sábado, 18 de julho de 2009

UMA PESCARIA FRACASSADA
*
Primeira parte
*
J. MORGADO

Truco! Seis! Ladrão dos meus tentos! Esse jogo de cartas tão a gosto do pessoal do interior e nas barrancas dos rios, durante as pescarias, já durava mais de cinco dias dentro de uma tenda armada na barranca do Rio Corrente, afluente do Rio das Mortes. A cidadezinha mais próxima era Nova Xavantina, em Mato Grosso. Um acidente poucos dias antes, fizera com que a pescaria virasse um torneio de truco entre quatro amigos. Isso aconteceu em julho de 1973. Dois meses antes, eu havia sido procurado pelos outros três aventureiros, um italiano de nome Domênico, o Osvaldo e o Lúcio, todos moradores em Santo André-SP. Eu era bastante conhecido por causa da minha coluna semanal sobre pesca esportiva publicada na Seção de Turismo do Diário do Grande ABC. Frequentemente pescadores da região me procuravam para participar de suas excursões piscatórias. Aceitei o convite e a sugestão de que o destino seria o Rio Corrente. Esclareceram que no Município de Barra do Garças (MT), havia um amigo (deles) que tinha se prontificado a arrumar as embarcações. O motor de popa e o veículo, uma Variant do ano, eram dos meus novos amigos. Acertado os detalhes sobre data e demais “salamaleques”, faltava apenas traçar o roteiro para a viagem. E isso caberia a mim. Assim, no início do sétimo mês daquele ano, logo de madrugada, saímos de São Bernardo do Campo, rumo a mais uma aventura.
Rodovias Anhanguera, Washington Luiz, Brigadeiro Faria Lima, passando por Jaboticabal, Barretos até o Rio Grande, divisa entre São Paulo e Minas Gerais, foi o trecho inicial percorrido. A seguir, pela BR-050, Uberaba e Uberlândia. A partir daí, o cerrado com toda a sua exuberância, intocável, com sua fauna, riachos cristalinos e rios caudalosos. Mas, esperem um pouco... Isso foi em 1973. Tudo acabou! Cana, soja, etc. O cerrado? O cerrado... Sumiu! Ficaram os rios, acho eu!
Do entroncamento – Uberlândia – Brasília – Ituiutaba – seguimos em direção a esta última cidade e fomos adiante até alcançarmos a divisa com o Estado de Goiás, onde o Rio Paranaíba, mais abaixo, encontra-se com o Rio Grande, formando o majestoso Rio Paraná, despejando suas águas de mais de 500 metros de largura em um canal que não passa dos 80. Águas turbulentas e profundas. Outra maravilha da natureza desaparecida em nome da evolução ou da ganância...
Desde o entroncamento, a estrada era de terra e assim prosseguiria até o destino final. O cerrado, com sua flora típica, árvores retorcidas e floridas e animais silvestres encantavam-nos. O pescador amador é antes de tudo um amante da natureza e se aborrece quando tudo isso desaparece. No caminho, boiadas com seus boiadeiros. O berrante à frente. Quem viajava por essas estradas sabia com algumas horas de antecedência, que no caminho encontraria uma boiada. O “maleteiro”, um peão com sua animália carregando malas e engradados, se adiantavam algumas horas. Era o cozinheiro. No local destinado, geralmente a beira de um rio ou riacho, a bóia fumegante.
Depois de mais de 900 quilômetros percorridos, “arranchamos” em uma fazenda entre os municípios de Cachoeira Alta e Caçu, em Goiás. O dono da fazenda era meu amigo e lá ia eu ter vez outra passar alguns dias. Era época em que as perdizes, jaós e inhambus começavam a cantar. Seu canto era para atrair as fêmeas para o acasalamento. Suas “vozes” soavam de maneira como que nostálgica ou melancólica. Que saudade!
Pela manhã, partíamos. Centenas de quilômetros nos separavam do objetivo. Muitas alegrias e surpresas nos aguardavam durante o percurso. Os postos de gasolina em que abastecíamos a nossa Variant eram movidos a manivela. Sim, a manivela, não havia energia elétrica nessas estradas do sertão. A Variant estava pesada, além dos quatro marmanjos, toda a bagagem e mais um motor de popa. A conversa entre nós girava em torno de caçadas e pescarias. A cada animal silvestre que surgia na estrada era um frenesi. Veados, tamanduás, tatus, irararas, lagartos, etc. eram uma constante. Infelizmente, tudo acabou! E os culpados não foram os caçadores. A soja, a cana e sei mais lá o que, tomou conta de tudo. O cerrado, pobre cerrado... O bicho homem comeu! Os bandos de araras vermelhas, azuis... Maritacas, periquitos, papagaios, tucanos, coloriam o espaço a nossa frente! Procurávamos evitar que outro veículo passasse a nossa frente, se bem que eram poucos. O pó era terrível. Quando isso acontecia, as janelas eram fechadas senão teríamos que cuspir barro. Passamos por vários lugarejos com nomes interessantes. Lembro-me de termos feito refeições em Piranhas. Um pequeno município de Goiás. Caiapônia, entre outros lugares na região, começava a se desenvolver. Viajávamos entre as duas grandes bacias hidrográficas, a Platina e a Amazônica. Ora encontrávamos rios correndo para o sul, ora para o norte.
Enfim, chegamos a Aragarças, as margens do ainda tímido Rio Araguaia. Essa cidade foi outrora (se não estou enganado 1957/58), palco de uma rebelião militar, que como tudo aqui no Brasil, acabou em pizza. Do outro lado, Barra do Garças, município mato-grossense. Local onde estabelecemos contato com o tal amigo. Mas, essa segunda parte de nossa aventura eu conto amanhã, domingo, aqui no blog do Edward de Souza, prometo...
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*J. Morgado é jornalista, pintor de quadros e pescador de verdade. Atualmente esconde-se nas belas praias de Mongaguá, onde curte o pôr-do-sol e a brisa marítima. Morgado escreve quinzenalmente neste blog, sempre às sextas-feiras. E-mails sobre esse artigo podem ser postados no blog ou enviados para o autor, nesse endereço eletrônico:
jgacelan@uol.com.br
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38 comentários:

  1. Bom dia amigos (as) do blog!

    Vamos passar um final de semana feliz, pescando e conhecendo um pouco da natureza, Também um pouco da devastação provocado no meio ambiente pelo “bicho-homem”, nesta narrativa brilhante do amigo-irmão J. Morgado. Durante anos Morgado escreveu sobre pesca esportiva no Diário do Grande ABC. Sua coluna, lembro-me bem, nos anos 70, era uma das mais procurados pelos leitores do jornal.

    Fui instigado a pescar nesse final de semana por um amigo que ostentava a seguinte mensagem na camiseta: “Se quiser ser feliz por um dia, reze; Se quiser ser feliz por um ano, case; Se quiser ser feliz para sempre, pesque”. Numa pescaria nos divertimos com os preparativos, com os detalhes em volta, a paisagem, e o clima descontraído e amável que envolve os pescadores e pescadoras.

    Pescar é um dos esportes recomendados pelos médicos para nos livrar do estress do dia-a-dia. Perceberam que quando a coisa não anda boa para nosso lado sempre tem alguém que faz essa sugestão: ”você precisa relaxar, vá pescar”. Em Franca, cidade onde nasci, estamos cercados por grandes rios, entre eles o Rio Grande, Canoas, Sapucaí e Rio Pardo. Qualquer criança de 7 anos sabe preparar a isca e ir à luta, sem ajuda dos pais, para tentar fisgar seu peixe.

    Final de semana em Franca significa “rancho”, onde boa parte da população se diverte na beira de um rio. São dezenas de ranchos de propriedade dos francanos na beira do Rio Grande, principalmente em Rifaina, lugar turístico, cercado de belos lagos, onde o ar é puro e a natureza de faz presente. Quem não tem um rancho vai como convidado do parente ou amigo. E assim todos se divertem nos finais de semana para esses lados.

    Depois de acompanhar esse texto do J. Morgado, incompleto porque prossegue amanhã, eu lhe dou um conselho: Pesque o humor do momento, pesque o carinho das pessoas que estão ao seu redor, pesque as piadas, o cheiro do campo sem poluição, o silêncio à beira d’água, pesque a harmonia perfeita entre você e a natureza, a lhe abençoar, envolver. Pesque os beijos disponíveis de quem está com você. E, para ser mais feliz ainda, compre peixe no mercado, e antes de começar a pescar, asse e vá beliscando aos poucos, tomando goles de cerveja, enquanto a vida passa, ou enquanto você passa pela vida.

    Um forte abraço a todos...

