sexta-feira, 23 de abril de 2010


O NOVO CÓDIGO DE

ÉTICA MÉDICA


Código de Ética é um documento de texto com diretrizes que orientam as pessoas quanto às suas posturas e atitudes ideais, moralmente aceitas ou toleradas pela sociedade com um todo, enquadrando os participantes a uma conduta politicamente correta e em linha com a boa imagem que a entidade ou a profissão quer angariar, inclusive incentivando à voluntariedade e à humanização destas pessoas. O código de ética, em vista da criação de algumas atividades profissionais, é redigido, analisado e aprovado pelas entidades de classe, organizações ou governo competente, de acordo com as atribuições da atividade desempenhada, de forma que ela venha a se adequar aos interesses, lutas ou anseios da comunidade beneficiada pelos serviços que serão oferecidos pelo profissional sobre o qual o código tem efeito.

Certamente o Código de Ética Médica é um dos documentos mais importantes para os profissionais da área e para a sociedade que se beneficia de seus efeitos.

Começou a vigorar, a partir de 12 de abril, em todo o país, o novo Código de Ética Médica – regramento que disciplina o exercício da profissão e a relação médico-paciente. Depois de 22 anos e muitas discussões, o Conselho Federal de Medicina (CFM) deu à luz o novo Código de Ética Médica do Brasil, que apresenta novidades polêmicas, entre elas o direito de pacientes terminais optarem pela suspensão do tratamento e a imposição de regras para a reprodução assistida.

Após dois anos de trabalho e apreciação de mais de 2,6 mil sugestões, enviadas por médicos de todo o Brasil, foi sistematizado o esforço coletivo de revisão e atualização do antigo Código, criado em 1988. O documento é um retrato dos novos tempos, especialmente porque enfatiza a autonomia do paciente.

A partir de agora, todo doente tem o direito de conhecer, em detalhes, os prós e contras dos procedimentos aconselhados por seu médico para, afinal, decidir se aceita ou não a terapia sugerida. Ele também passa a contar com o respaldo das novas regras para buscar uma segunda opinião sobre o seu problema, mesmo que o profissional inicialmente consultado considere desnecessário.

Em casos gravíssimos, a autonomia conferida ao enfermo vai ainda mais longe. Agora, pacientes desenganados podem impedir procedimentos médicos desnecessários e dolorosos. E o médico, mesmo que não concorde, terá de respeitar a opção pela ortotanásia – a morte natural resultante da evolução de uma doença, sem interferências. Ressalte-se que a CNBB, consultada, concordou com o procedimento

Para garantir que a decisão seja respeitada, o médico que transgredir poderá ser punido, inclusive com a cassação do registro profissional. A mesma pena valerá para outras situações, como os especialistas em reprodução assistida que, a pedido dos pais, aceitem escolher o sexo de um embrião.

O médico deverá respeitar decisão do paciente terminal que não quiser submeter-se a procedimentos desnecessários. A medida reforça o caráter antiético do prolongamento artificial da vida, que pode causar mais sofrimento ao doente.

A medida oficializa algo que, na prática, já vinha ocorrendo. Os especialistas a consideram um avanço, por priorizar a vontade do paciente e o seu bem-estar. A novidade reacende uma antiga polêmica no meio médico, relacionada ao dilema ético de lutar até o fim pela vida humana. Como o Código anterior não tratava do assunto, muitos médicos se viam compelidos a realizar procedimentos que apenas prolongavam a dor do paciente, numa espécie de “obstinação terapêutica”.

O médico terá de solicitar o consentimento do paciente sobre qualquer procedimento que for executar, exceto nos casos em que haja risco iminente de morte, e aceitar as suas decisões.

Para profissionais como o diretor da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Ivan Carlos Antonello, a determinação confere autonomia ao paciente e garante que ele decida sobre seu futuro. Embora muitos médicos já sigam essa tendência em seus consultórios, nem sempre o doente é informado de todos os riscos e benefícios de um determinado tratamento e acaba deixando, por falta de informação, que o especialista decida por ele. Com o novo Código, o médico fica obrigado a apresentar todas as possibilidades e a esclarecer as dúvidas.

SEGUNDA OPINIÃO

O paciente tem direito a uma segunda opinião. O novo Código proíbe o médico de se opor à constituição de junta médica solicitada pelo paciente ou por seu representante legal. A prática, que já é comum, a partir de agora conta com respaldo oficial. O mais importante é que a medida contribui para estimular a troca de ideias entre os médicos e dar mais segurança ao paciente.

