quinta-feira, 14 de maio de 2009

O RÁDIO DE VÁLVULA E A COPA DO MUNDO

Edward de Souza
*
Anos dourados
*
Antigamente, no final dos anos 50, a vida era muito diferente. Tempinho bom, onde eu corria em rua de barro, empinava pipas e jogava bolinhas de gude. Lembro-me dos tombos nos inúmeros campos de futebol que existiam em todos os lados da cidade de Franca, de 80 mil habitantes, hoje com mais de 350 mil moradores. A "molecada" nem sonhava que um dia inventariam a televisão com desenhos animados, videogame, computadores, jogos eletrônicos, celulares, enfim, uma parafernália de novidades que acabariam por transformar as ruas, outrora poeirentas, os "campinhos" de futebol, os velhos pastos e riachos de águas claras, em autódromo para "assassinos" do volante atropelarem e matarem velhinhos indefesos.
1958, Copa do Mundo na Suécia e eu estava na casa dos meus avós. Não me esqueço o dia em que grudei num velho rádio de válvulas e junto com vovô e outros tios, ouvi emocionado os jogos do Brasil na Suécia, com transmissão de Pedro Luiz e comentários de Mário Moraes pela Rádio Nacional de São Paulo, hoje Rádio Globo. A voz do locutor narrava às peripécias de um jovem negro, de apenas 17 anos, prestes há completar 18 anos. Ao seu lado, mitos como Nilton Santos, Djalma Santos, Didi, Gilmar dos Santos Neves, Vavá, Bellini, Zagalo, e o já consagrado Garrincha, entre outros. Em cima do rádio, um gramofone amarelo usado pelo meu avô para ouvir Francisco Alves, Carlos Galhardo, Orlando Silva e outros, em 78 rotações. Vovô Joaquim, italiano falante, gesticulava e gritava sempre que ouvia a voz emocionada de Pedro Luiz gritando, lá no fundo, o nome de Garrincha e Pelé. Os gols iam saindo, com os pés, de cabeça, na cobrança de uma "folha seca" através de Didi, e o Brasil estava novamente, depois de 1950, numa final de Copa do Mundo, graças ao talento desses 11 jogadores e dos fora-de-série Garrincha e Pelé. A final seria contra os anfitriões, a Suécia. Meu avô e tios prepararam uma grande festa. No fundo sabiam que essa Seleção Brasileira não era a mesma de 1950, que fez chorar milhões de brasileiros ao perder a final por 2 x 1, em pleno Maracanã, para o Uruguai, quando precisava apenas de um empate. Essa tinha Garrincha e o endiabrado "neguinho" que fazia gols de todas as formas e, com menos de 18 anos, encantava o Mundo. O jogo começou e lá estávamos nós ao pé do rádio novamente. Minha avó Anita colocou as panelas de pipocas, o vinho e o refrigerante que eu tomava nervoso ao ouvir os gritos da improvisada platéia em volta do velho rádio com válvulas. Fui tomado de grande emoção e jamais me esquecerei disso, quando Pedro Luiz anunciou o início da grande final na Suécia. Mais do que nunca o Brasil precisava do talento daqueles maravilhosos jogadores, das fintas de Garrincha, dos gols de Pelé, do talento de Nilton Santos, da segurança de Gilmar dos Santos Neves, Bellini, Djalma Santos, etc. 4 minutos de jogo e um silêncio na sala. Gol da Suécia. A primeira panela de pipocas caia ao chão ruidosamente. Os grãos se misturaram com as lágrimas desse menino que, nervoso, não se continha, apesar de ser consolado pelo avô, que dizia: "nós ainda vamos ganhar, temos Garrincha, Pelé"... Impaciente, eu andava para todos os lados, vendo minha avó varrendo o chão e logo depois colocando mais pipocas perto do rádio, desta feita ao lado de um delicioso bolo de fubá. Não demorou muito e o grito de gol do Brasil encheu a sala. Garrincha havia entortado a defesa sueca e Pelé entrou para empatar o jogo. Os gritos de alegria impediram que pudéssemos ouvir a queda da segunda panela de pipocas ao solo. Coitadinha da vovó Anita, paciente, limpava o chão e preparava mais. Eu me perguntava, será que ela também, italiana, torcia pelo Brasil? A resposta veio rapidamente, quando ela gritou para meus tios Nenê e José:
- Aumentem o rádio, não estou ouvindo direito aqui da cozinha.
Estávamos em outros tempos e a comunicação era difícil, complicada até. Mas era através das maravilhosas ondas hertzianas que o Brasil havia parado nesse mês de junho de 1958. Foi através do milagre do rádio que milhões de brasileiros, do Iapoque ao Chuí gritaram histéricos o segundo gol brasileiro, de virada, em plena Suécia. Depois o terceiro e o quarto gol. Não importavam, nessa altura, quantas panelas de pipocas haviam caído ao chão. Nem mesmo quando a Suécia esboçou uma reação ao fazer seu segundo gol. Viria o quinto. Pelé selava o placar e fazia chorar todos os brasileiros. Brasil 5 x Suécia 2. Abraços e choros incontidos. O Brasil era, pela primeira vez, campeão do mundo. Hoje, sinto saudades daqueles tempos, do futebol mágico de Garrincha e Pelé, dos meus avós que se foram e de quem não me despedi direito; sentir saudades é sinal de que se está vivo!
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*Edward de Souza é Jornalista e radialista. Trabalhou nos jornais, Correio Metropolitano, Folha Metropolitana, Diário do Grande ABC e O Repórter, da Região do ABC Paulista. Em São Paulo, na Folha da Tarde, Gazeta Esportiva, Sucursal de "O Globo", Diário Popular e Notícias Populares, entre outros. Atuou nas Rádios: Difusora de Franca, Brasiliense de Ribeirão Preto, Rádio Emissora ABC, Diário do Grande ABC, Clube de Santo André, Excelsior, Jovem Pan, Record, Globo - CBN e TV Globo de São Paulo. Participou de diversas antologias de contos e ensaios. Assina atualmente uma coluna no Jornal Comércio da Franca, um dos mais tradicionais do interior de São Paulo.