    Edward de Souza

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  2. Edward,
    Sou também jornalista e escritora de literatura infanto-juvenil.Adorei seu espaço virtual! Também ando pela "blogsfera" com meu http://contoscantoseencantos.blogspot.com e sou também Top 100. Deixei meu voto para você e o convido, junto com toda a turma do Crônicas a uma visita pelo universo da literatura infantil e das artes voltadas para a infância.
    Grande abraço,

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  3. Ôi Morgado...
    Engana-se quem pensa que pescaria é só para homens. Tempos são outros. Aqui em Ribeirão Preto tem uma turma de pescadoras. Só mulheres, homens não entram, nem namorados, noivos ou maridos. Esse grupo, composto por 15 mulheres tem várias atividades por ano. Pescarias no Pantanal matogrossense, uma delas. E voltam com peixes dos bons. Outro dia a filha de uma dessas pescadoras me levou para ver as fotos e não consegui ver a metade em pouco mais de uma hora que estive lá. Impressionante também são os apetrechos modernos para pescaria que elas tem. Você nem imagina. A próxima pescaria delas está marcada para o Araguaia, onde devem ficar 10 dias.
    Estou acompanhando sua série, mas pelo título acima não vamos ter peixes.
    Bjos...

    Mayra - Ribeirão Preto - SP.

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  4. Bom dia J. Morgado e pessoal do blog. Olha Mayra, não é só em Ribeirão que tem mulheres pescadoras não. Aqui em Campinas também tem. Eu sou a chefe do grupo. Todos os fins de semana vamos ao cabeleireiro, manicure, nos arrumamos bem e seguimos para............. o Pesque pague (rsssssss....). Verdade, menina. Normalmente não pegamos peixes nenhum, nenhuma de nós gosta de sujar as mãos com iscas, principalmente se for minhocas (arghhhh....). Ficamos na lanchonete do Osmarzinho. Lá, ele e a esposa nos servem peixes de todo o jeito, cozido, assado, frito e até sashimi ( uma delícia) com tempero japonês. Viu só, Morgado, novos tempos. E assistimos a luta dos amadores para pegar as tilápias na represa, bem à distância. No outro dia, na faculdade, contamos pra todo mundo que fizemos uma pescaria e tanto!
    Bjos...

    Karina - Campinas - SP.

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  5. Prezado J. Morgado!
    Onde estão os pescadores? Só tem mulheres pescando e nós, onde ficamos nessa história toda? Lendo essa primeira parte de seu artigo, Morgado, você nem acredita, me dá uma saudade imensa dos tempos em que nossa turma se reunia para pescar. Nos anos 80 fizemos uma "vaquinha" e compramos um pedaço de terra no Rio Grande, no lugar chamado "Garrafão", se você não conhece é possível que o Edward conheça. Lá já é MInas Gerais, mas fica perto de Franca, creio que uma hora e pouco de carro. Construimos uma casa simples, mas confortável e sempre que dava estávamos por lá. Mas aquilo agora se transformou, com o sumiço de um e outro da nossa turma, eu sem tempo, acabamos vendendo aquele pedaço de terra. Tudo por lá está mudado, disse-me outro dia um amigo. Muita lancha, bagunça nos finais de semana nesses que o Edward chamou de "ranchos", enfim, pescar que é bom, nada... Sem contar que, tempos atrás, com a construção da usina de Furnas e do Estreito, houve uma mortandade de peixes de dar dó. Velhos pescadores contam que viram milhares de dourados, pintados e jaús com mais de 100 quilos, boiando no rio. Uma pena! Esse tal progresso acaba com nossos rios, com nossa pesca. Hoje em dia, Morgado, não tem pescadores como antigamente. Aqueles cujos apetrechos eram varas de bambú. Estão em extinção, como nossos peixes.
    Um abraço, amigo e parabéns pela série sobre pescaria, que promete!

    Paolo Cabrero - Itú - SP

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  6. Olá Paolo

    Conheço o lugar que você menciona e muitos mais no Rio Grande. A Cachoeira dos Marimbondos foi um de meus locais preferidos. SUMIU! O progresso “infame” chegou! Dourados, jaús, pintados, pacus... Desapareceram!
    Com as represas surgiram lindas paisagens, mas e os peixes?
    Bons tempos Paolo, Bons tempos...

