domingo, 4 de abril de 2010

CONTOS E CRÔNICAS DA PÁSCOA

UM INESQUECÍVEL
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DOMINGO DE PÁSCOA
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Por que as pessoas não se empolgam mais com a Páscoa? Antigamente - na época de outrora, sabe? Aquela que os tempos não trazem mais - todos ficavam felizes quando a Páscoa se aproximava, já pensando na Sexta-Feira Santa e na tradicional bacalhoada regada a muito azeite português, batatas pré-cozidas com folhas de louro, pimentões vermelhos, azeitonas pretas, ovos cozidos, no melhor estilo da culinária portuguesa, acompanhada de couve e um arroz branquinho.

O que se passava na Semana Santa no seio das famílias era de uma simplicidade primitiva e tocante. “Porque Nosso Senhor estava doente”, a casa não se varria, os empregados não trabalhavam, os meninos não brincavam nas calçadas. Não se cantava, não se dançava, não se tocava. Falava-se baixinho, jejuava-se, rezava-se. As donas de casa “ficavam de olho” em empregados desobedientes e nos meninos traquinas para um ajuste de contas quando rompesse o Sábado de Aleluia. As lojas faziam decorações mirabolantes, as pessoas elaboravam planos do que fazer na data, as crianças escolhiam seus ovos com base no sabor (e não no brinquedinho que vem dentro), as famílias se reuniam... Era tudo tão mais mágico, tão mais meigo.
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Verdade que hoje os ovos de chocolate estão custando os olhos da cara, e que os diet, para os diabéticos, mais caros ainda! Certo que o bacalhau e os pescados estão pela hora da morte. Mesmo assim é gostoso poder presentear com chocolate, oferecer nosso carinho envolvido em celofane e papel metalizado colorido, um ato que nos faz crianças novamente, desembrulhando delícias, desvendando o que há dentro dos ovos, mesmo já sabendo o que se irá encontrar. Será que ainda é assim para todos ou é um traço infantil, imaturo que persiste em mim?

Nesse período cristão recordo minha infância, quando meu irmão e irmãs buscávamos os ovinhos coloridos de chocolate no fundo do quintal, ovos da Kopenhagen, que não tinham os preços proibitivos de hoje. Era costume na família os pais esconderem os ovos de Páscoa no quintal, para que os filhos os encontrassem. Hoje, esse hábito transformou-se e, quando muito, cultiva-se escondê-los dentro de casa, apesar de predominar o costume de presenteá-los diretamente.
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Do mesmo modo que a árvore, que perde folhas no inverno e ganha flores na primavera, acumulamos perdas e ganhos que formam nossa memória de recordações e conduzem ao caminho da experiência.

Foi num bonito domingo de Páscoa com muito sol, há muitos anos, que toda minha família se reuniu na ampla casa térrea de meus pais, localizada perto da praça central de Franca. Eu tinha apenas 9 anos de idade e apenas duas irmãs haviam nascido, a Lúcia e a Lusineti. A Dalvinha e o Arlindinho viriam anos depois. Minha mãe Dalva, auxiliada por minhas tias ultimava os preparativos para servir um bom almoço de Páscoa, enquanto os homens conversavam e bebericavam no quintal, sob as sombras de frondosas jabuticabeiras.

Eu e as duas irmãs, depois da “caçada” aos ovos de chocolate, brincávamos na rua. Fomos orientados severamente pela minha mãe, nada de abrir os ovos de chocolate antes do almoço. Deixei as guloseimas sobre minha cama e estava ansioso esperando o almoço ser servido, comer pouco e depois fazer a festa com os ovinhos de Páscoa, dois deles enormes, um que ganhei de meus pais e o outro da minha avó.

Meia hora antes do almoço minha mãe chamou os três para dentro de casa e nos fez tomar um belo banho. Deixou sobre minha cama, perto dos ovos de Páscoa - que tentação! – minha roupa mais bonita. E sentamos todos para almoçar. A mesa partia da copa e seguia até o final da enorme cozinha. Minha mãe, em pé, fez uma oração, acompanhada em silêncio por todos nós.
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Assim que terminou, a campainha de casa soou. Meus tios, indiferentes, começavam a se servir e mamãe foi ver quem era. Estranhamos. Naqueles tempos era costume no interior deixar as portas e portões destrancados. Vizinhos e conhecidos entravam em casa sem bater. Quem poderia estar tocando a campainha? Para surpresa de todos nós, mamãe entrou amparando dois garotos maltrapilhos e anunciou: “esses dois garotos vieram pedir um pedaço de pão, estão com fome e vão almoçar conosco”. Buscou duas cadeiras e as colocou do meu lado, pedindo aos meninos para se sentarem.

