terça-feira, 22 de setembro de 2009

UMA OBRA QUE TRAFEGA NA FRONTEIRA DA AUTO-AJUDA E MEXE COM OS SENTIMENTOS

“Mackenzie, já faz um tempo. Senti a sua falta. Estarei na cabana no fim de semana que vem, se você quiser me encontrar.
Papai”
.
Mackenzie Allen Philips recebeu este estranho bilhete, convidando-o a voltar à cabana onde, há quatro anos, Missy, sua filha mais nova, foi assassinada, durante férias familiares nas montanhas. Deprimido, ainda tomado por grande tristeza e sentimentos de culpa e revolta e ignorando alertas de que poderia ser uma cilada, ele viaja numa tarde de inverno e volta ao cenário de seu pior pesadelo. O que encontra lá muda sua vida para sempre. Num mundo em que religião parece tornar-se irrelevante, "A Cabana" invoca a pergunta: "Se Deus é tão poderoso e tão cheio de amor, por que não faz nada para amenizar a dor e o sofrimento do mundo?" As respostas encontradas por Mack estão no livro. Leia e avalie.
Um acidente levou o canadense William Young e seu livro "A cabana" (Editora Sextante) ao topo da lista de mais vendidos no Brasil e nos Estados Unidos. A obra sequer foi escrita para ser publicada. Segundo o autor, a fábula do encontro de um homem com Deus no mesmo lugar onde sua filha caçula foi brutalmente assassinada, foi escrita para ser dada de presente de Natal aos filhos.
Young esclarece: “Minha mulher me pediu para escrever uma história como um presente. Não tive dinheiro para imprimir o manuscrito no Natal de 2005. Mas consegui fazer 15 cópias de "A cabana" para entregar à família e amigos próximos. Era este o único objetivo. Muito da minha história está no livro”, lembrou o autor, canadense de nascimento que cresceu em Papua Nova Guiné, com seus pais missionários e estudou religião em Oregon, nos Estados Unidos. As crianças, como ele esperava, não se entusiasmaram muito. Mas alguns amigos leram imediatamente e começaram a repassar o livro para pessoas próximas. Young começou a receber e-mails de pessoas que nem conhecia dizendo que o livro impactara suas vidas. Ele decidiu enviar uma cópia de "A cabana" para um escritor que conhecia, que repassou o livro para dois produtores de cinema, Wayne Jacobsen e Brad Cummings.
Após um encontro entre os produtores e Young, a história de Mackenzie Allen Philips foi reescrita quatro vezes em 16 meses até que a versão final foi enviada a 26 editoras norte- americanas, metade delas religiosa. A maioria sequer respondeu. Young explica que as editoras cristãs acharam o livro herético. Já as que não eram religiosas acharam que havia muito Jesus. “Tínhamos um livro e nenhuma editora o queria”.
Então Jacobsen e Cummings criaram uma editora só para lançar "A cabana" nos EUA. Resultado: há mais de 20 semanas, o livro está na lista dos mais vendidos do jornal "The New York Times". Um fenômeno de público causado pelo marketing do boca-a-boca. A obra Já foi traduzida para 36 idiomas e, segundo o autor, vendeu em todo o mundo milhões de exemplares.
O livro foi escrito após William Young ter sofrido a perda de sua sobrinha e de seu irmão. O autor conta que também sofreu abuso sexual quando tinha quatro anos. Sua relação com o pai é complicada, assim como a de Mackenzie, no livro.
“Mack sou eu. Mas o que ele vive no livro em um fim de semana foi um processo que eu vivi em 11 anos.”
No livro, anos após o sequestro e a morte de Missy, sua filha mais nova, Mack recebe um bilhete misterioso marcando um encontro na cabana onde a menina foi assassinada. Ele vai e passa um fim de semana com a Santíssima Trindade. Contrariando todas as expectativas do personagem, Deus se personifica como uma mulher negra, grandona, de sorriso cativante, cozinheira de mão cheia. O Espírito Santo é uma chinesa ou mongol multicolorida, esvoaçante e volátil que cuida do jardim. Jesus é um bondoso jovem do Oriente Médio que conserta e constrói coisas. Todos pregam a igualdade, o fim das hierarquias, a liberdade e são contra a culpa, as regras e as instituições. É uma visão bastante libertária do amor, do perdão, da redenção, do sagrado e do humano.
“A cabana” é uma obra que trafega na fronteira da auto-ajuda, não apresenta força estilística que lhe empreste valor literário e nem seduziu a crítica. Mas caiu nas graças dos leitores porque comove, intriga e mexe com alguns sentimentos, emoções e crenças que causam constante perplexidade e sofrimento ao ser humano.
Avaliem a cena: um homem deprimido e revoltado por causa do assassinato da filha pequena tem a oportunidade ímpar de discutir seus ressentimentos com ninguém menos que Deus, em tríplice encarnação: Deus pai se manifesta como uma acolhedora dona-de-casa negra (parece uma mistura do misterioso Oráculo, da série Matrix, com a ama carinhosa de E o Vento Levou...), o Espírito Santo é uma diáfana e colorida mulher oriental e Jesus é um jovem carpinteiro que faz piada sobre o próprio narigão judaico...
Enfim, “A cabana” poderá ser, além de uma agradável e surpreendente história de consolo para o sofrimento imposto a um homem que perde uma filha e a esperança, também um exercício de reflexão sobre amor, culpa, ressentimento e perdão.
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*Nivia Andres, jornalista, graduada em Comunicação Social e Letras pela UFSM, especialista em Educação Política. Atuou, por muitos anos, na gestão de empresa familiar, na área de comércio. De 1993 a 1996 foi chefe de gabinete do Prefeito de Santiago, Rio Grande do Sul. Especificamente, na área de comunicação, como Assessora de Comunicação na Prefeitura Municipal, na Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACIS), no Centro Empresarial de Santiago (CES) e na Felice Automóveis. Na área de jornalismo impresso atuou no jornal Folha Regional (2001-06) e, mais recentemente, na Folha de Santiago, até março de 2008.
Blog da Nivia Andres:
http://niviaandres.blogspot.com/
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30 comentários:

  1. Bom dia amigos (as) deste blog...

    A resenha do livro "A Cabana" escrita especialmente para esse espaço pela amiga jornalista Nivia Andres, confesso, mexeu com minha imaginação. Contemplado com a primeira leitura do texto, que sempre leio com muita atenção, aos poucos comecei a imaginar o estranho diálogo travado numa pequena cabana, onde a filha do personagem foi assassinada e a Santíssima Trindade.

    Deus se personifica como uma mulher negra, grandona, de sorriso cativante, cozinheira de mão cheia. O Espírito Santo é uma chinesa ou mongol multicolorida, esvoaçante e volátil que cuida do jardim. Jesus é um bondoso jovem do Oriente Médio que conserta e constrói coisas. Esse o cenário fascinante criado pelo autor do livro, o canadense William Young, cuja intenção ao escrever esse livro que se transformou em Best Selller e está há mais de 20 semanas na lista dos mais vendidos do jornal "The New York Times", era presentear com essa leitura, os filhos no Dia de Natal. Pelo visto, não agradou as crianças, no entanto, fascinou o mundo com sua obra.

    Troquei alguns e-mails com a Nivia sobre o texto que ela me enviou. Num deles, que só vim a ler agora, pela madrugada, Nivia sentenciou: "se eu fosse você não deixaria de ler esse livro, cara". E como deixa de ler, Nivia? Enquanto escrevo esse meu comentário, minha mente trabalha febrilmente em busca do diálogo travado na trágica cabana entre um homem abalado pela morte violenta da filha e a Santíssima Trindade, representada por uma enorme negra, uma chinesa e um jovem carpinteiro, creio. Já estou encomendado meu exemplar, tenha a certeza, Nivia...

    Um forte abraço a todos...

    Edward de Souza

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  2. Olá Nivia...
    Acabei de ler “A Cabana” no último domingo. Realmente é uma história surpreendente, uma excelente opção de leitura. Livro de linguagem fácil e bastante impactante. Adorei a forma como foi contada a história. E que história, superou as minhas expectativa. O autor teve a felicidade de expressar “Deus” de uma forma singela, agradável e alegre. O capítulo que trata o perdão de Mack ao assassino de sua filha fecha com chave de ouro e supera quaisquer expectativas que se tenha tido previamente. Para quem ainda não leu eu recomendo essa leitura.
    Beijos,

    Gabriela - Cásper Líbero - SP.