    J. Morgado

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  7. Júlio Cesar Mourasábado, 18 julho, 2009

    Bom dia, senhores!
    Vou acompanhar atentamente essa série, J. Morgado, bom pescador que sou. E por acaso já viu um pescador não ser bom? E não contar mentiras? Só de dizer que é bom, começou a mentir. Sou pescador pobre, do Rio Sapucaí, aqui pertinho da minha Franca. Lá vou em 20 minutos de carro. Temos um abrigo por lá. Se falar "ranchinho" vão achar que é coisa de rico. Aqui em Franca é assim, o cara monta uma fábrica de calçados, fica rico e as primeiras coisas que ele compra é um rancho (coisa de primeira), uma camionete cabine dupla e arruma uma amante. Nesse cantinho nosso no Sapucaí a diversão é pescar piau, aqueles 3 pintas de olho vermelho. Bom de briga e só vem na massa. Só que cevamos bem, todos os dias. Os piaus aparecem por volta das 16,30 até o sol se por. Depois acabou a festa, só no outro dia. Mas vale a pena. Piaus de 1 quilo e 800 gramas, até 2 quilos. Mas é uma bela diversão. Lambarís só pela manhã, entre 10 e 12 horas, depois somem. E ainda tem aqueles prata e do rabo vermelho, grandes e bons para uma fritada.
    Agradeço ao amigo Edward pelo convite para visitar seu blog. Isso faz uma semana, vim hoje e encontrei meu assunto preferido, pescaria.
    Um bom dia a todos vcs e parabéns pelo blog, nota dez!

    Júlio Cesar Moura - Franca - SP.

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  8. Queridas amigas e amigos, dileto J. Morgado: muito saborosa, gostosa mesmo de ler, esta crônica. A gente vai viajando junto, vendo as estradas, os bichos, os rios. Que pena que tanta riqueza e beleza deu lugar aos campos de soja. Nessa marcha destruídora, onde o dinheiro fica acima de tudo, o que será do mundo em 500 anos? Terá sobrado algo. Estarão comendo plástico? Morgado, você passa de raspão pela rebelião de Aragarças. Aconteceu sim, foi um movimento de uns porra loucas da Força Aérea contra o Juscelino, que já estava na presidência. Foram dois episódios parecidos, Aragarças e Jacareacanga. Teria que dar uma pesquisada, o que veio primeiro, personagens, etc. Nas revistas O Cruzeiro antigas do meu arquivo há reportagens com fotos sobre estes fatos. E tenho também algumas lembranças de infância, mas coisa pequena. Em resumo: alguns poucos oficiais, dava para contar numa mão, sequestraram um avião civil de passageiros (sem os passageiros, estava vazio e estacionado no Rio) e voaram para aquelas bases distantes e mal guarnecidas, ocuparam as bases e lançaram manifestos pedindo a derrubada do JK. Numa delas aliciaram índios, que armados de lanças e arco e flechas lhes deram apoio. Sabe-se lá que mentira contaram aos índos. Nem sei o que sobrou dos tais índios. O Exército mandou paraquedistas do Rio para retomar as bases. Os rebeldes foram presos e logo depois anistiados pelo JK. Um deles, o líder, ficou famoso, era o major Veloso. O cara, pasmem, virou nome de rua em SP, ali no Itaim Bibi. Um maluco que só causou transtornos e prejuízos financeiros ao país, pois um deslocamento de tropas desses, envolvendo aviões e outras coisas, é uma operação muito cara. Por outro lado, para oficiais da FAB de índole e sonhos golpistas eles se tornaram heróis. O Juscelino anistiou para não esticar a crise, não criar mártires do golpismo, foi uma politicamente uma boa jogada. Mas os cretinos deveriam é ter respondido processo e cumprido uma cana grossa como exemplo, não fosse este o eterno país da impunidade.
    Beijos!
    Milton Saldanha

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  9. Laércio H. Pintosábado, 18 julho, 2009

    Olá J. Morgado!
    Acho que não tem um que não goste de pescaria. Até as mulheres sim, gostam, e não é de hoje. Vovó adorava pescar e o fazia muito bem. Beira de rio é lazer para uma família toda, uma delícia. E como pescaria sempre tem piadas, vou contar essa, bem engraçada:
    Um pescador estava na beira do rio com o cesto cheio, de repente chegou um policial florestal à paisana e começou a especular:
    — E aí amigo, pegou bastante? - pergunta o policial.
    — Vixe, peguei muito, esse cesto não é nada! Já mandei uma camionete lotada pra cidade!
    — Mas você pegou tudo na vara?
    — Não, eu tenho mais ou menos umas 50 redes armadas aí pra cima.
    E então o policial disse:
    — O senhor sabe com quem está falando?
    — Não, disse o pescador.
    — Sou policial florestal e o senhor está preso!
    — E o senhor sabe com quem está falando?
    — Não - disse o policial.
    — Com o maior mentiroso aqui da redondeza!