Mamãe percebeu quando fiz um gesto tentando me levantar. Segurou-me com carinho pelos ombros, fez com que me sentasse e cochichou aos meus ouvidos: ”também são seus irmãozinhos, devem ter a sua idade e precisam de sua companhia, trate-os bem”. Incomodado, fiquei observando mamãe servir os dois garotos ao meu lado. Um deles, depois soube que se chamava Marquinhos, olhou para mim e disse: “que bom ter uma mãe como a sua, nós só temos pai e ele está doente em casa, desempregado”.

Começaram a comer com vontade, estavam mesmo famintos. Acompanhei os meninos e comecei a conversar com os dois. Meu coração de criança estava sensibilizado, depois de ouvir a triste história que me contaram. Haviam perdido a mãe muito cedo, o pai, doente e desempregado não teve como pagar aluguel da casa que moravam e foram despejados. Moravam num barracão improvisado, na periferia da cidade. Com fome, em pleno Domingo de Páscoa, resolveram sair às ruas em busca de comida. Queriam também levar para o pai deles. Contei isso para minha mãe quando nos levantamos da mesa.

Enquanto mamãe preparava comida para os meninos levarem para o pai, eu os levei até meu quarto. Os olhinhos dos dois brilharam ao ver tantos brinquedos e tantos ovos de chocolate jogados sobre minha cama. Pensei em dar um ovinho para cada um. Depois, segurando os dois ovos de chocolate maiores, um que ganhei de meus pais e o outro da minha avó, não vacilei. Dei um para cada um. Eles abraçaram os ovos, encantados, parecia que não estavam acreditando ser tudo aquilo verdade. Exclamei feliz: “podem levar, tenho outros”. Não havia percebido que mamãe estava encostada na porta. Olhou-me com aprovação e saiu.

Os meninos saíram de casa agarrados aos ovos de chocolate, com muita comida para levar e deixaram o endereço onde moravam. Meus pais e tios passaram a cuidar do pai doente e dessas crianças. Um dos meus tios deu emprego para ele em sua fábrica de calçados e a vida desses meninos melhorou. Marcos e Luiz. A última vez que me encontrei com eles faz uns 20 anos. Um é advogado, o outro arquiteto.

Sem a força da amizade o ser humano não tem lugar no palco da vida. Assemelha-se a um tronco queimado, morto, onde nenhuma ave constrói seu ninho. Mas a amizade exige compartilhamento de ideais, cumplicidade, fraternidade. O caminho da alegria está dentro de nós. Um sorriso, um gesto de bem querer são suficientes para que se encontre o tesouro da amizade, a prova de que há muitos anjos ao nosso redor.

Ao invés de comer e beber tudo o que tem direito, a reunião familiar do domingo deveria continuar servindo para acertar diferenças, procurar no real significado da Páscoa, a meditação, o diálogo em paz, a harmonia e o perdão, pregados por Cristo.

FELIZ PÁSCOA!
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*Edward de Souza é radialista e jornalista
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36 comentários:

  1. A fraternidade cristã pregada por muitos e exercida por poucos, são os pilares mestres que tentam segurar a nossa sociedade atual.
    Não existe nada mais incomodo, do que abandonar uma mesa farta para atender alguém que chega a nossa porta.
    Deus permite que isso aconteça pra ver se estamos aprendendo o sentido certo das palavras universais eternizadas pelo nosso mestre Jesus, “amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”.

    Padre Euvideo.