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  3. Bom dia, amigos e amigas!

    Hoje é um lindo dia - o início da Primavera, que inspira alegrias e pinta de cores novas a nossa vida. Saímos da casca com que nos protegemos do frio do Inverno e nos abrimos, desabrochamos, como flores novas, frescas, coloridas. Tenho certeza de que todo mundo está com vontade de fazer esta "troca de pele"!

    Não foi planejado, mas acredito que a resenha deste livro veio bem a calhar no dia de hoje...

    Vou contar-lhes uma pequena história. Li dois capítulos do livro A cabana, na internet. Fiquei curiosa e o comprei, juntamente com mais alguns títulos - O jogo do anjo, de Carlos Ruiz Zafón; A morte do gourmet, de Muriel Barbery e A filha do canibal, de Rosa Moreno. Quando o pacote chegou, fui direto para A filha do canibal e deixei A cabana para minha mãe ler. Ela iniciou a leitura um pouco contrariada, achando muito estranha a personificação da Santíssima Trindade - Deus, uma negra cozinheira; Jesus, um carpinteiro(!) e o Espírito Santo, uma esvoaçante e colorida criaturinha asiática...De algum modo, o quarteto a conquistou, pois ela não largou mais o livro...

    Perguntei, então, a sua opinião sobre o livro (minha mãe Lidia é uma católica fervorosa). Ela disse que gostou muito, porque a saga de Mack, o protagonista, é um exercício para aprendermos a perdoar, especialmente a quem nos impõe sofrimento profundo.

    Então, fui à leitura. E gostei. Advirto-os que é uma obra para ser lida afastando totalmente qualquer dogma religioso, apreciando, apenas, a beleza do que está em curso - o processo de redenção de um homem pelo amor.

    Temos algum preconceito quando nos são apresentadas obras caracterizadas como de auto-ajuda, que querem ensinar como ter sucesso, lucro, fama, amor. Bem, cada um pode avaliar se A cabana é um livro dessa natureza...

    De qualquer maneira, é um livro bonito, de história emocionante, factível até onde quisermos que seja.

    Vejam só, o autor não conseguiu que nenhuma editora se dispusesse a publicar a sua obra. Então, foi criada uma editora para este fim. Vale esclarecer que o livro foi reescrito inúmeras vezes, até ficar no formato desejado pelos editores... Sucesso estrondoso. William Young está rico e famoso. Já se prepara o filme. Alguém duvida que irá pelo mesmo caminho?

    A estratégia de marketing foi perfeita - a propaganda boca-a-boca funcionou e ganhou o mundo.

    Bem, leiam e tirem as suas conclusões...

    Volto na sequência.

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  4. Bom dia Nivia, achei maravilhoso o livro "A Cabana", tão bem resenhado por você hoje aqui no blog. A leitura dessa obra, Com sua narrativa envolvente e cheia de inteligencia e ternura, nos faz pensar melhor em nossa relação com Deus e nos faz ver que o amor ao próximo é muito importante na nossa vida. Impossível não se emocionar. Na minha opinião é um livro maravilhoso!
    Bjs...

    Bruna - Universidade Federal de Juiz de Fora/MG

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  5. Olá Nivia...
    Acompanhei com atenção sua resenha sobre esse livro "A Cabana", além dos outros comentários de quem já leu essa obra e fiquei curiosa, claro está. E com muita vontade de ler esse livro. Fiquei com a impressão que "A Cabana" tem um misto de ficção em sua narrativa, não seria isso? A idéia de um Deus diferente das versões apresentadas até hoje realmente é impressionante, por isso acredito nessa possibilidade, não sei. Só lendo o livro, claro, e vou fazer isso.
    Legal a resenha que nos brindou hoje, Nivia, sua indicação nos ajuda a comprar um bom livro.
    Beijinhos,

    Karina - Unicamp - Campinas - SP.