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J. Morgado escreve artigo inédito amanhã no blog. "Sinceridade, um caminho para a evolução," será o tema abordado pelo jornalista nesta sexta-feira. Não deixem de ler e comentar esse artigo especial do final de semana. ( Edward de Souza).
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37 comentários:

  1. Edward


    Sem fazer comparações, sua crônica me vez lembrar de Fiori Gigliotti. Recuso a fazer mais comentários. Minhas lágrimas descem pelo meu rosto a catadupas.
    As bolas de meia, os campinhos de futebol, as bolinhas de gude...
    Um passado remoto com muitas brincadeiras e sem drogas.
    Obrigado Amigão, você preencheu meu dia!

    Muita Paz.

    J. Morgado

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  2. Caro Edward
    O dia daquele jogo foi inesquecível para todos da nossa geração. Eu morava em Santa Maria,RS, e festejei soltando rojões na frente de casa. A cidade inteira explodiu em festa, com escola de samba nas ruas. Na minha cidade nem existia ainda TV, e no Rio e SP, onde já havia, não contavam com tecnologia para transmissão. A Rede Bandeirantes de Rádio formou uma impressionante cadeia, a Verde Amarela Norte Sul do Brasil,e graças a ela o jogo chegou até nós.
    Belas lembranças, obrigado!
    Milton Saldanha

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  3. Tem um jargão popular que diz assim: “relembrar o passado é sofrer dobrado”. Hoje nós sentamos em confortáveis móveis para assistir os jogos do Brasil. Na sala TV de LCD com alta definição. Micro ondas é igual pipoca expressa. Freezer é igual ceva gelada. Celular é igual romance rápido, ou pizza quentinha na hora. Garagem é igual a carro possante. Asfalto é igual à velocidade. Computador é igual a uni presença, liberdade de expressão, infinidades de lazer sem sair de casa. O lado mal da atualidade é que ao sentar com os avôs em frente à TV, você vai ter que explicar para os velhotes os que são transexuais. Por que a hora que eles ver o Ronaldinho jogando eles certamente irão fazer essa pergunta. Aíiiiii... Sai dessa Edward!!!