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  2. Rapaz, com essa, eu chorei! Somos especiais por conta das mães que tivemos...
    Bom domingo!
    João

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Olá Edward

    Meu querido irmão

    Comecei a leitura de sua crônica/conto lentamente, sem nenhuma pressa. Na medida em que fui avançando, Fui obrigado a parar e ir buscar em meu quarto um lençol.
    Continuando, percebi que de há muito você encontrou o significado da caridade, da tolerância, da indulgência... E de “Amor ao Próximo”.
    É verdade que dentro de nossas imperfeições, nem sempre colocamos em nosso dia - a dia aquelas virtudes morais. Entretanto, os verdadeiros significados das tradições religiosas que são os momentos de reflexão se fizeram presentes em um Dia de Páscoa.
    Exemplo de uma família bem estruturada? Sim. Mas também, um aperfeiçoamento espiritual.
    Nos não regredimos. Estacionamos ou avançamos.
    As tradições religiosas, se levadas a sério, trazem compensações. Páscoa, Natal entre outras datas comemorativas deveriam ser “ilhas” de paz e muita reflexão.
    Naquela páscoa sua família e você encontraram sua ilha. O bom seria que um arquipélago enorme se formasse, deixando o mar revolto de ignorância rugindo à – toa!
    Ontem assisti ao filme “Um sonho possível”. Uma história maravilhosa, baseada em fatos reais.
    O acolhimento de um jovem perdido por uma família. Ambos, o rapaz e a família se beneficiaram desse encontro.
    Sua matéria de hoje, encerrou com chave - de- ouro a semana dedicada a Páscoa.
    Obrigado Amigo.

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  5. Ôi Edward, o professor João Paulo acertou em cheio. Você fechou com chave de ouro essa série do blog. Só podia mesmo ser você, com toda a sua sensibilidade para nos fazer chorar. Esse pequeno gesto de amor e carinho de sua mãe, amparando dois meninos famintos e os tratando como filhos deveriam sempre ser ensinados pelos pais, assim quem sabe teríamos um mundo melhor. Emocionante e um texto maravilhoso você nos presenteou nesta Páscoa! As lágrimas, acredite, continuam teimando em cair pelo meu rosto!

    Uma Linda Páscoa a você e familia!

    Liliana Diniz - Santo André - SP.

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  6. Edward. Que DEUS abençoando sua Páscoa esteja sempre presente em sua fam´lia.
    Tenho repetido muito em textos ou conversações a frequencia maior da solidariedade entre os mais humildes.
    Houve daqueles tempos de sua referencia na história tão bonita, sensivel mudança. Hoje, almoços como aqueles, lamentavcemente, ocorrem muito pouco, os hábitos estão diferenciados. Ainda bem que existam pessoas nestes momentos doando mensagens como a sua para revitalizar o amor, a paz e a solidariedade.
    Bonio exemplo que não pode ser esquecido para sempre ser repassado ao futuro.
    Um grande abraço amigo, carregando meus votos de permanente unidade das famílias. Garcia Netto

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  7. Caríssimo Edward de Souza, sua belíssima e comovente história vai iluminar meu dia. Obrigado!
    Beijos a todos!
    Milton Saldanha

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  8. Confesso, fiz o possível, mas não consegui segurar as lágrimas. Essa crônica sua, Edward, deveria ser estampada em todos os jornais do mundo neste Domingo de Páscoa. Exemplo de solidariedade e de amor ao próximo maior que esse impossível. Que bom ter uma família assim, preocupada com o sofrimento dos outros e que corre para ajudá-los. Foi a crônica mais linda que já li, tão linda que eu a imprimi para mostrar para amigas ou amigos que não costumam frequentar o blog. Não sabem o que perdem...

    Beijos nesse seu coração menino!

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  9. Depois de chorar demais ao terminar de ler sua crônica, Edward, fiz uma promessa. Jurei escrever meu comentário e prometi me conter. Afinal, é preciso que a gente entenda com alegria, não com choro, o gesto daquele menino entregando seus ovos de Páscoa para os coleguinhas menos favorecidos pela sorte. É preciso que a gente reconheça feliz o gesto puro de uma mãe que, ao invés de expulsar dois "moleques" que queriam pão e pretendiam estragar seu almoço de Páscoa, os fez entrar e participar do banquete como se fossem seus filhos. A mão de Deus estava presente naquela casa, por isso, não vejo motivo para chorar mais e sim me alegrar por ter conseguido ler essa mensagem tão linda que tocou profundamente meu coração. Mas... Sou humana! Desculpem-me, comecei a chorar outra vez!

