terça-feira, 1 de setembro de 2009

A TRISTE E DOLOROSA HORA DE PARAR

OSWALDO LAVRADO

O RÁDIO EMBALA SONHOS

No mundo mercantilizado e globalizado a maioria das pessoas escolhe a profissão pelo valor de mercado, ou seja, direciona o futuro pelos dígitos inseridos no cheque mensal. Poucos são os que tentam e conseguem abraçar uma carreira por vocação ou amor a ela.
O mercantilista pouco está se lixando para o tipo de trabalho que faz, desde que este lhe proporcione status e uma boa conta bancária. O ilusionista é um romântico sofredor e, a partir do momento que arranjou a ocupação que sempre sonhou, acaba por se satisfazer com o salário, invariavelmente baixo e mirrado. Uma das profissões que abriga um punhado de ilusionistas é a de radialista. È raro encontrar um profissional da área que não ama o que faz. Pelo misticismo, fama, ilusões e esperanças, o rádio embala sonhos de quem nele milita, mas não engorda conta bancária, geralmente, ao contrário.
Lembro-me quando a Rádio Diário do Grande ABC, em 1993, foi vendida ao pastor Davi Miranda, tomada na sequência pelo séquito da Igreja "Deus é Amor". Todos os funcionários da Rádio Diário, cerca de 30, foram sumariamente demitidos, sem choro, vela ou milagres do novo comando. Mesmo sem querer admitir publicamente, todos nós, especialmente os de microfone, sentimos o golpe da separação. Afinal, no Brasil não existe número suficiente de emissoras que possa abrigar a quantidade de radialistas. Enfim, largando a rádio você deixa para trás uma penca de ouvintes que de uma maneira ou de outra fazem parte de sua vida. A grande maioria, desconhecida, porém identificada pelo pensamento e a imagem que somente o rádio pode criar. Ao separar do microfone abre-se um abismo que lhe surrupia muito mais que um instrumento de trabalho, arrebata um fraterno e leal amigo. Muitos dos nossos companheiros da Diário não conseguiam disfarçar a melancolia e a tristeza, sendo que alguns deles, embora não comprovadamente, vieram a falecer pouco menos de dois anos depois do fechamento da emissora por distúrbios provocados pelo que, para eles, significava o fim da carreira. Pior que era.
A insidiosa depressão se acomoda no íntimo de cada um, atingido violentamente pela separação e, certamente, pelo tenebroso fim da linha. Fui um dos que, resignadamente, procurei consolar os amigos de infortúnio, porém não me era fácil disfarçar a angústia de deixar uma das coisas que mais amei na vida, minha condição de radialista. Um embalo de criança que um dia se tornou realidade, mas que, como todo sonho, acaba numa manhã de verão. Eu e o Rolando Marques, já citado aqui neste espaço várias vezes, ficamos encarregados de "apagar a luz", religadas em seguida para a posse do grupo evangélico, que implantou na rádio o sistema de gravações com 24 horas de ladainhas direcionadas aos seus seguidores. Assim é até hoje.
Na rua, em frente ao prédio da rádio, Rolando e eu nos despedimos do sobrado que abrigava a emissora com forte dor no coração e, porque esconder, algumas teimosas e indisfarçáveis lágrimas rosto abaixo. Afinal, significava o fim de mais de 20 anos juntos, irmanados com os demais companheiros, com objetivos definidos: dar o melhor de nós à profissão e fazer o impossível para dignificar o trabalho.
Passados 16 anos do fechamento da Rádio Diário, alguns companheiros embarcaram para o andar de cima deste mundo, outros vagueiam sabe Deus por onde, tentando apagar as cicatrizes provocadas pelo fim da carreira jamais retomada. Não faltaram convites de outras emissoras, daqui do ABC, de São Paulo e até de paragens mais distantes, mas não seria a mesma coisa. Com respeito e reconhecimento a todas as outras honrosas e dignificantes profissões, a arte impregnada no radialista, jornalista, ator, esportista e artistas em geral não é formatada nos bancos de faculdades, mas no espírito aventureiro e ilusionista dos que nascem com o esse dom irremovível, incrustado no sangue e circulando pelas veias. Os que amam sua profissão, seja qual for, sabem como é gratificante exercê-la, mas também não ignoram a angústia do momento da separação. Quem não passou por isso pode se considerar uma pessoa feliz, mas deve estar preparado para a hora que, fatalmente, irá chegar. Aí, então, será necessária alta dose de resignação para não sucumbir diante do imponderável. Basta buscar nos olhos de um aposentado para encontrar a tristeza de quem um dia teve que deixar definitivamente a profissão que amou. Os sonhos revividos no dia a dia acabam se dissolvendo na fumaça ao vento e é necessário perseverança para acordar e encarar um novo dia e uma nova vida.
Na insidiosa hora de parar, as pernas alcançam o freio, mas os pés se negam a acionar o pedal. A cabeça gira, a respiração fica lenta e o coração dispara. Infelizmente, na maioria das vezes não há mais tempo para uma nova partida e encarar a longa estrada. É assim que funciona.
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*Oswaldo Lavrado é jornalista e radialista. Trabalhou no Diário do Grande ABC - rádio e jornal - e dirigiu por 10 anos a equipe de esportes da Rádio Diário. Recebeu a Medalha João Ramalho, segunda condecoração em importância concedida pela Câmara de São Bernardo, por organizar, junto com a equipe de esportes da Rádio Diário do Grande ABC, duas edições da Copa Infantil de Futebol que reuniu cerca de 1.7 mil jovens entre 7 e 14 anos.
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30 comentários:

  1. Bom dia amigos (as do blog!
    No final da semana passada, depois que acabei de escrever o último capítulo da série dos contos do vigário, recebi um e-mail do amigo-irmão Oswaldo Lavrado. O título era mais ou menos assim: "leia, se achar que está bom, publique, do contrário, lixo". Para desanimar qualquer um, não é verdade? Muitos de vocês irão concordar comigo. No entanto, quando se trata de um texto de Oswaldo Lavrado, J. Morgado, Édison Motta, Milton Saldanha, Nivia Andres, Ademir Medici e Guido Fidelis, é bom ficar atento e ler com muita atenção. Foi o que fiz.

    Comecei a leitura e aos poucos percebi que a emoção tomava conta de mim. A cada frase, cada linha, percebi claramente que Oswaldo Lavrado estava num dia/noite de muita inspiração e colocou no que escrevia um pouco de sua vida. Acompanhando seu relato, rostos amigos iam surgindo em minha mente e pareciam que sorriam para mim. Reencontrei-me, mesmo que num relance, com os saudosos Agostinho Agapito de Assunção, Paulo Cesar, Rolando Marques e Aristides vital, amigos que habitam uma outra dimensão. Quanta saudade!

    Sem perceber que algumas lágrimas teimavam em rolar pelos meus olhos, continue a leitura e os flashes me perseguiam. Nitidamente vinha à minha mente os rostos da Elisa, que comandou o escritório da Rádio Diário durante muitos anos, Sidnei Lima, Jurandir Martins, Luís Carlos Maia, Norival Toledo, Samuel Gonçalves, Nelson Perdigão, Mestre Sabu, Odair Gerevini (figuraça), Pascoal Assunção, Sonia Nogueira, linda e "despachada", Marcia, Silvana, Reinaldo Nascimento, esse me acompanhou em muitas emissoras de rádio, entre outros bons amigos que Deus permitiu ainda estar em nosso convívio. Improvisando esse comentário, certamente vou cometer injustiça, omitindo algum nome, mas peço perdão a esses amigos, irão entender a emoção que esse texto do Lavrado provocou nesse coração cheio de boas e gratas recordações.

    Onde eu estava em 1993 que não ajudei meus amigos Oswaldo Lavrado e Rolando Marques a apagar as luzes daquele prédio onde passamos tantas horas de alegria? Não sei. Só me lembro que quando recebi a informação senti uma enorme tristeza. Parecia que um pedaço de mim tinha ido junto com aquela rádio. Terminei a leitura do texto que hoje está postado nesse blog sem conseguir segurar as lágrimas. Mas, volto num segundo comentário, para trazer toda a história da Rádio que começou Independência e se tornou Diário do Grande ABC

    Um forte abraço a todos...

    Edward de Souza

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  2. UM POUCO DA RÁDIO DIÁRIO...

    Às 11 horas da manhã do dia 26 de maio de 1957, o locutor José Rosa, da Rádio Nacional, de São Paulo, especialmente convidado, apresenta o primeiro programa da Rádio Independência, a primeira rádio de São Bernardo e a terceira do ABC, a ZYW-5, operando na frequência de 1.530 KHz, dirigida pelo Superintendente, Milton Guidetti, cujos estúdios localizavam-se na Rua Marechal Deodoro, 1.359, alugado junto à Sociedade Ítalo-Brasileira, onde possuía um auditório para 359 pessoas.

    Uma multidão acorreu para aplaudir artistas que vieram a esse importante evento, como Emilinha Borba (a sensação do momento), Vicente Celestino, Gregório Barrios, Manoel da Nóbrega, Chocolate, Tonico e Tinoco e os novatos Moacyr Franco e Ronald Golias e um tímido e desconhecido locutor de comerciais, Silvio Santos.

    Como não era possível criar uma nova rádio, pois a Comissão Técnica de Rádio, subordinada ao Ministério de Viação e Obras Públicas, não aprovava, então se utilizou o argumento de que poderia transferir uma rádio de Capivari, no interior do Estado.

    Até o Presidente Juscelino (JK), mostrou-se simpático à causa, mesmo porque um dos planos de seu governo era implantar a indústria brasileira de automóveis e São Bernardo já estava recebendo as grandes montadoras multinacionais, assim, nada melhor que a cidade tivesse sua emissora de rádio.

    Em 1º de janeiro de 1961 eram inauguradas as novas instalações, já que a rádio havia sido vendida para o Grupo das Emissoras Coligadas, com sede na Rua 24 de maio, 250 – 7º andar, em São Paulo. Mais tarde, a emissora é vendida novamente para Nelson Arruda em sociedade com Paulo César, que veio da Rádio Record.