    Abraços a todos e vou seguir essa série, J. Morgado. Adoro pescarias!

    Laércio H. Pinto - São Paulo - SP.

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  10. Olá Júlio Cesar

    Bem vindo confrade

    Meu! Piau de quase dois quilos! Isso é piapara! Só lá em Itu, terra do nosso confrade Paolo é que tem piaus com dois quilos!
    Boas pescarias meu irmão.

    Paz. Muita Paz.

    J. Morgado

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  11. Júlio Cesar Mourasábado, 18 julho, 2009

    ATENÇÃO SENHOR J. MORGADO! ESTÁ NO WIKIPÉDIA:
    Peixe - Piau Pertence à família Anostomidae e à ordem Characiformes. Os anostomídeos são peixes herbívoros, isto é, alimentam-se preferencialmente de vegetais. O piau-verdadeiro é o maior dos anostomídeos. Além da bacia do São Francisco, ocorre também na bacia do Prata. É encontrado em rios do interior de São Paulo. Tem boca pequena e dentes incisivos assimétricos (dentes de coelho; lepus = coelho) em número de 3 no pré-maxilar e 3 no dentário. O corpo é coberto de escamas e com 3 pintas, as quais, no peixe adulto estão quase apagadas ou ausentes. Existem de 40a 42 escamas na linha lateral.

    TAMANHO:
    Ele pode alcançar até 7,5 kg de peso corporal. As fêmeas são maiores que os machos.

    Hábitos alimentares:
    O piau-verdadeiro é principalmente herbívoro-insetívoro, podendo alimentar-se também de pequenos crustáceos, moluscos, algas filamentosas e plâncton.

    Aí está, Senhor Morgado, piau até 7quilos e meio. O meu ainda é pequeno perto desse. E fica o convite, vindo a Franca avise o Edward, é meu convidado para pescar piaus de dois quilos no Sapucaí.

    Abraços...

    Júlio Cesar Moura - Franca - SP.

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  12. Prezado amigo-irmão Morgado!
    Eu juro que pensei umas dez vezes se entrava ou não nessa conversa, mas não resisti. Eu e alguns tios, um deles de Santo André, durante anos tivemos um rancho no Sapucaí e, lhe garanto, lá tem Piau de 2 quilos sim. Pegamos e muitos. Nada de Piapara. Agora, 7 quilos e meio nunca vi. Mas, se está na enciclopédia...
    Abraços a você, querido amigo Morgado e ao outro bom amigo, o Julinho Moura, que enfim apareceu e já provocou uma polêmica. Só falta o Padre aparecer e nos chamar de mentirosos... Por isso pensei se metia minha colher de pau nessa conversa ou não. Agora já foi. E falei sério!

    Edward de Soouza

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  13. Senhor J. Morgado e Edward!
    De pescaria não entendo nada, mas se me levarem vou com o maior prazer. E já fui algumas vezes. Só o contato com a natureza já é uma recompensa. E esse peixinho em cima do seu artigo, J. Morgado, que gracinha. Fiquei encantada. Estou seguindo sua série, viu?
    Beijos e bom domingo. Amanhã volto para ler a sequência.

    Cindy - São Caetano - Metodista

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  14. Olá confrade Júlio Cesar


    Você tem razão companheiro. Não precisa bater com a vara em de mim! Foi à provocação de um pescador para outro.
    Você tem razão! Parece-me que o recorde é de 10 quilos para o piau, segundo a internet.
    Piau, piapara e piavuçus pertencem à mesma família. Peguei muitos piavuçus no pantanal. Uma pescaria altamente esportiva quando é praticada com material leve (carretilha ou molinete pequeno e linha 0,20mm.), vara comprida e linha 0,30 mm.
    Os piaus eram pescados no pantanal usando-se apenas um pequenino papel brilhante na ponta do anzol.

    Boa pescaria companheiro

    J. Morgado

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  15. Olá Cindy

    Bom ver você aqui no blog.

    O peixinho pulando foi uma idéia genial do Edward. A foto ao lado é uma pintura de minha autoria chamada “O Pescador e seus peixes”, óleo sobre madeira.