    Feliz Páscoa a todos!

    Bruna - UFJF - Juiz de Fora/MG

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  10. Edward, fiquei muito emocionada ao terminar de ler esse relato. O que me impressiona é sua maneira de escrever. Conforme a gente vai lendo, começa a imaginar toda aquela cena. Você consegue transformar seu texto num filme maravilhoso. As cenas vão se formando em nossa mente e aos poucos nos toca de uma forma tão profunda que, realmente, fica dificil não chorar. Tocante, lindo exemplo de fraternidade, de amor ao próximo. Que Deus abençõe você e toda a sua família. Obrigada por nos dar uma verdadeira lição de fé e de caridade!

    Que sua Páscoa seja maravilhosa, você merece!

    Vanessa - PUC - São Paulo

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  11. Oi, Edward, que texto mais lindo! Quanta sensibilidade você teve ao escrever essa crônica. Chamei minha mãe e minhas duas irmãs para acompanharem a leitura. Com isso li umas três vezes a mesma crônica. E valeu a pena, é linda!!! Sabe, Edward, que em nossa imperfeição, possamos melhorar a cada dia, para superarmos os obstáculos com dignidade e não nos esquecermos de transmitir às novas gerações os bons exemplos e principalmente a humildade de Jesus Cristo. Que a alegria da ressurreição de Cristo esteja em seu coração hoje e sempre.

    FELIZ PÁSCOA!

    Talita - Unisantos - Santos - SP.

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  12. Eurípedes Sampaiodomingo, 04 abril, 2010

    Caro jornalista e amigo Edward de Souza, nem mesmo um coração calejado pelo tempo e pelas maldades deste mundo como o meu, conseguiu conter as emoções ao terminar de ler seu relato. Exemplos como esse iluminam nosso dia, nos encorajam a seguir em frente e lutar por um mundo melhor. Tudo depende de nós, basta ter amor pelos semelhantes, fé em Deus que vamos conseguir melhorar o mundo.

    Uma maravilhosa Páscoa a você e família! Grato pela oportunidade de ler tão linda crônica.

    Abçs

    Eurípedes Sampaio - Jundiaí - SP.

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  13. Oi, Edward, obrigada pelo presente que nos deu postando neste Domingo de Páscoa essa crônica. Que todos nós possamos aprender essa lição de amor ao próximo. Páscoa é isso, Edward, tempo de Amor, de família e de Paz... É tempo de agradecermos discretamente por tudo que temos e por tudo que teremos. Páscoa é um sentimento nos nossos corações de esperança, fé e confiança. É dia de milagres; é dia dos nossos sonhos parecerem estar mais perto, tempo de retrospecção por tudo que tem sido e uma antecipação de tudo que será. E é hora de lembrar com amor e apreciação as pessoas em nossas vidas que fazem diferença...

    Que Deus continue te iluminando!

    Bjos,

    Tatiana - Metodista - SBC

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  14. Que lindo texto, amigo... Amei!

    Vou enviar por e-mail para outros amigos, posso?

    Feliz Páscoa pra todos!!!

    Leila Campos - Apucarana

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  15. Senhor Edward, estou acompanhando com atenção os contos e crônicas desta série. Todos ótimos, os articulistas deste blog escrevem muito bem. Estava estranhando que não havia ainda lido nenhum seu. Pensei comigo, aí tem coisa. Acertei em cheio! Reservou para o final esse texto que comoveu a mim e a todos aqui de casa. Mamãe quis ler duas vezes, ficou meia hora lendo e chorando. Acabamos todos chorando também.

    Uma Feliz Páscoa ao Senhor e aos demais jornalistas deste blog!

    Juninho - São Paulo - SP.

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  16. Obrigada pela crônica com jeitinho de conto. O ato poderia ser ficção! Poderia ter sido só imaginação! Parabéns pelos bons princípios (vejo agora de onde vieram) que sempre leio nas entrelinhas de seu blog
    Um abraço da Silvana, com reforçados augúrios de Boa Páscoa.