    Nove meses depois é vendida para o jornal Diário do Grande ABC, em 11 de janeiro de 1970 e passa a chamar-se “Rádio Diário do Grande ABC”, depois simplesmente “Rádio Diário” ou “Diário AM”, e em seguida “Rádio Nova Diário”, que ergueu uma torre de 42 metros de altura no Jardim Antares, ao lado da Via Anchieta. Em 1976 a Diário iniciou uma programação dia e noite, 24 horas no ar ininterruptamente. Permaneceu sob a direção do Diário até 1993, quando a revendeu, transformando-se na “Rádio Universo” AM, 1.300 KHz, em São Paulo, ligada à Igreja “Deus é Amor”, do Pastor David Miranda.

    A rádio AM, em 1983, passa a ocupar a frequência dos 1.330 KHz, então pertencente à antiga Rádio São Paulo e passa a transmitir com 10 Kwatts de potência. E em 06 de junho, os estúdios são transferidos para a Avenida Francisco Prestes Maia, 160 e apresenta uma nova programação.

    Na década de 80, em 12 de dezembro de 1982, surge a grande novidade, o Grupo Diário consegue uma nova concessão e surge a Rádio “Grande ABC FM”, no ar 24 horas, sendo que 18 horas eram dedicadas a músicas orquestradas, se constituindo numa nova modalidade de programação. Seis anos depois, em 21 de agosto de 1988, a “Grande ABC FM” passou a se chamar “Scala 99 FM” e começou suas transmissões a serem feitas nos novos estúdios, no topo dos 20 andares do Edifício Maria José, na Avenida Paulista, 326 em São Paulo. Até então vinha funcionando na Avenida Dom Pedro II, 184, no centro de Santo André.

    Um forte abraço a todos...

    Edward de Souza

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  3. Estimado amigo Lavrado:

    Seu relato toca a todos nós que passamos por algo semelhante. Não foi diferente com o desmonte do Diario do Grande ABC, hoje comandado por um empresário de transportes, de futebol e de outras transações mercantilistas com viés político.

    Os irmãos Dotto - Edson e Maury - associados a Fausto Polesi e Angelo Puga construiram os melhores momentos da Rádio e do Jornal Diario do Grande ABC.

    E souberam reunir uma equipe única, de grande talento e amor à causa.

    Fez bem o Edward em não titubear e publicar seu contundente artigo na sequência das histórias de vigarices.
    Porque pastores, "bispos" e assemelhados não tem qualquer consideração ou, ainda, nenhum amor cristão ao sufocar e assassinar uma equipe de excelência, como foi a da Rádio Diario,para consolidar seus objetivos arrecadadores.

    Tive o prazer de conhecer praticamente toda a equipe. Com alguns, como é o caso do Edward e do Rolando Marques,um contato ainda mais estreito nas estradas da profissão.

    O mundo está ficando assim, amigo Lavrado. Mais triste, com menos conteúdo, pouca emoção e raro profissionalismo.

    Grande abraço,

    édison motta
    Santo André, SP

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  4. Ôi Lavrado!
    Seu artigo de hoje toca fundo nossos corações. O Edward já demonstrou em seu comentário toda a emoção que sentiu ao ler o que vc escreveu e, com razão, principalmente ele que viveu ao seu lado esses bons momentos na rádio que vocês tanto gostavam. E nós, constantes neste blog, sempre estamos acompanhando os relatos das viagens que faziam nas coberturas esportivas por essa rádio. Por isso entendo toda a tristeza, diria, frustação, ao ver o fim melancólico que teve essa emissora de rádio, agora a serviço dos exploradores da fé.
    Bjos,

    Andressa - Cásper Líbero - SP.

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  5. Enviado por e-mail - Luís Carlos Maiaterça-feira, 01 setembro, 2009

    E-mail enviado ao Oswaldo Lavrado e Edward de Souza pelo Professor Luís Carlos Maia, ex-integrante dos "Craques do Rádio", da Rádio Diário do Grande ABC. Leiam:

    Lavrado
    Bom dia!

    Li seu artigo, hoje pela manhã, no Blog do Edward. Parece que você adivinhou. Ontem, após a solenidade da entrega da Medalha Di Thiene, encontrei o Jurandir Martins, que por sinal ficou sabendo do evento pela sua TABELINHA na Folha do ABC e me questionou porque desapareci do cenário de rádio e futebol em estádios.
    Simplesmente disse a ele que três motivos foram as causas: 1º)- o fim da Rádio Diário a que você se refere no artigo, o segundo a morte do Rolando Marques e o terceiro, em relação ao comparecimento aos estádios pela entrega do título da Libertadores do São Caetano para o Olímpia e também pelos torcedores malcriados que vão aos campos somente para encher o saco dos outros com xingamentos e outros procedimentos que você bem sabe.
    Mas, deixando tudo isso de lado. Ontem, participei de uma solenidade marcante em São Caetano do Sul. Não fiquei sabendo de quem foi a indicação, mas pelo andar da carruagem deve ter sido o Cicarone (chefe de gabinete do Prefeito), o Walter Figueira (vice-prefeito) ou mesmo o Dadá que me considera muito desde a época em que foi Prefeito de São Caetano. Enfim...
    Encontrei, além do Jurandir Martins, o Giba, companheiro da Rádio ABC e também o mestre Aurélio Loureiro Bastos, ex-treinador de futebol que foi homenageado com a mesma Medalha. Até, saí numa foto com ele. Vou mandar a você e ao Edward. Foi uma noite gratificante, pois compareceram inúmeros professores da ETEC JORGE STREET, pessoal da vila, inclusive os manos Zezé e Cindão, pessoal do Inter Amigos, inclusive o Sula que não via há muito tempo e até o pessoal da época em que fui coroínha do Padre Carlos, além da minha filha e esposa. Foi muito legal.