    J. Morgado

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  16. Olá Milton


    Viajar por viajar deve ser bem monótono. Quando fazia minhas caçadas e pescarias e isso já vai longe sempre procurava conhecer a história do lugar. Cheguei a ter uma coleção razoável de livros relatando os fatos relevantes regionais
    Depois de minhas primeiras viagens ao pantanal, de trem, vendo os nomes das estações, “A Retirada de Laguna” de Visconde de Taunay, ficou por muito tempo sendo meu livro de cabeceira.
    Em Miranda, uma cidade “denominada “Boca do Pantanal”, os heróis da retirada, depois de uma sofrida travessia, encontraram as laranjas que os curaram do escorbuto.
    Em Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, etc. a história dos bandeirantes cativam qualquer viajante que se dispuser a freqüentar os museus locais e observarem o casario.
    Assim, passagens da história contemporânea, como é o caso do levante de Aragarças entre outros, enriquecem o conhecimento quando a curiosidade faz parte do passeio ou incursão piscatória.

    Um abraço

    J. Morgado

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  17. Seu Morgado


    Conheço seu material de pesca. Dá dó de ver tudo encostado. O que o senhor vai fazer com ele?
    Quero ver o fim da história.

    Anderson- São Vicente-SP

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  18. Amigos do Blog, J Morgado , Edward, abraços a todos.
    Estou companhando com curiosidade o artigo do mestre e amigo J Morgado.aguardemos o final !
    Eu nunca fui pescador, e o maximo de peixes que tenha fisgado a muito tempo, foram algumas pequenas tilápias no "alto da sérra" que éra como denominava-mos as represas Billings e Guarapiranga onde invariavelmente íamos aboletados em uma caminhonétinha FORD 1929 (pasmem) adaptada pelo nósso gurú pescador, o sr Chico, que me causou uma grande tristeza na ULTIMA pescaria que fariamos juntos.Isso no ano de 1968 e já faz um tempinho né ?
    Depois eu conto o résto.
    Abraços amigos, um ótimo domingo a todos.
    ( Hoje praia com chuva e frio brbrr,não gósto )

    Admir Morgado
    Praia Grande SP

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  19. J.Morgado

    Imagino como é bom participar de uma aventura como essa,desses lugares maravilhosos que o jornalista descreve tào bem e nos faz viajar juntos.
    Fico no aguardo da segunda parte deste maravilhoso artigo.

    bjs

    Jacira - SBC

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  20. .
    Seu Filho.
    Oi véio! Tô com muitas saudades. Aí vem você com lembranças, que me enchem de mais, muito mais saudades. Amo-te muito.
    Senhorita Cindy, obrigado pelo carinho que você tem com meu pai. Tenho o maior orgulho de ser filho do Morgado.
    Um abraço a todos.
    Morgadinho – Fortaleza

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  21. Antes de contar a minha proeza pescatória, quero dizer que o quadro do J.Morgado exposto ai no blog é simplesmente maravilhoso.

    Certa vês eu estava na barranca do rio São Francisco, perto das três Maria, (Maria eugenia, Maria Eduarda e Maria Luiza), eram as irmãs que eu levava para pegar na vara lá na beira do rio.
    Quando essas irmãs pegavam na vara, sai de baixo, pois não tinha peixe que elas não tiravam do rio.
    Mas foi justamente nesse dia, que eu muito afobado, com todo o carinho armei a linha.
    A hora que eu joguei a linha na água foi tudo pro beleléu, eu tinha colocado anzol e chumbada num pedaço de linha que estava solta jogada no chão.
    Outra coisa interessante aconteceu nesse mesmo dia, eu peguei uma curimba duns três quilos mais ou menos, o mais interessante foi que o meu anzol, entrou bem certinho na argolinha de outro anzol que estava na boca dessa curimba.

    “Acunticido” juro pelo papa que é verdade.

    Padre Euvideo.

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  22. Olá Edward!
    O brigada pelo epaço que que vc deu ao blog AMIGA DA MODA.Muito obrigada. No blog tem algo para vc também.

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  23. Ó senhor fazei que eu pegue um peixe tão grande, para que eu não tenha que mentir o tamanho dele depois.