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  17. ANA CÉLIA DE FREITAS.domingo, 04 abril, 2010

    Boa tarde meu querido amigo.
    Menino,que texto lindo,foi impossível não chorar e imaginar a cena enquanto lia o mesmo.
    Tenha certeza que somos privilegiados pelos bons princípios que herdamos de nossos pais,o que infelizmente isto é muito raro hoje em dia.
    Também desfrutei da alegria de conviver e compartilhar de momentos como os citados em seu texto,as páscoas,os natais na nossa infância era realmente de fraternidade,de amor,de trocas,as pessoas realmente viviam esses momentos mágicos,mas de uma forma mais humana,que pena perceber que as crianças de hoje (com raras excessões)são egocêntricas,não aprenderam a dividir e querem sempre mais.
    Seu texto foi demais,tocante e sensível.Parabéns por essa série,é por isso que esse blog é tão amado.
    Beijosssssssssssssssss.
    ANA CÉLIA DE FREITAS.

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  18. Prezados amigos (as) deste blog...
    Muito obrigado pelas manifestações a respeito desse relato que eu trouxe hoje a este blog. Esse domingo de Páscoa que descri em minha crônica realmente ficou marcado em minha vida e nunca escrevi nenhum texto sobre o acontecido. Infelizmente existe uma pessoa que eu conheço, insensível, que espera sempre uma postagem minha para vir a esse espaço tentar denegrir minha crônica ou conto. Pior, ataca a memória de minha mãe, uma mulher que durante toda a sua vida só soube praticar o bem. Essa mesma pessoa, que muitas vezes usa o anônimo para se acobertar, reclama, como fez ontem, de censura deste blog.

    Mas, hoje não é dia para se comentar e dar cordas a esse pobre de espírito. Vamos continuar postando comentários, agora sob controle, para que baixaria como as verificadas instantes atrás não voltem a ocorrer. Prometemos ter presteza na liberação dos comentários.

    Um forte abraço a todos...

    Edward de Souza

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  19. Miguel Falamansadomingo, 04 abril, 2010

    Edward, uma crônica linda, que fecha com chave de ouro, como já foi dito antes, essa série de contos e crônicas. Só não vou nunca entender como alguém pode tentar estragar, com comentários sem sentido, um relato como esse. Só pode ser pura dor de cotovelo. Precisamos nos unir contra esse tipo de ataque. Isso não pode mais continuar, principalmente se for o "urubu" de saia o autor dessas investidas. Só descobrir quem é, onde mora, dou um jeito nisso em pouco tempo.

    Uma Boa Páscoa, parabéns pela crônica maravilhosa que escreveu!

    Miguel Falamansa - Botucatu - SP.

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  20. "Os cães ladram e a caravana passa". Diga o que disser esse obscuro anônimo, não lhe daremos crédito.
    Mais uma vez li e me emocionei com tua crônica. Em nosso almoço de hoje, à mesa com esposa, filhos, netos e nora, fiquei torcendo para alguém chamar à campainha...
    João Batista

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  21. Edward, sua crônica tocou-me profundamente. Mais um Domingo de Páscoa está terminando, como tantos outros, mas a importância que um deles teve em sua vida e que de maneira tão sensível você o resgatou, jamais será esquecido agora também por todas (os) nós, que acompanhamos, emocionadas (os) sua crônica. Acredito, pelo seu relato, que sua mamãe vive hoje num cantinho especial reservado por Deus a ela, pela sua pureza e pela fraternidade que por certo ela soube exercer nessa passagem que teve pela Terra. Esse exemplo, querido jornalista, nenhum anônimo vai conseguir apagar, mas por certo deverá arcar com as consequências quando tiver que prestar contas no Tribunal Divino.

    Beijos, aceite meu carinho e uma ótima semana a você!

    Andressa - Cásper Líbero - SP.

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  22. Hoje eu acessei o blog um pouco mais de 11 horas e li emocionada essa crônica que vc escreveu, Edward. Como estava recebendo a visita de parentes em casa, deixei para postar o comentário mais tarde, até como desculpa para poder ler outra vez esse texto que me fez chorar. Tanto que, quando fui abraçar minhas primas que moram em Curitiba e estavam chegando em minha casa, eu estava com os olhos cheios de lágrimas e elas perceberam. Contei a elas sobre a crônica sua que li e esse foi nosso assunto por um bom tempo. O mais engraçado foi quando fomos desembrulhar os ovos de Páscoa. Sheila, uma das minhas primas, foi logo gritando: "tem chocolate demais, vamos guardar pelo menos uns dois para darmos para crianças carentes, não será dificil encontrarmos". E fizemos isso depois do almoço. O exemplo dado pelo Edward-menino foi seguido por nós e estamos super felizes com isso. É mesmo gratificante ver os rostinhos alegres dessas crianças abandonados quando ganham um presente.

