loira, balzaquiana, separada do marido industrial. Esta acabaria na cama comigo naquela tarde, por ser mais insistente. A outra, bem, a outra ficou para um novo dia.
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Mas, quando vi a Ilca, aquela menina de pouco mais de dezoito anos, cabelos longos e dourados, olhos grandes, lábios sensuais – que mais tarde iria descrever como de anjo -, não resisti e tentei conquistá-la. Como uma borboleta, ela voava de flor em flor, abraçava e beijava os colegas próximos, sem compromisso, iludindo a todos com a possibilidade de uma chance, espontânea, livre...
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Sem ser correspondido, contentei-me em tirar algumas fotos dela naquela tarde no parque, onde se realizava um festival de bebidas. Eu era um dos membros do júri e, salvo engano, deveria estar bastante alcoolizado quando a fotografei. Depois, a vi partir em um carro junto com outras colegas. Sequer se despediu.
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Semana seguinte, as fotos reveladas, olhei para aquela jovem que parecia olhar para mim, me atiçar para um beijo, me enrolar em um abraço... Naquela tarde, ela não me quis. Mas, como sempre ocorria nesses casos, não me via como fracassado. Quem sabe, não sou o tipo do homem que ela gosta. E tem tantas mulheres bonitas ainda a serem conquistadas... Era um sábado... Pela manhã, descia uma rua comercial da cidade quando, para minha surpresa, vi a menina do parque, a menina da foto, no interior de uma loja. Não lembrava o seu nome... Só o seu rosto, o seu sorriso, os seus lábios esperando serem beijados...
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Joguei com o único trunfo que dispunha. As fotos... Será que ela não estaria interessada em ver as fotos? Sim, claro, por que não? Fomos até a redação da sucursal do jornal, onde estavam as fotos. Ela olhou quase sem interesse e, se as levou, talvez porque insisti. Convidei-a, então, para um aperitivo no bar mais próximo. Ela não só concordou em me acompanhar como também pediu um aperitivo. Excelente companheira, pensei. Vou me dar muito bem com ela.
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Saímos outras vezes. Em uma delas, fomos até Paranapiacaba, uma vila construída pelos ingleses no final do século XIX e que hoje é considerada um ponto turístico. Naquela época, no início de 1970, era pouco conhecida e poucos eram os visitantes. Aproveitei as suas matas solitárias e a levei para um passeio. Nesse dia, pela primeira vez, senti seu corpo em quase toda a sua sensualidade.
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Esse meu desejo foi satisfeito num final de semana, em Ubatuba, no Litoral Norte Paulista. Saímos em um Fusca, à noite, e seguimos em direção às praias. Chegamos de madrugada, provavelmente guiados por Deus, por que, à noite, pouco enxergo. Ficamos, de início, em um quarto na Pensão do Maestro, que costumava frequentar. Nesse mesmo dia, nos transferimos para um apartamento em um hotel perto da praça principal da cidade.
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Nesse hotel, passamos a nossa primeira noite. A primeira noite em que a tive como menina, como mulher, como amiga, como amante e companheira. De regresso, a despedida, sem compromisso. Talvez, nunca mais a visse. Mas desta vez, algo me dizia que ela não sumiria. Ilca ficou em meu pensamento – e mesmo se eu não a visse jamais, a imagem dela permaneceria para sempre comigo...
_____________________________________________________________________ *Na próxima quarta-feira, o terceiro capítulo de Memória Terminal, do jornalista José Marqueiz, Prêmio Esso Nacional de Jornalismo, falecido em 29/11/2008. (Edward de Souza / Nivia Andres ) Arte: Cris Fonseca.
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30 comentários:

  1. Bom dia amigos (as) deste blog...
    Conforme prometemos, estamos de volta, nesta quarta-feira, dia 21 de abril, feriado nacional, com o segundo capítulo de "Memória Terminal", série escrita pelo brilhante e saudoso amigo, jornalista, José Marqueiz, Prêmio Esso Nacional de Jornalismo. Não é nada fácil a edição de uma série como essa, creiam. Começamos a postar o texto com imagens por volta das 6h30 e só terminamos 3 horas e meia depois. Mas valeu a pena, com certeza.