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  24. Se vocês quiserem pescar no maranhão, vá direto para a pousada “Sarney”.
    Não precisam levar nada, pois na loja de conveniência “Sarney”, você encontrará de tudo.
    A hora que der fome, restaurante “Sarney”, a melhor comida do maranhão.
    Não ande a pé, alugue um carro na “Sarneycar”, aberto 24 horas.
    Está sem dinheiro, não tem problemas, o “Banksarney” empresta pra você realizar os seus sonhos de pescarias.
    Quer chegar mais rápido? “Taxi aéreo Airsarney”, financiamos a sua passagem pelo “Credsarney”.
    Não pegou peixe, sem problemis, “Mercadão Sarney”.
    Tá com preguiça, tome “chá de catuaba Sarney”, a venda nas redes de farmácia “Médicsaney”, mais de sete mil lojas em todo maranhão.
    Você é um pescador e não sabe mentir? Compre o livro “Cara de pau em vinte e quatro horas”, do escritor José Sarney, da “editora Sarney”, distribuído na rede de livrarias e papelarias “Sarney&Sarney” do maranhão, e saia mentindo por ai a vontade, sem ficar vermelho.

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  25. Existe algo melhor que um pedaço de verde, céu e água? Paz, tranquilidade e harmonia...Recordo da infância, das pescarias em família... Bela história. Aguardo o próximo capítulo!

    E que bela tela, Morgado! Você usa modelos ou a obra é fruto de sua memória e talento artístico, para captar com tanta preciosidade e perfeição a figura do pescador?

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  26. Pescaria pra mim só no dia em que o rio vier pra cá.
    Beira de rio, mosquito, fazer necessidades no mato, passar fome, comer mal, num pegar nada e ainda por cima chegar em casa em brigar com a mulher, to fora.

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  27. "Contaram-me que os peixes não se importam de serem pescados, pois têm o sangue frio e não sentem dor. Mas não foi um peixe que me contou isso."

    ***LUMEM***

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  28. Ôi Senhor J. Morgado!
    Eu ia chamá-lo só de Morgado, com faz o Edward e outros amigos seus, mas não tenho essa intimidade. Sempre que venho ao blog tenho uma mania, ler o artigo principal (os outros eu já tinha lido antes, claro) e os comentários também. Que lindinho seu filho, o Morgadinho de Fortaleza. Quanto amor tem no papai querido. Morgadinho, isso mesmo. Tem que gostar mesmo do papai e da mamãe. Achei lindo isso. Eu adoro meus pais, o bem maior que tenho na vida. São meus tesouros. E esse assunto pescaria é mesmo delicioso. Acho que não tem um que não gosta de ir para a beira de um rio ou pescar em alto mar. Essa última opção faço sempre com meus pais, tios e irmãos, Senhor J. Morgado. Tempo bom vamos para a pesca em alto mar. E eu, acreditem, não minto, já pesquei peixes bons e enormes. Para tirar, a ajuda da turma, mas que peguei, isso podem ter certeza. se o Edward publicar a foto eu mando para ele. Amanhã venho ler mais. E uma sugestão: porque o Senhor J. Morgado não dá umas dicas de bons lugares para se pescar?
    Bom final de semana a todos,

    Fernanda - Rio de Janeiro

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  29. Sêo J. Morgado, o papai não sabe mexer com computador, mas eu chamei ele pra ler. Está aqui do meu lado. Ele se chama Otávio e perguntou se o senhor amanhã vai falar sobre pescarias. Ele é pescador e tudo que tem sobre pescarias chamo papai para ver. Ele gosta que se fale das iscas, dos lugares onde tem muitos peixe e as qualidades de peixes que se pegou nesses lugares. Ele pediu para eu chamá-lo amanhã para vim ver sua pescaria....
    Muito obrigado,

    Carlinhos - Andradina - SP.

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  30. Olá Fernanda

    Chame-me de Morgado. Deixei de pescar faz muito tempo. Percorri os principais rios deste nosso imenso país. Uma época em que até os rios paulistas ainda eram piscosos. Hoje não saberia indicar com certeza onde se podem fazer boas pescarias. Tenho notícias que os rios pantaneiros e os rios amazônicos ainda podem proporcionar bons momentos.
    Em São Paulo, o rio Paraná ainda é uma boa opção.
    A pesca oceânica é divertida e prazerosa, principalmente a praticada nos costões. A de alto mar exige um bom estômago, se bem existirem medicamentos contra enjôos.

    J. Morgado

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  31. Olá Carlinhos


    Espero escrever neste blog como o fiz no Diário do Grande ABC, na Revista Troféu, Acampamento entre outras, minhas aventuras haliêuticas. É natural que falarei sobre os diversos tipos de pesca, iscas e, naturalmente, os instantes de “luta” com os peixes.
    Nos meus últimos anos de pescarias eu soltava o peixe e era agradável vê-lo sair e afundar de mansinho totalmente livre.