    Bjos, obrigada por essa crônica que nos faz ser mais humanos.

    Karina - Campinas - SP.

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  23. Prezados João Paulo de Oliveira e meu novo e já querido amigo, escritor João Batista Gregório, grato pela solidariedade.
    Andressa, a respeito de sua postagem, você acertou. Minha mãe faleceu jovem, tinha apenas 62 anos e deixou um vazio em nossos corações. Minha mãe realmente veio ao mundo para ensinar o bem e fazer caridade. Minha casa tinha as portas abertas e todos os dias lá estavam pessoas com dificuldades que eram auxiliadas por ela. Papai, com 92 anos ainda vive nessa mesma casa que relatei nessa crônica, claro, depois de passar por algumas reformas. O antigo alpendre foi fechado, com ele e na ausência de minha mãe, as portas e portões também. Até porque vivemos um novo tempo, de violência e muito perigoso.

    Minha mãe criou um grupo de pessoas que dividiam com ela a tarefa de ajudar ao próximo. Nos fins de semana, saiam em vários carros, muitas vezes arrumavam peruas Kombis, para entregar alimentos para famílias necessitadas. No Natal as entregas de roupas e alimentos eram feitas em um caminhão e mamãe sempre encontrava quem cedia essa condução e homens para ajudá-la a carregar e descarregar. Quando faleceu, no final dos anos 80, foi dificil se locomover em seu velório. Centenas de pessoas foram dar seu adeus a ela. Na ocasião eu morava em São Paulo e, informado que ela estavam mal, internada na UTI de um hospital, corri de carro para Franca. Mas não consegui encontrá-la com vida. Seus grandes olhos negros e seu sorriso bondoso me acompanham onde quer que eu vá.

    Um forte abraço a todos (as) e obrigado pelo carinho.

    Edward de Souza

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  24. Edward, se já estava dificil para mim segurar as lágrimas depois de ler seu texto, ficou ainda mais, agora que li seu comentário acima, falando de sua mãe. Sua mamãe foi um tesouro precioso que Deus colocou nesse mundo para fazer da fraternidade sua razão de viver. Seu relato neste Domingo de Páscoa valeu para mim como lição de vida. Oxalá eu consiga um dia fazer da fraternidade, como sua mãe, minha razão de viver. Vou me esforçar para isso.

    Beijos, obrigada pela crônica.

    Lidiane - Metodista - SBC.

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  25. Edward, lindíssima e comovente sua crônica deste domingo. Cortei a leitura várias vezes e confesso-lhe que continuo chorando. Percebi em seu relato que o menino Edward não foi, em momento algum, forçado pela mãe a dar seus ovos de chocolate para aqueles meninos pobres. Fez isso de livre e espontânea vontade. Você herdou o grande coração de sua mãe. Isso, sem dúvida é uma dádiva Divina. Que Deus o conserve assim.

    Bj

    Daniela - Rio de Janeiro

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  26. Recebi essa mensagem enviada por e-mail por uma amiga e peço permissão aos responsáveis pelo blog para publicá-la, mesmo que o Domingo de Páscoa esteja chegando ao fim. Essa mensagem pode nos ajudar todos os dias do ano, como essa crônica maravilhosa do jornalista Edward de Souza que acabei de ler, um verdadeirto exemplo de fraternidade. Ei-la:

    "Páscoa é ser capaz de mudar,
    É partilhar a vida na esperança,
    É lutar para vencer toda sorte de sofrimento.

    Páscoa é dizer sim ao amor e à vida...
    É investir na fraternidade,
    É lutar por um mundo melhor,
    É vivenciar a solidariedade.

    Páscoa é ajudar mais gente a ser gente...
    É viver em constante libertação,
    É crer na vida que vence a morte.

    Páscoa é renascimento, é recomeço,
    É uma nova chance pra gente melhorar as coisas que não gostamos em nós.