    Grande abraço!

    Prof. Luís Carlos Zanirato Maia

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  6. Oswaldo Lavrado, bom dia!
    Acompanhei com atenção o artigo de ontem de J. Morgado e hoje, emocionada, sua crônica sobre a extinta rádio onde vc trabalhou com o Edward. Perceba, ontem, J. Morgado falou sobre os exploradores da fé, e em alguns comentários, como num do Edward foi citado que a cada dia mais e mais esses falsos bispos se aproximam dos incautos usando emissoras de rádio e TV.

    Pode até ser polêmico o que escrevo agora, mas a culpa de tudo isso é do Ministério das Comunicações, que vive dando em troca de favores políticos, concessões de emissoras de rádio e TV sem saber nem ao menos pra quem? A continuar como está, outras emissoras de rádio e de TV em pouco tempo estarão nas mãos desses "pregadores" de araque e teremos mais profissionais do ramo desempregados.

    É preciso que se crie uma lei, proibindo a venda de emissoras de rádio e de TV para grupos evangélicos. O lugar deles não é esse, mas sim numa igreja, onde podem e devem "vender seu peixe". É preciso que deixem o espaço para se ocupado por profissionais, como jornalistas e radialistas, do contrário, em breve, essas profissões serão extintas. Perdoe-me pelo desabafo, mas essas coisas que acontecem em nosso País irritam sobremaneira.

    Beijos,

    Liliana - Santo André - SP.

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  7. Olá!
    Gostei do seu blog show, not°10 desejo muito sucesso em sua caminhada e objetivo
    Um grande abraço
    http://maximumforma.blogspot.com

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  8. Bom dia amigos (as)...Obrigado pelas manifestações.
    Acima, o Edward, o Motta e o professor Luís Carlos Maia, com os quais tivemos contato mais direto na empresa Diário do Grande ABC, discorrem alguns comentárrios sobre a rádio e o jornal. Todos absoutamente pertinentes. O Edward, cuja convivência de quase 30 anos tornou-se um irmão; o Motta grande amigo das idas e vindas nos corredores da casinha do Diário e o professor Maia, uma amizade de 50 anos, cujos pais foram meus padrinhos de casamento, eu sou padrinho de casamento do professor e ele e sua esposa são padrinhos de batismo de minha única filha, hoje também professora do Objetivo na Praia Grande. Portanto, a referências a minha pessoa partindo do três, são absolutamente suspeitas.
    Voltaremos mais à frente para discorrer sobre os comentários aqui postados e sobre a rádio.

    gratos, gente
    Oswaldo Lavrado - SBCampo

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  9. Olá meu amigo/irmão Lavrado

    Já senti o mesmo que você. É horrível. O coração parece que vai saltar pela boca. Isso se chama angústia/depressão. Um sentimento de perda que sabemos não tem volta. O único remédio é o trabalho.
    Às vezes sonho não ter conseguido atingir meus objetivos. Acordo angustiado. Percebo então, que o sonho foi apenas um reflexo daquilo que eu tinha medo, ou seja, não alcançar minhas metas. Acordado, volto à realidade e vejo que alcancei o que mereci, pelo menos materialmente. Espiritualmente, ainda levará muito tempo para atingir um estágio satisfatório.
    Veja meu irmão, os donos da Rádio Diário, não se preocuparam nem um pouco para quem estavam vendendo aquele patrimônio. O dinheiro acima de tudo. O resto que se dane. Assim é o mundo com raras exceções.
    Em Batatais, tinha como vizinho um supermercado. O proprietário construiu um novo prédio e mudou-se. Conversando com ele (o proprietário), disse brincando, “não alugue para nenhuma igreja”. Ele me respondeu: “são eles que têm o dinheiro”. Soube depois, que ele havia feito exatamente isso. Alugou para o tal de Edir Macedo ou seu preposto.
    Esse é o mundo em que vivemos; um mundo egoísta e cego. Ideais só para os dom Quixotes e seus moinhos de vento.
    Os bons jornalistas são exatamente isso, dom Quixotes lutando por um mundo que eles acham ser melhor.
    Privilegiados aqueles que não necessitam se subjugar a idéias esdrúxulas.
    A Nívia, ontem levantou o problema. Ela tem razão. Razão também o Edward, o Milton, o Motta, você e eu. Todos com uma situação diferente.
    “Não há bem que sempre dure, nem mal que sempre perdure”