REPRODUÇÃO ASSISTIDA

É vedado ao médico criar embriões com a finalidade de escolha de sexo ou de eugenia, buscando características supostamente “perfeitas” para o futuro bebê. Questões relativas à reprodução assistida não eram contempladas no Código anterior. Ao proibir que médicos escolham o sexo ou a cor dos olhos de um bebê, o CFM passa a evitar “distorções no manuseio genético”, disciplinando o uso das novas técnicas. A questão é controversa.

RELAÇÕES COM A INDÚSTRIA

O médico não pode participar de propaganda nem auferir recursos sobre a venda de medicamentos. Além disso, quando for docente ou autor de publicações científicas, deverá declarar relações com a indústria de medicamentos, de próteses e equipamentos. Essa medida objetiva garantir independência ao médico e dá maior segurança ao paciente. Da mesma forma, quando o médico for proferir uma palestra, ele é obrigado a informar o público se recebe patrocínio de algum fabricante.

NÚMERO DE INSCRIÇÃO

Em anúncios profissionais, passa a ser obrigatória a inclusão do número de inscrição do profissional no Conselho Regional de Medicina. Nos anúncios de estabelecimentos de saúde também devem aparecer o nome e o número de registro do diretor técnico. A determinação assegura ao paciente que ele está sendo tratado por um médico que tem formação adequada. A maioria dos profissionais, hoje, já inclui o número de inscrição no Conselho Regional de Medicina em anúncios e placas.

GESTORES RESPONSABILIZADOS

O Código de Ética passa a se aplicar também a médicos que ocupam cargos administrativos no sistema de saúde. Com a determinação, os profissionais que atuam como gestores em hospitais e secretarias de Saúde podem ser responsabilizados por más práticas. Com a nova medida, o diretor ou o secretário de Saúde também responde pelo problema. Os gestores poderão ser responsabilizados, por exemplo, se não oferecerem condições dignas de trabalho para os médicos.

RECUSA MÉDICA

O médico pode se recusar a exercer a profissão em locais sem estrutura, exceto em situações de emergência. Para o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) e da Federação Nacional dos Médicos, Paulo de Argollo Mendes, essa é uma das medidas mais importantes que entram em vigor com o novo Código. A partir de agora, os profissionais da saúde passam a contar com mais uma arma para garantir condições de trabalho adequadas. Essa garantia, na opinião do dr. Argollo, se reflete também na melhoria do atendimento aos pacientes.

RECEITA INTELIGÍVEL

A partir da vigência do novo Código nenhum profissional médico poderá prescrever medicamentos ou solicitar exames através da já famosa "garatuja", ou seja, escrevendo de maneira indecifrável, sem que o paciente ou o farmacêutico, muitas vezes, não consigam entender o que está escrito na receita.
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Estes são apenas alguns dos tópicos relevantes que fazem parte do novo Código de Ética Médica. O artigo teve como fonte de informação jornalística uma reportagem publicada no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, no dia 12 de abril de 2010 e visa apenas informar sobre as importantes mudanças ocorridas no código que orienta e disciplina a profissão do médico.

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*Nivia Andres é jornalista e licenciada em Letras. Suas opiniões e vivências estão em Interface Ativa! Para conhecer, acesse http://niviaandres.blogspot.com
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30 comentários:

  1. Boa tarde, amigos e amigas!

    Por julgar relevante e até mesmo de utilidade pública, resolvi trazer aos leitores, a título de informação, as mudanças ocorridas no Código de Ética Médica, em vigência desde meados de abril.

    Há mudanças importantes, principalmente no que diz respeito à autonomia do paciente que, agora, pode determinar seu desejo por abreviar tratamentos em caso de doença terminal; solicitar uma segunda opinião médica e outras prerrogativas. Da mesma maneira, os médicos também tiveram reconhecidos alguns direitos básicos, como recusarem-se a trabalhar em ambientes inadequado, sem condições técnicas e aviltante quanto às condições de exercício da profissão.

    Não é uma matéria opinativa, apenas deseja informar sobre as mudanças ocorridas no Código que baliza o exercício profissional das carreiras médicas. No decorrer dos comentários, também externarei a minha opinião.