    Neste segundo capítulo resolvemos inovar e abrimos o espaço com o depoimento de outra querida amiga, a jornalista Sonia Nabarrete. Sonia pretendia postar um comentário no primeiro capítulo, mas não se conteve. Acabou redigindo um lindo texto e me enviou. Tomei a iniciativa, claro, depois de consultá-la, de abrir o capítulo de hoje com o depoimento que ela escreveu sobre José Marqueiz, ficou lindo, concordam? Como também ficaram as ilustrações da querida Cris Fonseca. Uma parceira e tanto! Grato as duas amigas.

    Fiquem a vontade e deixem seus comentários e homenagens a esse grande jornalista, José Marqueiz.

    Um forte abraço a todos...

    Edward de Souza

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  2. Edward, vc não acredita, mas estava esperando esse segundo capítulo desde cedo. Depois do primeiro capítulo dessa série em que o José Marqueiz escreveu sobre a doença, eu tinha a certeza que ele partiria para uma sequência interessante desse seu relato, hoje contando sobre seus amores e o grande amor de sua vida, a Ilca.

    Não conheço a jornalista Sonia Nabarrete, mas quero também deixar meus cumprimentos a ela pela beleza de texto que escreveu em homenagem a esse que também foi seu amigo. Ficou lindo, Sonia, parabéns. Muito boa a série e essa homenagem que vc faz a José Marqueiz, Edward. Lá de um cantinho especial, reservado com carinho por Deus a ele, José Marqueiz certamente está acompanhando... Feliz!

    Bjos a todos!

    Tatiana - Metodista - SBC

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  3. Marqueiz

    Você, mesmo depois de ter partido, consegue nos sensibilizar. É provável que, do lugar onde se encontra, sua luz se irradia para as pessoas que lêem você.
    Seu texto faz lembrar nossos momentos íntimos do passado. Minha namorada, uma garota de quase dezesseis anos, hoje com 72.
    Momentos inesquecíveis. O primeiro olhar, o primeiro roçar, o primeiro beijo...
    Hoje, completo 55 anos de uma união maravilhosa. Quase 57 entre namoro, noivado e casamento.
    Pois é Marqueiz você continua e vai continuar a irradiar sua simpatia e sensibilidade eternamente, através de seus eternos textos.

    Um fraterno abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  4. Bom dia!
    Grande José Marqueiz, que faz até a Soninha escrever. E como escreveu bonito... Uma linda homenagem, Sonia. Marqueiz era isso mesmo que conta aí e me fez dar muitas risadas quando falava dessa sua viagem para a Europa. Sem saber falar inglês, ou mesmo o francês, ficou a maior parte do tempo em Portugal, pelo menos, dizia ele, "alí me entendiam quando eu pedia uma bagaceira". E soltava sua garagalhada gostosa que ecoava longe. Ele não escreveu isso nesse capítulo de hoje. Mas, não me esqueço nunca dessas histórias ouvidas no balcão do Jequibal.
    Vou aproveitar o espaço e enviar um abração ao irmãozinho Morgado, hoje mais um ano de feliz matrimônio. Parabéns e vou mandar meu novo e-mail ao Edward para ele lhe passar, meu irmão.

    Abraços, Edward, está valendo a pena essa série escrita pelo Marqueiz.

    Renato Campos - Jornalista - Santo André

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  5. Olá Renato

    Aproveite e peça meu endereço para o Edward. Aguardo sua visita.
    Viu, o Marqueiz conseguiu despertar você.

    Um fraterno abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  6. Dois textos de maravilhosa poesia e sensibilidade. Alegrou minha manhã e fez-me recordar de um passado feliz e em especial o ano de 1975, marcante para o saudoso José Marqueiz e Ilca e marcante para mim e minha esposa Heliana, fiel companheira desde então.
    Tenham um Bom Dia...
    João batista

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  7. Não tem como não se emocionar. A começar pela homenagem da jornalista Sonia Nabarrete ao José Marqueiz, depois o o texto do autor, que mostra toda a sua sensibilidade numa linda declaração de amor para a Ilca. Maravilhoso esse segundo capítulo como deverão ser os próximos.