    Um abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  10. Queridas amigas e amigos, muito especial Oswaldo Lavrado: ufa, há muito o que comentar sobre isso, e sob diversos aspectos. Primeiro, quero dizer que a Liliana se antecipou ao que eu iria dizer: tem que ser colocado um freio nesse avanço das tais "igrejas" sobre os veículos de comunicação, e não só rádios, já estão comprando também jornais. Se isso não for controlado, dentro de mais algum tempo quase todo o complexo de informação da opinião pública estará nas mãos dessas quadrilhas. Sou radical nesse aspecto: nenhuma religião poderia ser detentora de tais propriedades, nem de espaço. É a mesma coisa que um partido político ser dono de rádio e TV. Ou até mesmo time de futebol. Imaginem uma rádio do Corinthians... É só o que falta, e vamos falar baixo, senão eles fazem. Isso tudo é um absurdo. Começou com a Igreja Católica, que tinha algumas rádios pelo país, não muitas. Já era absurdo antes. Religião, vamos deixar bem claro, é uma opção íntima da consciência de cada pessoa. Para ser praticada com recinto especial para isso, e pronto. Vai quem quer. Não pode ser vendida como sabonete, com pregações não de convencimento filosófico, mas literalmente de enfiar goela abaixo, envolvendo até coação, ameaças, manipulando a fraqueza das pessoas humildes. Ou isso é contido já, ou será imprevisível num futuro breve, porque essa bandidagem tem muito dinheiro e vai comprar tudo o que puder. Vide os cinemas das cidades de interior, que transformaram em igrejas, em detrimento do lazer e da cultura do povo. Um crime e uma tremenda sacanagem com quem não quer seguir religião alguma, o que constitui um direito, este sim sagrado, de cada pessoa. O melancólico fim da Rádio Diário, aqui narrado com profunda emoção pelo Oswaldo Lavrado, é uma amostra do que vem ocorrendo por todo o Brasil. E essa gente já tem até partido político e bancada parlamentar, ou seja, também um projeto de poder. O nazismo começou assim, e deu no que deu.
    Beijos!
    Milton Saldanha

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  11. Queridas amigas e amigos: este blog é lido por muitos jovens estudantes, e como irmão mais antigo vou me permitir algumas sugestões. No meu currículo devo ter pelo menos uns 20 empregos citados, contados ali só aqueles que posso comprovar, com carteira assinada. Afinal, comecei no jornalismo muito cedo, aos 17 anos, e dividi minha vida entre o RS e SP. Por que tantos? Porque jornalismo é, ou era, assim -- altamente rotativo. A gente levava o ponta pé na bunda com extrema frequência, independente de ser bom ou não no ramo. Havia também convites bons, então era hora de mudar. E, em outras circunstâncias, se via obrigado a pedir demissão, pelos mais variados motivos. Os mais comuns era não querer compartilhar de algum tipo de sacanagem. Não vou entrar em detalhes, seria longo. Muito bem, o que fazer para lidar com essa realidade da alta rotatividade? Eu desenvolvi uma técnica, vamos chamar assim, para me proteger contra o sentimento de perda. Foi algo muito simples: mesmo nos meus melhores empregos, alguns de grande glamour, como na Rede Globo, eu nunca passei um minuto sem o entendimento de que eu estava ali de passagem. Não podia me deslumbrar além de um certo limite, afinal também tinha que curtir a conquista. Mas jamais esquecia que o pé na bunda poderia chegar a qualquer momento, queira ou não. É algo que jamais poderíamos controlar. E aí não adianta ser íntegro de carátr ou puxa-saco, quando o facão vem é para todos. E quem sai mal é o puxa-saco. Então, queridas futuras jornalistas, coloquem isso em suas cabecinhas: todo emprego é transitório, e comete um erro muito grave que se assume como um pedaço da corporação onde trabalha. A empresa não é "nós", a empresa é a empresa, uma entidade fria e de olho sempre no lucro, ponto final. Se você deixar de interessar a ela, pouco importa tudo o que fez, tudo o que amou. Você é demitido através de um recado curto e frio. Isso não significa que você deva perder o tesão pelo trabalho. Não confundam minhas palavras, por favor. Aliás, sem tesão é impossível trabalhar. Só não misture os sentimentos. Ame o seu trabalho, não a empresa. Para não sofrer depois.
    Beijos!
    Milton Saldanha

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  12. Olá, amigos!
    Bom dia caríssimo amigo e colega Oswaldo Lavrado!

    Você deve ter sofrido muito ao escrever este texto em que relembra o fechamento da rádio Diário do Grande ABC, espaço em que viveu grandes emoções e, seguramente, as transmitiu aos seus milhares de ouvintes cativos pela corrente interativa que só o rádio proporciona. Foi doloroso, é certo, mas também se constituiu num exercício catártico de relevância pois, à medida em que conseguimos compartilhar os nossos sentimentos, há um alívio interior, pois contamos com a solidariedade daqueles a quem amamos. Isso ajuda a superarmos nossas angústias, sejam quais forem elas.

    De qualquer maneira, a dor persiste, pois a maneira abrupta e desumana com que o "mercador da fé" acabou com uma equipe tão unida e competente, que tanto bem fez às comunidades com que interagia, provocou, além do desemprego, o desencanto, a amargura e, para alguns, a morte.

    Eu, particularmente, adoro rádio. Estou sempre ligada. Tenho um receptor em cada peça da casa, afora o computador. Embora do ramo, não tentei qualquer atividade no setor porque não possuo as competências necessárias, ou seja, sou um pouco tímida, reservada, e o meio exige desinibição, agilidade, destreza, rapidez e outras qualidade que você e seus colegas radialistas possuem.