    Padre Euvidio

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  4. Que crônica mais linda, um presente. Desagradável é ler um comentário como esse, do padre, insensível, desprezando o passado e procurando tirar os méritos de quem escreveu texto tão bonito, coisa feia! Tenho apenas 23 anos de idade, mas adoro ler e ouvir falar daqueles que todos, hoje, chamam de "anos dourados". Sabe Edward, fico penalizada com o padre, só mesmo um pobre infeliz, sem passado, não tem histórias pra contar. Pior ainda. A igreja vive do passado, relembrando época e história de Cristo, Moisés, Rei Salomão e tantos outros. As raízes da igreja remontam o passado. Melhor deixar pra lá.
    Meus parabéns pela crônica, divina!

    Andrea ( Cásper Líbero) SP.

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  5. Minha cara Andrea, Você fala isso por que você deve ter nascido em um berço de ouro. Ficar sonhando com o passado é fugir da realidade presente. O que é é, não tem outro jeito. Eu nasci em um berço de ouro, mas eu prefiro o presente. A igreja vive do passado. Isso é uma artimanha para atrofiar o cérebro dos fiéis. Atualiza os fiéis para você ver o que é que vira. Atualiza!

    Padre Euvidio

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  6. Querida Andrea
    Inventaram essa história dos tais anos dourados, que vivi, e posso assegurar a você que de dourados não tiveram nada. Foram anos como todos os outros, e até muito ruins em diversos aspectos, com preconceitos que (felizmente) foram sumindo, ou diminuindo, entre eles o racial, que já foi bem pior do que hoje. Vendem para os jovens uma mentira.
    Beijo!
    Milton Saldanha

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  7. Jesus, uma crônica tão linda e tanto amargor nos comentários de hoje. Quando li essa crônica do Edward, em minha memória veio a figura bondosa da minha avó, do meu avô que me embalava no colo com seus lindos cabelos grisalhos. A pipoca quentinha na manteiga pura de leite que vovó fazia quando eu, ainda criança, ia passear na fazenda que tinham em Andradina. Essas e muitas outras lembranças explodiram em minha mente, tanto que imprimi esse texto do Edward para guardá-lo com carinho. Abro os comentários e vejo um padre rabugento criticando o passado e nosso querido Milton colaborando com ele, ao desmistificar os chamados anos dourados, de tantas e tantas histórias contadas por papai e mamãe. Vamos levantar o astral gente, e se emocionar com essas linhas maravilhosas com que fomos agraciados hoje, escritas com brilhantismo pelo jornalista Edward de Souza. Pobre daquele que não tem histórias pra contar!!!
    Beijinhos, sem mágoas, por favor!

    Karina - Campinas - SP.

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  8. Bom dia, Edward!
    Olha, meu caro, você foi fundo e me emocionou, ao mesmo tempo que me fez rir, de tantas panelas que caia ao chão durante a transmissão do jogo final. Coitada da sua avó. Fazia pipocas, varria o chão e aguentava o berreiro de vocês. Sabe, confesso-lhe, tocante. Acredito que, se todos prestarem atenção no texto, nenhum vai deixar escapar lágrimas dos olhos. Você consegue, com seu texto, fazer esse milagre, nos levar do riso ao choro!
    Meus cumprimentos sinceros pelo belo artigo desta quinta-feira!