    Bom feriado a todos!

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  8. Edward, Edward, reviver é sofrido, mas é também muito bom. Soninha querida, e nossos passeios em Manaus, a disputa no hotel quando vc chegava para ver quem era o sortudo que carregaria os pacotes da linda morena? beijos!

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  9. Muito linda e humana essa lembrança amorosa do José Marqueiz, principalmente quando recorda do passeio a Paranapiacaba, que naquele tempo não era ainda um destino turístico. Foi uma idéia luminosa, sem dúvida.
    Bom feriado a todos!
    Milton Saldanha

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  10. Meu querido e grande amigo Edward de Souza.
    Deus dá muitos dons aos terráqueos.
    O maior deles, é o de saber comunicar com os outros semelhantes, e com certo requinte de realidade.
    Quando você lê uma obra dessas com precisão de detalhes, é como se nós fossemos testemunhas oculares dos fatos.
    Confesso a você que quando eu lia os textos aqui postados, seriam exatamente iguais como se eu tivesse em um longa metragem, diante a perfeição dos fatos aqui relatados.
    Todos nós temos muitas histórias para contar, mas a veracidade delas depende da maneira como a contaríamos.
    A morte; Esse ilustre temporariamente desconhecido, é um cabedal de muitas controvérsias, de acordo com o nosso conhecimento espiritual.
    Parece-me que somos fadados a sermos arrastados aos títulos melodramáticos, (o J.Morgado sabe bem o que eu quero dizer).
    Não temos outro jeito, a nossa capacidade de emocionarmos com o sofrimento do próximo, nos dá um meio acessível de enfrentarmos a nossa realidade com paciência, e determinação.
    Todos nós estamos prestes a sofrer uma desilusão cruel, ou a ser solidários com o sofrimento dos mais próximos.
    O que diferencia uns dos outros é a capacidade de enfrentar o momento.
    Nesse exato momento eu estou muito forte ao ponto de achar tudo muito bonito, sem entrar no clima fúnebre da ação aqui postada.
    De qualquer forma, desejo a todos os envolvidos nessa questão muitos força, iluminada pelo farol maior que é a luz emanada pelo amor do nosso querido irmão maior Jesus cristo.
    Quanto mim esse pobre mortal, espero ser merecedor de apenas um pequenino espectro de luz desse imortal rei dos reis, o que já seria o suficiente me transbordar de felicidade.

    O de sempre: Padre Euvideo.

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  11. Fiquei muito feliz hoje ao ler o comentário da Ilca, que eu não conheço pessoalmente, mas deve ser uma pessoa maravilhosa. Ilca brinca com a Sonia, certamente a jornalista autora deste lindo depoimento que abriu o blog neste feriado. Amizade que não se esquece, como isso é bonito. José Marqueiz está de volta fazendo os amigos se encontrarem. Vou parar, estou emocionada.

    Bjos pra todos

    Andressa - Cásper Líbero - SP.

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  12. Eva Maria R. Marqueizquarta-feira, 21 abril, 2010

    Quero agradecer a voce Edward, por não deixar cair no esquecimento o belo e inesquecível talento que foi José Marqueiz.

    Obrigada-

    Eva Maria R. Marqueiz

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  13. Como vai, amigo Edward?
    Você nem calcula a repercussão dessa série que vocè está postando sobre nosso querido e saudoso José Marqueiz. Recebi inúmeros e-mails de amigos e amigas me convidando para vir ao blog ler esse relato que o Marqueiz deixou para a Ilca e ela lhe cedeu em primeira mão. Claro, já tinha lido o primeiro capítulo e estou sempre em seu blog, embora nem sempre tenha deixado comentários. O engraçado é que a maioria desses amigos e amigas que me escreveram, não sabem como postar seus comentários. Se você permitir, lhe envio o e-mail de todos eles e elas, quem sabe você consegue ensiná-los a postar suas opiniões, bem que gostariam. Tentei ensiná-los, mas acho que não entenderam bem.
    Continuo acompanhando com atenção esse relato de José Marqueiz. Com muita saudade do amigo!