    Não sou radialista porém participei intensamente, por muito tempo, dos programas de informação
    ao de nossa rádio local, a rádio Santiago, onde tenho bons amigos. Por força de meu trabalho na prefeitura, no Centro Empresarial e no jornal A Folha, quase que diariamente participava dos programas jornalísticos levando informações desses órgãos ao público. Isso também me deu prestígio e me fez conhecida como profissional de comunicação. Todos os anos, no dia 31 de julho, dia do aniversário da rádio, levo flores para minhas amigas diretoras, Eda e Ieda e abraço todos os colegas que lá trabalham, como forma de agradecer pelo seu trabalho diário em benefício da comunidade. Essa emissora, além de prezar a ética e manter alto nível em sua programação, não admite programas religiosos de qualquer credo.

    Assim como a Liliana, acho que deveria haver mudança urgente na legislação, proibindo que concessões de rádios e TVs fossem repassadas, a peso de ouro, a esses empresários e mercadores da fé. Afinal, somos um país laico e, para mim, rádio tem que privilegiar informação, cultura e lazer.

    Enfim, seu desabafo vai encontrar eco em muitos outros profissionais sério e competentes, que amavam o rádio e foram alijados de seu metier por gente maldosa, ganaciosa e enganadora. E em nós, seus amigos, que aprendemos a admirá-lo e respeitá-lo, por suas posições éticas, sensíveis e tremendamente humanas. Sim, só que é muito humano tem a coragem de desnudar publicamente sua desventura e compartilhá-la.

    Um grande abraço. Meu respeito, carinho e admiração a um grande profissional.

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  13. Bom tarde, caro articulista Oswaldo Lavrado e demais confrades!
    É triste ler suas reminiscências de um tempo que jamais voltará e constatar que de lá para cá o poderio destes vigaristas sacripantas aumentou sobremaneira, tornando cada vez mais os meios de comunicações a mercê deles. O mais desolador é que a má-fé em nome da fé deixa em estado de letargia os gerenciadores dos órgão públicos responsáveis por estas concessões. Fiquei com os olhos marejados ao me colocar no seu lugar, porque você desempenhava seu labor com tanto amor e empenho e de repente, sem aviso prévio, foi despedido, juntamente com seus valorosos parceiros de ofício. Fico assustado ao vislumbrar um futuro sombrio por conta do poderio, cada vez maior, destes malditos vigaristas sacripantas, que não são vistos desta forma pelos seus asseclas, bem como por aqueles que poderiam colocar obstáculos ou melhor ainda impedir seus nefastos intentos mercantilistas e de poder.
    Até breve...
    João Paulo de Oliveira
    Diadema-SP

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  14. Caro Lavrado, fiquei sensibilizado ao ler sua crônica de hoje. Mas, pelo visto, começando pela Liliana, depois pelo Milton Saldanha, J. Morgado, Nivia e o Professor João Paulo, o grito de alerta já começa a se fazer sentir. É preciso que a nossa imprensa sadia faça isso. Cobre do Governo Federal atitudes sérias para evitar que, no futuro, ao invés de informação, música e alegria, nossos lares sejam invadidos por falsos milagres e pela venda de terrenos no céu. Gritem, vocês da Imprensa e exijam um basta nesse estado de coisa!

    Abraço afetuosos,

    Paolo Cabrero - Itú - SP.

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  15. Caro Paolo Cabrero: Nenhum governo, nenhum político, salvo engano, vai ter peito para encarar essa bandidagem travestida de pregadores religiosos. Porque os caras chegaram num nivel tal de poder, usando a intimidação como arma, que eles recuam. Aliás, não recuam, porque sequer avançaram. O Lula já fez alianças (também) com essa gente. E quem vier depois dele, situação ou oposição, também fará. A santa Marina Silva, uma pessoa admirável e defensora ferverosa das florestas, é evangélica. Imagine se, candidata, ou no poder, iria levantar uma bandeira dessas. Não vejo, sinceramente, um caminho. É preciso ser realista. Enquanto isso, gradualmente, eles vão avançando, formando um poder paralelo sem precedentes. Só falta, como aconteceu no nazismo, montarem uma guarda... Que já têm, não declarada nem oficial. Basta observar o anel de seguranças em torno do palco do Edir Macedo quando ele prega, todos de expressão agressiva. Nós estamos lidando com algo muito perigoso e em plena expansão, como um polvo gigante. Ou esse país acorda, ou depois será muito difícil extirpar esse novo poder dos verdadeiros satanazes.
    Milton Saldanha

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  16. Oswaldo Lavrado, concordo com o que disse o Milton Saldanha, nem o Vaticano conseguiu peitar essa mafia da fé. Outro dia tentaram comprar a Igreja da Sé, ofereceram uma fortuna, mas não conseguiram. Vocês sabem que nós, vigários, sempre somos chamados para rezar uma missa quando se inaugura alguma coisa, não sabem? Os vigários do Brasil estão fazendo uma greve com causa disso. Estão sem tempo, de tanto inaugurar rádios e emissoras de TV do Edir Maiscedo, RR Maiscedo e Davi Miranda. Os vigários não dão conta. E o Sarney lá no Congresso dando concessões de rádio e TV uma atrás da outra. Não tem quem aguenta.
    O texto do Oswaldo Lavrado me fez chorar, por isso jurei, de pés juntos, que nunca mais vou benzer nenhuma igreja desse povo, quando for chamado.