    E então? Vamos ao debate?

    Um abraço atodos.

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  2. Olá Nivia

    Boa tarde

    Muito oportuna essa sua postagem.
    Um código de ética bem mais democrático e abrangente.
    Espero que a fiscalização seja atuante e severa.

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  3. ANA CÉLIA DE FREITAS.sexta-feira, 23 abril, 2010

    Boa tarde crianças.
    Sem dúvida a Nívia tocou em um assunto sério e de suma importância.
    Mas,será que os médicos seguirão esse código á risca?
    É perceptível que o novo código se mostra bem mais democrático,no entanto,a fiscalização séria e objetiva será indispensável.
    A prescrição médica é um problema sério,espero que a partir de então,os médicos utilizem o computador,assim até mesmo o paciente possa entender e saber o que e para que tal medicamento fora receitado.
    Mas,antes mesmo de um democrático código de ética,é necessário e indispensável que os Governos,invistam mais nos Hospitais Públicos,para que todos aqueles que necessitam do mesmo,seja atendido com mais atenção e de qualquer jeito,sem falar na baixa quantidade de médicos que atendem nas UBS.Não sei em outras cidades,mas aqui em Franca o atendimento público está na UTI.
    Beijossssssss.
    ANA CÉLIA DE FREITAS.

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  4. Jornalista Nívia. Saudações.
    O tema que trouxe hoje ao blog é de absoluta utilidade e atualíssimo. Seu preâmbulo sobre ética bastante significativa no momento em que a palavra está para ser abolia dos dicionários, porque na prática já foi. Andei cuidando em determinado momento por razões ligadas a literatura junto de sindicatos e Conselhos Regionais.
    Você disse bem, representa um avanço, para mim ainda tímido, no entanto, há que se reconhecer como válida a independência e autonomia liberadas para o paciente.
    O tema é árido e me preocupa em primeiro momento exatamente o comportamento ético. Fui junto aos CRM e CNM, averiguar algumas coisas da prática nos organismos e, constatei alto índice de corporativismo com relação a denuncias. Geralmente eram feitas sem punição adequada. Fique claro também, em certos casos dificuldade de comprovação.
    Classificar, imperícia, imprevidência, procedimento com falta de estrutura competente, capacitação profissional e outros itens observados pelos Conselhos Regionais, sempre foi a meu ver, uma janela de saída não muito justa.
    Acho que vem em boa hora providencias da classe com o fito de aperfeiçoar o sistema incluindo a deficiência de atendimento muito falho e desumano nos dias atuais.
    Sem comparar, mas alavancado pela expressão providencias, elas faltaram também ao clero no relativo à pedofilia que se transformou no grande monstro difícil de ser vencido.
    Muito bom seu texto. Garcia Netto

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  5. Sei não! Depois de 22 anos sem reforma, o Novo Código deveria ter avançado mais, principalmente no que se refere ao corporativismo da classe (aqui no interior ocorre muito). A maioria das disposições já acontece de fato.Achei positivo o tópico sobre a proibição dos médicos de participarem de propagandas ou auferirem lucros sobre a venda de medicamentos (o que ocorre de uma forma quase generalizada). Correto tb a proibição da "Reprodução Assistida". Agora, quanto à recusa de exercer a profissão em locais sem estrutura, é uma faca de dois gumes pois poderá prejudicar ainda mais o já precário atendimento à população que hoje ressente com a falta de profissionais nos postos de atendimento. Haja recursos para adequar as péssimas condições desses locais por esse "Brasilzão"
    afora.
    PS: Só não entendi o que os pedófilos têm a ver com isso!!! rsrs
    João Batista

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  6. Nivia, boa-noite!
    Gostaria de dar minha contribuição a respeito desse assunto de suma importância que você aborda hoje no blog. Essa declaração do Presidente do Conselho Federal de Medicina, a um jornal de Minas, fiz questão de postar aqui, porque mostra que o novo código de ética médica veio, para ficar. O texto é assinado por ele. Acompanhe: "A entrada em vigor do novo Código de Ética Médica, em 13 de abril, representa a introdução da medicina brasileira no século 21. As regras agora delineadas confirmam o reconhecimento de que o mundo e o homem mudaram. A ciência, a tecnologia e as relações sociais atingiram patamares nunca antes alcançados e necessitam de um balizador atento a essas transformações.