    Abração!

    Flávio Soares - Jornalista - SBC

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  14. Fico feliz em ver tantos amigos e amigas que quase nunca entram neste blog, participando, irmanados, lendo e acompanhando as memórias de um companheiro. E que linda a amizade que a Ilca tem com o Edward. Não hesitou em entregar a ele as memórias de seu companheiro de tantos anos. E fez bem, Ilca, seria egoísmo guardar tudo para vc. Olha a reunião dos amigos desde que a série começou, todos comentando, contando histórias e lembrando casos dos bons tempos que viveram juntos. Isso é lindo. Marqueiz está reaproximando os amigos, graças a vc, Ilca.

    Beijos, querida, estamos emocionadas como você ao ler esse relato e essa declaração linda de amor que seu companheiro lhe deixou. Mais valiosa que um baú de ouro.

    Carol - Metodista - SBC

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  15. Ilca Marqueiz, a amizade é uma das maiores dádivas que o ser humano pode receber. Ela está para além dos alvos comuns, dos interesses compartilhados ou das mesmas histórias. É a alegria de dar e receber, de amar e sofrer, de confiar e entregar sem reservas. É estar com o outro mesmo quando não podemos nem aumentar a alegria, nem diminuir a tristeza.

    Aceite meu abraço afetuoso e saiba que acompanho essa série com muita emoção. Neste espaço vejo o poder da amizade!

    Ana Cláudia - Unifran - Franca - SP.

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  16. Olá, amigos e amigas!

    É realmente tocante ler o que José Marqueiz escreveu com a alma e poder acompanhar um pouco de sua vida através de suas próprias palavras. Constatando o quanto ele escreve bem, lembrei-me de um texto de Fernando Pessoa, em que ele diz:

    "Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas..."

    Acredito que o Marqueiz tinha o mesmo gosto pela palavra, uma sensibilidade fina e aflorada para contar tudo o que lhe passava pela alma. Admiro-o muito. Raras são as pessoas que escrevem assim.

    E quantos amigos ele fez, que se apresentam aqui para saudar mais esse belo legado do Marqueiz!

    Cumprimentos ao Edward e à Ilca que resolveram compartilhar com todos essas memórias fascinantes, mesmo que sofridas, pois elas representam amor da melhor qualidade!

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  17. Edward, neste relato de hoje que acabo de ler, segundo capítulo da série, verifiquei que José Marqueiz cita Paranapiacaba, que eu conheço. É um lugar lindíssimo, bucólico, e ao cair da tarde lembra o fog londrino. A neblina desce e transforma o lugar um sonho. Também, morando tão perto, se eu não conhecesse Paranapiacaba seria o fim do mundo. E poucos sabem, a Vila de Paranapiacaba pertence ao município de Santo André, onde nasci e moro, apesar da distância de alguns quilômetros. Para quem quiser conhecer, bastar seguir em direção a Mauá, Ribeirão Pires, mais adiante Rio Grande da Serra e Paranapiacaba, então a Serra do Mar.
    Que lindo está o relato de José Marqueiz. Ilca, apesar da saudade bater forte em seu peito, você foi uma mulher amada, privilégio de poucas. Aceite meu afetuoso abraço.

    Beijos a todos!

    Giovanna - Metodista - SBC. (Santo André).

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  18. Luiz Antonio ( Bola)quarta-feira, 21 abril, 2010

    Boa noite Edward e pessoal!
    Fui dar uma esticada neste feriado e assim que cheguei em casa, depois de um banho rápido, vim ler o segundo capítulo escrito pelo saudoso e bom amigo Marqueiz. E fui, de cara, surpreendido pelo belo texto da Soninha Nabarrete, que faz tempo não vejo, mas certamente continua encantando com sua beleza e simpatia. O texto, como sempre, maravilhoso. Vi, com alegria que a Ilca e a Eva também vieram ao blog, que bom!