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  6. Bom dia, Nivia...
    O livro "A Cabana" é surpreendente e rico em detalhes. Identifiquei-me com o personagem Mack, com suas frustrações e com sua certeza de que estava fazendo a coisa certa. Mas somente ao encontrar-se com Deus ele percebeu por meio do amor que tudo que ele imaginava ser certo, não passava de raiva e insegurança.

    Minha dica é a mesma dada pela Nivia, que vocês leiam o livro totalmente desprendidos de preconceitos, e tenham a sensibilidade de enxergar através da ficção, a mensagem principal do livro, que é o perdão, e o Amor acima de tudo.
    Beijos a todos...

    Andressa - Cásper Líbero - SP.

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  7. Olá Nivia

    Excelente resenha do livro “A Cabana” de William P. Young. Um livro que certamente vou ler.
    O assunto me interessa. Não importa a religião ou não religião. O que importa é a vivência espiritual em que o personagem se vê envolvido.
    O ser humano é um mundo a ser descoberto por ele mesmo. É o desbravador de seu eu.
    Deus se manifesta de todas as formas para atingir as mentes de indivíduos místicos, pois estes não conseguem ainda ver a “Inteligência suprema, causa primária de todas as coisas” de uma forma mais natural.
    Por sua resenha e pelo que consegui ler na internet, vejo que terei uma leitura agradável durante alguns dias.

    Um fraterno abraço

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  8. Boa tarde, Nivia!
    Eu estava até sem graça de entrar no blog e deixar meu comentário. Só vi o Edward representando os homens, que, me parece, não gostam de ler. Agora o Senhor J. Morgado veio deixar seu comentário e me animei. Sabe Nivia, acompanhei com muita atenção seu relato sobre "A Cabana", minha prima já leu e me recomendou o livro. Ela mora em Maringá, no Paraná. Disse que gostou muito. Não fosse a indicaçõe sua e da minha prima, a Léa, eu talvez não compraria o livro. Não gosto muito de livros que surgem como verdadeiros Best Sellers, eles sempre nos enganam. Comigo já aconteceu muito. Quero ver se encontro esse livro hoje mesmo, em São Paulo, no centro. Estou indo para lá agora, é bem pertinho de onde moro.
    Obrigado, Nivia!
    Abraços a todos,

    Tanaka - Osasco - SP.

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  9. Ah, Nivia, lindo seu relato sobre "A Cabana". Um dos livros mais incríveis que eu já tive a oportunidade de ler! Ganhei de presente do meu namorado, mês passado. Gostei tanto que já penso em começar a leitura novamente, acredite!
    Bjos,

    Brenda - Metodista - S. Bernardo

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  10. Olá Nivia, tudo bem?
    Acho que sou a única, ou uma das únicas que não gostou desse livro, "A Cabana". Achei o livro muito fantasioso, narrativas cheias de metáforas e frases de duplo sentido, as vezes até um pouco confuso. Pode ser que eu não tenha entendido determinadas explicações. Confesso, tinha ouvido falar tão bem deste livro, que fiquei decepcionada. Lógico que há algumas lições que consegui aproveitar, principalmente quando fala do perdão. De resto achei a leitura monótona e repetitiva. Não me acrescentou nada de novo, creia, respeitando, claro, seu ponto de vista, Nivia. Como esse espaço é democrático, penso que posso dar essa minha opinião, não é? Não fique zangada comigo, Nivia, peço-lhe.
    Beijos,

    Priscila - Metodista - São Bernardo

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  11. Olá Nivia....
    Você consegue despertar meu interesse para ler os livros que indica.
    Este de hoje já está escolhido para minha proxima aquisição, assim que terminar a leitura do primeiro livro que vc indicou: 1808, de Laurentino Gomes.
    São dicas que nos ajudam e facilitam na escolha de uma boa leitura, sem medo de errar. Acaba sendo um ótimo e acertado investimento.
    Obrigada.
    bjinsss

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  12. Prezada Priscila, o que seria do azul se todos gostassem do verde. Eu ainda não li esse livro, mas, prestando a atenção na resenha feita pela Nivia e nos demais comentários, penso que seria bom você ler "A Cabana" novamente, com calma. Quem sabe pode ter um outro ponto de vista. Bom, eu vou comprar e ler, depois lhe digo se você estava ou não com a razão.
    Abçs e me desculpe pela intromissão.