    Para sermos mais felizes por conhecermos a nós mesmos mais um pouquinho e vermos que hoje somos melhores do que fomos ontem.

    Feliz Páscoa!

    Roberta M. Barcellos - Ribeirão Preto - SP.

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  27. Amigo Edward: tive a sorte (para não me irritar) de não ler o comentário do anônimo, covarde como todo anônimo, ou quem se esconde em nome falso. Delete sempre esse infeliz sofredor e terá nosso integral apoio e solidariedade. E ele que fique reclamando no escuro, na sua infelicidade. Estou com você, agora e sempre! Abração!
    Milton Saldanha

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  28. Bom dia Edward, eu estava viajando e sem micro por perto, por isso não consegui ler ontem essa crônica maravilhosa que vc escreveu. Uma das mais lindas que já li e é realmente impossível segurar as lágrimas durante a leitura. Emoções fortes em seu texto, principalmente para mim que também perdi minha mãe muito cedo, num acidente de carro. Só mesmo uma pessoa com muita sensibilidade para escrever um texto como o seu.
    Aceite meus cumprimentos, estendido a todos os demais articulistas deste blog que, com muito profissionalismo nos brindaram com essa série sensacional, cujo fecho de ouro foi sua crônica.

    Beijos a todos!

    Priscila - Metodista - SBC

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  29. Bom dia, caros amigos e amigas!

    Bom dia, Edward, meu queridíssimo amigo! Infelizmente não cheguei a tempo, ontem, de participar dos comentários à tua inspirada crônica de Páscoa, o que faço hoje, ainda emocionada com o seu belo relato de como é bom para a nossa alma ter a virtude da generosidade, ainda mais quando temos exemplos tão adoráveis como o de tua querida mãe, que multiplicou o seu amor ao próximo por onde quer que passasse e ainda, tenho certeza, continua presente, no teu coração generoso, te abençoando e fazendo que não percas,jamais, a ternura, nem quando um infeliz empreende esforços para denegrir a tua imagem e a dela. A isso chamo ressentimento, incapacidade de perceber e compartilhar bondade e generosidade. Deve ser alguém que se excluiu, sofre e não tem coragem de abrir a sua alma ao próximo - por isso, digno de pena.

    Deve ter sido uma delícia compartilhar a sua Páscoa com aqueles meninos que, envolvidos pelo amor da tua família, puderam reconstruir as suas vidas. Acredito que, naquele dia, a tua casa estava cheia de anjos que, por certo, lá faziam morada, mercê do amor e da compreensão exata do que é compartilhar os dons que recebemos.

    Um abraço forte e siga a tua luta, que é a mesma de todos nós, teus amigos, que conquistaste pelo exemplo de vida e pelo talento!

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  30. Dificil de acreditar, Edward, que alguém tenha a capacidade de vir ao blog com a intenção de prejudicar a postagem dessa crônica tão linda que tanto nos emocionou. Para mim só um doente mental poderia agir desse modo, ou então um invejoso, cuja capacidade maior é criticar um texto tão bonito que ele não tem a capacidade de escrever. Nem poderia. Certamente não teve uma mãe como a sua e, se teve, não deve ter dado educação a ele. Desculpe meu desabafo, mas certas coisas ultrapassam o limite do tolerável e me irrita demais.
    Não ligue, vamos em frente, mais de 30 comentários estão aplaudindo sua crônica e eu engrosso a lista, dizendo que foi uma das melhores já postadas neste blog.

    Beijos,

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  31. Bom dia meu amigo Edward!
    Permita-me fazer aqui algumas observações, antes de falar sobre seu magnífico texto. Deixei de frequentar blogs por um motivo. Percebi que a maioria das pessoas gosta de "palhaçadas", ou seja, nada sério. Poste alguma coisa bem engraçada e você vai ver quantas asneiras vão aparecer nos comentários. Moleques, como esse tal padre tem aos montes. Eles não apreciam um texto profissional como o seu e dos demais articulistas deste blog. Por essa razão que esse imbecil sempre entra em textos de grandes jornalistas como você para "zoar". São moleques, e agem como tais.