    Essa foto que você publica hoje, Edward, é bem recente do Marqueiz, não? A última vez que estive com ele foi no Jornal do Pedroso, creio que agora se chama Jornal de São Caetano, não é isso? Marqueiz estava bem ainda. No jornal estava outro companheiro inseparável de Marqueiz, o fotógrafo Cláudio Polesi, que não sei por onde anda. Trocamos um longo abraço, batemos um papo e não mais soube do Marqueiz, até que chegou a notícia de sua partida. Lamentável.

    O bom é que agora todos nós temos um encontro marcado com o Marqueiz aqui no blog. Estou avisando a todos os amigos e amigas que vejo, dessa homenagem que o seu blog, Edward, presta ao Marqueiz. Aplausos a você e a Ilca pela iniciativa.

    Abração, meu amigo!

    Luiz Antonio ( Bola) - Santo André

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  19. Acompanho com respeito e admiração essa série escrita pelo jornalista José Marqueiz. Eu não o conheci, mas observo o carinho que todos os seus amigos e amigas dedicam a ele, mesmo quando se lembram de passagens engraçadas em que José Marqueiz se envolveu. E quantos amigos e amigas, admirável!
    O texto do jornalista é preciso e consegue nos transportar aos lugares que são narrados por ele como num passe de mágica. Percebe-se, a Ilca, sua companheira nestes anos todos pode confirmar, mas José Marqueiz era sensível e romântico. Por isso escreve com graça.

    Boa noite a todos!

    Bruna - UFJF - Juiz de Fora - MG

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  20. Edward, eu também acompanho com interesse essa série do José Marqueiz, mas tenho uma curiosidade, poderia me ajudar? Lendo esse segundo capítulo, observei que o jornalista disse que foi viajar para alguns países da Europa depois de ganhar um prêmio aos 25 anos de idade. Teria sido o Prêmio Esso Nacional de Jornalismo? Se a resposta for positiva, temos sim que tirar o chapéu para José Marqueiz. Com 25 anos apenas, quase minha idade, tenho 26, faturou o prêmio que, pelas pesquisas que fiz na internet, é o mais importante do jornalismo brasileiro! E cá entre nós, como escrevia bem.......

    Abçs

    Juninho - São Paulo - SP.

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  21. Bom dia Juninho e amigos (as) do blog...
    Olha, pelo visto você ainda é jovem para usar chapéu, mas se tiver um sobre a cabeça, pode começar a tirá-lo. José Marqueiz ganhou sim, o Prêmio Esso Nacional de Jornalismo com 25 anos de idade. Enfatizo sempre o Esso Nacional porque temos também o Regional de Jornalismo. Marqueiz recebeu, na época, além do troféu ofertado pela Esso, uma boa quantia em dólares e as passagens para um passeio pela Europa. Ele optou por circular, se não me engano, apenas pela França e Portugal.

    Marqueiz participou de uma expedição dos Irmãos Villas Boas ao Xingú, com os quais fez grande amizade e vivia em contato constante, depois dessa marcante descoberta dos índios gigantes, denominados pelos Villas Boas de Kranhacaroles. Para o Xingú, Marqueiz carregou uma pequena máquina portátil, cor vermelha, que vou contar o segredo aqui, está comigo faz muitos anos e bem guardada. Nem a Ilca sabe disso. Também levou uma máquina fotográfica e vários rolos de filmes. Dessa forma, com exclusividade, fotografou pela primeira vez os índios gigantes e enviou texto e fotos para o Estadão, pelo avião pertencente ao governo brasileiro que fazia aquele percurso uma vez por semana.

    O Estadão abriu manchete com o título: Índios gigantes descobertos no Xingú, com a assinatura de José Marqueiz na primeira página, no texto e nas fotos. E enviou recado ao Marqueiz para que desse sequência ao caso. Depois do contato feito com os selvagens, Marqueiz passou a escrever textos sensacionais e fotos que chamavam a atenção dos leitores do Estadão. Inscrito no Prêmio Esso Nacional, não teve pra ninguém. Marqueiz abiscoitou o primeiro lugar com méritos.

    Um forte abraço, Juninho e aos amigos do blog...