    Paolo Cabrero - Itú - São Paulo

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  9. Bom dia Edward,

    O "tempero" especial que você adiciona ao blog sempre quando escreve é incomparável.
    Lembro-me perfeitamente da Copa de 1958 apesar de, à época, eu ter apenas 5 anos de idade. Não existia televisão. Ela chegaria, aos poucos, na forma de "televizinhos" ao longo dos primeiros anos 60. Formavam-se aglomerados em torno de bares para acompanhar a copa. Já perceberam que assistir futebol ao lado de outras pessoas é sempre melhor?
    Eu procurava entender aquilo tudo, o significado de uma copa do mundo. Meus pais, evangélicos, pouco se importavam com futebol.
    Lembro-me que passei a admirar Pelé e Garrincha a partir desta copa. Depois, virei santista e botafoguense.
    Contrariando, um pouco, nosso querido Milton Saldanha, aqueles foram, sim, anos dourados. Que tiveram também sua face negra, como sempre e em tudo na vida.
    Mas como esquecer a construção de Brasilia, a bossa-nova, o desenvolvimento proporcionado pelo governo Juscelino Kubitschek e a instalação da indústria automobilística no ABC, palco de minha vida?
    Parabéns, Edward, pela deliciosa crônica. Sempre que você traz lembranças daqueles bons momentos vividos com a família emociona as pessoas.
    E a vida, gente, é feita de emoções!

    Grande abraço a todos,

    édison motta
    Santo André, SP

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  10. Anos dourados para alguns, prateados para outros, e de merda para muitos (desculpem a palavra chula). Infelizes aqueles que nada têm de bom para recordar. Alguém já disse isso aí em cima.
    Uma criança, na sua inocência, depois de se tornar adulta e vivenciar um presente escabroso, certamente se lembrará dos anos dourados de sua infância. É evidente, que muitos desses inocentes nada têm de bom para se lembrar e isso devemos a quem? No caso do Brasil, é fácil responder a pergunta!
    Obrigado Edward, por fazer lembrar-me de meus anos dourados!

    J. Morgado

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  11. Bom dia senhor J. Morgado. O Brasil que nós jovens pisamos hoje, foram vocês mais velhos que construíram.

    Padre Euvidio

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  12. Então, Édison Motta, por causa desse tempero nas crônicas do Edward é que eu me emociono. Também sou jovem e só ouvi falar (e quem não ouviu?) de Pelé e Garrincha. Mas quem não tem ou teve avós queridos. Eu só tenho a vovó, hoje, D. Margarida, eu adoro minha "velhinha", de todo coração. A medida que fui lendo o relato do Edward, lágrimas cairam pelo meu rosto, recordando do meu avô, falecido há dois anos. A internet anda pobre de textos assim, sensíveis, apaixonantes. Textos como esse do Edward e muitos outros de todos vocês, despertam ternura, bons sentimentos. Ahhhhhhhh... Vou parar, estou chorando novamente..
    Bjos,

    Gabriela ( Cásper Líbero) SP.

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  13. Queridas amigas e amigos
    Tive uma infância maravilhosa e uma adolescência idem. Aliás, jamais me queixei da vida, principalmente hoje, quando me sinto no auge da minha maturidade. Produzindo. Viajando. E bailando muito tango. Não me entendam mal quando derrubo o mito dos anos dourados. Sou apaixonado por história, leio muito sobre isso, e gosto da verdade. Não acho lícito passar aos jovens uma fantasia. Isso não contribui para o espírito crítico que eles precisam desenvolver. Claro que havia coisas muito boas no passado. A começar pela vantagem de uma infância sem TV e sem parafernálias eletrônicas. A gente era criança de verdade, fabricava os próprios brinquedos, tive um carrinho lindo, feito com barril.
    Mas isso tudo é diferente de um amplo contexto social e cultural, ao qual me refiro em meus comentários.
    Beijos!
    Milton Saldanha

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  14. Já escrevi, há alguns dias, em comentário, que quem não guarda suas recordações não viveu, apenas está passando...Que bom podermos relembrar nosso passado, registrando emoções, recuperando detalhes, recortando momentos significativos, compartilhando-os. Especialmente esses que o Edward divide conosco, hoje, em que lembra a Copa do Mundo de 58.