    Um abraço

    J. Morgado

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  32. Com o “Cara de pau vinte e quatro horas”, seu lambari vai virar um dourado!

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  33. Valentim Miron Franca SP.sábado, 18 julho, 2009

    Olá, boa noite a todos.
    Olha Morgado, tem um afluente do rio São Francisco aqui na serra da canastra que chama Samburá.
    Não sei se você conhece.
    O rio é pequeno, mas na época que eu fui pescar lá uns vinte anos atrás, peguei vários tipos de peixes, principalmente curimba, de uns sete quilos mais ou menos. Hoje eu não sei; mas esse rio não era muito conhecido na época, pois ele fica dentro de um desfiladeiro, bem escondido.
    A notícia correu aqui em franca entre os pescadores, e as ultimas noticias que eu tenho que várias pessoas aqui de franca, compraram terrenos lá e fizeram ranchos de pescaria.
    Bom afinal das contas, um belo afluente responsável pela povoação de peixes do são Francisco, foi depredado pela ganância, e ignorância do homem.
    A pesca predatória também é um grande mal para a humanidade. A minha tralha de pescaria, estava desativada há muito tempo, e há pouco tempo atrás eu joguei tudo no lixo. Não acho mais graça, sacrificar uma vida quando não estamos com fome.
    Aguardo curioso para ver a continuação amanhã.

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  34. Beleza, caro Morgado...
    Pelos comentários até pensei que era 1º de abril, mas depois lembrei que a história é de pescaria e ficou tudo entendido.
    Vamos aguardar o artigo de amanhã (domingo) e ai quero ver se aparece alguém que, como eu, pescou no Ribeirão dos Meninos, no Rio Tamanduateí, ambos aqui no ABC, e pegou bagres,lambaris, traíras e carás respeitáveis. Isso sem contar a Represa Billings e o Canal do Schimitd, também aqui na região, onde apenas com varas e linhadas fisgava lindas tilápias, belos tambius e suculentas carpas.
    Agora, bem, agora nem pensar, tá tudo poluído.

    abraços
    Oswaldo Lavrado -SBCampo

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  35. Caro Oswaldo Lavrado: na minha primeira fase do Diário do Grande ABC, da célebre casinha, começo dos anos 70, fui com Pedro Martinelli numa madrugada para a Billings para fazer uma reportagem sobre um personagem que morava ali, num pequeno rancho muito precário. Era Zé Peitudo, pescador profissional. Ele vivia da pesca, na Billings. Usava redes. O Pedrão fez belas fotos em branco e preto, que tenho até hoje, e eu escrevi a história daquele caboclo totalmente solitário, morava sozinho no mato. A pauta foi idéia do próprio Pedrão, que conhecia o Zé Peitudo. Lembro-me que dormimos na redação, usando mesas encostadas como camas, e saímos quando ainda estava escuro para a Billings. Jornalismo naquele tempo tinha dessas coisas. Hoje ainda se pesca na Billings? Alguém sabe?
    Abração!
    Milton Saldanha

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  36. Luiz Gustavo Méllicosábado, 18 julho, 2009

    Boa noite, Milton!
    Claro que se pesca na Billings hoje, só que não é como antes. O despejo de esgotos do Rio Pinheiros liquidou com os peixes. E é uma coisa bem engraçada nosso Governo do Estado. Primeiro faz vistas grossos e manda jogarem as porcariadas do Pinheiros na Billings. Depois, ante o clamor popular, faz a média e solta alguns milhares de tilápias na represa. Tudo com o dinheiro público, pior é isso. Deveriam pagar do bolso, assim iriam pensar duas vezes antes de autorizar o bombeamento de esgotos para a Billings.
    Olha Milton, experimente um domingo, ou mesmo sábado ir à represa. Verá que tem muitos pescadores espalhados por todos os cantos. Alguns, com barcos ou lanchas, pescam em lugares distantes da represa. No Riacho Grande proliferam casas de pescas, onde você encontra de tudo, desde iscas, anzóis, linhas e molinetes, até a velha vara de pescar de bambú.
    Uma boa noite ao senhor!

    Luiz Gustavo Méllico - São Bernardo do Campo - SP.

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  37. Caro Luiz Gustavo Méllico: obrigado por seu gentil esclarecimento. Abraço,
    Milton Saldanha

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  38. Oi querido,
    Um prazer segui-lo, certamente
    será a garantia de boa leitura.
    Grata pelo seu carinho viu?

    Beijinhos

    Glória

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