    Edward de Souza

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  22. Quero acrescentar uma informação importante ao comentário do Edward de Souza sobre a descoberta dos Indios Gigantes: a cobertura não era exclusiva, Marqueiz fazia parte de um grupo de jornalistas que acompanhavam a expedição dos irmãos Villas Boas, indigenistas famosos e respeitados. Estava junto, por exemplo, o grande fotógrafo Pedro Martinelli, por O Globo. A expedição durou vários meses, era necessária uma tática especial de aproximação, de muita paciência, porque os índios fugiam e sumiam na selva. Esse detalhe diferencia o Prêmio Esso ganho pelo Marqueiz, porque lá estavam também jornalistas da melhor qualidade. Mas quem levou o prêmio foi ele.
    Abraços,
    Milton Saldanha

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  23. Olá Milton, você está certo. Quando eu disse com exclusividade foi a primeira publicação sobre a existência desses índios. Marqueiz fez uma manobra, não me lembro como foi, que suas fotos e a matéria chegaram primeiro ao Estadão. A foto dos enormes índios e o texto primeiro foi publicado com exclusividade pelo Estadão. Os outros jornais vieram a seguir. Isso tenho certeza. Na primeira página do Estadão constava: Exclusivo. Depois: Índios gigantes descobertos no Xingú. E a assinatura de José Marqueiz.
    E você lembrou o grande Pedro Martinelli. Tenho uma foto que será publicada em séries seguintes com o Marqueiz, Pafundi e Pedro Martinelli no Diário do Grande ABC. Os três bem jovens ainda.

    Abraços...

    Edward de Souza

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  24. Olá pessoal!
    Li o segundo capítulo dessa série que está me emocionando, mesmo sem ter conhecido o jornalista José Marqueiz, Só a coragem que teve ao escrever suas memórias faz dele um ser especial. Lendo os comentários do Milton Saldanha e do Edward de Souza, vejo que o prêmio que ganhou não é para qualquer um. Seja como for, Milton, com muitos jornalistas ou não, José Marqueiz botou todos eles debaixo do braço. Vc disse isso, em outras palavras.
    Deve ter sido emocionante estar nas selvas do Xingú e se deparar com índios enormes e selvagens. Acho que eu estaria correndo até hoje, deixaria a máquina de escrever e a fotográfica por lá mesmo (rsrsrsrsrsrsrsrs). Muito legal a série.

    Bjos a todos!

    Anna Claudia - Uberaba - MG

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  25. Edward e Nivia, quero cumprimentá-los por mais essa série apresentada neste blog. A cada capítulo, mais emoções. Está lindo o relato do jornalista José Marqueiz neste segundo capítulo, onde fala de seus amores, suas viagens e do amor de sua vida. Estou adorando acompanhar esses capítulos.

    Bj

    Renata - Metodista - SBC

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  26. Bom dia, amigos e amigas!

    Além do relato comovente, profundamente humano, as memórias de José Marqueiz são um presente para todos os que apreciam um texto bem escrito, não só do ponto de vista de sua estrutura significante e organização interna. Não é muito difícil escrever um texto perfeito sob a ótica gramatical e ortográfica. Difícil mesmo é escrever para encantar o leitor, deixá-lo apaixonado, fazê-lo viver a história, comovê-lo. Fazer com que incorpore a mensagem e a guarde consigo, até mesmo como referência e exemplo para a vida.

    Por certo, não estou falando de textos de auto-ajuda, tão banais hoje e que vendem horrores, tanto que há profissionais que enriqueceram somente reproduzindo os mesmos mantras e as pessoas não se dão conta de que são repetidamente enganadas.

    José Marqueiz era dono de um belíssimo texto porque utilizava a sua vasta cultura, experiência, conhecimento e alma para escrever, até mesmo a informação jornalística, como foi o caso da matéria que lhe deu o Prêmio Esso de Jornalismo.

    Como ele existem poucos. Aqui neste blog temos a felicidade de ler os textos magníficos de Edward de Souza, Milton Saldanha, J. Morgado, Oswaldo Lavrado, Édison Motta, Guido Fidelis, Ademir Medici, Garcia Netto, parceiros de uma escola de jornalismo que deve ser elogiada porque, como José Marqueiz, colocam a alma na ponta do dedo.

    Bem, o resultado vocês já conhecem...