    Eurípedes Sampaio - Jundiaí - SP.

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  13. Olá pessoal... Li a resenha sobre "A Cabana", escrita pela Nivia Andres, logo pela manhã, pouco mais de 6 horas, creio. Estava com pressa, tinha compromissos inadiáveis e sai com tremenda vontade de comprar esse livro para ler. Na única livraria que entrei, aqui em São Paulo, na Xavier de Toledo, o livro havia se esgotado. Cansada vim para casa e consegui comprá-lo pela internet, nas Lojas Americanas, em promoção, por R$ 19,90. O duro agora é esperar a entrega, com o Correio em greve. Se alguém quiser comprar é só acessar o site das Lojas Americanas(deveriam levar o livro em casa hoje, pela propaganda que estou fazendo, não acham?). Esse o link: http://www.americanas.com.br/AcomProd/1472/2571372?par=buscape
    Beijinhos...

    Larissa - Cásper Líbero - São Paulo

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  14. Queridas amigas e amigos, estimada e brilhante Nivia Andres: leio muito, fiz isso a vida inteira, minha casa tem estantes que ocupam toda a parede, abarrotadas. Mas confesso minha eterna resistência a best sellers. Minha namorada já tinha lido e comentado esse livro comigo, gostou, nem assim me empolguei. No momento estou curtindo a leitura da vida de Albert Einstein, o gênio que revolucionou a Física e abriu caminho para inovações tecnológicas de ponta. Homem rebelde, ateu, e sensível, tocava como hobby música clássica ao violino. A falta de densidade literária apontada pela Nivia e o comentário da Priscila me bastam, não vou ler "A Cabana", o tempo é curto e tenho outras prioridades de leitura. No entanto, a saga do William Young contada pela Nivia achei fascinante. É mais um, entre centenas de outros casos, de sucessos comerciais que editores recusaram. Até Guimarães Rosa foi recusado, e este, além do sucesso comercial, foi sempre venerado (merecidamente) pela crítica. Ainda que a história de Young não seja inédita (refiro-me à busca do editor), ela é sempre valiosa para que jovens e velhos escritores não desanimem. Façam, como eles, suas próprias edições e se preciso vendam de mão e mão, como fazia Plinio Marcos nas portas dos teatros paulistanos. Isso ainda será sempre melhor do que ter originais na gaveta. A literatura é um campo repleto de injustiças. O genial Dionélio Machado, gaúcho, de Pelotas, só foi descoberto após sua morte. Este sim é um autor extraordinário, que recomendo com total entusiasmo.
    Beijos!
    Milton Saldanha

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  15. Voltei porque dei o preço do livro "A Cabana" que encontrei nas Lojas Americans, via internet mas não disse que essa obra de William Young tem 240 páginas, tá bom, gente?
    Milton Saldanha, li seu comentário. Quando eu acabar de ler A cabana vou emprestá-lo pra você, tá(rsssssss...). Ou prefere um do Paulo Coelho?
    Beijinhos,

    Larissa - Cásper Líbero - SP.

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  16. Olha, Milton Saldanha, embora vc tenha uma concepção diferente a respeito do livro, não se pode esquecer que é apenas um romance, nada a ver com religião ou ateísmo. O problema está em fazer desta obra fonte de verdade, infelizmente a maioria das pessoas fazem isso. Todas as vezes que leio uma obra, sendo cristã ou não, retiro o que é bom e “deleto” o que contraria as minhas convicções pessoais e religiosas.
    Gostaria que as pessoas também fizessem isso. confesso que em nenhum momento da leitura do livro procurei fundamentos teológicos… Simplesmente analisei "A Cabana" como um romance que apresentava o Deus da imaginação ou de um sonho de alguém inconsciente e tentei só prestar atenção naquilo que me pareceu positivo e útil. Eu reforço o comentário da Nivia Andres (acima). Acho que ela definiu muito bem. Esse livro deve ser lido sem a expectativa de algum grande ensinamento, mas sim, como a Nivia disse, tirando o que há de bom nele. Eu gostei muito da leitura, valeu a pena ler esse livro!
    Bjos,

    Thalita - Unisantos - Santos - SP.

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  17. Olá, novamente!