    Evidentemente, os códigos - sejam quais forem - não eliminam a possibilidade da falha, do erro. Mas eles oferecem ao profissional e ao paciente a indicação da boa conduta. No caso, a principal contribuição do Código que passa a vigorar à sociedade é o reforço à autonomia do paciente. Aquele que recebe atenção e cuidado tem confirmado o direito de escolher seu tratamento - e também de recusar qualquer tratamento. Isso corrige a falha histórica que deu ao médico um papel paternalista e autoritário nessa relação, fazendo-a progredir rumo à cooperação. Este é apenas um avanço dentre outros, que incluem medidas relacionadas à reprodução assistida, à manipulação genética e ao papel dos médicos em cargos de ensino e de gestão.

    Também não podemos ignorar o papel de instrumento de defesa do direito do cidadão que nasce com esse Código. Se, por um lado, atualizamos as regras da ética médica, por outro, exigimos financiamento adequado ao SUS, uma política de recursos humanos para o setor atenta às necessidades das diferentes categorias e da população e, sobretudo, uma análise que considere a convivência harmoniosa entre público e privado na prestação dos serviços de saúde. Enfim, buscou-se um Código justo, pois a medicina deve equilibrar-se entre estar a serviço do paciente, da saúde pública e do bem-estar da sociedade.

    Esse é o acordo que permeia o Código. Contamos agora com um instrumento atualizado, de olhar agudo para os dilemas da atualidade. Os médicos estarão atentos para realizar os ajustes necessários, garantindo, assim, que a medicina brasileira continue a avançar lado a lado com a justiça e a ética".

    Roberto Luiz d´Avila - Presidente do Conselho Federal de Medicina.

    Bom fim de semana a todos!

    Anna Claudia - Uberaba - MG

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  7. Prezados amigos (as) deste blog, boa noite!

    Boa noite, Nivia e Anna Claudia!
    Acho sim importante o depoimento postado por vc, Anna Claudia, feito pelo Presidente do Conselho Federal de Medicina. No entanto, eu tenho minhas dúvidas sobre o cumprimento das penalidades aos homens e mulheres de branco. Vi em uma de suas participações que vc estuda medicina aí em Uberaba, Anna Claudia. Então vc deve ter acompanhado vários casos envolvendo médicos "metidos" a fazer cirurgias de lipoaspiração sem preparo para tal procedimento ou mesmo usando "galinheiros", ao invés de uma clínica especializada que pudesse garantir ao paciente um mínimo de segurança contra infecções.

    Foi antes desse código ser aprovado, claro. Mas esta é a minha dúvida e queria ouvir isso do Senhor Roberto Luiz d´Avila, digníssimo Presidente do Conselho Federal de Medicina. De um rigorismo gaiato a maneira que o Conselho de Medicina puniu os maus médicos denunciados por esses erros que citei, abusos e outros delitos da profissão. Na última sessão do colegiado, oito esculápios foram condenados à pena de "censura pública em publicação". Outros seis jocosamente punidos com "censura confidencial em aviso reservado" e mais seis com "advertência confidencial em aviso reservado".

    Pergunto, com o novo código de ética isso vai mesmo mudar? Os maus profissionais serão punidos com rigor, como reza o código, ameaçando-os de cassação do diploma? Ou quando matam inocentes vão continuar recebendo "advertência Confidencial em aviso reservado"?

    Um forte abraço a todos...

    Edward de Souza

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  8. Isso aí, Edward, vc é o nosso Kajuru deste blog, desce a lenha e não tem papas na língua. Em minha opinião, Edward, para que esse código seja realmente cumprido, é preciso fiscalização severa do povo. Jogo mais pimenta em seu texto. Quantos neste País de analfabetos vão ler o código ou esse texto explicativo da Nivia? Uma meia dúzia? Como vão saber amanhã os direitos do paciente ou até onde os médicos podem avançar? Vai continuar tudo como dantes, no quartel de Abrantes, creia! Vão continuar reclamando do SUS e do precário atendimento desse órgão de assistência médica, tentar agredir os médicos, apanhar de alguns, como já aconteceu, porque não conhecem seus direitos. Ficar na fila esperando as bolsas esmolas são os primeiros e são capazes até de ler explicações de como conseguir uma e ficar na sombra e água fresca. Agora, esperar que os maus profissionais sejam punidos pelos conselhos médicos da vida, sem cobrança, só mesmo deitado, sentado cansa!