    Além de contar a trajetória do time brasileiro rumo à vitória, na Suécia, Edward apresenta uma história encantadora de sublimes momentos em família, detalhando a angústia, o sofrimento, a espera e a alegria final,introduzindo uma alegoria muito interessante - a constante queda do prato de pipocas preparado pela vovó - que, com infinita paciência, o substituía, a cada gol celebrado pelos canarinhos...ele não contou, mas certamente o chão deveria estar branco de pipocas amassadas pelo calor da comemoração, ao final da contenda!

    E o rádio de válvulas, então! Que maravilha! Aquelas caixas traziam emoção fantástica! Nós tínhamos um, Telefunken, enorme, no qual acompanhávamos as transmissões...Minhas recordações remontam à Copa de 70, mas as emoções são as mesmas. Até hoje, prefiro escutar futebol pelo rádio, imaginar o que se passa do que assistir pela televisão...

    Edward, excelente texto! Trouxe à tona belas imagens de um tempo rico. Como bem disseste ao final, "sentir saudades é sinal de que se está vivo!"

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  15. Este futebol deixou saudades.

    E o de hoje?

    Até deixei de escrever editoria às segundas no Divã - Rapidinhas da Arquibancada - porque me dá sono.


    abraçossss

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  16. Karina, chorar é coisa de mulher. Aposto se algum jovem lhe pedir uma esmola, você provavelmente vai falar eu não tenho. E ainda vai pensar assim: “deve ser para consumir drogas”. Você chora, emociona com um passado distante, mais não é capaz de derramar uma lágrima sequer pelo presente tenebroso, sem segurança que nós vivemos. Eu também sou jovem, tive uma infância muito feliz. Morro de saudade dos meus avôs. Mas não troco a vida que eu tenho hoje por passado nenhum. Eu fiz uma pergunta e ninguém respondeu. O presente é fruto dos meus e seus antepassados. Eu nunca vi nenhum relato nos envangélios, que Jesus falasse algo sentimental do passado. Lá só tem a nossa responsabilidade com o presente. E o futuro depende disso.

    Padre Euvidio

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  17. Este texto eu já conhecia, porque o li no Comércio de Franca, há algum tempo, se não me engano. Portanto, fica implicito que costumo acompanhar e apreciar os textos do Edward.
    Mas saudade eu tenho mesmo é dos meus avós, da familia toda reunida , da minha infância simples e feliz.
    A melhor definição de saudade que já li é esta: "Saudade é o amor que fica".
    O resto é historia.
    Isildinha- Osasco-SP

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  18. Caríssimo padre (sic).
    Antes de lhe responder, faço-lhe uma pergunta: afinal, quem é o senhor? Outro dia nesse blog era um ancião morimbundo, que escrevia tudo errado; depois um homem de meia idade, com pregações desconexas e palavras ininteligíveis; hoje o senhor, ou vc é um jovem revoltado que se irrita quando alguém escreve de um passado de muitas saudades e lembranças. Identifique-se, para que eu possa, pelo, menos, saber a quem devo me dirigir. Quanto às suas peguntas, quero saber quem lhe deu o direito de julgar-me sem me conhecer. Como sabe o senhor, ou vc, se eu iria dar uma esmoala a um pedinte ou negá-la? Somente em sua mente perturbada poderia afirmar que eu, ao negar essa esmola, ainda julgaria o pedinte, com a creteza de que ele iria usar o dinheiro dado para a compra de drogas. Por acaso teria o senhor a capacidade de entender que eu não iria chorar ao ver alguém necessitado e precisando de ajuda ou socorro? O senhor não me conhece e eu não lhe faculto esse direito de pensamento, muito menos de expressá-lo publicamente em um blog. Continuo, senhor. Quem é que disse aqui nesse blog que troca seu presente pelo passado? Nem o jornalista que escreveu seu artigo, muito menos eu. É necessário que o senhor frequente uma escola para ler entender melhor frases e colocações, antes de se meter a besta e ofender pessoas que nunca viu. Se o seu passado foi negro e de dificuldades, não pode nem tem o direito de estragar as lembranças de outras pessoas. Dou-lhe ainda mais uma sugestão. Frequente outro blog, do seu nível, assim não estragaria mais o prazer de muitas pessoas que aqui frequentam e gostam do que lêem, eu estou incluída nesse contexto. Finalizando. Não julgues para não ser julgado, senhor!