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  27. Olá amigos do Blog,

    A luminosidade do amigo Marqueiz continua agregando grandes valores. A abertura do capítulo de hoje, pela incomparável também amiga Sonia Nabarrete descreve, com precisão, como o Marqueiz era perfeito naquilo que se propunha. Fazia, sim, seu trabalho com amor, dedicação e muita sensibilidade. Nem sempre era compreendido porque o pulsar de seu coração e a especial capacidade de enxergar pelas entrelinhas nem sempre eram compatíveis com os atropelados ritmos de fechamento das edições.
    A Soninha, para quem não conhece, consegue igualar-se ao Marqueiz em pelo menos um ítem: sua gargalhada espontânea e contagiante.
    A Soninha tem esse poder, acreditem, além de continuar sendo, até os dias atuais, um dos grandes talentos revelados naquela nossa escolinha básica de jornalismo, o Diario do Grande ABC dos dourados anos 70.
    Aqui aparecem o mestre Morgado comemorando mais um ano de feliz união com da. Maria: Parabéns caro mestre!
    Aparece também a Eva, outro grande amor do Marqueiz que com ele viveu altos e baixos da montanha russa da vida. E tantos outros grandes amigos como o Milton Saldanha, Renato Campos (caramba!), Flávio Soares entre outros.
    Parodiando a Nivia e também buscando inspiração em Fernando Pessoa podemos concluir que o querido Marqueiz, ao lado da Ilca e também de amores que viveu antes dela, mostrou que a vida vale a pena quando a alma não é pequena.

    Abração,

    édison motta
    Santo André, SP

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  28. Prezada Anna Claudia: eu não disse com outras palavras, eu disse com todas as palavras, o Marqueiz deu um banho na turma que estava junto com ele, porque saiu na frente, como contou o Edward de Souza. É bom lembrar que não havia Internet, nada disso. O telefone era precário. O telex, a grande novidade, era também demorado e dependia da linha telefônica, que de vez em quando caia na transmissão. O Estadão daqueles anos tinha um setor chamado Produção, criado e comandado pelo Raul Martins Bastos, que foi uma das coisas mais fantásticas que conheci em todos os meus anos de jornalismo. Aliás, foi ali, trabalhando com o Raul e essa Produção, que aprendi de fato a ser jornalista. Até então eu era foca, mesmo com vários anos de profissão. Um dos jornalistas que fazia parte dessa Produção, de grande capacidade e excelente texto, era o Dirceu Pio, meu grande amigo e irmão de 40 anos, ou mais.
    Abraços a todos!
    Milton Saldanha

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  29. Hildebrando Pafundiquinta-feira, 22 abril, 2010

    Boa tarde a todos!

    Estou acompanhando as Memórias do Marqueiz no blog do Edward de Souza, com atenção e grande admiração pelo seu brilhante texto e sentimento. Acompanho também os comentários de meus amigos e seus admiradores. Como já disse em diversas oportunidades e comentários anteriores, eu e o Marqueiz éramos inseparáveis, mais do que amigos. Muitos colegas achavam que éramos como irmãos. Onde um estava trabalhando, logo dava um jeito de chamar o outro.

    Lembro que começamos na antiga Folha do Povo, onde eu tinha uma coluna de cinema e teatro, quando o conheci na também antiga Escola Senador Fláquer. Logo ficamos amigos e o convidei para ser colunista naquele jornal. Aproveitamos o título de um romance do Fernando Sabino e começamos a assinar juntos a coluna “Encontro Marcado”, falando de cinema, teatro, escritores e literatura.

    Sobre a revista que a Sonia Nabarrete se refere em seu comentário de abertura na segunda coluna, deve ser a Expressão, na qual eu o Marqueiz colaboramos quando já éramos jornalistas profissionais, e se não me engano o Enock Sacramento era diretor de redação. Pertencia ao Waldir Bifaratti, que tem uma
    gráfica como mesmo nome. Ele fechou a revista por alguns anos e há algum tempo reabriu novamente com o mesmo título. Circula mensalmente no Grande ABC e Baixada Santista.

    Abraços

    Hildebrando Pafundi - escritor e jornalista

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