    Juninho - São Paulo - SP.

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  9. Juninho, concordo com vc. Que haja fiscalização por parte de todos. Uma coisa, Nivia, muitos itens que estão nesse código já existem. Tem um que não foi colocado no Post, que diz que o paciente poderá ver o seu prontuário. Ou será que saltei essa linha? Ora, sempre pôde. É um direito que ele já tinha, mas fica parecendo que a classe médica é que está abrindo essa concessão. Parabéns pelo texto oportuno, Nivia.

    Bom final de semana!

    Renata - Metodista - SBC

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  10. Fernando Albertosábado, 24 abril, 2010

    Prezada jornalista Nivia Andres, este mesmo comentário escrevi recentemente em outro blog que trata desse assunto e lhe peço permissão para postá-lo no seu. Lamentavelmente, estamos atravessando mudanças neste País que há poucos anos saiu de uma ditadura militar, para viver hoje o que chamam utopicamente de “socialismo democrático”, que caminha inexoravelmente para uma ditadura de esquerda. Tudo agora é público, socializado. Saúde é direito do cidadão e dever do Estado. Mas desde quando o Estado cumpre com seu dever? Esta situação lastimável em que a saúde se encontra é devida a escolas médicas que foram abertas sem as mínimas condições. Só pra gerar quantidade, e as medicinas de grupo diminuírem a qualidade de atendimento por preços “populares”. E daí persiste a frase de um economista americano da década de 60 “Quase nada no mundo existe que alguém não possa fazer um pouco pior por um pouco menos, e a vítima deste alguém é aquela que foca apenas no preço”. O código de ética precisava mesmo ser mudado, mas não nos termos em que nós médicos somos escravos de um sistema. Ficamos sujeitos a intervenção de leigos, principalmente da classe de jornalistas, que agora acham que podem tudo porque a lei de imprensa caiu… É preciso que cada classe profissional se esmere na proficiência técnica e na honestidade de propósitos, sem conspurcar os seus respectivos códigos de ética como ervas daninhas que se vergam diante do vendaval vindouro da foice e do martelo, símbolo tão execrável quanto a cruz suástica. Qual o destino da liberdade do médico que, por estudar mais, saber mais e estar mais preparado que seus pares, ganhará somente o que consta numa tabela injusta feita por incompetentes que querem nivelar por baixo toda uma classe? E ainda se fala em corporativismo? É preciso dar um basta nessa hipocrisia política para construirmos um país melhor para nossas gerações vindouras. E manter o direito que um profissional tem de enriquecer pela capacidade e pelos seus resultados, e jamais por atos ilícitos por seres abomináveis que se dizem representantes do povo brasileiro!

    Obrigado

    FERNANDO ALBERTO BAUK

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  11. Garanto que se os médicos seguissem o código de ética a risca não precisaria dessas mudanças. São raros os médicos comprometidos com a profissão. O ser humano está começando a virar uma mercadoria com pouco valor de mercado. Isso é preocupante. Como disse Bezerra de Menezes: “o que existe muito é negociante da medicina”. Não estou aqui dizendo que os médicos tem que trabalhar de graça, pois todos precisam viver. Mas vemos muitos absurdos. Médicos que durante a madrugada vão dormir e quando surge uma emergência levam mais de meia hora para atender. Só para completar... Com mau humor.

    Bjos, Nivia, parabéns pelo texto.

    Carol - Metodista - SBC

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  12. Rsrsrsrsrsrsrsrsrs... Não tem como não achar graça das intervenções do Juninho. Agora chamou o Edward de Kajuru do blog, pode? O Edward tem razão em sua crítica. Mesmo com esse novo Código de ètica Médica, Nivia, ficamos sempre a espera de decisões dos tais conselhos de medicina. E não se pode acreditar que vão punir seus companheiros de branco com rigor, quando cometerem erros graves. De acordo com o texto que vc escreveu, Nivia, em alguns casos, mais graves, profissionais médicos podem até ser cassados. Sinceramente, não acredito que isso aconteça. Não enquanto a decisão partir dos tais conselhos de medicina.