    Estou gostando imensamente dos comentários, que provam como é benéfica a discussão de opiniões favoráveis e contrárias, sobre qualquer assunto.

    Creiam todos, é uma grande responsabilidade indicar leituras, sugerir que pessoas leiam determinada obra. Por isso, penso muito antes de recomendá-la, observando alguns requisitos. Em primeiro lugar, avalio se a obra tem valor e se tem chance de agradar a maioria do nosso universo de participantes do blog, nossos tradicionais convivas, que aqui estão, todos os dias.

    Levo em consideração, também, a facilidade de leitura e se a obra pode ser facilmente encontrada, seja em livrarias ou em bibliotecas.

    E jamais indico obras das quais não tenha gostado ou que, de alguma maneira, criem constrangimento, seja por incentivarem preconceito, ofensa a costumes, etc.

    Também levo em conta que alguns de nossos confrades não têm o hábito de ler. Tento conquistá-los, sugerindo alguma leitura que os estimule a entrarem neste mundo mágico da literatura, do qual só irão tirar proveito, acreditando que o hábito é muito salutar.

    Assim, entendo perfeitamente quando um homem tão culto quanto o Milton decida pela não-leitura, pois já refinou, de há muito, seu gosto e sua exigência literária. Ainda não li o livro sobre o Einstein. Deve ser fascinante. Assim, como, de fato o é, o Dionélio Machado, autor gaúcho de Os ratos, uma obra-prima de valor inestimável, a qual recomendo aos que se interessarem.

    Volto mais tarde.

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  18. Caro professor João Paulo. Sem problemas, cada um sabe de suas escolhas. Já leu Deus, um delírio, de Richard Dawkins? É um livro excelente. Dawkins é um grande escritor. Um filósofo brilhante. Ainda não li as obras que o Senhor cita, do mesmo autor. Mas estão na minha lista que, por sinal, é enorme.

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  19. Uma boa tarde a todos!
    Peço desculpas ao profesor João Paulo de Oliveira, mas não consigo entender como pode uma pessoa, apenas pela sinopse, julgar uma obra. O Senhor é a primeira pessoa que vejo fazer isso. Certamente na sinopse o livro toca no nome de Deus, ou da Santíssima Trindade e isso pode ter incomodado nosso professor, quero crer. Mas, nesse espaço democrático, tem o Professor todo o direito de se manifestar, quem sou eu, para impedi-lo.
    Eu, por exemplo, não li o livro, apenas a resenha da Nivia e gostei demais do relato. Acredito que tenha sido até mais esclarecedor que a sinopse desse livro, porque tocou não só eu como outras pessoas que deixaram aqui seus comentários. Gosto de ler bons livros, independente se falam ou não em Deus e por isso vou comprar "A Cabana" e ler com muito carinho. Alguém disse acima. O que seria do azul se todos gostassem do verde. Com razão!
    Abçs a todos,

    Cícero Medeiros - São Paulo - SP.

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  20. Prezada Thalita: creio que a Nivea tenha definido até melhor do que eu minha posição. Não se trata de nenhum pedantismo intelectual, seria uma arrogância insuportável, mas a verdade é que qualquer forma de arte passa por estágios. Aos 64 anos, e lendo desde garoto, alcancei um ponto de exigência natural, fruto de longo amadurecimento. Nessa fase, não é qualquer autor que vai me encantar facilmente, porque trabalho com parâmetros muito fortes. Não se trata da questão mística, isso é irrelevante. Deus pode ser usado até por um autor ateu, como recurso literário para contar uma história. E a leitura tem que conter distanciamento crítico, você vê o mundo ao seu redor como ele reamente é, sem utopias. Minha rejeição, portanto, não é de caráter filosófico. É no plano da qualidade literária, que questiono. Pelo que a Nivea contou, de forma muito interessante, esse livro em questão foi produzido com o intuito de ser best seller, agradar ao leitor, falar o que ele deseja ouvir, com linguagem fácil e linear, sem uma arquitetura linguística. Essa é a receita do best seller, e razão pela qual não gosto deles. Com a capacidade, facilidade e rapidez que tenho para escrever, eu próprio, se quisesse ganhar dinheiro, faria livros assim. Um autor, digamos, mais difícil, nos obriga a pensar e a analisar com pinça cirúrgica sua linguagem, a estrutura do texto, e aí entra a beleza literária. Cujo desafio, veja bem, é ser simples.
    Beijo!
    Milton Saldanha