    Karina - Campinas - SP.

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  19. Meus Tempos de Criança

    Composição: Ataulfo Alves
    ...
    Eu daria tudo que eu tivesse
    Pra voltar ao tempo de criança
    Eu não sei pra que que a gente cresce
    Se não sai da gente essa lembrança

    Aos domingos, missa na matriz
    Da cidadezinha onde eu nasci
    Ai, meu Deus, eu era tão feliz
    No meu pequenino Miraí

    Que saudade da professorinha
    Que me ensinou o beabá
    Onde andará Mariazinha
    Meu primeiro amor, onde andará?

    Eu igual a toda meninada
    Quanta travessura que eu fazia
    Jogo de botões sobre a calçada
    Eu era feliz e não sabia

    Uma homenagem aos apreciadores dos tempos dourados.

    Uma música inesquecível.

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  20. Quem julgou primeiro foi você. Por isso foi julgada, e com a mesma medida que você usou para julgar me.

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  21. Amigos e amigas!

    Por favor, vamos manter aquela velha disciplina que sempre tivemos neste blog, para que os comentários possam ficar livres e todos interagirem na mais perfeita harmonia. Polêmicas são ótimas, alimentam o conhecimento de cada um de nós, mas ofensas pessoais devemos evitar para que outras pessoas não se sintam melindradas e deixem de postar seus comentários. Recebi, instantes atrás, dois ou três e-mails de jovens estudantes que sempre estão aqui conosco. As três disseram que ficaram com receio de participar e serem ofendidas. Clima de paz, por favor!

    Outro detalhe: a leitora Isildinha acaba de postar um comentário dizendo que leu essa crônica de hoje no Jornal Comércio da Franca. Foi engano dessa nossa querida leitora. Pode ter confundido com alguma outra. Jamais publiquei colunas do jornal aqui no blog e vice-versa.

    Recebemos hoje neste blog a visita do amigo jornalista Marcos Masini, titular do "Divã do Masini", um dos blogs mais respeitados do Brasil. Escrevo aos sábados no "Divã", faz algum tempo, mas nenhuma das matérias daqui foi postada lá e vice-versa. Apenas um engano da Isildinha a quem agradeço por nos acompanhar, tanto aqui como no jornal. Obrigado amiga!

    Em frente, com muita paz, diria o querido amigo J. Morgado, que postou a letra de Ataulfo Alves, "Nos meus Tempos de Criança", e me fez cantar ao ler as estrofes desse "Hino Nacional Brasileiro". Aliás, daqui a pouco, no rodapé da crônica de hoje, a chamada para o artigo do J. Morgado que será postado amanhã, combinado?

    E vamos votar neste blog, minha gente! O selinho está do lado esquerdo do blog, pertinho do relógio do sol. É clicar e deixar seu voto, obrigado!

    Abraços a todos!

    Edward de Souza

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  22. Ôi Edward, vim deixar o meu abraço por mais essa linda crônica postada hoje. Comovente, até porque toca no bem mais precioso de nosas vidas, a família!

    Bjos,

    Fernanda - Rio de Janeiro

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  23. Às amigas que se sentiram ofendidas com as grosserias do Pe. Euvídio, peço-lhes que não as levem em consideração. Ao contrário, tenham pena e esqueçam. Vamos continuar a nossa salutar troca de experiências, lembranças e informações. Todos só temos a crescer com isso.

    É claro que todos têm direito a opinião crítica sobre os assuntos abordados. Ela é necessária, até para estimular o contraditório, mas tudo dentro das regras de civilidade e convivência respeitosa que devem existir neste e em outros espaços de interação.