    Outra coisa, li na internet. A previsão é de que até junho deste ano, 400 mil exemplares do novo código de ética sejam distribuídos aos cerca de 320 mil médicos em atividade em todo o País. Quem quiser denunciar algum tipo de descumprimento do código por profissionais de saúde ou por estabelecimentos médicos deve procurar o Conselho Regional de Saúde mais próximo e, como disse o Juninho, esperar deitado a punição, sentado vai se cansar.

    Bjos,

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  13. Laércio H. Pintosábado, 24 abril, 2010

    Bom dia, Nivia.
    Creio que estamos sendo pessistas ao extremo julgando com antecipação o novo Código de Ética Médica, já em vigor em todo o País. Um dos ítens que tem a minha aprovação é o que obriga os profissionais de saúde a escrever com letra legível, ou então emitir sua receita pelo computador, imprimindo-a. Há quantos anos isso é debatido... Virou chacota pra todos os lados, piadinhas nas esquinas e o pior, algumas receitas mal intepretadas, causaram mortes, com pacientes ingerindo comprimidos errados.

    Nos meus tempos de juventude, aqui em São Paulo, e olha que isso faz muito tempo, tinha um farmacêutico no meu Bairro (morava na Vila Mariana), que era disputado a tapas pelas melhores farmácias da cidade. Chamava-se Germano, já falecido. O "Sêo" Germano era especialista em rabiscologia, decifrava todas as receitas. E a farmácia faturava horrores, porque tudo mundo caia alí, buscando a solução para o seu problema, ou seja, a tradução dos rabiscos para comprar o remédio certo.

    Não tenho conhecimento se o "Seo" Germano deixou de traduzir algumas receitas, penso que conseguiu decifrar todas elas. Ganhou muito dinheiro e mais tarde comprou sua farmácia, onde ficou até o fim dos seus dias. Neste novo código de ética, isso acabou e vamos poder ler o que os médicos escrevem com clareza, foi um ganho. Por isso, e outras medidas corretas que estão inseridas neste código, penso que ganham os médicos, que se valorizam mais e todos nós, povo!

    Abraços,

    Laércio H. Pinto - São Paulo - SP.

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  14. Oi Professor João Paulo, a Liliana está viajando faz alguns dias, está em Búzios e volta logo mais a noite. Liguei para o celular dela e contei que a Nivia escreveu sobre o Código de Ética Médica e todos querem a opinião dela sobre o assunto. Ela apenas riu e disse que vai sim, opinar, logo que chegar em casa. Vamos aguardar.

    Beijinhos,

    Gabriela

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  15. Olá Amigos
    Inserindo o texto abaixo encontrado na Wikipédia apenas como curiosidade.
    Um abraço
    Paz. Muita Paz.
    J. Morgado


    O juramento de Hipócrates é uma declaração solene tradicionalmente feita por médicos por ocasião de sua formatura. Acredita-se que o texto é de autoria de Hipócrates ou de um de seus discípulos.
    Texto do juramento [1]
    Eu juro, por Apolo, médico, por Esculápio, Higéia e Panacéia, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
    Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
    Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
    Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
    Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
    Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
    Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça.

    — Hipócrates
    O Juramento de Hipócrates foi atualizado em 1948 pela Declaração de Genebra, a qual vem sendo utilizada em vários países por se mostrar social e cientificamente mais próxima da atual realidade [2].

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  16. Olá Senhor Morgado!
    Claro que o senhor sabe que políticos também prestam juramento antes da posse, não? Presidentes ainda colocam a mão sobre a Bandeira do País e juram solenemente ser honestos e cumprir à risca a legislação vigente. Cumprem?
    Gabi, uma coisa eu lhe garanto, a Liliana não vai dizer que médicos ganham pouco, quer apostar? Em Búzios, uau! Vc poderia me passar o telefone dela? Se puder, o seu também. Acho que estou apaixonado. Xiiiii... (seria com x ou com ch?) Logo me expulsam do blog de novo!

    Abçs

    Juninho - Sampa

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  17. J.Morgado: O problema está no juramento à Panacéia...
    João

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  18. Este comentário foi removido pelo autor.

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  19. Oi Nivia, ontem estranhei o sumiço do pessoal. Acho que vc postou muito tarde seu texto, eu mesma não vi. Soube agora pela manhã pelo e-mail de chamada que recebi do Edward. Olha, Nivia, espero sinceramente que este novo código de ética modifique realmente a forma de tratamento que os médicos das redes públicas dão a seus pacientes. A conduta de alguns profissionais é realmente aviltante.