    Padre Euvídio

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  17. Ôi Oswaldo Lavrado... Li e reli sua crônica. Lindo o que escreveu, passados 16 anos. Estava agora lendo alguns comentários. Penso que fica dificil exigir que o Ministério das Comunicações não permita a venda de emissoras de rádio e TV para seitas, igrejas ou outras doutrinas. É a lei da oferta e da procura. O que deveria ser feito, e isso o Governo Federal pode executar através um decreto lei, é que, qualquer grupo que comprar uma emissora de rádio, TV ou mesmo um jornal, mantenha parte de sua programação voltada ao público, com jornalismo, música e entretenimento, além de utilidade pública. No mínimo 50 por cento de sua programação, mantendo em seus quadros profissionais habilitados a apresentar esses programas. O restante do tempo que fizessem o que bem entendessem. Afinal, sabemos, rádio, TV, jornais são, por si só, órgãos de utilidade pública. No caso dessa rádio em que o Oswaldo Lavrado trabalhou, todos foram mandados embora e a programação é só religiosa. Isso deveria ser proibido.
    Beijos,

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  18. Olá Lavrado!
    Sei o quanto você gostava dessa rádio. Quantas e quantas histórias já nos contou sobre ela e seus amigos! Sua crônica foi um desabafo, que nos emocionou.

    Um abraço do amigo,

    Germano Santos - São Bernardo do Campo - SP.

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  19. Oswaldo Lavrado, aceite meus cumprimentos pela crônica. Pena que isso não irá sensibilizar nem um pouco os "homens da fé", cujo interesse maior é o vil metal. O que ocorre com emissoras de rádio hoje, não é o mesmo em relação à TV. Veja a Record, do Edir Macedo. Entrou no páreo para brigar pelo primeiro lugar em audiência, com programação de primeira e contratando bons profissionais, a Globo que se cuide. Só não entendo porque o mesmo não acontece com as rádios que compram. Avacalham toda a sua programação, expulsando demônios o dia todo. Onde será que encontram tantos demônios assim? E gritam e berram que espantam não só demônios, mas a gente também. Deus me livre ligar numa emissora com aquele berreiro. Não faria isso nunca. Vão acabar com as rádios no Brasil desse jeito.
    Oswaldo Lavrado, receba meu Abraço forte...

    Eurípedes Sampaio - Jundiaí - SP.

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  20. Ôi, Oswaldo Lavrado,
    Se você olhar com atenção hoje para o lado da Metodista, vai ver um grupinho de umas quinze garotas lhe enviando beijos. Você mereceu, com essa crônica que escreveu. Adoramos seu texto...

    Priscila - Metodista - SBC

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  21. Olá Lavrado

    Um monte de garotas lhe jogando beijos! Você que maior recompensa do que essa? A vida vale a pena de se viver. Não importa os tropeços. O que vale é a vitória. Você venceu meu amigo. Parabéns.
    Um abraço forte

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  22. Ana Célia de Freitas.terça-feira, 01 setembro, 2009

    Boa noite Lavrado e amigos do blog.
    Fiquei sensibilizada e muito emocionada ao ler sua crônica,é triste assistir esses acontecimentos, e muitas vezes não podemos fazer nada,apenas lamentar.
    Mas se as coisas continuarem como está tudo indica que em um futuro bem próximo os donos das rádios tomarão conta da área comunicativa,mas vocês poderiam sim publicar esses belíssimos textos e não deixar que isso aconteça.
    Beijossssssssss no coração.
    Ana Célia de Freitas.

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  23. Ana Célia de Freitas.terça-feira, 01 setembro, 2009

    Boa noite a todos.
    Me expressei mal,"os homens da fé" tomarão conta das redes de comunicação.
    Mil desculpas.
    Ana Célia de Freitas.

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  24. Bôa noite, Edward e amigos do Blog de ouro.
    Oswaldo Lavrado, parabéns pelo artigo, o qual deixou-nos entristecidos ao saber como funciona o Capitalismo Selvagem.
    Por alguns milhares de $$$, pérde-se toda uma história que foi escrita com muito suor, alegria e algumas lagrimas..
    Mas como sabemos, o ditado diz, "vá em frente que atraz vem mais gênte" e vc e seus amigos foram, deixando um pedaço de cada um náquela ântiga e famosa RADIO DIARIO DO GRANDE ABC.
    Também sou um aposentado a exatos 16 anos, e entendo sua angustia.
    Abraços fraternos amigo Oswaldo Lavrado, e deixe-se levar pela admiração que todos nós temos por vc.(especialmente as garotas da Metodista lhe mandando beijinhos)

    Admir Morgado
    Praia Grande SP.

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  25. Amigos (as) desde blog...
    Obrigado a todos pelos comentários e opiniões sobre nosso artigo aqui inseridas...
    Germano Jorge, bem vindo a este espaço. Amigo das tardes de sábado e domingo, comedido advogado aqui de São Bernardo e presença obrigatória nos bate papo no Bar da Praça, aqui ao lado do campus Vergueiro da Metodista, onde todo começo de noite fico corado após uma espiadinha, com meu binóculo, nas protuberantes meninas. Certo, mestre Morgado ?, certo caríssima Priscila ?
    Este espaço seria curto para abordar os comentários dos amigos (as) bloguistas sobre o assunto de hoje. Todos pertinentes.
    Então, obrigado gente.