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  21. Larissa, não leio nada por obrigação, por ser da moda. Se gosto, devoro o livro. Se não gosto nas primeiras 20 ou 30 páginas, abandono de vez. Caso raro, não fiz isso quando li a obra épica e fantástica "Os Sertões", do Euclides da Cunha. Vencer o início do livro foi um desafio a minha própria paciência. Lá pelas tantas me encantei e me apaixonei pela obra perdidamente, que considero um dos dez maiores livros da literatura universal em todos os tempos. Mas no caso do Euclides eu sabia que tinha um monumento nas mãos, havia algo de muito belo me esperando nas páginas seguintes. Tentei ler o Paulo Coelho, e entendi sua brincadeira. Não consegui prosseguir. Mas li recentemente a vida dele, escrita pelo excelente Fernando Morais. É interessante.
    Beijo!
    Milton Saldanha

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  22. Oi, amigos (as) deste blog...

    Mais um brilhante artigo da Nivea. Chamativo, intrigante e, como todos os outros, polêmico; daí as opiniões acima serem divergentes.
    Parabéns garota.

    abraços
    Oswaldo Lavrado - SBCampo

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  23. Ana Célia de Freitas.terça-feira, 22 setembro, 2009

    Boa tarde a todos.
    Belíssima resenha,já ouvira falar do livro,mas confesso que apenas lendo essa belíssima resenha fiquei instigada a ler o mesmo,muitas vezes "escolho" o livro quando indicados,amo ler,e de tudo um pouco,Paulo Freire,Içami Tiba,Rubem Alves,José Saramago, são meus preferidos,mas a cabana está na minha extensa lista.
    Ana Célia de Freitas.

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  24. Ôi Nivia...
    Bem que tentei chegar mais cedo, mas hoje foi impossivel. Acabei de ler sua resenha sobre o livro "A Cabana". Depois li alguns comentários, a maioria favorável ao livro de William Young. Algumas colegas de faculdade leram esse livro. Não me lembro da opinião de nenhuma delas, se é que deram (rsssssss). Eu ainda não li, mas fiquei curiosa, pareceu-me tratar-se de um livro interessante, principalmente por causa da fábula do encontro do homem com Deus, exatamente onde sua filha foi assassinada. Apesar dos muitos livros de medicina que sou obrigada a devorar todos os dias, sempre guardo um tempinho para outras leituras, meu passatempo preferido. Acabei de ler "Freud", de Luiz Tenório Oliveira Lima. Uma obra interessante sobre o desenvolvimento da psicanálise e sobre a vida de Freud. Muito bom. Esse espaço cultural criado neste blog é digno de aplausos. É preciso incentivar a leitura, Nivia, cada vez mais. Parabéns a todos vocês...
    Beijos,

    Liliana - Santo André - SP.

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  25. Ôi Ninia, esse livro "A Cabana" é simplesmente maravilhoso. Faltam-me adjetivos para descrever essa obra. O que posso dizer é que eu já via Deus de uma forma diferente do que as religiões costumam pregar, agora, com essa leitura, vejo de uma forma mais ampla, mais doce e mais amiga. Se um dia eu tiver que presentear um amigo que por ventura esteja passando por algum momento difícil na vida, "A Cabana" será meu presente.
    Beijos e parabéns pela resenha sobre essa obra,

    Diginane - Porto Alegre/RS

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  26. Prezados amigos,

    O amor aos livros é uma virtude que precisamos cultivar, incessantemente. Não importa o gênero, o valor literário - nossa exigência se aprofunda com o tempo, como bem disse o Milton Saldanha.

    Agradeço os comentários gentis de todos e vou fazer força para sugerir, pelo menos, a cada quinzena, uma nova obra.

    Gostaria, também, que os amigos que forem lendo as obras sugeridas, mandem ao blog a sua opinião, dividindo-a conosco. Será muitoimportante obtermos esse feedback.

    Um abraço.
    Meu carinho e agradecimento a todos.

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