    Parabéns pelo post de muita utilidade.

    Talita - Unisantos - Santos - SP.

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  20. Oi Nivia, è preciso que sejamos justos. Hoje em dia médicos do SUS são obrigados a atender um paciente a cada 5 minutos. Precisam fazer isso, eles sabem que não tem como, mas são obrigados a fazer, por isso o atendimento é sempre péssimo. O próprio sistema impõe ao médico isso. Já os médicos particulares acho que já se acostumaram a atender mal, mesmo recebendo uma fortuna em cada consulta.

    Tem uma coisa, conselhos de ética não faltam, em nenhuma profissão. Será que existe conselho de ética para políticos? Isso precisava, concorda? Rssssssss...

    Bom final de semana!

    Ana Cláudia - Unifran - Franca - SP.

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  21. Amigas e amigos: muito valioso este texto da Nivia Andres, como sempre bem antenada e conectada com os assuntos mais importantes da atualidade. Estou em Floripa, cobrindo um grande festival de dança. Com pouco tempo para dedicar hoje ao blog, mas não poderia deixar de registrar aqui meus cumprimentos a Nivia.
    Abraços a todos e até breve!
    Milton Saldanha

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  22. Amigas e amigos: muito valioso este texto da Nivia Andres, como sempre bem antenada e conectada com os assuntos mais importantes da atualidade. Estou em Floripa, cobrindo um grande festival de dança. Com pouco tempo para dedicar hoje ao blog, mas não poderia deixar de registrar aqui meus cumprimentos a Nivia.
    Abraços a todos e até breve!
    Milton Saldanha

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  23. Maria Eugênia Campossábado, 24 abril, 2010

    Nivia, espero que o Código de Ética Médica seja cumprido realmente! Vivemos num País que cria leis e mais leis e não as cumpre! Não é ético preencher receituário de forma ilegível e sem a devida identificação. Como funcionária da área de saúde já vi receita médica que ninguém conseguiu decifrar e, voltando ao médico, nem o próprio sabia o que havia escrito…

    Outra mudança necessária e urgente: Acabar com o Dr.Virose e o Dr. Supositório! O primeiro diagnostica “virose” para toda e qualquer patologia febril, perceba. É você entrar hoje num consultório com febre e lá vem a sentença: "É uma virose", mas nem o médico tem idéia do que se trata. Na verdade, está se livrando do paciente por falta de capacidade de dar um diagnóstico correto. O segundo “supõe” e diagnostíca aleatóriamente e pior: receita medicamentos sem aprofundar a investigação!

    Abçs

    Maria Eugênia Campos - Petrópolis - Rio

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  24. É verdade! Vivemos uma "pandemia de virose"....
    JB

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  25. Boa noite!
    Acho que as pessoas que não entendem as pressões, dilemas e responsabilidades dos médicos deveriam ter mais cuidado ao emitir opiniões. Eu trabalho no SUS com cuidados paliativos em câncer. Se alguém acha que sabe o que é isso, melhor pensar de novo a respeito. Pois não sabe. Existem muitos médicos que fazem o seu trabalho com profissionalismo e humanidade, visando o paciente sempre. Fazer prejulgamentos sobre todos os médicos, suas condutas e o novo código (que foi pensado e amadurecido entre toda a classe médica, sem que ele tenha sido ainda sequer aplicado) é um absurdo.

    Paulo Cesar – médico – São Paulo

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  26. Olá Nivia, desculpe minha ausência. Ficou ótima essa postagem sobre o novo Código de Ética Médica. Sabemos que todas as entidades que representam profissionais liberais tem a obrigação de elaborar código de ética para que sejam delimitadas as funções profissionais. Embora falho em alguns aspectos, creio que a finalidade de elaborar o presente Código de Ética Médica, que já entrou em vigor, está se dirigindo para o aprimoramento melhor possível. Infelizmente, a relação médico/paciente, princípio mais importante em minha opinião, está bem direcionada no papel, mas depende muito da formação de cada profissional e não tenho qualquer ilusão quanto ao desaparecimento de queixas relacionadas com procedimentos e/ou condutas médicas.
    Espero que este documento recente venha a preencher algumas lacunas que haviam no anterior, mas creio que tudo dependerá (e sempre) da consciência pessoal de cada médico.

    Bjos...

    Liliana Diniz – FUABC – Santo André - SP

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