    Sei muito bem da qualidade de seu blog e do profissionalismo de todos os articulistas que aqui escrevem e lhe agradeço o convite que me fez para juntar-me a vocês. Sinto-me honrado, porém, não preparado para lidar com esses tipos de traquinagens que vez ou outro procuram deturpar o andamento das crônicas e artigos aqui postados. É preciso conscientizar o público leitor dos blogs para que sejam responsáveis em seus comentários e que deixem para brincar nos espaços reservados a isso. Tem muitos blogs feitos por "Ronald Golias" da vida cujo espaço é para aprontar gozações. Precisam entender que nem todos seguem essa linha. Quando isso acontecer e vocês estão muito perto de conseguir isso, pela linha séria que seguem, vai dar gosto frequentar blogs.

    Qaunto a sua crônica, para mim, que lhe conheço há anos, não surpreendeu, mesmo me emocionando como aconteceu com muitos leitores e leitoras. Recordo-me que no final dos anos 70 você escreveu uma crônica ilustrada de página inteira para o Natal, no Diário do Grande ABC, que o Ademir Medici pode tentar resgatar, cujo título era: "Papai Noel de Marcelo assassinado na porta de sua casa", ou coisa parecida. Fez o ABC inteiro chorar e choveu de cartas para a redação lhe cumprimentando e comentando o caso. E foi baseado numa ocorrência policial essa crônica, romanceada com muito brilho por você.

    Siga em frente, bom amigo e lute para melhorar a frequência desse blog e se livrar dessas ervas daninhas. Vai conseguir!

    Abraços,

    Luiz Antonio (Bola) - Jornalista - S. André

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  32. O que eu poderia dizer mais do que já foi dito aqui nos comentários, Edward. Fiquei encantada com sua crônica, sensibilizada e como todos, chorei!
    Que Deus lhe proteja e o estimule a prosseguir escrevendo textos como esse da Páscoa!

    bjos

    Renata - Metodista - SBC

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  33. Caro Edward

    Quero agradecer a gentileza de todos em nos desejarem uma boa Páscoa e embora hoje, já seja segunda feira, estava nas montanhas da Mantiqueira, Minas Gerais, distante de Notebook e telefone celular , descansando com minha morena – minha esposa e filhos , peço desculpas a todos por não ter sido tão imediatista nesta resposta a qual tentarei explicar aqui nesta matéria maravilhosa do Edward.
    Antes de comentar esta crônica maravilhosa – maravilhosa mesmo: não vejo material humano tão bonito quanto este de hoje, perdoem-me aqueles já publicados e que ainda não conheço neste blog. Quero lhes mostrar o sentido da Páscoa a qual eu entendo.
    ÊX 12:1 - E FALOU o SENHOR a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo:
    ÊX 12:2 - Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano.
    ÊX 12:3 - Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família.
    ÊX 12:4 - Mas se a família for pequena para um cordeiro, então tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; cada um conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro.
    ÊX 12:5 - O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras.
    ÊX 12:6 - E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde.
    ÊX 12:7 - E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem.
    ÊX 12:8 - E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão.
    ÊX 12:9 - Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura.
    ÊX 12:10 - E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo.
    ÊX 12:11 - Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do SENHOR.
    ÊX 12:12 - E eu passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e em todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o SENHOR.
    ÊX 12:13 - E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito.
    ÊX 12:14 - E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao SENHOR; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.
    O cordeiro hoje é o próprio Senhor Jesus.
    O grande domingo de Páscoa naquele dia que Edward vivenciou foi este acima. Sua mãe trouxe vida e salvação de vidas aquela casa. Como? Ensinando o valor da vida, a sua preservação pelo amor ao próximo. Quando passamos o sangue do cordeiro em nossas janelas e portas de nossas casas , nossas vidas, estaremos ceiando o cordeiro por inteiro. Não só o corpo do cordeiro mas também o sangue. A casa é a nossa vida.
    Bem não vou falar mais porque é óbvio esta lição de amor que Edward nos transmitiu.
    BRAVO!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Anfermam

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  34. Edward, uma semana depois da Páscoa li sua crônica, que me deixou profundamente emocionada. Uma das mais lindas que li e já enviei o link para que outras amigas venham visitar seu blog e ler esse texto comovente. Sem dúvida, lindíssima crônica.

    Beijos, sou sua admiradora...

    Carol

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