    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCampo

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  26. Boa noite, Oswaldo Lavrado!
    Eu não conheço esses empresários donos da antiga Rádio Diário, mas vi todo o currículo da rádio, apresentado pelo Edward em seu segundo comentário, ainda na madrugada de hoje. Me corrija, Lavrado, se eu estiver errado. Essas emissoras de rádio, na verdade, nada mais eram que "trambiques" nas mãos desses homens. Digo essas, porque o Edward coloca, em seu histórico, que depois dessa AM compraram também uma ou mais FMs. E venderam tudo para um pastor. Ou seja, aquele que tinha mais dinheiro pra pagar.

    Estavam "duros", vendo navios em cacos? Conversa pra boi dormir, prezado Lavrado e amigos que conhecem essa história e podem opinar. Os empregados, com um lar pra sustentar que se F.... Procure saber se tem algum deles, empresários, pedindo esmolas nas ruas. Duvido!
    Abraços...

    Tanaka - Osasco - SP.

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  27. O mundo gira, as pessoas evoluem, o que é bom para uns não são bons para outros.
    As demissões em massa dos radialistas, não é só por que as igrejas compram as rádios, é por que o radio é coisa do passado.
    Existem meios mais eficazes de comunicação.
    Por exemplo, a internet no momento é o maior veiculo de informação que existe, pelo menos na minha visão.
    A interatividade desse meio de comunicação é o mais perfeito de toda a história da humanidade.
    Conforme as pessoas vão adequando, e informatizando, os ibopes dos outros meios estão diluindo, com previsão de acabarem antes do previsto.
    A globo está numa luta irracional para voltar o ibope.
    Pesquisas mostram que a fatia do mercado que ela perdeu não foram para outras emissoras, e sim para os internautas, que acham coisas mais atrativas, e interessantes nesse mundo cibernético.
    Quanto à compra das emissoras de rádio pelos evangélicos, bem feito!
    Quem perde tempo ouvindo esses babacas com uma falsa pregação, de uma falsa religião, é por que as sintonias deles não vão alem de chiados, acompanhados de uma voz melancólica, pregando uma falsa verdade, de um falso reino, que exige dinheiro, para uma falsa salvação.
    Pelo menos aqui em franca, não dá para ouvir radio, não sei em outras cidades, mas aqui dá pena de ouvir.
    A maioria do tempo só tocam músicas de corno manso.
    É uma música de dois minutos, para deis minutos de propagandas estridentes, que os locutores querem oferecer uma loja inteira em um minuto apenas.
    Eu não consigo ouvir rádio já faz muito tempo.
    Parece que os seres humanos perderam o gosto pela arte.

    Valentim Miron- Franca S.P.

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  28. Luiz Gustavo Cerdeiraterça-feira, 01 setembro, 2009

    Olá Valentim Miron!
    Moro em Franca, gostaria de saber qual a emissora que você sintoniza que toca música em nossa cidade, pode me informar? Hoje pela manhã sintonizei a Rádio Difusora e a Hertz, das 8 às 11 das manhã. Um dos apresentadores de uma dessas emissoras tocou uma música, no final do programa. E, mesmo assim cortou antes de terminar. Rádio se fazia antigamente, hoje é brincadeira, ninguém toca música nenhuma, por isso, você tem razão, o rádio está terminando.
    Senhor Oswaldo Lavrado, belíssima crônica, mas o senhor, pelo exposto aqui, nada tem a lamentar. Pelo menos fica em sua memória o tempo em que se fazia rádio.
    Abraços....

    Luiz Gustavo Cerdeira - Franca - SP.

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  29. Jornalista e radialista Oswaldo Lavrado, essa é a segunda vez que venho ao blog. Fico encantada com os textos produzidos e apresentados por vocês. Muitos, e o seu,creio, seja isso, a reprodução de uma triste história de amor: Rádio X Profissional. Felizmente, um triste final para uma rádio, mas uma sequência de vida com mais experiência para um grande profissional, que teve a hombridade de contar, com muita emoção, a dedicação e o carinho que teve pela emissora (Rádio Diário) durante muitos e muitos anos em que defendeu o seu prefixo.

    Abçs,

    Valéria G. Palma - Campo Grande/MT

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  30. Por fim...
    Caro Tanaka: o senhor tem razão, a grande maioria, talvez a totalidade, dos proprietários de emissoras de rádio faz disso apenas um negócio comercial. O ouvinte, seu melhor cliente, ou os funcionários, que fazem girar a empresa, são manipulados aos sabor da grana...
    Prezado Miron: mesmo com o advento da internet ainda não foi criado, ou inventado, veículo de comunicação mais ágil e eficiente que o rádio. Ele ( o rádio), está em todo lugar: na sala, no quarto, no banheiro, no elevador, no carro, na bike, na moto, na praia, na cidade, no campo, no estádio, no velório, no Metrô, no ônibus, no trem, no boteco, no cinema, no teatro e até no velório. Nenhum computador, mesmo notebook tem essa penetração imediata....
    Luiz Gustavo: Pelo exposto acima do amigo Miron, acredito que o rádio não acaba tão cedo. O que está em extinção são os bons profissionais que não limitam-se apenas a anunciar músicas na base do: "ai, galera, nosso programa está bombando...'. Obrigado por suas ibservações.

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