    Combinado, Pe. Euvídio? O Senhor é um excelente debatedor e sabe manter um diálogo em alto nível, quando quer. Até mesmo porque seus estudos canônicos devem tê-lo conduzido a um patamar mais elevado de conhecimento, n'est pas? Já esqueceu das três virtudes teologais? Cristo disse que a terceira era a mais importante. Exercite-a, então!

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  24. Antonio Neri Garciaquinta-feira, 14 maio, 2009

    Então Edward, essa Seleção Brasileira eu gostaria de ver jogar. Não deu pra mim, meu pai viu e até hoje fala sobre ela. À noite, em casa, vou mostrar seu artigo para meu pai, ele vai vibrar e contar muitas histórias mais daqueles tempos de Pelé e Garrincha. Nasci em 62 e só me lembro vagamente da seleção de 70, sem Garrincha, mas com Pelé ainda. Foi também uma grande seleção, essa do Tri.
    Abraços, obrigado pelas boas recordações!

    Antonio Neri Garcia - Franca - SP.

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  25. Apoio e pego carona nos apelos do Edward de Souza e da Nivea Andres. O blog pode ser polêmico, as provocações culturais são estimulantes. Mas ninguém tem o direito de descarregar aqui frustrações pessoais. É um espaço coletivo. O humor é legal quando leve, brincalhão, sem ferir. E breve. Eu, pelo menos, costumo interromper a leitura quando vejo que ficou xarope. Pulo logo para o comentário seguinte. Façam o mesmo. Aí não dá crise.
    Milton Saldanha

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  26. os tempos antigos eram bem diferente né
    bjs

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  27. Sabe Edward, não tem como a gente ler seu artigo e não deixar de lembrar de nossos avós. Como eram dóceis e carinhosos. Os netinhos para nossos vovós sempre foram xodós da vida deles. Se mamãe ou papai ameçava nos dar uns tapinhas na bundinha, lá estavam eles protegendo seus netinhos queridos. Lembrei com saudades dos meus, lendo o que escreveu e da minha vovó e seus quitudes deliciosos. Eu me empanturrava de tanto comer suas guloseimas. Que delícia! Tão gostosas essas reminiscências, pena que algumas pessoas não entendam isso.
    Bjos,

    Thalita ( Santos)

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  28. Primeira vez que venho ao blog. Simplesmente adorei........
    Ótimos artigos e precisa de tempo para poder ler todos eles. volto para continuar a leitura. O de hoje, divino!!!

    Bjos,

    Magali da Metodista - SBC

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  29. Valentim Miron Franca- sp.quinta-feira, 14 maio, 2009

    Edward meus sinceros parabéns. Lindo o texto de hoje. Eu tenho cinqüenta e dois anos, e você me fez recordar muitas coisas legais do meu passado. Lendo os comentários de hoje, eu pude observar que o padre não ofendeu ninguém no seu primeiro comentário. Então entraram com comentários encima do comentário do padre. Não sou defensor do padre, mais xingaram o coitado de insensível e padre rabugento. Ele apenas deixou nos comentários do blog seus pensamentos. Isso é democracia! Antidemocrático é querer censurar os pensamentos dos outros.
    A única arma que o padre teve foi à comunicação através dessa caixa de diálogos. Todos aqui já conhecem o perfil psicológico do padre, então não a o que estranhar. Como disse aquele personagem do zorra total, “oia a faacaaaa”...
    “Mexe com quem ta quieto”.
    Valentim Miron

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  30. IRMÃOS EDWARD , VALENTIM MIRON E NIVIA, DEUS LHES PAGUE PELA COMPREENSÃO.
    SOMOS TODOS FILHOS DE DEUS E TEMOS QUE TER NOSSO ESPAÇO. EU ESTAVA TRISTE
    NA SACRISTIA CHORANDO, COM MEDO DE SER EXPULSO POR VOCÊS DO BLOG. FELIZMENTE
    ISSO NÃO ACONTECEU. AMANHÃ VOU PAGAR A PROMESSA QUE FIZ, INDO A PÉ DE CARAPICUIBA ATÉ APARECIDA. MAS LEVO UM NOTEBOOK PARA ENTRAR SEMPRE NO BLOG.

    PADRE EUVIDIO DOS SANTOS

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  31. Aceite meus cumprimentos pelo belo artigo postado hoje!

    Abçs,

    Arlene Junqueira - Marília - SP.

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  32. Adoro esse blog, de coração!
    Beijinhos pra todos vocês!!!

    Sandrinha - Manaus

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  33. Ana Célia de Freitas.quinta-feira, 14 maio, 2009

    Boa noite a todos...
    Belíssimo artigo, como sempre nos faz voltar ao passado e lembrar de coisas muito simples, mas que nos deixavam muito felizes.
    O artigo trouxe consigo, a união familiar, que infelizmente faz parte do passado, e certamente por essa individualidade atual nossos jovens estão totalmente sem perspectiva, e nossas crianças não são crianças como fomos, sentindo o verdadeiro sabor da infância.
    PAZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ.
    Parabéns meu amigo Edward, como sempre nos emocionou com suas palavras.
    Ana Célia de Freitas. Franca/SP.

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  34. Edward, meu amigo. As cenas que vc descreveu, me fizeram voltar no tempo e devo dizer que minhas lembranças,equiparam-se ás suas,mudam só os personagens e o local, no mais, foi quase que idêntica.Eu tinha 13 anos na época
    Quanta fésta, quantos fógos, quantos balôes, que cobriam o céu, cada um mais lindo que o outro, cada um maiór que o outro.
    E nós, moléques, a festejar e correr atráz dos balões que caiam por todo lado..
    Foi mesmo de arrepiar e garanto,nunca mais houve e nem haverá comemoração igual áquela.
    Seu artigo de hoje foi um dos mais gratificantes que li.
    Parabéns amigão, vc teve o dom de nos levar de vólta ao passado sem saír da frente do computador.
    Um abraço apertado a vc.
    E outro ao amigo J Morgado, com a letra da linda música que éra cantada por Noite Ilustrada

    Ao pessoal do Blog, principalmente ao sr Padre Euvidio, concordar e discordar, sim. Brigar, nunca !!

    Admir Morgado
    praia Grande SP

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  35. Boa noite, amigos!
    Não tem como não se emocionar. O poder de escrever desse moço, o Edward, é realmente impressionante. Ele nos prende no texto, não importa o tanto que escreve e vai nos prendendo, de tal forma que, quando chega aos "finalmentes", fica aquele gostinho de saudade, de quero mais, sei lá.... Quisera ter o dom para poder descrever o que senti ao ler essa obra que ele escreveu. E eu lendo tantas e tantas besteiras em jornais por aí. Os jornalistas, descobri hoje, imigraram para a internet, talvez por isso a qualidade desses órgãos de imprensa tenha diminuido tanto.
    Vc conseguiu mais uma fã (por certo deve ter centenas, caro Edward).
    Com muito carinho,

    Renata F. Bernardes - Curitiba/PR

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  36. Edward essa foto do rádio parece com um oratório. O artigo de hoje foi muito legal.
    O Padre aprontou de novo? Vou ler os comentários pra ver o que ele fez. Bay bay.

    Bocage. NY.

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  37. Boa noite Edward de Souza!
    Olha, sou sua fã e não perco um só artigo seu no Jornal Comércio da Franca. Esse artigo deveria ter sido publicado lá, não? Sorte minha é que descobri esse seu blog e li. Coisa linda, menino! Vc me deixou arrepiada. Maravilha das maravilhas. Como pode escrever assim? Vc coloca o coração quando escreve e nos emociona. Deus te abençõe e conserve assim, com esse dom Divino!!!
    Beijos de sua fã,

    Fabrissa - Franca - S. Paulo

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